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Julgamento de denúncia frusta defesa e mantém expectativas sobre manifestações dos ministros do STF.
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NotíciasTranscrição
00:00Tivemos o resultado que já estávamos sentindo que estava indo para esse caminho, conforme os votos foram se somando.
00:07Começamos com Alexandre de Moraes, fomos para Luiz Fux, Flávio Dino, Luiz Fux, Carmen Lúcia e Cristiano Zanin, absolutamente conciso, não é, Wilson?
00:20Olha, tudo conforme esperado, tudo conforme o script, nenhuma surpresa.
00:25Como eu falei durante o programa, havia uma esperança em relação ao voto do Luiz Fux, de que ele fosse acolher parcialmente a denúncia, isso não se confirmou, então, ou seja, basicamente ele recebeu integralmente a denúncia, mas tem alguns detalhes que a gente precisa já mencionar.
00:46Primeiro, é absolutamente normal que o Supremo receba integralmente a denúncia da PGR, isso é normal, não é, inclusive acho que o próprio ministro Luiz Fux faz essa ressalva,
01:02que se o STF não recebesse parcialmente a denúncia, recebesse só parcialmente a denúncia ou não recebesse ela integralmente, você já teria um juízo de valor antecipado sobre o caso.
01:17Então, de fato, esse processo, essa fase processual, ela é normal.
01:23Agora, os ministros deixaram muito claro que isso eu acho que é um ponto para a gente já observar a partir de agora.
01:32O julgamento dessa ação penal deve ocorrer no início do segundo semestre, ali por volta de agosto, setembro, no mais tardar outubro.
01:42E os ministros vão ficar de olho nessa instrução processual.
01:46E aí, Inácio, é que o jogo pode ter alguma surpresa. Por quê?
01:52Os ministros citaram várias questões que serão alvo de escrutínio, que vão ser alvo de debate, principalmente no julgamento desta ação penal.
02:03Bom, quais são os pontos?
02:06Delação de Mauro Cid.
02:09Esse é o ponto que mais vai ser questionado.
02:12O Fux deixou isso muito claro no julgamento ontem das preliminares.
02:16Há um incômodo no Supremo Tribunal Federal sobre a forma como esse processo foi conduzido.
02:22E há a impressão de que o Mauro Cid falou menos do que ele deveria falar.
02:27Isso pode criar uma tensão e pode criar um problema para o Mauro Cid, de que ele de fato não seja contemplado com todos os benefícios da sua delação premiada.
02:39Então, esse é um ponto.
02:40O segundo ponto, a instância onde esse processo vai ser julgado.
02:47Apesar do plenário do Supremo Tribunal Federal ter já indicado, o presidente do Supremo, perdão, o Luiz Alberto Barroso,
02:53tem indicado que o caso de fato pode ficar na primeira turma, pode ocorrer um movimento de que, mesmo em fase recursal,
03:01esse caso vá para o plenário.
03:03Quando eu falo de análise recursal, pode ter algum tipo de divergência.
03:07Isso pode ser alvo, por exemplo, de embargos infringentes, algum embargo de declaração,
03:13algum instrumento processual que, de fato, pode fazer o que abre-se brecha
03:18para que alguma questão processual ou até mesmo de mérito seja discutida pelo plenário do Supremo.
03:24Então, isso também pode, né, isso também abre margem para, pelo menos nesse primeiro momento,
03:30os sinais que os ministros deram abrem margem para essa questão também.
03:35Então, mas, foi um julgamento que serviu muito de emissão de recados.
03:44Os ministros deram muitos recados em relação ao ex-presidente da República.
03:49Me incomodou, eu não sei se o colega, não sei se o Rodolfo também teve essa impressão
03:53que me parece que esse julgamento, pelo menos nessa fase da denúncia,
03:57os ministros aproveitaram para responder ao ex-presidente Jair Bolsonaro,
04:03aos ataques às zonas eletrônicas, à forma como o ex-presidente da República lidou com certas questões.
04:10Então, me parece que também teve uma questão um pouco de vingança.
04:13E já trago para vocês aqui as primeiras repercussões, né?
04:17Nesse momento, o líder da oposição lá no Senado, Rogério Marinho,
04:22publicou uma nota no X, dizendo que não causou surpreso o recebimento, né?
04:26Enfim, aí está traçando várias críticas em relação ao relatório da Procuradoria-Geral da República.
04:33Segundo Rogério Marinho, há no Brasil o mais importante processo penal de sua história,
04:38posto que o mesmo está contaminado desde o início por ilegalidades, abuso de autoridade e pesca probatória.
04:47Ou seja, vai ser uma tarde longa, de muita repercussão meu carináceo,
04:51mas nesse primeiro momento, o que eu posso já falar para vocês, isso ficou muito claro,
04:58é que nada, não houve nenhuma surpresa, absolutamente nenhuma surpresa,
05:05em relação ao que a gente já imaginava, inclusive ao que a gente já contava aqui no Meio Dia em Brasília.
05:10Rodolfo Borges.
05:11É, achei curioso isso ao mencionar o caso do Mauro Cid, porque o advogado do Mauro Cid,
05:16que fez uma defesa diferente de todos os outros, porque o Mauro Cid é um réu, agora réu,
05:21diferente de todos os outros, porque ele fez uma delação premiada,
05:24de que tinha expectativa de que a denúncia contra o Mauro Cid não fosse aceita.
05:29Quer dizer, já perdeu um pouquinho aí mais do que era a expectativa que ele manifestou no plenário.
05:36É óbvio que com a delação, o Mauro Cid espera e vai ganhar algum benefício,
05:42o final seria a absolvição ou uma pena menor, mas também tinha a expectativa de nem sequer a denúncia fosse aceita,
05:51e já foi.
05:52Então, realmente, é uma boa projeção aí que o Wilson deu de alguma tensão que pode haver,
05:59porque o Mauro Cid é o elemento, nesses oito primeiros aí, diferente.
06:04O Bolsonaro também é, porque é o mais relevante, mas o Mauro Cid, judicialmente, juridicamente,
06:09é diferente porque ele fez uma delação.
06:11Agora, eu queria chamar a atenção, a gente tinha falado já dos votos do Alexandre de Moraes,
06:15do Dino e do Fux, durante o meio-dia em Brasília.
06:19Me chamou a atenção um contraponto sutil que o Zanin fez ao voto da Carmen Lúcia,
06:26porque eu achei curioso a Carmen Lúcia falar assim,
06:28ah, quem mandou, quem comandou o 8 de janeiro?
06:33Quem deu armas e tal?
06:36A questão é que a denúncia não fala nisso.
06:39Esse é o...
06:40Falta uma conexão entre esse núcleo que elaborou e que tramou
06:47e aquele pessoal que estava lá no 8 de janeiro e que, na denúncia,
06:51se juntam numa coisa só.
06:54E aí o Zanin fala, mas olha, aí ele fez um contraponto ali já.
06:58Não precisava estar ali, não precisava ter participado diretamente,
07:03porque eles tramaram e ali foi executado,
07:06que é o argumento da Procuradoria Geral da República.
07:11A Carmen Lúcia falou de uma forma que parecia que ela estava falando de outra coisa,
07:15porque até agora a gente não teve essa ligação.
07:18é assim, que é, por exemplo, o Walter Braga Neto ou Mauro Cid,
07:23ou qualquer desses que está envolvido,
07:25mandando uma mensagem naquele 8 de janeiro falando,
07:27olha, é hoje, vai acontecer agora, vai ser assim,
07:31você faz isso, você faz aquilo.
07:33Isso não está na denúncia.
07:34E a Carmen Lúcia, quando ela falou sobre isso,
07:37essa expectativa que ela tem, provavelmente não vai se cumprir,
07:42porque se não encontrou até agora, vai encontrar quando?
07:45Tudo bem, tem agora um processo que vai acontecer,
07:47vai ter mais apuração e vai ter defesa.
07:51Mas o Zanin já deu o recado,
07:53olha, não precisa ter a gestão toda do que ocorreu no 8 de janeiro.
07:57Basta que eles entendam que essa cúpula tramou, de certa forma,
08:03e aí esperou, no mínimo, né?
08:05Porque, de onde eu vejo,
08:08o Bolsonaro não desmobilizou as pessoas que estavam na frente dos quartéis,
08:12porque existia uma perspectiva de que algo ocorresse
08:15para que o destino da República mudasse.
08:20Agora, isso é uma coisa bem distante do que a Carmen Lúcia projetou ali,
08:25que é, olha, vai ser 8 de janeiro, a gente vai se encontrar aqui,
08:29a gente vai se unir e nós vamos executar um golpe de Estado.
08:34Quer dizer, até agora não apareceu nada que ligue diretamente
08:38a atuação naquele dia daquelas pessoas,
08:41organizada por esse grupo que vai ser julgado agora
08:46por tramar um golpe de Estado.
08:49Wilson, diga lá, diga.
08:51Então, eu quero aproveitar, puxar esse ponto,
08:55porque agora vai ter uma discussão sobre direito penal,
08:59vamos lá, né, Rodolfo, meu caro Inácio,
09:02vamos todo mundo colocar, pegar o seu livrinho de direito penal
09:06e tirar do armário para a gente estudar um pouco.
09:09Tem uma questão sobre o 8 de janeiro,
09:11que, na minha opinião,
09:14e aí guarda as devidas venhas para quem vota o contrário,
09:18utilizando o termo dos ministros do Supremo Tribunal Federal,
09:20que é algo muito perigoso.
09:24Algo muito perigoso.
09:26Por quê?
09:27Rodolfo, você puxou um ponto que eu acho que é um ponto,
09:31para mim, nevrálgico,
09:33quando se vai discutir a questão do 8 de janeiro,
09:37inclusive nessa denúncia.
09:40Porque você pode, o Supremo pode abrir margem,
09:45isso é muito perigoso,
09:47pode abrir margem para condenar pessoas
09:49por um fato criminoso que tem a materialidade,
09:57mas não tem autoria.
10:00Você pode condenar pessoas,
10:03porque o que acontece?
10:04Hoje, quando a gente fala de direito penal,
10:06uma pessoa pode ser condenada como coautor de um crime,
10:10de uma atividade delitiva,
10:12caso ela seja omissa em relação àquela atividade delitiva.
10:17Isso é uma coisa.
10:18Coautoria é uma coisa.
10:20Trocando em miúdos,
10:23se o cidadão, por exemplo,
10:24um camarada é preso,
10:27é condenado por assassinato,
10:29e uma outra pessoa que sabia do assassinato,
10:31sabia do plano,
10:33não fez absolutamente nada para conter aquele plano,
10:35ela pode vir a ser condenada por omissão
10:38como coautora dentro dessa atividade delitiva.
10:42Só que no caso do 8 de janeiro,
10:47quem é o autor?
10:48Quem planejou?
10:50Até agora isso não está claro.
10:52Então me parece que a narrativa que o Alexandre de Moraes vai estabelecer,
10:55pretende estabelecer como relator desse processo,
10:59embasando a tese da PGR,
11:01é que o ex-presidente Jair Bolsonaro,
11:03junto com Braga Neto,
11:04Alexandre de Ramagem,
11:06criaram um núcleo
11:07que eles tiveram a ideia do 8 de janeiro,
11:12tiveram a ideia do 8 de janeiro,
11:14e eles precisam de fato responder
11:16por tudo que aconteceu no 8 de janeiro.
11:20Só que de novo,
11:21cadê a prova da ordem?
11:24Tem alguma, algo concreto
11:26contra esses personagens
11:28de que eles determinaram
11:31o quebra-quebra na Praça dos Três Poderes?
11:34Até agora eu não enxerguei,
11:36não sei se o Rodolfo enxergou,
11:37mas até agora eu não vi.
11:39Está faltando,
11:40é o chamado crime sem dono,
11:42a questão do 8 de janeiro.
11:45Está assim,
11:45eles podem até responder
11:46por omissão de atividade deletiva,
11:50por co-participação de um crime,
11:53de um ato delituoso,
11:56pelo fato de serem omissos,
11:58pelo fato, por exemplo,
11:58desse presidente
11:59não falar publicamente,
12:00não desestimular
12:01os atos de 8 de janeiro
12:04ou os protestos do final do ano de 2022.
12:06Isso é uma coisa.
12:08Agora,
12:09você pode ter algo,
12:11um crime com materialidade concreta,
12:13com ato delituoso,
12:15com prova,
12:17mas sem um líder,
12:18de fato,
12:19que determinou a ordem,
12:20que determinou,
12:20que deu o comando
12:21para aquela turba
12:23que depredou
12:24a Praça dos Três Poderes.
12:26Olha,
12:26em termos de legislação penal,
12:27gente,
12:28eu acho isso muito perigoso.
12:30Eu acho isso muito,
12:31abre-se um precedente
12:32muito complicado.
12:33não estou falando
12:34especificamente
12:35do crime
12:35de tentativa
12:36de golpe de Estado
12:39ou tentativa
12:40de abolição violenta
12:41ao Estado Democrático
12:42de Direito,
12:42porque essa é uma outra discussão,
12:44é uma discussão
12:45sobre o crime tentado
12:47e a primeira vez
12:47que o Supremo
12:48do Tribunal Federal
12:49se debruça sobre isso.
12:50Mas existem outras figuras penais
12:53que o Supremo
12:54vai ter muita dificuldade
12:55para fazer
12:56um enquadramento
12:57correto,
12:58cristalino,
12:59sobre essas condutas
13:00criminais.
13:02E,
13:03só para te entregar,
13:04Rodolfo,
13:04tem outra questão
13:05que também acho que
13:06vamos ficar de olho,
13:07porque esse julgamento,
13:10vários criminalistas
13:11e os advogados
13:12dos denunciados,
13:14eles comparam
13:15esse caso
13:15com o do Mensalão
13:16de 2012.
13:18Eu acho que a gente
13:18tem sugestão de nota,
13:20Rodolfo,
13:20mais tarde,
13:21as semelhanças
13:22do 8 de janeiro
13:23com o julgamento
13:24do Mensalão.
13:25Porque é o seguinte,
13:27primeiro,
13:29o Alexandre de Moraes,
13:30para imputar
13:31o Jair Bolsonaro,
13:32quer dizer,
13:33a Procuradora Geral da República
13:34para denunciar
13:34o Jair Bolsonaro
13:35e outros
13:37integrantes
13:37do núcleo criminoso,
13:39eles tiveram que evocar
13:39a teoria do domínio do fato,
13:42que é uma teoria
13:42do direito alemão
13:43que estabelece
13:45basicamente o seguinte,
13:45aí, Inácio,
13:46me corrija se eu tiver
13:47que se eu cometer
13:47algum tipo de erro
13:48aqui no ar.
13:50Fala o seguinte,
13:51olha,
13:52se o camarada,
13:53ele faz parte
13:54do núcleo dirigente,
13:55ele percebe
13:55que há um crime
13:56e ele
13:57não faz nada
13:59para impedir
14:01aquele crime,
14:01ele é
14:02co-participe-se
14:03daquele crime,
14:04ele pode até ser
14:05autor daquele crime.
14:07Por que eu estou evocando
14:08essa teoria do domínio do fato?
14:09Porque em 2012,
14:10durante o julgamento
14:11aqui do Mensalão,
14:12o procurador
14:13da República
14:14na época,
14:15o Antônio de Souza,
14:16que depois foi substituído
14:17pelo Roberto Gurgel
14:18durante o julgamento,
14:20ele utilizou
14:21essa teoria
14:21para quê?
14:22Para enquadrar
14:23o José Dirceu.
14:25Não se enquadrou
14:26o Lula,
14:28exatamente,
14:28não se enquadrou
14:29o presidente Lula,
14:30porque não,
14:31quem deu a ordem,
14:32quem executou a ordem
14:33foi o José Dirceu.
14:34Então ele afastou
14:35o então presidente
14:37da República,
14:38o Lula.
14:39Nesse caso,
14:40o Gone não comete
14:40esse erro,
14:42não comete
14:42esse equívoco penal,
14:44ele enquadra
14:45o ex-presidente
14:45Jair Bolsonaro
14:46não só como líder,
14:49o Alexandre de Moraes,
14:51ministro,
14:52ele reforça
14:53essa tese,
14:54colocando todo mundo
14:55nesse quadro.
14:58Só que,
14:59aí de novo,
14:59vem as fragilidades.
15:03O fato de
15:04o ex-presidente Jair Bolsonaro
15:05estar em vários momentos
15:08ali da denúncia,
15:09você pode até enquadrar
15:11dentro da teoria
15:11do domínio do fato.
15:12Só que,
15:13de novo,
15:13ele determinou
15:14a ordem política de janeiro?
15:16Não sei.
15:17Walter Braga Neto
15:18determinou?
15:19Não sei.
15:20Então,
15:21me parece que
15:22na tentativa
15:23de não repetir
15:24o mensalão,
15:25me parece que
15:26a Procuradora-Geral
15:27da República,
15:28quiçá,
15:28e o ex-ministro
15:30Alexandre de Moraes,
15:31parece que eles cometem
15:32alguns deslizes.
15:34Eles aceleram
15:35num ponto,
15:37mas eu acho que
15:37eles cometem
15:38alguns excessos
15:39que,
15:40sem dúvida nenhuma,
15:41vão ser alvo
15:42de escrutinho
15:43do julgamento.
15:45e quem vai
15:46tentar ser uma voz
15:49ponderada
15:49é o ministro
15:50Luiz Fux,
15:51que,
15:51assim como em 2012,
15:54naquela época,
15:55o mensalão
15:55teve um revisor,
15:56o revisor foi o
15:57Ricardo Lewandowski,
15:58e agora,
15:59o Luiz Fux,
16:00me parece que vai ser
16:01o revisor,
16:01vai ser a voz
16:02ponderada.
16:02E aí,
16:03eu lembro muito
16:04de um bastidor na época,
16:06que o ministro
16:06Ricardo Lewandowski,
16:08ele,
16:09na época,
16:09eu conversava muito
16:10com ele,
16:10e naquela época,
16:12ele me convenciou,
16:13e eu fico muito chateado
16:14com a forma
16:16com que
16:16os petistas
16:18estão me atacando.
16:20Na época,
16:20não tinha rede social,
16:21mas havia vários ataques
16:23pela imprensa,
16:24pela manifestação
16:25do Congresso,
16:26porque,
16:27na época,
16:27os petistas
16:28se sentiram traídos
16:29pelo Ricardo Lewandowski.
16:31E aí,
16:33ele teve que,
16:34ele não conseguiu segurar
16:35o ímpeto do Joaquim Barbosa,
16:36então,
16:36houve muito ataque
16:37ao ministro Ricardo Lewandowski
16:38pela forma como ele
16:39deu por aquele processo.
16:41Então,
16:41agora,
16:42o ministro Luiz Fux
16:43talvez seja
16:44o próximo alvo
16:45dos petistas
16:45nesse julgamento
16:46de 2025.
16:49Bem,
16:49para complementar,
16:51assim,
16:52realmente,
16:53eu vou voltar
16:54para o ponto
16:54da Carmen Lúcia,
16:56porque eu acho
16:57que ela ilustra
16:58um pouco também
16:58do que o Wilson
16:59está falando.
17:00Ela mencionou ali
17:01que as autoridades
17:03sumiram
17:04no dia
17:04do 8 de janeiro
17:06e que a,
17:07então,
17:07presidente do STF,
17:09Rosa Weber,
17:10ligava atrás
17:11de informações
17:11e não recebia.
17:13Que autoridades
17:13eram essas?
17:15A única
17:16que está aí
17:16no meio
17:17é o Anderson Torres,
17:18que era secretário
17:19de Segurança
17:19do Distrito Federal
17:21e que tinha sido
17:22ministro do Bolsonaro.
17:23O resto,
17:24esse pessoal
17:25não tinha mais
17:25o que fazer
17:26no 8 de janeiro,
17:27formalmente.
17:28Então,
17:28quem sumiu
17:29não foi o Braga Neto,
17:30o Bolsonaro,
17:31o Bolsonaro estava
17:32nos Estados Unidos.
17:32então,
17:34assim,
17:35essa expectativa
17:36de ligar
17:36uma coisa
17:37à outra,
17:39até agora,
17:40ela não foi cumprida
17:41e me parece
17:42muito difícil
17:43que será cumprida
17:43ao longo
17:45desse julgamento.
17:47Mas,
17:48a questão é,
17:49e o Zanin
17:50já deu o caminho
17:51confirmando
17:52o que o Gonê
17:53diz na denúncia
17:55e o que baseia
17:57o relatório
17:57do Alexandre de Moraes,
17:58que é
17:59que havia
18:00uma trama
18:01e ela
18:03desembocou
18:04no 8 de janeiro.
18:06E do ponto de vista
18:07deles,
18:07até agora,
18:08não precisa
18:09ter uma mensagem
18:11dizendo,
18:11olha,
18:12nós aqui tramamos
18:13até agora
18:13e, portanto,
18:14no dia 8 de janeiro
18:15nós vamos tentar
18:15dar um golpe de Estado.
18:17Na perspectiva deles,
18:19não precisaria
18:19que isso ocorresse.
18:21Mas,
18:22essa é uma questão
18:23que fragiliza,
18:24sim,
18:25a denúncia.
18:26A gente já falou isso
18:27algumas vezes aqui,
18:28cada vez mais,
18:31a cada condenação
18:32dos réus
18:34do 8 de janeiro
18:35e a última
18:36que começou a ser feita
18:37e parou,
18:38aparentemente,
18:39porque estava
18:40pegando mal
18:40e foi o Fux
18:42que parou,
18:42pediu vista
18:43do caso
18:43da cabeleireira
18:44Débora Rodrigues.
18:48Naquele caso ali,
18:49você fala,
18:49as pessoas olham
18:50e falam,
18:51não dá para dizer
18:53que essa mulher
18:53estava participando
18:54de um golpe de Estado.
18:55Ela pode até
18:56ter dito,
18:57e aí é isso,
18:58argumenta-se,
19:00de que ela estava ali
19:01imaginando que derrubava
19:03o governo Lula e tal.
19:04Mas a questão é que é isso,
19:05as pessoas ali não estavam armadas.
19:07O que o Alexandre de Moraes
19:09destacou
19:09no voto de hoje,
19:11por exemplo,
19:11que uma policial
19:12se feriu.
19:14Mas aí,
19:15quando ele destaca
19:15que uma policial
19:16se feriu,
19:18ele também
19:19expõe
19:20que a maioria
19:21dos policiais
19:22não se feriu.
19:23então,
19:24assim,
19:24obviamente,
19:25era uma batalha ali
19:26desigual.
19:28É óbvio que
19:28os manifestantes,
19:30como eram mais numerosos,
19:32machucaram,
19:33sim,
19:33forças policiais
19:34e devem ser punidos
19:35por isso.
19:37Agora,
19:37as imagens
19:38que o Alexandre de Moraes
19:39mostrou hoje
19:39para configurar
19:41um golpe,
19:42a tentativa de golpe
19:42de Estado,
19:44e ele,
19:44inclusive,
19:45manifestou mais uma vez
19:46ao final do julgamento
19:48ali um incômodo
19:49de quem estava
19:50apontando que ele
19:51mostrou as imagens,
19:52ele falou,
19:52isso é natural
19:53mostrar essas imagens.
19:54A questão não é se é natural
19:55ou normal ou não
19:56mostrar essas imagens.
19:57A questão é se essas imagens
19:58confirmam aquilo
19:59que a Procuradoria-Geral
20:02da República
20:02denunciou
20:03e que,
20:05até agora,
20:06o ministro Alexandre de Moraes
20:07endossou
20:07nos julgamentos
20:08do 8 de janeiro.
20:11O que ele mostrou hoje
20:12mostra que estava sendo
20:12cometido ali
20:13um golpe de Estado
20:14ou mostra
20:15que estava sendo,
20:17que estava ocorrendo
20:18atos de vandalismo.
20:20Do vandalismo,
20:20ninguém discorda,
20:21todo mundo está vendo
20:22que teve depredação
20:23e ninguém
20:24argumentou,
20:26não vi ninguém
20:27argumentando
20:27que essas pessoas
20:28não devam vir a ser
20:29condenadas
20:29por depredar
20:31o patrimônio público.
20:33Agora,
20:33está em questão,
20:34sim,
20:35e a forma como
20:36os ministros do STF
20:37vão condenar também,
20:39provavelmente,
20:40esse núcleo
20:41da trama
20:42vai ser importante
20:45para que
20:46seja crível
20:47e seja confiável
20:49e que a
20:50condenação
20:51tenha,
20:53que a população,
20:55digamos,
20:56vamos falar
20:56de forma mais clara
20:57e direta,
20:58que a população
20:59não perceba
21:01que esse julgamento
21:02está sendo injusto.
21:03Então,
21:03pode ser que
21:04ao longo agora
21:05do julgamento
21:06algumas dessas pessoas
21:07sejam condenadas
21:08por três crimes
21:09e não dois.
21:10e esse tipo
21:12de
21:12deliberação
21:14vai ser muito importante
21:16porque se for
21:16como foi agora,
21:18olha,
21:18está tudo certo
21:19e vamos lá,
21:20concordo com tudo
21:21e pode passar,
21:22soa como
21:23se a coisa não tivesse
21:25um critério
21:27muito apurado.
21:29E é por isso,
21:30inclusive,
21:30que alguns ministros,
21:32principalmente o Alexandre de Moraes
21:33e o Flávio Dino,
21:34dissertam mais
21:36sobre a questão
21:36porque eles precisam,
21:37eles percebem
21:38que eles precisam convencer
21:39boa parte da população
21:42de que eles não estão
21:43fazendo um julgamento
21:43de exceção.
21:45Agora,
21:45a melhor forma
21:45de fazer isso
21:46é individualizar as penas,
21:50ponderar o que de fato
21:51ocorreu para cada um
21:52dos réus
21:52e não simplesmente
21:53argumentar e mostrar vídeo.
21:56Isso vai convencer
21:57quem já está convencido.
21:59Quem não está convencido
22:00tem que perceber
22:00no julgamento
22:01uma seriedade
22:02e um critério,
22:04um apuro
22:05para condenar
22:07as pessoas
22:07pelo que elas fizeram.
22:09e não por aquilo
22:10que é conveniente
22:11para que a denúncia
22:12ou para a democracia
22:13brasileira,
22:14a democracia brasileira
22:16vai sair fortalecida
22:16nesse julgamento
22:17se ele for feito
22:19de forma rigorosa
22:21e justa.
22:22e com um conjunto
22:23probatório robusto.
22:25Se ficar só
22:25no circunstancial,
22:27aquelas provas
22:29tênues
22:30que você tem que ter
22:31uma interpretação
22:32muito favorável
22:33para comprar
22:34a ideia
22:35que está embarcada
22:36nelas,
22:36fragiliza-se justamente
22:38a defesa
22:38que eles estão
22:39se arvorando.
22:40Então,
22:41temos que ver
22:41se justamente
22:42nesses próximos meses,
22:43como disse
22:44o Wilson,
22:46devemos alongar
22:47isso até outubro,
22:48quem sabe até novembro,
22:49se até lá,
22:50mesmo nos debates
22:51que tendem a ser abertos,
22:53vamos ver,
22:54em sendo abertos,
22:55se o contraponto
22:58da procuradoria
23:00vai ser contundente,
23:02como certamente
23:03vai ser a defesa
23:04dos acusados,
23:05não é Wilson?
23:07Não,
23:07exatamente,
23:08Inácio,
23:09e desculpa,
23:10eu não estou olhando
23:10para o vídeo,
23:11porque ao mesmo tempo
23:12que eu estou falando
23:12com o que eu estou ouvindo
23:13aqui os comentários do Rodolfo,
23:15eu estou publicando nota
23:16aqui no nosso site
23:16e tem mais detalhes,
23:17já tem repercussão chegando,
23:18eu queria colocar
23:20no ar a repercussão
23:20do ex-presidente Jair Bolsonaro,
23:22que ele falou
23:22aqui nas redes sociais,
23:25está aqui,
23:26estão com pressa,
23:26muita pressa,
23:27o processo contra mim
23:28avança a uma velocidade
23:2914 vezes maior
23:30que o do mensalão,
23:33e pelo menos 10 vezes
23:34mais rápida
23:34que o de Lula
23:35na Lava Jato,
23:36isso é fato,
23:36inclusive nós falamos
23:37aqui no meio dia
23:38sobre a celeridade
23:40desse processo,
23:41o motivo nem tentam
23:42mais esconder,
23:43a própria imprensa
23:44noticia abertamente
23:45sem rodeios
23:45que a motivação
23:46não é jurídica,
23:47enfim,
23:47aí depois ele faz
23:48outra ponta,
23:48a menos julgar
23:49pelo que lemos
23:49na imprensa,
23:50estamos diante
23:51de um julgamento
23:51com data,
23:52alvo e resultado
23:53definidos de antemão,
23:55algo que seria
23:56um teatro processual
23:57disfarçado de justiça,
23:59acho que tem mais
24:00outra parte
24:01da manifestação dele,
24:03todos dizem que
24:04o processo vai se encerrar
24:04no final de 2025,
24:07e aí depois ele
24:08acrescenta lá embaixo
24:09que a ironia é que
24:10quanto mais atropelam
24:11regras,
24:12prazos e garantias
24:13para tentar me eliminar,
24:15mais escancarado
24:15fica o medo
24:16que eles têm
24:17das urnas
24:18e da vontade
24:20do povo.
24:21É isso,
24:22agora vai virar
24:23campo de batalha,
24:24o ex-presidente
24:24da república
24:25deve dar uma coletiva
24:26daqui a pouco,
24:27por volta
24:28das,
24:29são 1h23,
24:30nesse momento,
24:31ele deve dar uma coletiva
24:32mais tarde
24:34pra falar
24:35sobre esse caso,
24:36ele acompanha
24:37o julgamento
24:38no gabinete
24:39do Flávio Bolsonaro,
24:40do senador Flávio
24:41Bolsonaro aqui,
24:42aqui no Senado,
24:43e, enfim,
24:45agora vamos ver,
24:46vamos acompanhar
24:47porque a tarde
24:47vai ser longa,
24:49meu caro Inácio,
24:50e, olha,
24:51as coisas vão esquentar
24:53aqui em Brasília,
24:53porque, inclusive,
24:54tem sessão da Câmara
24:55dos Deputados,
24:56então imaginem
24:56que a coisa vai ser,
24:58a coisa vai literalmente
24:59pegar fogo.
25:00É bom lembrar
25:01que, como falou
25:02o nosso Guilherme Resch
25:04durante o programa,
25:05o PL promete
25:06entrar em obstrução
25:07pelo PL da Anistia.
25:08se vai dar certo
25:10essa obstrução,
25:13ainda não sabemos,
25:15a gente precisa
25:15aguardar um pouco,
25:17mas é mais movimento,
25:18é mais um campo de batalha
25:19e é isso,
25:21agora o ex-presidente
25:23da República,
25:25de fato,
25:26vai incorporar
25:27esse arquétipo,
25:29arquétipo
25:30de que está sendo
25:31perseguido
25:31pelo Supremo Tribunal Federal.
25:38e aí
25:43e aí
25:45Obrigado.