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O pedido de indiciamento do deputado André Janones (Avante) pela Polícia Federal – feito nesta quinta-feira, 12 – joga por terra a desculpa esfarrapada dada pelo candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), para livrar o colega do Conselho de Ética da Câmara.
Em junho deste ano, Boulos defendeu a improcedência da denúncia por quebra de decoro parlamentar argumentando que os crimes ocorreram antes do exercício do mandato de Janones. Uma argumentação falaciosa.
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NotíciasTranscrição
00:00O Antagonista nas Eleições 2024
00:07Então, gente, eu vou sentir falta dessa vinheta, né? Vai ser a penúltima vez que vamos usar essa vinheta no programa, né? Provavelmente a última vez vai ser na próxima segunda-feira.
00:24Deixa eu começar com as eleições lá em São Paulo, porque, meus amigos, neste momento está rolando entrevista de emprego, comandada por Pablo Massal.
00:38Pablo Massal resolveu fazer uma entrevista de emprego com o Guilherme Boulos para saber se ele é apto a disputar, se ele é apto a ser prefeito de São Paulo.
00:46Inclusive, nós já falávamos sobre aqui, nós adiantamos aqui que o Boulos topou participar desse ato, que há uma crítica, há uma situação ali de constrangimento dentro do PT.
00:57E deixa eu aproveitar esse momentinho para exibir aqui, ao vivo, um trechinho dessa entrevista de emprego do Guilherme Boulos.
01:04Matheus, coloca aí, por gentileza, por favor.
01:05Do peculato lá na Câmara do Janones, porque, como relator, você acabou deixando ele passar.
01:13Mas, pelo menos, até aceitar do convite, você não precisaria ter aceitado.
01:17Você arrepende de ter aceitado o convite ali na conjuntura, na pré-candidatura para ser candidato a prefeito de São Paulo?
01:26Eu não me arrependo.
01:27Eu acho que você me dá a oportunidade de falar um pouco sobre esse caso.
01:30Cara, ali, você sabe que no Conselho de Ética houve um sorteio.
01:36Não fui eu que fui atrás do caso e tal.
01:38Eu fui sorteado para poder relatar o caso.
01:41E fui ver o caso e estudar os precedentes no Conselho de Ética.
01:45E você tinha ali, no Conselho da Câmara, vários casos de deputados que cometeram uma série de crimes,
01:53ou eram suspeitos de uma série de crimes, e que não foram sequer julgados pelo Conselho de Ética,
01:58porque isso aconteceu antes do mandato parlamentar atual, antes da atual legislatura.
02:05Então, se esse era o critério do Conselho de Ética para vários outros casos,
02:10pau que bate em Chico tem que bater em Francisco.
02:13Não pode ter diferenciação.
02:14Ali eu não absolvi o Janones.
02:17Ali, o que eu disse é que o Conselho de Ética tinha um critério para poder julgar as pessoas,
02:23e que esse critério que foi utilizado para outros deputados tinha que ser utilizado também no caso do Janones.
02:28E repetir, naquele dia, e sempre que fui perguntado o seguinte,
02:32rachadinha para mim é crime,
02:35se a Polícia Federal constatar que o Janones cometeu rachadinha,
02:38que ele seja preso, assim como qualquer outro caso de rachadinha,
02:43como o do Flávio Bolsonaro, que é investigado por isso.
02:46Eu não passo o pano para ninguém, Martão.
02:48Na dimissão das provas lá, a pergunta foi a questão de,
02:52mesmo sendo sorteado, você poderia falar não, né?
02:55E a relatoria cair para o outro deputado.
02:58Deixa eu te fazer outra pergunta.
02:59O que seria de São Paulo e do Brasil se não tivesse as empresas?
03:04Você sabe responder isso nesse processo seletivo aqui?
03:08Claro.
03:09Veja só.
03:09Vamos tirar.
03:10O que seria o Estado, São Paulo e o que seria o Brasil?
03:17Veja só, cara.
03:18A gente vive num país capitalista, São Paulo é a cidade mais pujante economicamente desse país,
03:27portanto, as empresas têm um papel decisivo num país capitalista,
03:31que é poder gerar empregos para que as pessoas possam trabalhar.
03:36Essa ideia de que eu ou a esquerda sejamos contra empresas não é uma ideia verdadeira.
03:42Aliás, um período em que as empresas mais prosperaram e tiveram lucro foram em governos
03:48como o do Lula, em que o país teve crescimento econômico importante.
03:53O que eu não concordo e não admito é que empresas entrem no poder público para poder
04:00apenas ter o seu lucro e prestar um serviço muito ruim para a população.
04:04Eu tenho dado o exemplo, nesse embate eleitoral, Marçal, do caso dos cemitérios, do serviço
04:10funerário aqui em São Paulo.
04:12O Ricardo Nunes, no governo dele, privatizou os cemitérios.
04:16O resultado disso é que as pessoas hoje não conseguem enterrar seus entes queridos.
04:22Teve um caso semana passada, que foi noticiado pela imprensa, de uma moça de 23 anos de
04:28idade que morreu de pneumonia, ficou três dias para ser enterrada porque a família não
04:32tinha 750 reais para pagar o caixão social.
04:36E quando foi enterrada, quando a família conseguiu esse dinheiro, não teve lavagem do cadáver
04:42nem maquiagem, porque esse era um custo a mais.
04:45Esse tipo de coisa eu não admito.
04:47Empresa aqui em São Paulo, pegando o caso da prefeitura, que trabalha com a prefeitura
04:52e faz o trabalho sério, vai ser valorizada no meu governo.
04:56O que não pode ter é aqueles que queiram apenas ganhar e prejudiquem a população com isso.
05:02Você acredita na prosperidade?
05:06Lógico que eu acredito.
05:07A sociedade que eu luto...
05:10Então por que você está há 20 anos morando no mesmo lugar, aparentemente não prosperou,
05:14você é num cara que teve instrução em Boas Gerais?
05:18Traz para cá, vamos lá.
05:20Senhores, é o seguinte, a questão é muito simples.
05:24E aí, Rodolfo, o bolo se convence?
05:26Eu estou constrangido aqui, Wilson.
05:32É claro que eu não esperava nada de melhor do que isso, mas assim, que concessão de
05:37constrangimento público a que o bolo está se prestando nesse momento.
05:43E aí, assim, eu estou pensando aqui que eu vou escrever sobre isso.
05:46A gente mostrou um pedaço, eu estava assistindo antes de entrar.
05:48E aí o bolo foi se justificar, né?
05:52Por que ele estava participando dessa entrevista de emprego?
05:57Por que o Marçal tem que fazer entrevista de emprego com o bolo?
05:59Ele não tem o que fazer, né?
06:00Ele não tem, ele saiu da corrida eleitoral no primeiro turno.
06:05E ele deu um jeito de protagonizar o último dia de campanha, botando o bolo nessa aí, nessa furada.
06:12E aí o bolo está mansinho, ele não pode, ele não pode brigar com o Marçal, ele não
06:16pode agredir o Marçal, ele não pode reagir às provocações do Marçal.
06:21E todas as perguntas que o Marçal fez até agora foram de provocação para o bolo.
06:25Só que é isso, o bolo tem alguma expectativa de que ele possa vir a convencer algum eleitor
06:28do Marçal a votar nele.
06:31E aí, como eu estava falando, antes de entrar no ar, o Marçal pergunta o que você vai
06:35fazer às sete horas de domingo quando você tiver perdido a eleição?
06:42Essa foi a primeira pergunta.
06:44E aí o bolo falou que estou aqui porque nunca fugi de nenhum embate.
06:49Aí o Marçal na intervenção seguinte fala, então por que você não foi no debate da
06:53Veja?
06:54E aí o bolo disse que não foi no debate da Veja porque não acordou sobre as regras.
06:59Ele, o da Atena e o Nunes não foram ao debate da Veja para boicotar o Pablo Marçal.
07:06E aí o bolo não pode falar agora que ele nunca fugiu de embate porque ele, né, a gente
07:10até noticiou assim que ele fugiu, eles foram rotulados de fujões pela Marina Helena, que
07:15foi a candidata do novo aqui.
07:17Então assim, é uma sessão de uma humilhação pública que vai entrar para a história dessa
07:23eleição também, junto com a cadeirada, junto com o Soco, junto com o Ovada.
07:30isso aí realmente vai ficar no currículo do Guilherme Boulos.
07:37Ô Rodolfo, porque eu quero ouvir o Ricardo, porque esse é um ponto que inclusive quando
07:43vinha para cá, para a redação, eu fazia justamente essa reflexão.
07:47em política, e aí você, meu querido, você tem uma experiência até maior do que este
07:54que vos fala?
07:57Porque em política existe uma diferença muito grande entre ganhar no vale tudo e perder
08:01de forma honrada.
08:03A impressão que eu tenho é que o Boulos entrou no modo desespero, em que, olha, vale tudo,
08:09inclusive participar de uma live com um cara que praticamente só faltou acusá-lo de ser
08:14um traficante de drogas, né?
08:17Em política, nós sabemos que esses movimentos de aproximação são movimentos absolutamente
08:22comuns em determinadas situações.
08:24Só que me parece que nesse caso, acho que bem o pontão Rodolfo, você tem um oportunismo
08:29de ambas as partes, tanto da parte do Boulos quanto da parte do Paulo Massal.
08:34E aqui, sem querer defender o Boulos ou coisa parecida, mas me parece que ao participar dessa
08:39live, o Boulos, ele carimba na sua testa o seguinte estigma.
08:45Sou um oportunista.
08:47E eu acho que isso pode ser muito nevrágico para ele, pode ser algo muito delicado para
08:51o Boulos no futuro de uma carreira política.
08:54O que você acha, meu caro Ricardo?
08:56Olha, eu acho simplesmente patética a atitude dele, né?
09:00Você vê que coisa interessante.
09:02Logo no início do segundo turno, ele já começou publicamente e até aderiu ao próprio
09:06programa de governo, pautas da Tabata Amaral, que ele a vida inteira se posicionou contra.
09:13Era especificamente um programa que dava auxílio a jovens empreendedores.
09:17Historicamente, as esquerdas e principalmente o PSOL, eles sempre pregaram o seguinte, a
09:24pessoa tem que estudar, arrumar um emprego, fazer uma carreira, se manter o maior tempo
09:30possível nesse emprego, esperar a aposentadoria chegar e pronto.
09:34A partir daí, está encerrado o ciclo.
09:37Essa ideia de que o empreendedorismo leva à prosperidade, que o empreendedorismo leva
09:43ao desenvolvimento, isso sempre foi rechaçado pela esquerda e principalmente pelo Guilherme
09:48Boulos.
09:48Mas de forma oportunista, já naquela época, ele começava a aderir a esses programas.
09:54É simplesmente patético o que ele fez, porque uma coisa é o Pablo Marçal, ele está
09:59no papel dele, é um cara muito inteligente no aspecto da comunicação, a Javista, a
10:05personagem política que ele se transformou agora, ele fez o papel dele, ele se tornou
10:10um protagonista, mesmo de fora.
10:12Patético, vou repetir pela terceira ou quarta vez esse termo, é o Boulos de topar fazer
10:17esse papel de escada para o Pablo Marçal pisar na cabeça dele e subir mais um pouco.
10:22Agora, ainda pior é assistir gente como o Guilherme Boulos, que ao longo desses dias, por razões
10:30corretas, defendeu inclusive o bloqueio das redes sociais do Pablo Marçal, pelo tamanho
10:37do estrago que as mentiras que o Marçal contava nas suas redes sociais, que são imensas, com
10:43milhões de seguidores, é ele agora, Boulos, se aproveitar desses milhões de seguidores
10:48para poder tentar passar alguma mensagem. É a quinta vez, acho que vou falar, é patético.
10:55Quer fazer algum comentário sobre esse episódio? Assim, eu estou puxando o filme e eu acho
11:04que as eleições em São Paulo, de novo, né? Quando a gente imaginava que não ia acontecer
11:08mais nada, me acontece essa live do Boulos com o Pablo Marçal, esse plot twist. Quer fazer
11:14algum comentário, meu querido? Wilson, o que eu acho que tem uma certa graça, né?
11:21Vamos lembrar aí que, durante os debates, o Marçal pegava uma carteira de trabalho e
11:29mostrava, assim, exorcizando o Boulos com uma carteira de trabalho e o Boulos tentava roubar
11:34a carteira de trabalho dele. E aí, eis que hoje o Boulos está fazendo uma entrevista de emprego
11:40com o Pablo Marçal, né? Eu acho que tem uma certa graça nessa história. E aí, como
11:45o Ricardo falou, é o Boulos sendo usado de escada para o Marçal. O que o Marçal calculou
11:50nessa hora? O Marçal, ele é um cara de direita. 80% dos eleitores dele já falaram que vão
11:58votar no Nunes. Ele está fazendo campanha para o Bruno Engler, em Belo Horizonte, para
12:04Cristina Grêmio, em Curitiba. Então, ele sabe que o futuro dele na política é na
12:09direita. Não faria o menor sentido ele fazer uma entrevista à Chapa Branca, bajulando o
12:14Guilherme Boulos. Então, ele está indo na ferida. Por que você não foi no debate da
12:19Veja? Rachadinha do Janones. Está pegando todas as questões que, realmente, eu acho que
12:26aí vai estar sendo uma humilhação para o Boulos, pelo que a gente está vendo do andar da
12:31Carruagem. Matheus, coloca na tela, por gentileza, um outro trechinho aqui da
12:35Sabatina, porque o Paulo Marçal fala, justamente, nesse momento, agora, sobre as
12:38questões mais nevrálgicas da campanha eleitoral. Vamos exibir rapidinho.
12:46Estamos com um problema no áudio. A gente conseguiu recuperar, porque, nesse
12:52momento, o Marçal já falava, falava, justamente, sobre a questão, sobre a
12:59forma como o Marçal ultrapassou um pouco a linha da cintura. Matheus, oi, oi, querido.
13:06Permite uma rápida observação. Eu, olhando, assim, o cenário atrás dos dois, essas coisas
13:13nunca são aleatórias, elas são sempre bem calculadas. Você pega o Marçal, com o cenário
13:18ao fundo, de uma casa muito bonita, muito bem decorada, aquela luzinha ali, a meia luz de um
13:24abajur, né? Simbolizando isso que ele fala o tempo todo, o sucesso profissional e financeiro
13:30dele. E, do lado de lá, está o Boulos, atrás de uma estante gigantesca, cheia de livros.
13:35Eu não sei se são aqueles cenários fakes, eu estou... É uma ilação minha aqui, porque
13:39está cheio de live que a gente assiste aí, que atrás parece uma biblioteca e não existe,
13:44né? Mas está lá, cheio de livros por trás. Esses símbolos são muito interessantes,
13:49eu gosto muito de observar isso, sabe?
13:50E, do lado de lá, está o Boulos.
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