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O pedido de indiciamento do deputado André Janones (Avante) pela Polícia Federal – feito nesta quinta-feira, 12 - joga por terra a desculpa esfarrapada dada pelo candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), para livrar o colega do Conselho de Ética da Câmara.
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Transcrição
00:00Boulos vai ter muito que se explicar a partir de agora, porque ontem a Polícia Federal divulgou o relatório,
00:07pediu indiciamento de André Janones por crime de rachadinha.
00:12Por que ele vai ter que se explicar? Por essa declaração que ele deu no Conselho de Ética.
00:16Matheus, coloca por gentileza.
00:17Antes de ir à conclusão do voto, inclusive casos mais recentes do que esse,
00:24e que eu não citei aqui porque sequer chegaram ao Conselho de Ética,
00:28a exemplo, deputado Abílio, da representação feita em relação a deputados,
00:36pelo meu partido pessoal, em relação a deputados que estimularam ou participaram indiretamente
00:41dos atos golpistas de 8 de janeiro, sequer foi encaminhada a este Conselho
00:47sob uma argumentação política de que foram precedentes ao exercício dessa legislatura
00:56e do mandato pelos deputados.
00:58Então, é preciso ter coerência e usar o mesmo critério independente do campo político
01:05de cada representado.
01:08Efetivadas tais regressões jurisprudenciais e fáticas,
01:12revela-se incontestável a inexistência de justa causa para acolhimento da representação.
01:17Na mesma linha do relatório preliminar do ex-deputado Ronaldo Benedetti,
01:22já citado neste relatório, impondo-se, consequentemente, o término desse expediente.
01:30Ante o exposto, tendo em vista o teor dos fundamentos acima alinhavados,
01:35voto pela ausência de justa causa para acolhimento da representação proposta pelo PL
01:41em face do deputado André Janones, arquivando-se, por conseguinte, o presente feito.
01:48Então, qual foi o argumento do Boulos, para deixar muito claro para você que nos acompanha?
01:55Ele argumentou, no seu parecer, que as denúncias eram referentes a 2016,
02:00quando ele não era deputado federal.
02:03E aí ele disse, não, porque a representação apresentada pelo PL também fazia uma referência a 2016.
02:08Só que, nananina não, a representação do PL faz referência a 2019,
02:14quando o André Janones já era deputado federal.
02:17E aí, o que acontece? Me vem a Polícia Federal e me apresenta o seguinte relatório.
02:21Vamos esmiuçar o trecho do relatório, Matheus?
02:24Porque, bota esse primeiro ponto, aquela primeira arte, Matheus,
02:28falando sobre os valores do cheque, para a gente explicar direitinho.
02:31O que a PF descobriu?
02:33A PF descobriu que os assessores do André Janones, você tinha dois modos operantes.
02:37O primeiro, foi confeccionado um cartão de crédito em nome de um assessor do André Janones,
02:47que é em nome do André, para o uso do André Janones.
02:52Então, por exemplo, só nesse caso do cartão de crédito do Mário,
02:55que não é o nosso Mário Alain dos Panos,
02:57esse ex-assessor, ele gastou, de 2019 a 2023, R$ 1,1 milhão e R$ 100 mil,
03:03sendo que, no período, ele teve uma remuneração de R$ 940 mil,
03:09ou seja, ele estaria endividado.
03:12Ele estaria endividado.
03:13Passa o trecho, Matheus.
03:16Vamos ver se a gente... Vamos passar o outro trecho aí, Matheus,
03:18só para a gente ficar... Para a gente mostrar isso direitinho.
03:22Está aí, muito bem. Obrigado, querido.
03:23E aí, tem um detalhe que a própria Polícia Federal argumenta aqui,
03:29é que ela pediu ao Banco do Brasil o registro das faturas dos cartões do Mário,
03:34do Mário Celestino da Silva Júnior, ex-assessor.
03:38E aí, o que ela descobriu?
03:39Próximo ponto, Matheus.
03:41Próximo item.
03:42Está aí, olha aí.
03:43O Mário utilizando praticamente o mesmo cartão do Janones.
03:48Janones, ele virou dependente na prática, explicando de forma muito clara,
03:53ele virou dependente do seu ex-assessor, Mário Celestino da Silva Júnior.
03:57Próximo trecho.
03:58Detalhe, é um Ouro Card Visa, enfim, super...
04:01Um cartão top de linha.
04:04Aí, é uma comunicação do Banco do Brasil confirmando que há esse vínculo dos dois cartões de crédito.
04:10Próximo ponto, Matheus.
04:13Aí, a conclusão da PF.
04:14Ao que tu indica, o único objetivo do Mário, ao emitir o cartão adicional,
04:19era repassar parte de sua remuneração para o parlamentar.
04:24Afinal, o cartão principal de sua titularidade somente veio a ser utilizado aproximadamente quatro anos.
04:31Quatro anos após a sua obtenção.
04:34Enquanto isso, o adicional, em nome do deputado André Janones, passou a ser utilizado imediatamente.
04:40Próximo item, Matheus.
04:42A gente explica isso aqui.
04:43Aqui você tem a Polícia Federal mostrando essa triangulação dos cartões de crédito.
04:48Próximo item.
04:49Eu estou colocando só esse trecho do cartão de crédito porque ele é o mais gritante.
04:53Essa aqui, gente, é uma nota fiscal emitida pelo André Janones.
04:56Aí vem outro detalhe que é muito pitoresco.
04:58Por quê?
04:59Segundo a PF, o que a PF descobriu?
05:01A PF descobriu que o André Janones não só usava o cartão de crédito do Mário Celestino,
05:06como ele ainda pedia ressarcimento pelos gastos do cartão do Mário Celestino.
05:09Dentro do cartão parlamentar, passa o próximo item, Matheus.
05:15Porque aí vamos ter, inclusive, a conclusão da PF, né?
05:19É outro trecho, Matheus, que eu acho que é o trecho mais importante, que eu tenho que dar uma corrida.
05:23Esse é o último?
05:24Esse é o último.
05:25Então, assim, a PF traz para cá, Matheus.
05:27Ela conclui justamente isso, que o André Janones, nessa triangulação,
05:32ele não só utilizava o assessor para pagar suas contas, como ele ainda tentava obter recursos do cotão parlamentar.
05:41Quer dizer, ou seja, e aí você tem o Boulos livrando a cara do Janones, nesse caso, que é escandaloso.
05:49Então, meu caro Rodolfo Borges, o Boulos perdeu uma baita de uma oportunidade de fazer justiça.
05:57É, o Janones tentava conseguir um cashback ainda, né, Wilson?
06:00Não sei se esse é o termo exato.
06:01Não, é perfeito.
06:04Matheus, para eu te colocar aí, o cashback do Janones com o cotão parlamentar.
06:09O Janones conseguiu esse efeito.
06:11Cashback de cotão parlamentar.
06:14Parabéns, Rodolfo.
06:14Bela expressão.
06:15É isso, cashback do cotão parlamentar.
06:17Vamos publicar essa nota.
06:19Na tarde a gente publica, Wilson.
06:20E só vamos falar rapidinho, só.
06:22Assim, sobre o argumento do Boulos, que você destacou,
06:26eu sei que nada mudaria a partir do que veio, do que a Polícia Federal apresentou.
06:33Mas a pergunta que eu faria para o Boulos, se ele viesse aqui para a Sabatinei, ele já anunciou que não vai vir,
06:39aqui na Sabatinei do Antagonista,
06:41é se a luz do que a Polícia Federal apresentou nesse relatório, nesse indiciamento,
06:48se ele mudaria o voto dele, a posição do relatório dele contra a cassação do Janones.
06:55Porque, assim, depois disso fica difícil, né, Wilson?
06:58Já era muito complicado, a gente já falou aqui várias vezes,
07:01sustentar essa posição do Boulos, que ajudou a salvar o Janones lá no Conselho de Ética da Câmara.
07:04Depois disso aí, é, assim, impossível.
07:25E aí, assim, impossível.

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