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No Brasil, o ano começa diante da possibilidade de uma reforma ministerial, na qual o governo Lula ainda vai tentar costurar uma boa base de apoio no Congresso, e 2025 também começa sob a perspectiva do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, indiciado pela PF sob a suspeita de ter tramado um golpe de Estado no Brasil.
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NotíciasTranscrição
00:00Esse é um ano que promete ser agitado, apesar de não ser um ano eleitoral, eleições só em 2026.
00:08Mas quem fala com calma sobre isso agora é o Wilson Lima, nosso quadro Reunião de Pauta Especial.
00:16Solta a vinheta da Reunião de Pauta.
00:18Wilson Lima, voltando aí de Brasília, esse ano 2025 promete muito, não?
00:36Rapaz, não é que promete ano pré-eleitoral, não é, Duda?
00:38Sim, temos sempre no núcleo da política o ano pré-eleitoral e o ano eleitoral.
00:43O seguinte, gente, só que por conta das eleições de 26, nós tivemos de certa forma dois anos pré-eleitorais, 24 e agora 25.
00:53Está todo mundo já de olho em 26, isso é fato.
00:56E 26, gente, vai ser um ano que é, segundo parlamentares, líderes, vai ser um ano que vai dividir, vai ser um divisor de águas, sem dúvida nenhuma.
01:08Mas esse ano de 2025, como você falou na chamada, meu caro Duda, apesar de não ser um ano eleitoral, propriamente dito,
01:17mas é um ano que vai, olha, muita coisa vai acontecer, porque tem muita coisa de 2024 que ficou pendente para se resolver em 2025.
01:25Então, meu caro Magal, por favor, coloque na tela, por gentileza, a artezinha dos principais fatos políticos de 2025,
01:37porque tem muita coisa para a gente discutir, vamos lá.
01:41Julgamento das emendas parlamentares, isso aqui é julgamento no STF, esse julgamento pode dar um ponto final para a história das emendas.
01:50Daqui a pouco o Duda me ajuda a comentar.
01:52No segundo semestre, ali por volta de setembro, outubro, tem um julgamento de Jair Messias Bolsonaro.
01:59Isso aqui é pólvora pura.
02:03Essa história do julgamento do Bolsonaro é pólvora pura. Por quê?
02:08Porque, imaginem a situação, imaginem se o ex-presidente da República é condenado à prisão.
02:13Imaginem a situação para 26.
02:16Isso pode ser resolvido já no final desse ano.
02:18Agora, até março, vamos ter reforma ministerial.
02:22E vou contar no programa o que nós já temos ali de algumas peças que devem ser realocadas nesse início de ano.
02:31E eleições na Câmara e Senado que mudam totalmente a correlação de forças no Congresso Nacional.
02:39Pode trazer para cá, porque eu vou pegar por esses dois pontos, Duda.
02:43Reforma ministerial e eleições na Câmara e Senado.
02:49O que nós temos? O que tem posto nesse momento?
02:52Artulira e Rodrigo Pacheco.
02:54Os dois perdem os seus respectivos cargos, mas não vão perder o prestígio.
02:59A expectativa é que o Rodrigo Pacheco vá ser o novo ministro da Justiça no lugar do ministro Ricardo Lewandowski.
03:10Qual é a questão agora?
03:11É onde acomodar ele, Arthur Lira?
03:16Ele vai ser ministro do governo Lula.
03:18Isso é ponto pacífico e já está resolvido.
03:20A questão é onde?
03:21Já se falou em agricultura, e aí seria uma vaga do Fávaro.
03:28Já se falou de saúde, só que o PT não quer liberar, o Lula não quer liberar a saúde,
03:35porque diz que é uma parte estratégica e ele tem uma boa relação com a Anísia Trindade.
03:40Se dependesse do Centrão, principalmente do PP, seria saúde.
03:45É bom lembrar que o PP tem uma relação próxima com o ministro da Saúde.
03:49O Ricardo Barros, ex-líder do governo Bolsonaro, já foi ministro da Saúde.
03:55O que o Paulo Pimenta, na comunicação, vai sair, ele vai ser exonerado.
04:01O Lula busca aí uma saída honrosa para o Paulo Pimenta,
04:05vai assumir a ser com o Silvão de Palmeiras, isso também já está definido.
04:09E aí, com o Rodrigo Pacheco, com o Davi Alcolumbre,
04:18com o virtual presidente do Senado e o Hugo Mota,
04:22Republicanos é um partido que tende a ter um maior espaço na esplanada,
04:27assim como a União Brasil.
04:29A União Brasil já tem três ministérios.
04:32E aí, com o Davi Alcolumbre na frente do Senado,
04:35já estão querendo um quarto.
04:36Então, assim, isso, logo na largada, já pode criar aí um embrólio para o governo Lula.
04:44Por quê?
04:44Porque o governo Lula quer aproveitar essa reforma para tentar reacomodar seus aliados.
04:49Mas, de novo, aí entra o julgamento,
04:52entra o problema lá no Supremo Tribunal Federal.
04:55Enquanto o Dino não resolver essa questão das emendas,
04:59o governo Lula vai ficar impossibilitado de conseguir remanejar, de fato,
05:02seus aliados para tentar aí ter uma acomodação mínima necessária
05:06para criar uma situação de governabilidade.
05:10Então, Duda, é um cenário, amigo, bem complicado para 2025.
05:16E isso não vai se resolver numa canetada simples.
05:19Isso vai...
05:20Olha, e essa negociação, ela vai se arrastar ali pelo menos até fevereiro e março, tá?
05:25Não vai ter reforma ministerial agora em janeiro.
05:28O Lula quer fazer uma reforma ministerial.
05:30E hoje pela manhã eu troquei mensagens com alguns integrantes do Palo Alto.
05:33Eles me falam,
05:34Wilson, quando o presidente for resolver,
05:36ele vai fazer uma mega reforma.
05:38Vai resolver de uma vez.
05:40Ele não quer ficar fazendo reforma pingada.
05:42O chato é que até lá o que vai ter de ministro sangrando não vai estar escrito.
05:48E só para a gente complementar esse bloco, Duda,
05:52para a gente comentar nós dois,
05:55é o seguinte,
05:56tem julgamento do Bolsonaro,
05:59lá para setembro ou outubro.
06:02No Supremo, até o final do ano passado,
06:05o que se falava era o seguinte,
06:06não é que o Bolsonaro seria ou não condenado.
06:12O próprio ex-presidente sabe disso.
06:14Não é questão de se ele vai ser condenado ou se não vai ser condenado.
06:17A questão é, qual será a pena?
06:20Qual será a dosimetria da pena?
06:23A condenação já é líquida e certa que vai acontecer.
06:28Dificilmente, assim, a não ser que aconteça um milagre,
06:31a não ser que aconteça, a não ser que as coisas mudem muito até lá.
06:34Mas hoje o que os ministros falam é,
06:36gente, tem, segundo eles,
06:40há elementos que de fato coadunam com a tese
06:42de que o presidente e ex-presidente
06:44teriam atuado para se dar um golpe de Estado no Brasil.
06:48A questão é, qual vai ser essa dosimetria de pena?
06:51Vai ser prisão? Vai ser regime fechado?
06:53Vai ser semiaberto?
06:56Vai se ratificar a ineligibilidade do ex-presidente da República?
07:00E aí, por isso que eu falo que esse ano de 2025,
07:04ele acaba sendo uma prévia de 26. Por quê?
07:06Porque o ex-presidente, a gente já mostrou aqui no Antagonista, na Cruzoé,
07:11que o ex-presidente, mesmo se ele vier a cumprir uma pena,
07:15ele vai querer adotar a mesma estratégia do presidente Lula de 2018.
07:20de esticar a corda até o registro de candidatura em 26.
07:27E aí, meu caro Lula Teixeira, imagina a situação.
07:32Você estica até 26,
07:34e aí a direita vai ter que definir ali um nome importante
07:38para disputar uma eleição contra o Lula.
07:42Porque o Lula, esse, a não ser que ele tenha alguma outra queda,
07:47algum outro problema de saúde mais grave,
07:49esse é candidatíssimo para 26.
07:51Então, por isso que 25 acaba sendo um ano muito importante.
07:53O Bolsonaro provavelmente vai acabar 2025 falando que ainda é candidato.
07:59Você, Wilson, apontou isso muito bem
08:00numa capa aqui da revista Cruzoé,
08:03dessa estratégia do ex-presidente,
08:07de tentar ali até o último minuto conseguir recuperar a possibilidade de se candidatar.
08:14A gente vai ter no Tribunal Superior Eleitoral
08:17tanto o André Mendonça como o Cássio Nunes Marques.
08:21Essa está aí muita esperança do Bolsonaro.
08:24Então, Bolsonaro vai continuar dizendo que é candidato pela direita
08:28durante esse ano inteiro.
08:31E, Wilson, você comentou do Arthur Lira e do Pacheco,
08:34aí talvez tendo cargos no governo Lula.
08:38Interessante.
08:39É, sim, um critério que o governo Lula pode usar,
08:44esse de acolher ex-aliados,
08:47ou pessoas que, de alguma maneira,
08:49prestaram bons serviços ao governo Lula.
08:53E aí, vamos ver quem que eles vão escolher,
08:56se realmente vão incluir esses dois.
08:58Agora, tem um outro cálculo que é o governo vai querer aprovar o orçamento
09:05e outras coisas também.
09:07E aí, precisa fazer quantos ministérios cada partido vai ganhar.
09:13Então, também é um outro critério que entra nessa história.
09:15O Arthur Lira, ele é uma pessoa que já perdeu também muito do poder que ele tinha.
09:23Interessante você comentar que ele poderia ir para o Ministério da Agricultura.
09:26acho que faz sentido, porque, se não me engano,
09:28o Arthur Lira, ele era muito próximo,
09:30ali da frente parlamentar da agricultura.
09:36Então, acho que é uma possibilidade.
09:38Também tem a possibilidade do Lula criar um outro ministério.
09:41De repente, divide aeroporto e porto.
09:44Sempre existe.
09:46O plano inicial era realocar o...
09:48O que é a grande questão do Lira?
09:50O que, nas conversas que nós tivemos acesso,
09:54pelas negociações, o que o governo, o que o Lira tem solicitado?
09:58O que os aliados do Lira têm solicitado?
10:01Que é a questão de um ministério com caráter de entrega de obras.
10:07Um ministério finalístico.
10:09Então, por isso que você tem aí a agricultura que está no jogo.
10:13O PP...
10:14Duda, o fato é o seguinte,
10:15a gente pode deixar o Duda aqui na telinha?
10:16Se dependesse do PP, seria a saúde.
10:20Ponto.
10:21É o ministério que entrega,
10:23é o ministério responsável por vacinação,
10:24e é uma boa...
10:26Tem recurso, né?
10:26Tem recurso.
10:28Tem recurso.
10:29Então, assim, é o ministério que, literalmente,
10:31é o ministério vitrine.
10:35E os deputados têm reclamado muito
10:37da forma burocrática com a qual a Anísia Trindade
10:40têm lidado com algumas questões,
10:41inclusive de liberação de emendas.
10:42Então, seria uma forma de você botar um político lá dentro,
10:46resolve essa questão do Lira,
10:48deixa ele atuando nessa pasta,
10:51e pronto, resolve-se.
10:53E ponto final.
10:56Só que o governo Lula resiste.
10:58Também se faz...
10:59E aí, nessa correlação de forças,
11:01também tem a articulação política.
11:03Porque o Padilha não é um cara muito neiquisto pela Câmara.
11:07E isso tende a ser...
11:09Se alongar ao longo de 25.
11:12E o Centrão está de olho nessa articulação política
11:15para azeitar justamente essa relação
11:17entre a Câmara e o Poder Executivo.
11:20Agora, falando um pouco mais do que vai acontecer no mundo,
11:23na política internacional.
11:26Vou contar...
11:27Bom, é claro,
11:29essa é um pouco a minha praia aqui.
11:31Então, nós teremos, claramente,
11:3410 de janeiro,
11:36uma data super importante,
11:37é a que está mais próxima,
11:39é a posse do ditador Nicolás Maduro na Venezuela.
11:45O Maduro provavelmente vai escalar ainda mais a repressão,
11:49a violência,
11:50e vai ter que fazer isso,
11:53porque vários países já não reconheceram o Maduro,
11:58essa fraude eleitoral que ele cometeu dia 28 de julho do ano passado.
12:03Então, a gente pode esperar aí mais tensão na Venezuela
12:07e uma pressão grande internacional
12:10para que...
12:13Tentar, pelo menos,
12:15que o Edmundo González Urruti,
12:16que é o presidente eleito da Venezuela,
12:19teve o dobro de votos do Maduro,
12:21que ele seja reconhecido.
12:23Então, a gente vai ter uma tensão internacional
12:25na Venezuela,
12:26certamente, dia 10 de janeiro.
12:28Em seguida, a gente tem a posse do Donald Trump,
12:34republicano,
12:35que foi eleito nos Estados Unidos,
12:38derrotando Kamala Harris, a democrata.
12:41O Trump que promete fazer milhares de coisas ali no seu primeiro dia,
12:46no day one de mandato.
12:49Então, provavelmente,
12:51aí tem um monte de coisa que ele está contando fazer,
12:54prometendo,
12:55desde tirar os Estados Unidos dos acordos de Paris,
12:59aqueles acordos para evitar o aquecimento global,
13:04resolver a guerra da Rússia,
13:07que é a invasão, né?
13:09A Rússia da Ucrânia.
13:11Ele diz que vai resolver isso,
13:12não se sabe direito como vai fazer.
13:14Vai impor sanções ao Irã.
13:17Também tem uma possibilidade grande
13:19de um ataque às instalações nucleares do Irã,
13:23um ataque que poderia ser feito tanto por Estados Unidos
13:26quanto por Israel.
13:29E acho que para falar comigo sobre isso,
13:33eu tenho o Alexandre Borges.
13:36Alexandre, você está na linha?
13:37Podemos falar um pouco sobre
13:38o que você espera aí para o ano 2025?
13:46Alexandre, você está sem som?
13:48Dá uma conferidinha no microfone.
13:49Não estou te ouvindo.
13:53O seu microfone está mutado, Alê.
13:58Continua mutado.
14:00Dá uma outra...
14:03Bom, sigo.
14:05Vou falando de novo do Trump,
14:07porque são muitas coisas que ele prometeu.
14:09Wilson, quer falar?
14:10Diga.
14:10Não, Duda, eu queria te fazer uma pergunta simples.
14:14Enquanto o Alê chega,
14:15enquanto o Alê desmulta o microfone,
14:17eu acho que o microfone...
14:18Eu acho que assim,
14:18pode deixar a tela dividida,
14:20porque basicamente foi o caso que foi o seguinte,
14:21meu caro Duda,
14:22eu acho que o microfone do Alê
14:24foi passar o Réveillon em Copacabana
14:27e não voltou até agora.
14:28Está indo lá pela prática Copacabana.
14:31Bem merecido, diga-se de passagem.
14:33Ô Duda,
14:33a pergunta que eu te faço é a seguinte.
14:35O Trump toma posse agora,
14:37agora em janeiro.
14:38Como é que isso...
14:41Como é que...
14:42Qual vai ser a mudança, né?
14:44Qual vai ser a...
14:47Isso altera a correlação de forças
14:49na geopolítica internacional, por exemplo,
14:51em alguns países grandes,
14:52como França, na Rússia, Alemanha.
14:55E no Brasil, Duda?
14:57Qual vai ser o impacto da posse do Trump
14:59e do governo Trump para o governo brasileiro?
15:01Dá para a gente já ter uma noção
15:03do que vem por aí, querido?
15:05Olha, o Trump tem ameaçado
15:07aumentar tarifas de importação
15:09de todos os países, né?
15:11É claro que fala de aumentar
15:13mais principalmente da China,
15:16mas pode sobrar para qualquer um.
15:18Então, o que provavelmente
15:20já tem muita gente fazendo
15:22é presidentes, primeiros ministros,
15:26se aproximando do Trump,
15:28porque o Trump resolve muito
15:30as questões ali
15:32de uma hora para outra,
15:36muito baseado nas relações
15:37pessoais que ele tem.
15:40Então, é por isso, por exemplo,
15:41que o primeiro-ministro do Canadá,
15:44o Justin Trudeau,
15:45foi lá na mansão de Maré-Lago, né?
15:48Então, assim, o Trump está ameaçando,
15:49por exemplo, em aumentar
15:51tarifas do Canadá,
15:53está ameaçando também
15:53em aumentar tarifas do México.
15:56E aí, o que você faz
15:57para tentar evitar
15:58que o seu país como um todo
16:00seja prejudicado?
16:01Você põe o primeiro-ministro
16:03num avião e manda
16:04para a mansão do Trump
16:06na Flórida.
16:08E diz ali, olha,
16:09Trump, conta com a gente, né?
16:11A pressão do Trump ali
16:12em relação ao Canadá
16:13tem muito a ver com
16:14impedir que imigrantes ilegais
16:17entrem nos Estados Unidos
16:19pelo Canadá, né?
16:21Embora entre muito mais
16:23pelo México,
16:23mas existe essa pressão
16:25também pelo Canadá.
16:26Então, você sinaliza
16:28que você vai ceder
16:29em alguma questão,
16:31diz ali para o Trump,
16:32olha, Trump,
16:32a gente vai realmente
16:33subir um muro aqui
16:34para as pessoas, né?
16:35Qualquer coisa que você fale
16:37e tenta evitar
16:38essas tarifas grandes.
16:40O problema para o Brasil, Wilson,
16:43é que o Lula
16:43não tem a menor condição
16:45de exercer qualquer
16:47influência desse tipo
16:48e evitar uma medida
16:50retalhatória dos Estados Unidos
16:53em relação ao Brasil, né?
16:54O Lula ainda cometeu
16:55aquele erro crasso
16:57que foi apoiar
16:58a Kamala Harris
16:59ainda na campanha
17:00dizendo ali que,
17:01olha,
17:02se a gente tem que votar
17:04em alguém
17:04para manter a democracia,
17:06é melhor que a Kamala Harris
17:07ganhe essas eleições.
17:09E, realmente,
17:10foi um baita
17:12de um deslize do Lula
17:14falar isso.
17:15O Trump ganhou
17:16e tinha uma boa chance
17:16de fazer isso até antes, né?
17:18Então, o Lula
17:19devia ter ficado quietinho.
17:19quietinho.
17:21Ale, você
17:21está conseguindo falar agora?
17:24Vamos ver se a gente...
17:26Ótimo.
17:27Ale, então, vamos lá.
17:28O que você acha
17:28para esse ano de 2025?
17:30Feliz ano novo.
17:33Feliz ano novo, Wilson.
17:34O bullying que você fez
17:35está tudo certo,
17:36porque, realmente,
17:38aqui nós temos
17:39o melhor ano novo
17:41do planeta.
17:43Entendeu?
17:44Eu até, olha,
17:45eu estava falando
17:46fora do ar com o Duda,
17:47que se ele fizer
17:48qualquer comparação
17:49de Copacabana
17:50com Balneário Camboriú,
17:51eu vou pegar em armas
17:52e vou mandar
17:53um Cybertruck da Tesla
17:55para a porta
17:55com o antagonista
17:56de São Paulo.
17:58Olha, eu vou te falar
17:59uma coisa.
17:59O Ale, antes de você
18:00pegar o seu comentário,
18:02durante o...
18:02Durante o...
18:03Eu revei,
18:03eu acabei pegando a estrada
18:05e...
18:06Ô, Caiado,
18:07você quer ser presidente
18:08da República, né?
18:08Vamos cuidar
18:09das estradas do Goiás, né?
18:11Um videozinho de estrada ali
18:12acaba com qualquer candidatura, né?
18:14Então, meu amigo,
18:14se já tem concorrência
18:15com o Balneário Camboriú
18:16com o Rio de Janeiro,
18:17por favor, né?
18:18Vamos lá.
18:20É, vamos lembrar
18:20como é que o Tarcísio
18:21fez campanha, né?
18:22Ele ficava com o Ministério
18:23da Infraestrutura,
18:25ele recapiava
18:26dois quilômetros de estrada
18:28e fazia um vídeo
18:28de dois minutos.
18:30Estamos salvando
18:31as estradas do Brasil e tal.
18:33E funcionou, né?
18:33Foi eleito
18:34o governador de São Paulo.
18:35Enfim.
18:37Então, assim,
18:38o que a gente...
18:38Obviamente,
18:39a eleição do Trump
18:40muda tudo, né?
18:41A gente vinha
18:42de quatro anos
18:46de um presidente fraco,
18:48mas relativamente moderado,
18:49como o Joe Biden.
18:51Mas,
18:52se realmente
18:53a Kamala Harris
18:54vencesse,
18:55você teria,
18:56provavelmente,
18:57uma guinada
18:58muito mais radical.
19:00Vamos fazer uma comparação.
19:02O Bill Clinton
19:03é alguém
19:04mais à esquerda,
19:05mas era um cara
19:05muito mais moderado.
19:07Ele governou
19:08por dois mandatos
19:09nos anos 90
19:10nos Estados Unidos,
19:11mais dentro daquela época
19:13social-democrata,
19:15que era ele,
19:15era o Tony Blair.
19:16No Brasil,
19:17era o Fernando Henrique.
19:18Então,
19:18era uma época
19:19mais moderada.
19:20Depois,
19:20quando veio...
19:22Aí veio o Jorge Busfilho,
19:23dois mandatos,
19:24depois o Barack Obama.
19:25Quando entrou o Barack Obama,
19:27a gente teve
19:27uma guinada ideológica
19:28mais radical à esquerda.
19:30E isso poderia acontecer
19:31de novo
19:32com a Kamala Harris.
19:33O povo americano
19:33rejeitou isso
19:34com muita veemência.
19:36A vitória do Trump
19:37foi uma vitória
19:38maiúscula,
19:39muito...
19:39Foi uma goleada.
19:40Então,
19:42não há dúvida
19:43que o povo americano
19:45rejeitou
19:46o caminho
19:49que o Partido Democrata
19:50e os seus mais radicais
19:51estavam dando
19:52para a política.
19:53Com isso,
19:54o Trump tem um mandato.
19:56Ele tem a maioria
19:57no Senado,
19:57ele tem a maioria
19:58na Câmara,
19:59ele tem uma Suprema Corte
20:01que não é contra ele.
20:03Então,
20:03ele tem todas as condições
20:04de governar
20:05e está com vontade
20:06de governar.
20:08Então,
20:08esse é o grande fato
20:09político.
20:10do mundo.
20:12Porque isso significa
20:13que o país
20:14mais poderoso
20:16do planeta,
20:17mais rico,
20:18está mudando
20:20de uma maneira
20:20muito forte
20:21a sua política
20:22e trazendo
20:23para o seu primeiro escalão,
20:25para a administração,
20:27também apoiadores
20:28muito,
20:29de primeira hora,
20:30muito fiéis
20:32e leais.
20:33Ao Trump,
20:33ele aprendeu a lição
20:34no seu primeiro mandato,
20:36que ele trouxe...
20:36até tem gente
20:38que especula
20:39que ele nem esperava
20:39que ia ganhar.
20:40Então,
20:40ele teve que montar
20:41meio que correndo ali
20:42o ministério dele
20:44e muita gente
20:45acabou depois
20:46brigando com ele,
20:47acabou por dinheiro
20:49até falando
20:51um monte de coisa
20:51para vender livro,
20:53para...
20:53Enfim,
20:54porque sabe
20:54que se você falar mal
20:55em qualquer lugar
20:56do mundo,
20:57no Brasil não é diferente,
20:58nos Estados Unidos,
20:59se você falar mal
21:00da direita,
21:01ainda mais
21:01se você for uma pessoa
21:02de direita
21:03falando mal da direita,
21:04você vai vender livro,
21:05vai ter espaço
21:06na imprensa,
21:07vai...
21:08Enfim,
21:08tudo o que a gente sabe.
21:09Então,
21:10o Trump parece
21:11que aprendeu
21:11essa lição.
21:12Então,
21:13a gente tem aí
21:14todas essas possibilidades
21:15que o Duda
21:16explicou muito bem,
21:17a gente vai ver
21:18qual vai ser
21:19a postura dele,
21:20mas eu só queria também
21:21lembrar que o Trump
21:22é o autor
21:23daquele livro
21:24A Arte da Negociação
21:25e ele se vende ao mundo,
21:27ele sempre se colocou
21:28como essencialmente
21:30um negociador.
21:31Então,
21:32o Trump fala muito,
21:34mas não necessariamente
21:35o que ele fala
21:36vira a ação.
21:37Às vezes,
21:38o que ele fala
21:38é uma estratégia
21:39de negociação
21:41e ele tem uma outra agenda
21:42na cabeça dele.
21:44Então,
21:44a gente,
21:45claro,
21:45que é o presidente
21:46dos Estados Unidos
21:46e tudo o que ele fala,
21:48no caso,
21:48o futuro,
21:49o presidente eleito
21:50dos Estados Unidos,
21:51tudo o que ele fala
21:52deve ser considerado,
21:54mas,
21:54na minha visão,
21:55não deve ser levado
21:56ao valor de face.
21:57Ele pode ser analisado
21:59também
22:00sobre essa perspectiva
22:01de ser um instrumento
22:03de negociação.
22:04ele começa o governo dele
22:05num período conturbado,
22:06após agora,
22:07nós estamos analisando
22:08esses atentados terroristas.
22:11Então,
22:11ele não deve ser
22:13um período fácil,
22:14o mundo está em guerra,
22:15você tem o Oriente Médio
22:16em guerra,
22:17você tem a Ucrânia,
22:19a Rússia em guerra,
22:20você tem,
22:21o que eu acho
22:22que é sempre bom
22:22lembrar também,
22:23a política na Alemanha
22:25e na França
22:26se esfacelando
22:27e talvez aconteça
22:28em breve
22:29na Grã-Bretanha,
22:30dependendo de como
22:30é que vai ser
22:31o governo do Key Starmer.
22:33Então,
22:33vamos olhar.
22:34É um mundo complicado,
22:36é um mundo conturbado,
22:37a Europa está
22:38sempre acontecendo
22:39e isso
22:41levanta ainda mais
22:42o protagonismo americano,
22:44provavelmente é o que
22:45nós vamos olhar
22:46nos próximos
22:46meses e anos.
22:48Vou chamar aqui
22:49de novo
22:49para conversar
22:51comigo
22:51o Wilson Lima
22:52e Alexandre Borges,
22:55o Alexandre
22:55tinha comentado
22:57sobre o Donald Trump,
22:59sobre a vitória
23:00da direita
23:01nos Estados Unidos,
23:03o Trump
23:03que toma posse
23:05dia 20 de janeiro.
23:07E Alexandre,
23:08eu acho que tem
23:08uma questão aí
23:09que,
23:10tudo bem,
23:11a gente pode falar
23:12do Trump
23:13de diversos assuntos,
23:14mas,
23:15no final,
23:16o que vai contar
23:17muito é a questão
23:17da economia.
23:19E o Trump,
23:20ele,
23:21nisso de aumentar
23:22tarifa de importação
23:24de um monte de países,
23:25isso aí já foi apontado
23:26por vários lugares,
23:27vai acabar gerando
23:29mais inflação
23:30nos Estados Unidos.
23:31Inflação
23:32é o tópico
23:34que pegou
23:34todo mundo
23:35e que levou
23:36à eleição
23:38do Trump,
23:38à vitória
23:39do Trump.
23:40Os americanos
23:42acham que estavam melhores
23:43há quatro anos,
23:45antes do Biden
23:46assumir.
23:47E aí o Trump
23:48realmente
23:48venceu de novo
23:50porque ele diz,
23:51olha,
23:51no meu governo
23:52estava melhor.
23:54Agora,
23:55o que eu acho
23:56é que com essa
23:57plataforma que o Trump
23:58tem agora
23:58de aumentar
23:59a tarifa de importação
24:00e criar problema
24:01com todo mundo,
24:02ele não resolve
24:03o problema
24:03e aí talvez
24:04aumente
24:05esses outros temas
24:07que ele bota ali
24:08para gerar atenção.
24:10Então é isso,
24:11ele vai falar
24:11que vai comprar
24:13a briga
24:13com o canal
24:14do Panamá,
24:15que ele vai
24:16comprar
24:17a Groenlândia,
24:18você vê que o assunto
24:19voltou,
24:20ele voltou
24:21a falar
24:21sobre isso
24:22ou que o Canadá
24:23vai se tornar
24:26o 51º
24:27Estado americano.
24:29São factóides,
24:30são bravatas,
24:32meio que para
24:32jogar uma nuvem
24:34sobre o assunto
24:35e talvez
24:37eu acho que ele use
24:37ainda mais
24:38desse artifício,
24:40uma vez que ele
24:41não trouxe ali
24:42uma proposta concreta
24:43de resolver
24:44o problema
24:45da economia americana.
24:46o que vocês acham?
24:48Alê,
24:48antes de você começar,
24:49posso levantar a bola
24:50para outra questão
24:51para vocês dois?
24:52Porque vocês são
24:53muito mais experientes
24:54e têm muito mais conhecimento
24:55do que eu
24:55sobre esse assunto.
24:56O Trump vai ter
24:57o Senado
24:59e a Câmara.
25:01Vai poder indicar,
25:02se não me engano,
25:02dois ministros
25:03da Suprema Corte
25:04nesse próximo mandato.
25:08Aí eu pego
25:09um pouco
25:09o que o Duda falou.
25:11O que, de fato,
25:12pode sair do papel?
25:13Só lembrando
25:15que os Estados Unidos
25:16não têm um limite máximo
25:17de idade
25:18na Suprema Corte
25:19como o Brasil.
25:20Normalmente,
25:21ou o juiz morre
25:22ou ele se aposenta
25:24por livre e espontânea vontade.
25:26Mas não tem um limite
25:27de 70, 75 anos.
25:29Não existe aposentadoria compulsória
25:31como tem no Brasil.
25:32E aí,
25:33uma pergunta
25:33que eu quero fazer
25:34para vocês
25:34é o seguinte.
25:35O que, de fato,
25:36pode vir só a ser bravata
25:37e o que, de fato,
25:38pode vir algo concreto?
25:40Porque ele vai ter
25:40a maioria nas duas casas.
25:42Então, imagino
25:42que tem coisa concreta
25:43vindo por aí, não?
25:45É, o meu ponto é o seguinte.
25:46O Trump já foi presidente
25:48por quatro anos.
25:49Inclusive,
25:49muito bem avaliado
25:50na economia,
25:51principalmente nos três
25:52primeiros anos
25:52antes do fatídico 2020,
25:55que foi o ano da pandemia,
25:56que foi, provavelmente,
25:57o fator que não impediu
25:59que ele fosse reeleito.
26:00Ele não foi...
26:02A eleição dele de 2016
26:05e a derrota dele de 2020
26:07foram com margens
26:08relativamente pequenas.
26:10em 2020,
26:11o fator pandemia,
26:13não há dúvida
26:14que pesou ali
26:15na derrota dele.
26:16Mas, nos três primeiros anos,
26:1817, 18 e 19,
26:20antes da pandemia,
26:21ele foi um presidente
26:22que a Bolsa
26:24quebrava recorde
26:25atrás de recorde.
26:26Ele foi muito bem avaliado.
26:28Todos os setores do país
26:29cresceram,
26:31ganharam dinheiro,
26:31os salários aumentaram,
26:33o desemprego baixou bastante.
26:35Então, ele tem muito
26:36o que mostrar em economia.
26:37Então, é por isso
26:38que eu estou convidando
26:39todo mundo
26:40a separar um pouco
26:41o que ele fala
26:41do que ele faz.
26:42Ele entregou muito
26:43na economia
26:44no primeiro ano,
26:47no primeiro mandato dele.
26:48É possível que entregue de novo.
26:50Eu aqui estou apenas dizendo
26:51para a gente não tomar
26:53pelo valor de face
26:54o que ele fala.
26:55Além do que,
26:56eu acho que tem um ponto
26:57importante também,
26:58que é o seguinte.
26:59Existe um discurso,
27:00aí cada um dê o nome
27:01que quiser,
27:02liberal, libertário,
27:03que qualquer tarifa é ruim.
27:06Mas o que a gente viu
27:07de dois, três décadas para cá
27:11com a desindustrialização
27:13do Ocidente
27:14e com milhões e milhões
27:16de empregos exportados
27:18para a Ásia
27:19é que houve uma crise social
27:20muito forte,
27:21muito grande
27:22no Ocidente
27:23e em diversos países,
27:24o que explica
27:25até em grande parte
27:26a tal da ascensão
27:27da direita.
27:29Então, assim,
27:29para quem está acompanhando a gente,
27:31o que acontece?
27:32Você imagina
27:32que os Estados Unidos
27:33tem um ícone,
27:34que é, por exemplo,
27:34a Harley Davidson,
27:35que faz as motos,
27:36que faz toda aquela cultura,
27:38que não é só uma moto.
27:40E aí,
27:41um outro país asiático,
27:43que resolve fazer
27:44a Shing Lin Davidson,
27:45eles pegam a Harley Davidson,
27:47desmontam,
27:48artificialmente fazem
27:49uma moto
27:51pela metade do preço
27:52e começam a vender
27:53para quebrar
27:54aquela indústria,
27:55para quebrar aquela...
27:56Aí, no dia
27:57que aquela empresa
27:58quebra,
27:59os produtores da Ásia
28:01estão livres
28:03para poder aumentar
28:03o preço,
28:04para fazer o que quiser
28:05e, além de criar
28:06e, de repente,
28:07jogar cidades inteiras
28:08do meio oeste americano
28:11na pobreza.
28:12E eu acho que o povo americano
28:14já entendeu um pouco
28:15esse truque,
28:16entendeu?
28:17E já consegue olhar
28:18depois de 20, 30 anos
28:19num aspecto um pouco mais,
28:22vamos dizer,
28:24com uma timeline
28:24um pouco mais esticada,
28:26consegue entender
28:27que não é
28:27a velha discussão
28:29de tarifa.
28:30Por exemplo,
28:30a grande depressão americana,
28:32daria aqui um programa
28:33de duas horas
28:33só sobre isso,
28:34a grande depressão americana
28:35foi muito causada
28:37pelo aumento de tarifas
28:38feita pelo Herbert Hoover.
28:39Então, é claro que,
28:40em tese, pela boa teoria econômica,
28:43tarifa é um negócio
28:45retrógrado, ruim,
28:46mas, especificamente,
28:49existe hoje
28:50essa, vamos dizer,
28:51essa tentativa
28:52de se balancear
28:53também o custo social
28:55enorme
28:56que se cria
28:57quando você simplesmente
28:59fecha fábricas
29:01no Ocidente
29:03e joga tudo para a Ásia,
29:05para a Ásia, em tese,
29:06vender produtos
29:06pela metade do preço
29:07e se hoje avalia,
29:10se isso vale a pena.
29:11Comprar uma motoca
29:12mais barata,
29:13por exemplo,
29:14por um tempo,
29:15justifica jogar
29:1650 mil pessoas
29:17nos opioides,
29:19entendeu?
29:19Então,
29:20essas coisas estão aí
29:21um pouco
29:21em análise
29:24e eu acho
29:25que o americano
29:25está falando
29:26nas urnas,
29:27mas, de novo,
29:28vamos ver,
29:29na prática,
29:30como é que
29:30essas coisas se comportam.
29:32Interessante essa questão
29:33de se o Trump
29:34está mais experiente,
29:35falava-se já no começo
29:37teria uma curva
29:38de aprendizado,
29:39mas a gente vê
29:39que nessas nomeações
29:41que ele fez
29:42até agora,
29:43realmente ele tem
29:44mais contatos,
29:45ele conhece mais pessoas,
29:46ele pode se questionar
29:48ali algumas,
29:49mas, assim,
29:50ele parece que realmente
29:51está mais sábio
29:54ali nisso
29:55de como governar.
30:07E aí
30:12E aí
30:16E aí
Recomendado
4:43