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O presidente Lula vai participar, nesta quarta-feira, dos atos alusivos ao 1º de maio, em São Paulo. E a expectativa é de que o petista venda aos seus trabalhadores que houve a recuperação do emprego e da renda no Brasil.
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NotíciasTranscrição
00:00Rodolfo, basicamente o PT agora, o presidente Lula vai aproveitar esse evento justamente para quê?
00:06Para tentar arregimentar esse trabalhador, para tentar fazer com que o PT volte para essa batalha política.
00:13E você fez uma matéria na Cruzói sobre isso.
00:15E esse é um dilema do PT em pleno 1º de maio.
00:18Porque o PT precisa apresentar resultados para que, de fato, esse governo seja novamente benquisto para esse trabalhador.
00:24Só que o trabalhador de hoje não é o mesmo trabalhador dos anos 80 e dos anos 90.
00:28Então, Rodolfo, é um dilema que, de fato, o PT vai ter que enfrentar.
00:31E esse dia 1º de maio, ele é simbólico justamente por conta disso. Não é isso, meu querido?
00:36Isso. A gente fez a capa da Cruzói de, acho que é abril de 23, quando começou essa discussão sobre os trabalhadores de aplicativo.
00:46O PT apareceu para querer resolver o problema dos trabalhadores de aplicativo.
00:52E aí, o problema do PT é que os trabalhadores de aplicativo não acham que o partido e nem o governo são capazes de solucionar os problemas deles.
01:04E aí, isso ficou mais claro agora que o governo apresentou a sua proposta de regulamentação para o trabalho dos motoristas de aplicativo.
01:14Por enquanto, só os motoristas de aplicativo.
01:16Os entregadores ficaram para um segundo momento.
01:20Então, o ministro do trabalho falou sobre isso recentemente, Luiz Marinho, que admitiu que não conseguiu se entender com os entregadores de aplicativo,
01:28porque o trabalho dos entregadores é ainda mais diferente do que o trabalho, digamos, normal, com o qual a gente estava acostumado décadas atrás,
01:40do que o dos motoristas.
01:42Porque o dos entregadores de aplicativo, eles trabalham, eles não dão expediente em horário comercial,
01:49eles trabalham em alguns dias muito mais do que outros, né?
01:52Eles trabalham, quem pede iFood sabe disso, né?
01:56Está mais acostumado a pedir no fim de semana, o trabalho, obviamente, se concentra no horário das refeições,
02:04que é na hora do almoço, na hora do jantar.
02:06E aí, no meio desse caminho, alguns desses trabalhadores fazem outros serviços.
02:12Não tem a mesma formalidade, tem a mesma periodicidade que o trabalho com o qual todo mundo se acostumou, com o CLT, né?
02:21E aí, inclusive, eles têm menos encargos, não tinham quase, não tem quase que encargo nenhum, né?
02:29E ficam meio, dividem o dinheiro com a plataforma que eles estão usando, né?
02:34E aí, essa é uma das questões que o governo Lula não conseguiu solucionar na proposta que apresentou ao Congresso.
02:41Isso ficou claro numa audiência pública na semana passada, na Câmara dos Deputados do Napal, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho,
02:49levou uma surra retórica dos entregadores de aplicativo e dos motoristas de aplicativo, né?
02:58A gente até registrou no site, o título que a gente deu foi
03:02Luiz Marinho cansou de esperar pelo motorista dos Correios.
03:06Porque, vocês vão lembrar, né?
03:09Quando, em meio a essa discussão, no ano passado, o Marinho foi questionado sobre a possibilidade de Uber
03:17querer deixar o Brasil por contra a lei.
03:21Por conta das amarras aí, né?
03:25Que o governo pretendia impor a atuação dessas empresas, né?
03:31Colocando aí balizas que não se adequam exatamente ao modelo de negócio.
03:36E aí, ele foi questionado, ele falou, ah, se o Uber quiser sair, é problema do Uber,
03:41a gente faz aí um aplicativo dos Correios para substituir.
03:47Ele admitiu, né?
03:50E aí, ele jogou a toalha nessa, a gente registrou isso nessa audiência pública,
03:55ele acabou falando mal dos Correios, não falou mal dos Correios, mas preferiu não falar.
04:00Ele falou, ah, eu não vou nem dizer o que eu acho dos Correios, né?
04:02Então, jogou a toalha. Os Correios não têm como assumir esse serviço que o Uber ou o 99
04:10deixariam de proporcionar caso as plataformas vão embora, né?
04:17E aí, essa questão dos trabalhadores de aplicativo, ela acabou, assim, escancarando
04:22essa dificuldade do PT de conversar com o trabalhador moderno de hoje, né?
04:27A capa da Cruzoé que a gente deu no ano passado se chamava um partido em busca de trabalhadores.
04:33Porque, claramente, o PT estava atrás de sustentar essa bandeira histórica, o nome do partido é esse, né?
04:39E a ironia é que esse partido hoje que se criou, inclusive no nome, né?
04:45E se fez a partir dessa perspectiva do trabalho,
04:49ele não consegue dialogar com a classe mais, digamos, desprotegida, né?
04:55Porque é isso.
04:56De fato, tem um problema, a gente reconheceu isso nessa reportagem especial que a gente fez
05:00e reconhecemos também toda vez que a gente toca nesse assunto.
05:04Esses trabalhadores, de fato, aí está aí a capa que a gente deu, né?
05:08Esses trabalhadores, de fato, eles têm menos proteções.
05:11Isso é parte do métier deles aí.
05:14E dar alguma proteção a eles faz sentido.
05:20Só que o governo não conseguiu ainda, aparentemente, nem sequer entender como é que esse trabalho é feito.
05:26Foi uma reclamação que a gente ouviu de um representante do iFood na época
05:30em que o projeto de lei por meio do qual o governo pretende regulamentar o trabalho dessas,
05:40por meio dessas plataformas, foi apresentado.
05:43Quando foi apresentado, o iFood apareceu, o iFood foi criticado, né?
05:47O Lula falou que o iFood ia pressionar o iFood e essas outras plataformas de entrega
05:54para que eles negociassem com o governo.
05:59E aí o iFood apareceu para falar, olha, nós estamos conversando,
06:02mas o governo é irredutível em alguns pontos.
06:07Não entende que a periodicidade, por exemplo, desses trabalhadores,
06:11que eles não trabalham só com essas plataformas, eles trabalham com mais de uma plataforma.
06:17E aí uma coisa interessante que foi dita nessa audiência pública da Câmara,
06:23onde os representantes de motoristas, principalmente aplicativos,
06:28elogiaram muito a possibilidade de diálogo na Câmara
06:33e criticaram muito a falta de diálogo no governo.
06:37Tinha muita associação que participou dessa audiência pública na semana passada
06:43e que cobrou frontalmente o ministro do trabalho que estava lá.
06:48Eles falaram, olha, a gente está aqui finalmente conversando sobre esse assunto,
06:52porque até agora nós não tínhamos participado.
06:55O governo tirou a gente de fora e botou, por exemplo, sindicatos
06:58que não têm nenhuma representatividade nesse meio dos aplicativos.
07:05E aí é um velho vício.
07:07No final das contas, o governo Lula tentou, por meio do Ministério do Trabalho,
07:12criar essa, digamos, uma infraestrutura sindical
07:18nesse ambiente dos entregadores e não colou.
07:21Tanto que vocês viram, a gente mostrou nas últimas semanas
07:26uma série de manifestações de grupos de entregadores
07:32em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, aqui em São Paulo.
07:36E aqui teve uma grande, aqui em São Paulo,
07:38que inclusive parou o trânsito por um bom tempo,
07:40na região ali do estádio do Pacaembu,
07:43com o pessoal protestando contra o que eles consideram
07:47que são propostas que ajudam mais, no final das contas,
07:51o governo federal na sua retórica e na sua ideologia,
07:58do que propriamente os trabalhadores.
08:02Um dos representantes de associação
08:06que falou nessa audiência pública na semana passada com Luiz Marinho,
08:11ele disse claramente, olha, os trabalhadores foram retirados,
08:14retirados, ironicamente, do debate sobre a regulamentação
08:19por um governo do Partido dos Trabalhadores.
08:23Acho que o Wilson está tentando voltar aí, hein, Matheus?
08:27Agora, olha aí, o Wilson Lima, de volta?
08:31Agora a gente conseguiu, né, Rodolfo?
08:33Agora sim, eu estou te ouvindo, não sei se você está me ouvindo.
08:36Não, agora eu estou te ouvindo, agora voltamos aqui no sistema normal, né?
08:39Olha, já é o meu sistema não querendo trabalhar no dia 1º de maio,
08:44mas tudo bem, gente, acontece.
08:46Eu peço perdão a todos.
08:48Mas prossegue lá, Rodolfo.
08:49Mas é isso, eu já fiz todo o histórico e a conclusão é essa.
08:53O governo dos trabalhadores não consegue se entender
08:57com os trabalhadores com os quais ele precisaria mais se entender
09:01nesse momento, né?
09:03E aí agora está nas mãos da Câmara, né,
09:05está nas mãos do Congresso,
09:07tratar desse projeto de lei que propõe a regulamentação
09:10e que, pelo jeito, não vai sair da forma como o governo Lula propôs.
09:16Então, esse é o dilema do governo Lula, né, Rodolfo?
09:18Quer dizer, não é um processo fácil.
09:21Porque você precisa convencer,
09:24é algo que, inclusive, nessas férias,
09:27eu confesso que eu conversei com várias pessoas
09:29e o legal de você sair um pouco de Brasília,
09:34até o Rodolfo até brincou, né,
09:36comentando a história da licitação da SECON, né,
09:38que eu estava quase com um turno, né,
09:40quase em pré-campanha presidencial para 2026.
09:44Não é o caso, gente, não sou filhado a partir do político, tá?
09:47Talvez em 2046 eu possa ter alguma pretensão,
09:50mas não, não sei disso.
09:52Mas brincadeiras à parte,
09:54eu conversei com várias pessoas ao longo desse período,
09:56então, é, dá para sentir nas ruas
10:00o quanto que esse assunto é um assunto que ele suscita paixões, Rodolfo,
10:05porque as pessoas, o cidadão, né,
10:09o cidadão brasileiro,
10:11ele se vê cada vez mais, é,
10:15acostado pelo Estado, né,
10:17quando você tem esse Estado grande, é,
10:20vultoso,
10:22que a sufoca o cidadão brasileiro,
10:25o cidadão brasileiro, ele pensa,
10:27olha, eu tenho, eu tenho uma carga tributária altíssima,
10:30o Rodrigo Oliveira já falou sobre a reforma tributária aqui,
10:32é um projeto de reforma tributária que,
10:34dependendo de onde você esteja,
10:36ele te sufoca ainda mais,
10:39é, na prática,
10:41o cidadão, ele quer ter autonomia plena
10:44para trabalhar, para fazer o que ele quiser,
10:46com a, e do jeito que ele quiser, né,
10:49então, quando você tem um projeto de regulamentação,
10:52de trabalhador, de plataforma de aplicativo,
10:54e não dá para esse trabalhador,
10:56a possibilidade de retorno,
10:58dessa regulamentação,
10:59a primeira coisa que o trabalhador vai pensar é o seguinte,
11:01não, eu não quero essa regulamentação,
11:03se é para eu ter uma regulamentação,
11:05para eu ficar,
11:05para eu ser ainda mais acostado,
11:07esse é o termo,
11:08acostado pelo Estado,
11:10então, eu prefiro não ter regulamentação nenhuma,
11:12porque eu converso,
11:13dialogo diretamente com a minha plataforma de aplicativo,
11:15se eu gosto de trabalhar para aquela plataforma,
11:18eu trabalho, presto meu serviço,
11:20se não, dane-se,
11:21então, essa é a questão,
11:22e esse é um dilema que o governo Lula vai ter que enfrentar,
11:26e vai ter que se debruçar,
11:28e é uma preocupação do governo Lula,
11:31de tentar trazer esse trabalhador,
11:34de uma plataforma de aplicativo,
11:36mostrar para ele que o Estado vai garantir
11:38um mínimo de assistência social para ele,
11:41só que o histórico de corrupção do governo,
11:44o histórico de acossamento do Estado
11:46em relação ao cidadão,
11:48e também a dificuldade que o Estado tem
11:50de dar retorno,
11:52de dar retorno a todos os impostos,
11:56tarifas, enfim,
11:57que são cobrados do cidadão brasileiro,
11:59são elementos que dificultam
12:01e que complicam muito
12:03esse discurso do governo,
12:05de fato, de oferecer uma regulamentação,
12:08embora, teoricamente, ela seja muito boa,
12:10o problema é,
12:11como é que você vai convencer um trabalhador
12:14de que vale a pena ele deixar na parte
12:16do seu rendimento para um Estado
12:18que não o ajuda,
12:19que não colabora com a sua sobrevivência,
12:22essa é a questão,
12:23e o PT vai ter muita dificuldade
12:25de conseguir trabalhar com isso, não é, Rodolfo?
12:27Tem um detalhe importante, Wilson,
12:29do debate que começou a acontecer agora na Câmara,
12:32que aí os trabalhadores deixaram um pouco mais claro,
12:36uma das reclamações
12:38é de que o tamanho do encargo
12:40que o governo está tentando impor aí,
12:43em nome da segurança do trabalhador,
12:46ele é grande diante do quanto eles conseguem ganhar
12:50ou dividir com as plataformas, né?
12:54Então, assim, um dos trabalhadores,
12:55um dos representantes de associação
12:57disse, olha, é o seguinte,
12:59o Uber fica com 40% da nossa corrida,
13:01se vocês convencerem o Uber
13:03a ficar com menos,
13:05a ficar com 10%,
13:06vocês podem botar o encargo que for,
13:08que a gente paga,
13:09a gente vai ter condição de pagar,
13:10do jeito que está, não dá para ter condição.
13:12Então, assim, a questão é,
13:13o governo tem que se entender,
13:16essa que foi a ironia da história,
13:18digamos que essa negociação
13:20estivesse acontecendo, sei lá,
13:22há três décadas,
13:23duas, três décadas,
13:24talvez o governo estivesse mais do lado
13:27do trabalhador,
13:29mas ele teve,
13:30por conta da condição que se estabeleceu,
13:33dessa desconfiança da qual você falou,
13:36e que é justificada, inclusive, né?
13:39De se entender mais com a plataforma
13:42do que com o próprio trabalhador.
13:43E aí ficou faltando esse elemento
13:45essencial,
13:47e no caso do PT, simbólico até,
13:50que ficou de fora dessa equação
13:53e que agora está tentando entrar
13:54via a Câmara dos Deputados.
13:56Essa é a ironia dessa história.
13:59No final das contas,
14:01digamos que as plataformas
14:03não estivessem concordando
14:05com o iFood,
14:05não está ainda,
14:06porque é mais difícil.
14:11De fato, é um trabalho mais diferente.
14:13Agora, dos motoristas,
14:14os próprios trabalhadores
14:15ficarem incomodados com o partido
14:17é irônico, né?
14:23Obrigado.
14:25Obrigado.
14:26Obrigado.
14:27Obrigado.
14:28Obrigado.
14:29Obrigado.
14:30Obrigado.
14:32Obrigado.
14:33Obrigado.
14:34Obrigado.
14:36Obrigado.
14:37Obrigado.
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