Lula joga a culpa da queda de sua popularidade na inflação

O Antagonista

Pesquisa da Atlas Intel divulgada em março, mostra que a avaliação dos brasileiros sobre o governo Lula caiu em todas as áreas em 2024. - Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp.  Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo... e muito mais.  Link do canal:   https://whatsapp.com/channel/0029Va2SurQHLHQbI5yJN344  Apoie o jornalismo independente, torne-se um assinante do combo O Antagonista | Crusoé e fique por dentro dos principais acontecimentos da política e economia nacional:   https://assine.oantagonista.com.br/planos  Ouça O Antagonista | Crusoé quando quiser nos principais aplicativos de podcast.  Leia mais em www.oantagonista.com.br  |  www.crusoe.com.br

Transcript

00:00Os preços dos alimentos nesse início de ano

00:03vêm subindo acima da inflação.

00:07E só neste ano, em janeiro e fevereiro,

00:09a alta chegou a 2,95%,

00:11mais que o dobro do IPCA que registrou aí

00:15uma taxa de 1,25%.

00:18Lula está de olho nesse cenário

00:20e convocou para segunda-feira uma reunião ministerial

00:24para tentar ajustar ali,

00:25enfim, para tentar afinar o discurso junto com o seu primeiro escalão

00:30porque, obviamente, pesquisas mostraram

00:33uma redução da popularidade do presidente da República.

00:37Eu vou levantar a bola para você

00:38porque é o seguinte, o Lula agora quer responsabilizar

00:41as condições climáticas, pela alta dos alimentos,

00:46quer responsabilizar o setor agrário, enfim,

00:49quer culpar todo mundo, menos a ele mesmo, não é?

00:52Quer dizer, não faz muito sentido o presidente Lula

00:55jogar a responsabilidade só pela alta dos alimentos

00:58para a sua queda de popularidade.

01:00Boa tarde para você, Rodrigo.

01:02Boa tarde, Wilson.

01:03Olha, é o seguinte, esse negócio dos alimentos

01:05são várias coisas de uma conta só.

01:09O que o Lula está preocupado é

01:11o aumento dos alimentos consumidos em domicílio,

01:15aquela inflação em domicílio,

01:17para alimentação.

01:18E aí são vários problemas,

01:21mas tem problema realmente com disfunções climáticas.

01:25Ficou muito quente durante um bom tempo no Centro-Oeste,

01:29isso atrapalhou um pouco a batata e outras leguminosas.

01:34Mas o Brasil está tendo diversos problemas

01:37que são contraditórios.

01:38Você tem um aumento no preço dos alimentos,

01:41mas você tem um aumento no número

01:43de pedido de recuperação judicial

01:46de empresas ligadas ao agronegócio

01:49em função da queda do preço das commodities lá fora,

01:53que está fazendo com que esse pessoal tenha problema.

01:56Então, você tem problemas com o preço,

02:00que está caindo,

02:01mas ainda assim não chegou ainda

02:03até o pessoal aí nos supermercados, etc.

02:06Até a nossa residência.

02:08Por isso que é aquilo que eu sempre falo

02:10quando você olha o IPCA,

02:11o pessoal fala que o IPCA está caindo

02:13e lá em casa as coisas estão mais caras.

02:15Obviamente, o IPCA é uma junção

02:17de todos, de vários itens,

02:20de uma cesta de itens,

02:21que às vezes não reflete exatamente

02:23ou nem próximo daquilo que é o seu gasto.

02:27Então, a sua inflação pode ser diferente.

02:29A preocupação do Lula, obviamente,

02:32é com o eleitorado dele

02:33e a inflação de alimentos,

02:36ela atinge todo mundo indistintamente.

02:39Obviamente, quem tem menos dinheiro sofre mais,

02:42já que você tem restrições orçamentárias

02:44muito mais fortes.

02:46Mas o fato é que essa pressão inflacionária

02:49que nos alimentos deve começar a arrefecer

02:52nos próximos meses,

02:53a expectativa de todos os economistas,

02:55basicamente, é de que isso comece a arrefecer

02:58nos próximos meses.

03:00Eu não sei se o Lula faz essa reunião

03:02já antecipando algo que ele não vai ter em gerência,

03:06mas que vai parecer que foi ele

03:08graças a essa reunião agora

03:09e os números que já estão contratados

03:12lá para frente.

03:13Os agricultores têm enfrentado dificuldade

03:16com preços, os preços têm caído muito,

03:19por incrível que pareça,

03:21mas isso ainda não chegou na ponta,

03:23não chegou no consumidor final.

03:25Então, lá de um lado,

03:26os agricultores estão precisando

03:28de recursos para pagar empréstimos,

03:30em função de safras muito fortes

03:34e preços de venda

03:36não tão altos quanto eles imaginavam.

03:39E aí, você tem esse descasamento

03:43com isso que está acontecendo.

03:44Bom, dito tudo isso,

03:46como é que isso vai afetar

03:48o resto das coisas?

03:50Um dos problemas

03:52é que essa pressão inflacionária

03:54e aí, muito mais vindo de serviços,

03:56que hoje, inclusive o IBGE

03:58divulgou o volume de serviços

04:00mais alto que o esperado.

04:02O esperado pelo mercado

04:04era de uma retração

04:05no volume de serviços

04:06e a gente teve alta de 1,4%,

04:09se não me falha a memória,

04:11no mês contra mês,

04:12janeiro contra dezembro

04:13e isso pressiona os juros,

04:17pressiona o quanto o Banco Central

04:19pode cortar de juros.

04:22E aí eu vou explicar,

04:23para vocês não entrarem nessa conversa,

04:24de que o Roberto Campos Neto

04:26e os oito diretores

04:27lá do Banco Central

04:29têm a função

04:30de fazer o brasileiro sofrer,

04:32como algumas pessoas por aí

04:34têm dito.

04:35O que acontece?

04:36Com atividade econômica

04:37ainda muito forte,

04:40o Banco Central entende,

04:41lá pelos modelos dele,

04:43e aí você vai discutir

04:44se está certo ou está errado,

04:45cada um vai ter uma opinião,

04:47mas lá nos modelos

04:48do Banco Central,

04:49ele entende que

04:49com atividade econômica

04:51mais forte,

04:51ontem a gente teve

04:52varejo,

04:53vendas no varejo mais forte,

04:55volume no setor de serviços

04:57também mais forte hoje,

04:59ele entende

04:59que a atividade econômica

05:02está muito aquecida

05:02e que isso vai gerar

05:03uma pressão inflacionária.

05:05Além disso,

05:06alguns números de inflação

05:07têm vindo acima

05:08do esperado também.

05:10E aí,

05:10o Banco Central

05:11pode então diminuir

05:12o ritmo

05:13das quedas,

05:15dos cortes

05:15que ele está fazendo.

05:16Ninguém espera isso

05:17para a próxima reunião,

05:18que é na semana que vem,

05:19mas é possível

05:20que em maio

05:20ele já sinalize

05:22que vai começar

05:23a reduzir o ritmo.

05:24Além disso,

05:25o mercado já começa

05:26a precificar

05:27um nível mínimo

05:28de Selic

05:29a 9,5%.

05:33Lá no começo do ano,

05:34as expectativas

05:35eram muito melhores

05:36e o mercado chegou

05:37até a precificar

05:38no finalzinho

05:39de dezembro,

05:41no meado de dezembro,

05:42uma Selic

05:43abaixo

05:44de 9% ao ano.

05:45Por que isso interessa

05:46a você que está

05:47me ouvindo aí?

05:48Por quê?

05:49Juro mais caro

05:50é tudo mais caro.

05:53Porque o que você tem

05:54para gastar

05:54é o quanto você empresta

05:56mais do que você tem

05:57de dinheiro.

05:57Se os juros

05:58estão mais altos,

05:59as empresas investem menos,

06:01geram menos empregos,

06:02elas geram menos empregos,

06:03os salários

06:03voltam a ser pressionados

06:05para baixo

06:05e as coisas

06:06entram

06:07numa expectativa ruim.

06:10O Banco Central

06:11mede esse tipo de coisa,

06:14é aquilo que o

06:15Roberto Campos Neto

06:15costuma se referir

06:17como sendo

06:19controlar a inflação

06:23com o mínimo de dano

06:24possível à economia.

06:26Então, é isso,

06:27é esse equilíbrio

06:29que o Banco Central

06:31tenta fazer

06:32com os juros

06:33e inflação,

06:34inclusive,

06:35a de alimentos

06:35que o Lula

06:36anda mais preocupado.

06:37Obrigado.

06:38Obrigado.

06:47Obrigado.

06:48Obrigado.

06:49Obrigado.

06:50Obrigado.

06:51Obrigado.

06:52Obrigado.

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