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O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, foi ao ‘Gilmarpalooza’ a convite da Fundação Getúlio Vargas, alvo de inquérito da PF, em 2022, registrou a Folha de São Paulo. 

Essa investigação foi suspensa pelo ministro Gilmar Mendes, do STF, um dos anfitriões do evento, assim como a FGV. 

Segundo a Polícia Federal, Andrei viajou a convite da fundação, responsável por custear passagens e hospedagem do diretor da instituição. Já as diárias dos seguranças que acompanham Andrei em Lisboa serão pagas pelo governo federal.

Questionada pelo jornal sobre o conflito de interesses em razão do convite da FGV, a PF não se manifestou. 

Felipe Moura Brasil e Duda Teixeira comentam:

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Transcrição
00:00Vamos em frente trazer um pouco da pauta nacional, porque o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, foi ao Gilmar Paluza.
00:08Gilmar Paluza, o fórum de Lisboa, que está reunindo a casta da República do Escambo, como eu chamo aqui.
00:14Então, o diretor da PF foi lá a convite da Fundação Getúlio Vargas, a FGV, alvo de inquérito da própria PF em 2022.
00:23A Folha registrou essas informações e a investigação da PF em relação à FGV foi suspensa pelo ministro Gilmar Mendes, um dos anfitriões do evento.
00:37Assim como a FGV, a FGV também está entre os organizadores.
00:41Quer dizer, o Gilmar é um organizador informal, porque quem está como organizador formal é o IDP, que é o instituto que ele fundou e que a sua família administra.
00:53Segundo a Polícia Federal, Andrei Rodrigues viajou a convite da Fundação, responsável por custear passagens e hospedagem do diretor da instituição.
01:01Já as diárias dos seguranças que acompanharam Andrei Rodrigues em Lisboa serão pagas pelo governo federal.
01:10Questionada pelo jornal sobre o conflito de interesses em razão do convite da FGV, a PF não se manifestou.
01:16A Polícia Federal deflagrou em novembro de 2022 a Operação Sofisma, que mirou um suposto esquema de corrupção, fraudes e licitações, evasão de divisas e lavagem de dinheiro envolvendo a FGV.
01:28Entre os investigados estavam Ricardo Simonsen, Marial Inês Norbert Simonsen e Rafael Norbert Simonsen, membros da família que fundou a fundação em 1944.
01:40Segundo a PF, as investigações começaram após informações de que a FGV era usada por órgãos federais e estaduais para fabricar pareceres que mascaravam o desvio de finalidade de diversos contratos que resultaram em pagamento de propinas.
01:58Fecho aspas. Aliás, recentemente, já tem alguns meses, a revista Piauí fez uma matéria muito detalhada a respeito desse envolvimento do Gilmar Mendes com a turma da FGV em relação ao processo, em relação àquela investigação.
02:18Não, aqui a gente sempre vai citar os veículos que trouxerem informações relevantes, a gente não tem problema nenhum.
02:24É um porre que no mercado haja uma disputa e às vezes usem, inclusive, as nossas informações, nossos insights, sem referir ao antagonista.
02:33A gente aqui não vai fazer isso. Então, tudo que surgir de importante na imprensa, a gente critica muitas vezes a imprensa, chapa branca.
02:39A gente critica que se passe pano para muita situação imoral. Agora, aquilo que é revelado e que está correto e que é o dever da imprensa correr atrás, a gente vai sempre valorizar.
02:52Então, Duda, mais um conflito de interesse. Quer dizer, Polícia Federal. Eu tinha a minha frase, que está entre as minhas máximas, que é
03:01Amigo é coisa para se guardar no STF. Agora, a FGV está mostrando que na Polícia Federal também.
03:09Eu achei que você ia usar outra frase. Qual é? Fala aí.
03:11Tem uma frase do Gilmar, que é que as instituições venceram, né?
03:15É. E você escreveu um texto... Os interesses venceram. Os interesses venceram.
03:18Isso aí é claramente um exemplo de que os interesses venceram. Continuam vencendo.
03:22Pois é. O Gilmar barra uma investigação da PF na FGV e depois, em Lisboa, você tem o representante máximo da PF num evento patrocinado do IDP do Gilmar, patrocinado pela FGV.
03:38É uma coisa... É vergonhoso.
03:41É vergonhoso, cara. Assim, às vezes é algo tão esculhambado por si só, que só de dar a notícia, é como o Trump vendo o Joe Biden escancarar a sua fraqueza.
03:58Você nem precisa muito comentar em cima, né? Porque já é evidente. Mas, assim, o que eu posso resumir em torno disso é o seguinte.
04:07Se constrói nessa república uma maneira de ninguém mais ser atingido.
04:14Porque você vai formando uma casta que tem os seus tentáculos judiciais, políticos, econômicos e midiáticos.
04:23Então, essa casta vai se sentindo tão à vontade que vai lá fazer piquenique chique, evidentemente, de luxo, em Lisboa, longe dos olhos do povo,
04:33sob o pretexto de refletir sobre o Brasil. Todo mundo junto e misturado.
04:40E você está vendo emissoras de TV escarafuncharem aí as questões problemáticas envolvendo o Gilmar Palusa todos os dias,
04:50como portais como o nosso, o Antagonista, e alguns jornais, como o Estadão, estão fazendo.
04:56Quer dizer, a mídia impressa, a mídia eletrônica, ela está lá ainda com alguma sobrevida de jornalismo independente,
05:04mas nas emissoras de TV é muito pouco.
05:06Porque você tem aliados dessa casta em posições de chefia em emissoras de TV.
05:14E aí você não tem o escrutínio feito com imagens e todos os detalhes para o restante da sociedade brasileira.
05:21Mas aqui a gente vai sempre expor, inclusive na TV, onde vamos estrear na segunda-feira,
05:26para que todas as informações sejam dadas também na televisão brasileira.
05:32E o ministro Flávio Dino, do STF, encontrou um motivo para tentar justificar a realização do evento no exterior.
05:39Segundo o Dino, que participou do Fórum do Gilmar, talvez fosse impossível promover um encontro como o Gilmar Palusa no Brasil.
05:45E o porquê será?
05:46Abre aspas.
05:48Quem visita o Congresso, como eu o visitei muito recentemente, sabe do que eu estou falando.
05:53O Parlamento brasileiro vive um momento em que a confrontação física se tornou método ordinário,
05:59no duplo sentido da palavra.
06:01Fecho aspas.
06:03Em outro momento, Dino chamou de esdrúxulas as críticas feitas ao evento
06:06por reunir magistrados, empresários, advogados e lobistas no exterior e sem transparência.
06:11Aspas.
06:12Uma visão anômala, esquisita, esdrúxula, eu diria, de parte da população brasileira
06:18que vê sentarem no mesmo auditório advogados, professores, acadêmicos, magistrados, como algo negativo.
06:23A meu ver é algo muito esquisito, atípico, soa muito mal nos meus ouvidos.
06:28Fecho aspas.
06:29Pois é, eles sentiram.
06:31Eles sentiram.
06:32Eles gostam de estar nessa casta.
06:36É lá que eles gostam de estar.
06:38E eles não gostam de ser criticados.
06:40E estão justificando, olha, aí no Brasil vai ter muito barulho.
06:45Então a gente vem aqui para o exterior.
06:48Acabou de sair matéria no Estadão, Duda, dizendo que em viagens, em gastos totais com essa viagem,
06:54já tem 1 milhão e 300 mil reais de dinheiro público.
06:58Dinheiro público que está sendo gasto para custear a ida dessas pessoas a esse evento.
07:03E eles não têm o menor pudor de falar, é melhor a gente se reunir aqui, a caixa também.
07:07Não vejo problema nenhum, porque afinal eles são os iluminados.
07:10Não se pode desconfiar de que estejam fazendo qualquer coisa imoral, indevida.
07:15Não se pode.
07:16Se são eles, e ora, por que estão todos desconfiando, não é mesmo?
07:20Felipe, uma coisa que eu acho interessante lembrar aqui, o Flávio Dino, como ministro da Justiça,
07:26é quem autorizou aqueles voos da FAB, a Força Aérea Brasileira, para os ministros do STF.
07:32Porque, é claro, eles já têm dificuldade de embarcar em qualquer aeroporto brasileiro,
07:40porque a sociedade brasileira não aguenta mais.
07:44É muito crítica de tudo o que eles estão fazendo, desses privilégios e das decisões.
07:51E aí depois ele vira ministro do STF e passa a gozar do privilégio que ele mesmo deu para os ministros do STF.
07:57E essa frase dele também me chamou a atenção, ele fala da reunião dos advogados, dos acadêmicos e dos professores.
08:06Não é uma coisa assim?
08:07E dos magistrados.
08:10Não tem nenhum problema os advogados, os acadêmicos, os professores se reunirem.
08:15Exatamente.
08:16O problema é o magistrado estar ali no meio.
08:18O magistrado, a princípio, ele tem que ser imparcial a hora que ele estiver julgando.
08:24Então, não é para os magistrados brasileiros ficarem fazendo relações públicas, esses convescotes todos,
08:31porque isso daí afeta o trabalho deles e isso tem consequências para as decisões que eles tomam.
08:37Quer continuar circulando assim normalmente, etc., fica na iniciativa privada.
08:43Eles querem tudo, eles querem o bônus e não querem o ônus.
08:48Então, você é ministro do STF, você já é uma das 11 pessoas mais poderosas do país.
08:53É, você tem um ônus.
08:55Você tem que manter um certo distanciamento de outras pessoas.
08:58Não é para ficar todo dia trocando zap com outros juízes.
09:01Aliás, não era para trocar zap com outros juízes que vão julgar a mesma coisa que você,
09:06falando sobre votos, etc., como a gente viu ser confessado no julgamento sobre a maconha.
09:11Mas eles estão lá, apontam o dedo para outras autoridades e, no entanto, se acham, assim, acima do bem e do mal,
09:21onipotentes, podendo fazer tudo.
09:24E, Felipe, só um detalhe, perdão, que você falou dos magistrados, mas tem a questão de empresários.
09:30Então, você tem, como a gente já expôs, diretores, sócios e representantes de 12 empresas com processos no STF,
09:40lá reunidas com os juízes da corte, podendo fazer embargo auricular, a conversinha no pé do ouvido o tempo todo.
09:47Eles admitiram, né, essas trocas de mensagens pelo zap, mas assistindo lá as sessões do plenário do STF em Brasília,
09:56você vê, né, um vira para o outro e fala assim, ó...
10:00E ainda tem o sistema interno de troca de mensagens, que foi aquele pelo qual,
10:06eu coloquei isso em artigo agora em Antagonista,
10:09Carmem Lúcia e Ricardo Lewandowski combinaram votos no julgamento do Mensalão.
10:13Foi matéria premiada do jornal O Globo, que venceu o Prêmio Oeste de Jornalismo.
10:17Lá de 2007, porque perceberam que eles faziam essa troca de mensagens durante o julgamento pelo computador,
10:26e aí colocaram o repórter fotográfico para ficar de olho,
10:31foi lá, fotografou a tela e percebeu que a Carmem Lúcia e o Ricardo Lewandowski
10:37estavam combinando votos, como foi analisado pelo jornal.
10:40Quer dizer, isso já tem 17 anos que eles fazem isso nos bastidores,
10:48e depois ficam aí posando de você sabe o quê.
10:52Muito bem, levantamento publicado pelo Estadão, é o que eu tinha citado,
10:561 milhão e 300 mil reais de dinheiro público.
10:59E o Flávio Dino também defendeu os colegas Gilmar e Alexandre de Moraes,
11:02que fazem o que fazem, porque eles são a expressão do colegiado.
11:06É mole.
11:07No mesmo dia em que Dino deu essas declarações, o seu colega Edson Fachin,
11:11esse que é o ponto interessantíssimo,
11:13cobrou da Corte Constitucional Brasileira a virtude da parcimônia.
11:17Olha, mais um cobrando.
11:19Teve o Luiz Fuxo outro dia.
11:21Claro que não é uma fala perfeita, a gente ironizou algum ponto,
11:25mas estava mostrando pelo menos algum reconhecimento de que há diversas críticas legítimas.
11:30E agora o Fachin cobrando parcimônia.
11:33Vamos acompanhar o que ele disse no evento Hora de Atualização,
11:36na sala da primeira turma do STF.
11:38Permitam-me tentativamente confidenciar-lhes meu ceticismo
11:45em relação à capacidade dos tribunais processarem nossas diferenças.
11:51Creio não estar sozinho aqui.
11:54Em um momento de mudanças sociais intensas,
11:57cabe à política, com P maiúsculo, o protagonismo.
12:02E ao judiciário e às cortes constitucionais,
12:05mais especificamente, cabe a virtude da parcimônia.
12:10Evitar chancelar os erros e deixar sedimentar os acertos,
12:16sempre zelando pela proteção dos direitos humanos e fundamentais.
12:21Comedimento e compostura são deveres éticos,
12:25cujo descumprimento solapa a legitimidade do exercício da função judicante.
12:34Abdicar dos limites é um convite para pular no abismo institucional.
12:41A lei sem reconhecimento é injusta,
12:44mas o reconhecimento sem lei é precário.
12:46Pular no abismo e tudo, Duda Teixeira.
12:51Alguém tem que dar algum tipo de discurso nesse sentido.
12:55Quando a Cruzoé foi censurada por decisão do Moraes,
12:58o Celso de Mello soltou uma nota.
13:00Ele não está mais na corte, está aposentado.
13:03Contra qualquer tipo de censura.
13:05Quer dizer, é preciso que algum ministro reaja
13:07às barbaridades que outros possam fazer.
13:09Isso está acontecendo, né, Felipe?
13:12Cada vez mais o Fux, né?
13:13Também deu uma super declaração essa semana.
13:16O André Mendonça falou que o STF estava passando por cima do legislador.
13:22Muito interessante isso.
13:23Agora, passou ali uma frase do Dino que eu queria comentar,
13:27que ele fala que o Gilmar e o Alexandre de Moraes
13:30fazem o que fazem porque eles são a expressão do colegiado.
13:33E aí, enfim, é importante só dizer que
13:37não tem representante de classe, né, no ministro, no STF.
13:43Cada voto tem o seu valor igual, né?
13:47O que a gente tem é o presidente do STF,
13:49que é o cara que comanda a pauta
13:52e faz o contato com o executivo ou com o legislativo.
13:55Mas é isso.
13:56O Gilmar não representa outros ministros,
13:59nem o Alexandre de Moraes.
14:01É um absurdo isso, né?
14:02A gente tem o colegiado e o representante
14:04que tem essa função mais ritualística, burocrática.
14:09É, não tem o vice-presidente do sindicato, do colegiado.
14:16Você tem o cargo ali de presidente, vice-presidente,
14:19mas não existe.
14:20É o tipo de alegação política do Flávio Dino
14:22porque ele é um político e o Lula disse
14:24que queria alguém com a cabeça política no STF
14:26e o STF está cada vez, lamentavelmente, mais politizado.
14:32E aí
14:34E aí

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