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O ‘Gilmarpalooza’, Fórum de Lisboa organizado anualmente pelo ministro Gilmar Mendes, do STF, começou nesta quarta-feira, 26. Como antecipou O Antagonista, “todos terão acesso à casta da República do Escambo, bem longe do povo brasileiro”.

Leticia Casado registrou no UOL um desses encontros entre as elites dos setores público e privado, com a presença de Gilmar:

"O empresário Flávio Rocha, dono da rede de varejo Riachuelo, recebeu mais de 80 convidados em seu apartamento de cobertura em Lisboa para um drink de boas-vindas.

A lista inclui os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS; Marcos Molina, fundador do frigorífico Marfrig; Bruno Ferrari, fundador e CEO do Grupo Oncoclínicas; Rubens Ometto, da Cosan; e o banqueiro André Esteves, do BTG, entre outros nomes de peso no PIB.

Deputados e senadores também foram ao evento — entre os quais, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP) e o presidente do Progressistas, senador Ciro Nogueira.

E também os 5 cotados para a sucessão de Lira: Elmar Nascimento (União), Isnaldo Bulhões (MDB), Dr. Luizinho (PP), Hugo Motta (Republicanos) e Marcos Pereira (Republicanos)."

160 autoridades foram liberadas pelos governos federal e estaduais, Congresso e Justiça para participar do 'Gilmarpalooza'. Dados de portais da transparência apontam que órgãos públicos já gastaram pelo menos 450 mil reais para levar apenas 30 dessas autoridades a Portugal, segundo a Folha de São Paulo.

Felipe Moura Brasil e Carlos Graieb comentam:

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Transcrição
00:00Muito bem, a gente fala agora sobre o lobby em torno do Gilmar Palusa, o Fórum de Lisboa,
00:04organizado anualmente pelo ministro Gilmar Mendes do STF e que tem a sua 12ª edição começando hoje.
00:11Como antecipou o Antagonista, todos terão acesso à casta da República do Escambo, bem longe do povo brasileiro.
00:19Eu tinha escrito isso em um antagonista.com.br.
00:22E aí hoje a Letícia Casado, no UOL, registrou um desses encontros entre as elites dos setores público e privado com a presença de Gilmar.
00:32Abre aspas para a matéria.
00:34O empresário Flávio Rocha, dono da rede de varejo Riachuelo, recebeu mais de 80 convidados em seu apartamento de cobertura em Lisboa para um drink de boas-vindas.
00:44A lista inclui os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, Marcos Molina, fundador do frigorífico Marfrig,
00:52Bruno Ferrari, fundador e CEO do grupo Oncoclínicas, Rubens Ometo, da COSAM e o banqueiro André Esteves, do BTG, entre outros nomes de peso no PIB.
01:01Deputados e senadores também foram ao evento, entre os quais o presidente da Câmara, Arthur Lira, do PP,
01:06o presidente do Progressistas, senador Ciro Nogueira.
01:10E também os cinco cotados para a sucessão de Lira, Elmar Nascimento, da União Brasil, Isnaldo Bulhões, do MDB,
01:17doutor Luizinho, do PP, Hugo Mota, do Republicanos e Marcos Pereira, também do Republicanos.
01:23Fecho aspas.
01:24No Coquetel de Rocha, quem palestrou foi o advogado criminalista Pierre Paolo Bottini,
01:29que defendeu na Lava Jato o executivo Dalton Avancini, da Camargo Correia e apresentadora Cláudia Cruz,
01:35esposa de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara, entre outros clientes.
01:39Também estava presente o ministro do STJ, Humberto Martins, pai do advogado Eduardo Martins, alvo da Lava Jato.
01:46Eu sempre lembro aqui no programa que o Humberto Martins chegou a abrir investigação
01:50sobre o conteúdo não autenticado de mensagens roubadas de autoridades ligadas à força-tarefa anticorrupção.
01:57No entanto, ele teve de arquivar o caso por falta de provas que sustentassem as ilações da imprensa amiga.
02:04Toda essa turma, em geral, a maioria ali com uma postura pública anti-Lava Jato, está lá reunida,
02:16em Lisboa, graças ao evento do Gilmar, que dá entrevista à TV portuguesa, atacando juízes e procuradores.
02:24É como se eles quisessem impor essa narrativa de salvadores da democracia, também no caso da Lava Jato.
02:35É como se fosse a mesma coisa que é quebra-quebra em prédios dos três poderes,
02:42que eles já inflamam para se dar um ar heróico.
02:46E aí eles pudessem fazer tudo com essa aura que eles se colocam.
02:55É algo bastante curioso.
02:58Quando você vê esses nomes, dá aquela sensação de que é um encontro de networking,
03:05como o pessoal diz no mundo corporativo.
03:07Vamos fazer networking, networking é importante.
03:10E, normalmente, esse conselho vem de coaches de carreira ou coisa que o valha.
03:18Só que a gente não está falando de eventos, de um evento que, de fato, é acadêmico ou de estudos.
03:28Ficou na cara, ficou escancarado que isso é um grande regabofe de lobby.
03:33É um networking ao cubo.
03:40Porque, como a gente vem repetindo, na mesma cobertura de Lisboa,
03:46você tem lá a nata da nata do Congresso, dos negócios, do Judiciário.
03:56É todo mundo misturado.
03:59Agora, a única coisa divertida desse Gilmar Palusa
04:06é que, assim, Lisboa já não é mais longe o suficiente.
04:11Está lá, repórter do UOL.
04:14Não sei se ela conseguiu subir lá na cobertura ou se estava olhando da esquina,
04:20mas ela conseguiu contar as pessoas que estão presentes.
04:23Então, esse desejo de se afastar dessa coisa horrorosa que é o Brasil
04:27e de poder confraternizar todo mundo junto, em um outro país, em um outro lugar,
04:35olha, Lisboa não basta.
04:37Eu sugiro que eles vão para a Coreia do Norte da próxima vez.
04:40Lá é difícil de entrar.
04:41Façam na Coreia do Norte.
04:43Dou o meu apoio.
04:44Muito bem.
04:46Eu queria até fazer uma pergunta que eu fiz, inclusive, na análise em um antagonista.
04:51Em que país do mundo um ministro de Suprema Corte,
04:56organizador do fórum,
04:59media um painel junto com um banqueiro
05:03que ele blindou contra uma força-tarefa anticorrupção?
05:08Em que país do mundo?
05:10No Brasil?
05:11Não, em Portugal.
05:13Mas brasileiros são o ministro, Gilmar Mendes,
05:18e o banqueiro, André Esteves, cujo banco, o BTG,
05:20inclusive organiza coquetel, um outro,
05:23além desse aí do Flávio Rocha,
05:26em restaurante de terraço de hotel na cidade,
05:29na capital portuguesa.
05:31A gente tem, inclusive, o print aí da programação oficial do evento.
05:34Vamos colocar na tela a produção?
05:36Olha, vocês estão vendo aí na tela a dupla de moderação,
05:39André Esteves e Gilmar Mendes,
05:41da conversa com Thomas Friedman,
05:43que é o editorialista do jornal americano New York Times.
05:46É a universalização da imprensa amiga, Graeber.
05:49Isso é uma maluquice, Felipe.
05:51Olha, eu realmente não sou um moralista,
05:56no sentido de ficar procurando coisas para condenar qualquer comportamento.
06:04Eu não acho, por exemplo, que você pode privar autoridades públicas de segurança.
06:10Eu não acho que isso é um luxo.
06:12Eu não acho que você tem que ficar bravo porque a presidência da república...
06:17Eu não estou falando do Lula, mas, sabe,
06:19porque uma autoridade mandou comprar camarão para servir para um visitante estrangeiro.
06:24Não acho essas coisas.
06:25Mas isto aqui não pode.
06:29Não pode.
06:30Isto é promiscuidade.
06:32Vai muito além de um uso descuidado ou do dinheiro público.
06:39Isto aqui é você fechar a elite numa redoma
06:44e eles olhando para a cara dos brasileiros e dizendo
06:49Nós podemos.
06:52Não estamos nem aí.
06:54Não estamos nem aí com aquilo que...
06:56Com a imagem que a gente está transmitindo,
06:59que é essa imagem de pronosticidade.
07:02Não estamos nem aí para vocês.
07:05Fiquem no Brasil.
07:07Olha, é realmente...
07:09Não tem outra palavra.
07:11É revoltante.
07:12É revoltante.
07:13Por mais que você tente lutar, como eu tento às vezes,
07:17contra essa indignação,
07:20neste caso, não dá.
07:24É deboche.
07:25E a gente vê aí os irmãos Batista participando de todos esses eventos.
07:29Exato.
07:29É como se eles não tivessem confessado crimes de suborno
07:32ao longo das gestões petistas.
07:35É gravíssimo que a república tenha sido comprada na prática.
07:40Obviamente é uma metonímia.
07:41A gente está falando aqui de vários agentes públicos, políticos,
07:45que estavam recebendo propina.
07:47E eles estão aí transitando entre as autoridades
07:52que foram responsáveis por esses processos.
07:55E elas não estão nem aí com qualquer tipo de impressão
07:59que isso possa causar.
08:01O ministro Luiz Fux, no julgamento da maconha,
08:03deu um discurso ali sobre as posturas do Supremo Tribunal Federal,
08:07que geram críticas legítimas da sociedade.
08:11E o Graeb até brincou.
08:12Tomara que eles repensem, etc.
08:15Mas, eventualmente, isso pode aparecer na voz do Fux,
08:19um comentário ali do André Mendonça,
08:21de que estão atropelando o Congresso Nacional.
08:25Mas a gente vê a turma ali do Gilmar Mendes, do Dias Toffoli,
08:29o Ricardo Lewandowski, que já está aposentado e foi para o governo Lula.
08:32Eles não estão nem aí.
08:34Não estão nem aí.
08:35O Flávio Rocha, por exemplo, ele integra um grupo
08:38que faz isso que se chama oficialmente de
08:42ponte entre o setor privado e o setor público,
08:46que lá na minha terra tem um outro nome,
08:49e que é da família aí de um comandante de uma emissora de TV.
08:55E esse grupo organiza diversos eventos,
08:57sempre com a participação do Gilmar.
08:59Numa edição recente em Paris, desses eventos,
09:02estava lá o Wesley Batista palestrando num dos painéis,
09:06e o Gilmar no outro, e o Gilmar na saída ali do evento,
09:09numa coletiva, inclusive, para a emissora de TV.
09:11Ele falou se gabando de ter ajudado a blindar
09:18as pessoas que estavam ali presentes,
09:20e inclusive o presidente da República, Lula,
09:22que graças ao enfrentamento que o STF fez da Lava Jato,
09:26eu citei isso na minha análise hoje sobre o Gilmar Palusa.
09:31E aí ele fala assim, manda um recado bem claro
09:33para essas autoridades e para esses membros da elite.
09:37Eles precisam compreender o papel que o tribunal desempenhou.
09:42Quer dizer, o Gilmar quer o crédito,
09:44quer o crédito por ter varrido a sujeira para debaixo do tapete.
09:48Ele quer que as pessoas saibam bem exatamente aquilo que ele fez.
09:52E essas pessoas compreendem muito bem aquilo que o Gilmar fez
09:55e mantém o diálogo, não é mesmo, aberto com essa ala do setor público,
10:02que é o setor de habeas corpus,
10:04é o setor de alteração de jurisprudência,
10:07é o setor de anulação de provas e atos de força-tarefa,
10:13é o setor de arquivamento de processos.
10:18Esse diálogo aí está totalmente aberto,
10:22feito em público,
10:23como se autoridades que são responsáveis por decisões importantes
10:28sobre os rumos do país,
10:29sobre figuras que têm muitos meios de ação,
10:32elas não tivessem o ônus de uma autocontenção greve.
10:37Nós que somos jornalistas temos,
10:41há um distanciamento necessário
10:43em relação às autoridades, etc.
10:47A gente entrevista autoridade,
10:48a gente não é amigo de autoridade.
10:50Exato.
10:51Agora eles não, eles transitam o tempo todo juntos,
10:54estão lá no coquetel,
10:57ministros de tribunais superiores,
10:59junto com parlamentares e empresários,
11:02donos de grandes empresas com interesses,
11:05nos tribunais superiores e no Congresso Nacional.
11:08É isso que você disse, Felipe,
11:10os cargos públicos,
11:12eles vêm com bônus e vêm com ônus.
11:15O ônus é você, ao menos, manter as aparências.
11:22É o mínimo que se pede de uma autoridade,
11:25sobretudo no judiciário,
11:28que precisa, ao contrário de um político,
11:30que não precisa parecer imparcial,
11:32um juiz precisa ser visto,
11:35ser tido como imparcial.
11:38E quando você se mete nos coquetéis,
11:41em coberturas,
11:42longe, supostamente longe dos olhos das pessoas,
11:47mas está lá a repórter fazendo o trabalho dela e mostrando,
11:51você abre mão,
11:53não é que você abre mão,
11:55você destrói a sua imagem de isenção.
12:00E com isso, você põe abaixo
12:03a imagem da instituição para a qual você trabalha.
12:07Então, quando os juízes do Supremo Tribunal fazem isso,
12:11eles não estão se prejudicando,
12:14eles estão prejudicando o STF,
12:17eles estão prejudicando a instituição que eles representam.
12:22E daí, depois, acontece o que aconteceu no Brasil nos últimos anos.
12:26essa desconfiança bárbara a respeito do tribunal,
12:35que levou o Brasil a uma situação de estresse terrível.
12:41Exatamente.
12:41O Brasil passou por um estresse.
12:44E eles ajudaram a construir esse estresse.
12:48E continuam ajudando.
12:50O mais espantoso é isso, né, Felipe?
12:52que, apesar de tudo o que aconteceu,
12:56baixou um pouco a poeira.
12:58Então, eles lá, mais à vontade do que nunca.
13:02Ao invés de se recolher, ao invés de falar,
13:04bom, vou aceitar o ônus do meu cargo.
13:09E vou ser mais contido.
13:11Vou ser mais discreto.
13:13Vou deixar para fazer certas coisas depois que eu me aposentar.
13:16Não!
13:18Estão lá, de copo de champanhe na mão,
13:21olhando o céu de Lisboa.
13:25Olha, é um deboche.
13:29É um deboche.
13:30É um desrespeito com a instituição.
13:32É um, principalmente.
13:34É um escárnio.
13:34Porque a turma do Gilmar, capitaneada por ele,
13:38quer impor à sociedade essa narrativa,
13:41essa crença de que eles são os salvadores da democracia,
13:44de que eles são os salvadores da pátria,
13:45que o Brasil sofreu dois grandes atentados,
13:49que seria uma força-tarefa anticorrupção,
13:51que revelou a corrupção nessa República dos Campos,
13:55e os reacionários aloprados que invadiram os prédios dos três poderes.
14:00Quer dizer, uma coisa não tem nada a ver com a outra.
14:04A gente repudia aqui, evidentemente,
14:06o vandalismo no prédio dos três poderes,
14:09e somos críticos dos ministros do STF,
14:12sem legitimar qualquer tipo de delinquência.
14:15Agora, a gente reconhece, sabe, admite, aponta,
14:20que houve um escândalo imenso, um esquema imenso de suborno,
14:25uma reincidência, aliás, no governo de um partido
14:28que já tinha sido pego com o esquema do Mensalã,
14:32e não vamos jamais aceitar que essa história seja varrida para debaixo do tapete
14:37em nome desse autoproclamado heroísmo de ministros do STF,
14:41que, em vez de sentir que já passaram da linha há muito tempo,
14:49não, eles querem justificar essa atravessada.
14:54Eles querem que todo mundo os encare assim,
14:58como os verdadeiros salvadores,
14:59que, portanto, têm as suas liberdades,
15:02as suas permissividades,
15:03que eles podem desfrutar de toda essa promiscuidade
15:06com membros das elites políticas, econômicas, midiáticas, judiciárias,
15:12sem ter que prestar muitas contas à sociedade,
15:14porque já fizeram demais.
15:16E, afinal, são almas puras, iluminadas,
15:19que jamais estariam confabulando
15:21sobre qualquer coisa que não fosse de interesse público.
15:24Isso só quem faz são os desafetos,
15:27são aqueles que ousaram apontar os esquemas de suborno.
15:30Quer dizer, é essa a narrativa que eles querem que vocês comprem.
15:34E, aliás, falando em gastar,
15:37eu estava usando aqui no sentido metafórico,
15:40mas vamos para o prático.
15:41160 autoridades foram liberadas
15:43pelos governos federal e estaduais,
15:46Congresso e Justiça,
15:48para participar do Gilmar Palusa.
15:50Dados de portais da transparência
15:51apontam que órgãos públicos
15:52já gastaram pelo menos 450 mil reais
15:55para levar apenas 30 dessas autoridades a Portugal,
15:58segundo a Folha.
15:59450 mil reais.
16:04450 mil reais de dinheiro público
16:06só para levar para a viagem
16:07dessa galera aí que está
16:09se permitindo viajar em dia útil,
16:14de semana.
16:15Você está aí trabalhando,
16:16agora, final do dia,
16:17eventualmente acabou o seu trabalho,
16:19está querendo saber o que está acontecendo aqui
16:20no Brasil pelo Papo Antagonista,
16:23mas você está pagando aí a viagem do pessoal.
16:26A expectativa é de que o valor seja ainda maior,
16:28já que alguns gastos só serão confirmados
16:30após a viagem.
16:32Em 2023,
16:33as autoridades convidadas pelo Instituto Brasileiro
16:35de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa
16:36de Gilmar,
16:37gastaram ao menos um milhão de reais
16:39em passagens aéreas
16:40com dinheiro público
16:42para participar da 11ª edição
16:44do RegaBorf.
16:45esse que agora está na 12ª.
16:48Quer dizer,
16:49ainda sai do bolso do trabalhador
16:51essa mordomia toda, Greta.
16:53Qual é o benefício
16:55para o serviço público
16:57que esse fórum vai trazer?
17:00De que maneira isso vai enriquecer
17:02a atividade
17:04da autoridade A, B ou C?
17:06Se eles conseguirem me provar
17:09que houve um ganho concreto
17:12a partir dessa viagem
17:14para o dia a dia deles,
17:16está bom,
17:16eu desculpo o gasto com a passagem.
17:20Mas enquanto eles não fizerem isso,
17:22e não vão fazer,
17:23porque
17:24é mais,
17:26cheguei à conclusão de que é mais
17:28do que uma alergia à transparência.
17:30É um verdadeiro horror
17:32a transparência
17:33que existe no Brasil.
17:35Por causa desse horror
17:37à transparência,
17:38jamais
17:39eles se dignarão
17:42a dizer
17:42como é que isso
17:44pode se traduzir
17:46em qualquer benefício
17:47para o serviço público.
17:48Se não tem benefício
17:50para o serviço público,
17:50não tem justificativa
17:52para esse gasto.
17:52É um gasto
17:53para a pessoa.
17:56Para a pessoa
17:57fazer o networking dela,
17:58para a pessoa
17:59trocar cartãozinho
18:01pelo celular,
18:02para a pessoa
18:03olhar o céu
18:05de Lisboa
18:05junto com os empresários,
18:08com os ministros da STF,
18:10com os chefões da Câmara,
18:14ganho pessoal
18:15com dinheiro público.
18:18Provem
18:19que tem
18:19algum benefício
18:20concreto
18:21para o trabalho
18:22que o juiz,
18:23o secretário
18:25de Estado,
18:26o deputado
18:27fazem,
18:27e eu perdoo.
18:31Se não provarem,
18:32eu continuo
18:33sem perdoar.
18:35Mas, Graeve,
18:36como assim, Graeve,
18:38você pode dizer
18:39que não vislumbra
18:41resultados concretos
18:42nesse evento
18:43se o Paulo Pimenta,
18:46ministro-chefe
18:47da SECOM,
18:48da Secretaria
18:49de Comunicação Social
18:50do Brasil,
18:51está escalado
18:52na programação oficial
18:54para falar
18:55sobre desinformação,
18:56propaganda eleitoral
18:59e integridade
19:00das eleições,
19:02como Graeve.
19:03Está aí, pronto.
19:05Só isso já valeu
19:06a viagem.
19:06É, pelo menos
19:07está na programação oficial,
19:08mas houve desistência
19:09por parte de vários
19:10ministros do governo Lula,
19:12nem sei se o Paulo Pimenta
19:13acabou indo ou não,
19:15mas ele estava lá previsto.
19:17Então, assim,
19:17são coisas desse tipo.
19:18Por exemplo,
19:19o Dias Toffoli
19:19falando sobre
19:21jurisdição constitucional
19:23na revisão
19:24de políticas públicas
19:26entre ativismo
19:27e deferência
19:28legislativa.
19:30O Toffoli,
19:32que apresentou
19:32aquele voto
19:33mais confuso
19:34na sessão
19:36mais inadequada
19:39possível,
19:41que é,
19:41a gente ainda vai
19:42tratar dela,
19:43o julgamento
19:44sobre a descriminalização
19:46da maconha
19:46no Supremo Tribunal Federal
19:47quando isso é assunto
19:48legislativo.
19:50O Toffoli causou
19:51uma confusão
19:51no julgamento
19:52e ele vai lá
19:53palestrar sobre isso
19:54com toda essa autoridade.
19:57Quer dizer,
19:58é isso,
19:59é esse tipo
19:59de ganho,
20:02entre aspas,
20:03para a sociedade
20:03que se tem
20:04com o Rega Boff
20:05lá em Lisboa.

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