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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (24) que Israel e Irã violaram o cessar-fogo mediado pelos EUA e pelo Catar. Trump declarou estar insatisfeito com ambos os países e exigiu o fim dos ataques. Para falar sobre o assunto, a Jovem Pan entrevista o ex-embaixador brasileiro em Washington e em Londres, Rubens Barbosa.
Apresentadores: Roberto Nonato e Soraya Lauand
Entrevistado: Rubens Barbosa

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Transcrição
00:00Recebemos hoje aqui no Jornal da Manhã o ex-embaixador do Brasil em Washington e em Londres, Rubens Barbosa,
00:08a quem eu já agradeço a gentileza da entrevista, muito bom dia para o senhor.
00:13Embaixador, queria uma avaliação do senhor sobre esse anúncio de cessar fogo feito por Donald Trump
00:19e se o senhor considera que o tamanho do contra-ataque iraniano pode de fato ter significado uma brecha
00:28para a diplomacia.
00:32Olha, a iniciativa do presidente Bush, do presidente Trump, era esperada, mas pegou de surpresa a todo mundo.
00:42Essa guerra foi conduzida por duas pessoas, pelo Nathaniel e pelo Trump.
00:50Então, todas as ações mais importantes derivam da ação desses dois líderes,
00:56muito contestados e com interesses próprios.
01:03O Nathaniel com problemas internos políticos, que ele quer prolongar,
01:09que ele quer prolongar o seu julgamento,
01:13e o Trump com problema de ego, de psicologia, de afirmação no cenário americano.
01:22Isso gera muita imprevisibilidade.
01:26Eu acho que esse movimento ainda vai ter algumas dificuldades.
01:34Nós vimos hoje que algumas bombas foram lançadas fora depois do período.
01:41Vamos ver se isso é verdade.
01:42E vai começar a aparecer outro problema aí, que vai ser muito espinhoso também,
01:49não sei como é que vai terminar, que é a busca do mineral radioativo,
01:55que o Irã aparentemente teria para a fabricação da bomba.
02:03Vamos ver como é que vai evoluir.
02:05Vai ser altos e baixos, mas felizmente vamos ter uma situação menos perigosa
02:14para uma escalada militar.
02:16E a tensão vai voltar à guerra de Gaza,
02:21que ficou no segundo de Gaza,
02:23e a guerra da Ucrânia, que ficaram no segundo plano,
02:27e vão voltar agora, porque, sobretudo na guerra de Gaza,
02:34com a força de Israel junto aos Estados Unidos,
02:37é possível que novas iniciativas aí, sobretudo na Cisjordânia,
02:42venham a ser tomadas pelo governo de Israel.
02:45O embaixador, é um momento em que a gente acompanha, por exemplo,
02:49o conflito de Gaza, com muitas denúncias de irregularidades,
02:53também cometidas pelo exército israelense.
02:57Na Ucrânia, a gente tem também o apontamento dessas irregularidades,
03:02o caso de sequestro de crianças ucranianas levadas para a Rússia
03:06é um dos destaques.
03:07Tivemos Israel bombardeando o Irã,
03:10com a justificativa do programa nuclear,
03:13mas, de qualquer modo, um ataque a um outro país.
03:17É um momento em que o direito internacional está fragilizado,
03:21a diplomacia acaba ficando em segundo plano
03:24por decisão de líderes personalistas.
03:27Como é que o senhor vê isso, embaixador?
03:30Olha, eu vejo que a situação global está muito complicada.
03:36Eu não sei quando a ordem internacional vai ser retomada,
03:41com as instituições criadas depois da guerra,
03:45da paz e da segurança na ONU,
03:49na OMC, no comércio,
03:51no Banco Mundial, no BID,
03:54na Organização Mundial de Saúde.
03:57Elas estão muito afetadas por posições radicais,
04:03sobretudo da maior potência do mundo.
04:06No caso das guerras que nós estamos tendo,
04:12o órgão principal seria as Nações Unidas,
04:16mas nós vimos aí as reuniões das Nações Unidas
04:19sobre a guerra do Irã,
04:23que eram meras palestras,
04:25cada um falava lá,
04:27mas não teve votação,
04:29porque há uma divisão lá,
04:32se fosse votado em qualquer resolução,
04:34ficaria três de um lado e dois de outro,
04:37entre os países que vetam as decisões.
04:41Eu acho que é muito difícil,
04:43vai ter que haver uma nova ordem,
04:46mas eu não acho que isso seja feito a curto prazo.
04:51Nem os Estados Unidos,
04:53nem a França, nem a Inglaterra,
04:55nem a Rússia, nem a China
04:57têm interesse em terminar
04:59esse sistema de direito de veto
05:03no Conselho de Segurança.
05:05Então, países como a Índia,
05:06como o Brasil,
05:07como o Japão,
05:09como a Alemanha,
05:10que estão fora desse esquema,
05:12vão continuar fora desse esquema.
05:14Não tem saída para isso.
05:18Vai ser mais um período longo
05:21em que vai prevalecer a lei do mais forte.
05:25Nós estamos vendo isso na área comercial,
05:28com as tarifas,
05:29agora na área militar,
05:31com a imposição da vontade
05:34da superpotência mais forte,
05:38tanto dos Estados Unidos
05:40quanto a superpotência do Oriente Médio,
05:44que é Israel.
05:45Essa que é a realidade hoje.
05:47Agora, embaixador,
05:48o quão longe estamos, então,
05:51de uma possibilidade de paz?
05:54Se é possível pensar nisso,
05:56nesse momento?
05:58Olha, eu acho que vai ser uma paz precária.
06:01Você vai ter momentos em que
06:05vai haver tensão.
06:09Nós temos três questões aí
06:12que estão em curso.
06:15Você tem a guerra da Ucrânia,
06:19você tem a guerra em Gaza
06:22e a cisplatina
06:23e você tem a guerra
06:26de Teherã e Israel.
06:29Eu acho que tem,
06:31em cada uma dessas guerras,
06:32há muitas questões
06:34a serem resolvidas.
06:36E a comunidade internacional
06:39quer resolver isso
06:40através da negociação.
06:44Porque o direito internacional,
06:46como foi dito,
06:47ele está totalmente ultrapassado.
06:49quer dizer,
06:49os países atacam
06:51sem ser atacados,
06:52não acontece nada.
06:54Os países ocupam
06:55o território,
06:56não acontece nada.
06:58Então,
06:58isso desmoraliza,
07:01e a lei do mais forte
07:03prevalece.
07:04Eu acho que,
07:05em cada uma dessas greves,
07:06nós vamos ter momentos
07:08de tensão,
07:10momentos de perigo,
07:12de escalada,
07:14mas eu acho que a comunidade
07:15internacional como um todo,
07:17nós estamos vendo aí
07:18na guerra do Irã e de Israel,
07:20não quer se meter,
07:22entendeu?
07:23Porque cada um,
07:24agora,
07:25por causa da mudança
07:26que o Trump fez
07:27na área econômica,
07:29tarifas e essas medidas todas,
07:31cada um está querendo
07:32defender o seu interesse.
07:35E o interesse comercial,
07:37na maioria dos países,
07:39econômico,
07:40vem antes do interesse
07:41de acompanhar a guerra.
07:43eu acho que,
07:46no nosso caso,
07:48não sei se vocês vão
07:49perguntar isso,
07:50mas eu já adianto aqui,
07:51no nosso caso,
07:52eu acho que nós temos
07:53que nos limitar
07:56a defender
07:57o interesse brasileiro.
07:59Não interessa
08:00ao Brasil
08:00defender
08:02um lado,
08:03defender o outro,
08:05atacar um,
08:06atacar outro.
08:08Nós estamos vendo aí
08:09a Índia,
08:10a China,
08:11a maioria dos países asiáticos,
08:13eles estão quietos lá,
08:14fazem notas,
08:16condenando os excessos,
08:18aí sim,
08:19a morte indiscriminada,
08:23as violações
08:24da Carta das Nações Unidas,
08:25isso a gente pode fazer.
08:27O que não pode fazer,
08:29eu acho,
08:30é tomar partido
08:32por questões ideológicas,
08:35políticas ideológicas.
08:36isso aí,
08:38que é o problema
08:38que está afetando
08:42as decisões
08:43que nós estamos tomando
08:45em todos os lugares.
08:47Não é só
08:48na guerra do Irã
08:50com o Israel,
08:52é na guerra da Ucrânia,
08:53é na guerra de Gaza,
08:55e em algumas medidas
08:57econômicas.
08:59Então,
08:59isso aí
09:00prejudica
09:02o interesse brasileiro,
09:04porque dependendo
09:06da evolução,
09:08nós vamos ter
09:09alguma situação.
09:12Vocês viram
09:12que ontem,
09:14ontem,
09:15antes do,
09:16agora,
09:17o pedido
09:18caiu um pouco,
09:19mas antes
09:20da paz,
09:22o Trump
09:23tinha dito
09:23publicamente
09:24que os países
09:25da América Latina
09:26tinham que se decidir
09:27ficar de que lado?
09:29Quer ficar do lado
09:30de Israel
09:31ou do lado
09:31de Teherã?
09:34Foi o que o Trump
09:35falou.
09:36E,
09:37felizmente,
09:38não vamos ter que optar,
09:39porque agora,
09:40com a paz,
09:41a gente não vai ter que optar
09:42nada,
09:43mas tem que defender
09:44a paz.
09:45Enfim,
09:45é uma situação
09:46delicada,
09:47fluida,
09:48vamos ter que esperar
09:49mais algum tempo
09:50para ver como
09:52a situação evolui.
09:54isso vai ter marchas
09:56e contramarchas,
09:57vai ter momentos
09:58delicados e tal,
09:59e vai continuar
10:00por muito tempo,
10:01porque esse material
10:03radiativo
10:05do Irã
10:06enriquecido,
10:07eu acho que
10:08o Irã
10:09não vai ceder,
10:10e aí nós vamos ter
10:11uma questão
10:12importante,
10:13e que pode até
10:15de novo
10:15declanchar
10:17o movimento
10:18militar,
10:18mas vamos ver,
10:19vamos ver como é que
10:20evolui.
10:22Conversamos com
10:23o ex-embaixador
10:24do Brasil
10:24em Washington
10:25e em Londres,
10:26Rubens Barbosa,
10:28a quem eu agradeço
10:28mais uma vez
10:29a participação
10:30aqui conosco hoje,
10:31um bom dia
10:31para o senhor.
10:33Muito obrigado
10:34pelo interesse
10:34de vocês.

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