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  • 18/06/2025
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reuniu-se com o Conselho de Segurança Nacional nesta terça-feira (18) para discutir a escalada do conflito entre Israel e Irã. A Casa Branca avalia um possível aumento da participação americana na crise do Oriente Médio. A bancada do Morning Show debateu o assunto.
Apresentador: André Marinho
Reportagem: Fabrizio Neitzke e Luca Bassani
Comentaristas: David de Tarso, Henrique Krigner e Mano Ferreira

Assista ao Morning Show completo: https://youtube.com/live/T_5CEy_9uiI

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Transcrição
00:00Na sequência aqui da reportagem, das análises, dos debates em torno da escalada crescente das tensões entre Israel e Irã
00:08e do conflito aberto que vai ceifando vidas, destruindo a infraestrutura crítica de ambos os lados,
00:13entrando no sexto dia com mais ataques entre os dois países pessoal e mais de 250 mortos de ambos os lados.
00:21Vale a pena destacar de cara aqui que Donald Trump, presidente americano, afirmou que a paciência dos Estados Unidos com o Irã está se esgotando.
00:27Até veio a público dizer que já sabe exatamente onde estaria o Ayatollah Khamenei, líder supremo da guarda revolucionária iraniana, do regime iraniano,
00:35mas que por enquanto prefere não ir às vias de fato e eliminá-lo.
00:39Mas ele segue avaliando a partir de uma pressão interna imensa, crescente, se vai ou não participar ativamente dos ataques israelenses contra as instalações nucleares iranianas.
00:50Só nos últimos três dias, vale a pena a gente sublinhar aqui pra vocês pessoal, pelo menos 30 aviões tanque de padrão militar dos Estados Unidos,
00:58usados ali pra reabastecer vários caças e bombardeiros, foram levados para a Europa.
01:03Enquanto isso, o Ayatollah Khamenei, líder supremo do Irã, avisou que qualquer ataque americano terá consequências irreparáveis.
01:10Que consequências são essas? Ainda segue aqui no campo das ideias e da ameaça.
01:15Posicionando aqui David de Itaço, minha dupla David de Itaço, com as suas primeiras impressões,
01:19dessa escalada dia após dia, realmente a tensão vai só aumentando.
01:24Pois é, Marinho, inclusive o presidente Donald Trump saiu do G7, evento que ele participava junto com outros também líderes de diferentes nações,
01:34e justamente pra debater sobre essa questão envolvendo a guerra.
01:38Ele conversou por telefone, de acordo com informações das agências internacionais com o Benjamin Netanyahu,
01:44sobre essa situação da guerra, e a informação, então, foi confirmada pela Reuters,
01:49dizendo que os Estados Unidos estão enviando, sim, esse suporte para Israel em relação a esses aviões.
01:57Agora, basta saber se os Estados Unidos vão participar ativamente desse conflito,
02:02ou se vai ficar na retaguarda.
02:04Mas causa muita tensão, porque a situação, ela é delicada,
02:08e os líderes, né, envolvendo o Irã, muitas vezes agem com base no terrorismo, como a gente viu no passado também acontecendo.
02:18Então, isso que causa a maior tensão, porque se os Estados Unidos, eles interpretarem que estão praticando algo,
02:24a gente pode ter também uma escalada do terror no território americano.
02:28Então, isso que causa bastante temor em relação a todo esse conflito envolvendo Israel e Irã.
02:35Eu acho que essa foi a palavra mais certeira aqui, temor de todos os lados,
02:38dilemas existenciais, de todos os lados, de todos os agentes envolvidos nessa encruzilhada,
02:43que pode ser histórica.
02:45A gente espera que, enfim, rumo a alguma pacificação possível
02:48diante desse caos que só vai, enfim, escalando nesse momento.
02:51Eu quero, se possível, aqui, eu gostaria de ir acionando o nosso repórter Luca Bassani,
02:56diretamente da Europa, diretamente do velho continente.
02:58Ele pode trazer aqui, com certeza trará, as últimas atualizações sobre a Europa,
03:03os principais líderes, claro, todos eles ensaiando muito mais uma tendência à negociação,
03:09à diplomacia e uma via institucional para tentar mediar uma solução,
03:13nem que seja temporária, rumo a uma resolução definitiva.
03:16Mas o fato é que os Estados Unidos estão ensaiando, sim, uma intervenção no conflito.
03:21Se será só por procuração, financiando ou ajudando com equipamentos,
03:25se já é ou se diretamente, isso é a pergunta mais relevante que está posta, ainda sem resposta.
03:32Luca Bassani, você me ouve bem. Agora sim.
03:35Tudo sim, Marinho. Bom dia a você.
03:37Como você bem introduziu, a gente vê que a Europa se preocupa com uma escalada deste conflito,
03:43não só pelas repercussões humanitárias, que poderiam também chegar no continente,
03:47afinal, um cenário de guerra generalizado, até mesmo guerra civil dentro do Irã,
03:51com a deposição do regime, poderia causar uma nova crise migratória para a Europa,
03:56o que, mais uma vez, seria um foco de instabilidade interno.
04:00Além disso, tem as preocupações econômicas.
04:03Afinal, o Irã é um grande produtor de petróleo, um grande produtor de gás natural
04:07e o responsável pelo Estreito de Hormuz, um dos responsáveis, conjuntamente com o Oman,
04:12e caso haja o fechamento ou um conflito maior que impeça o tráfego normal da marinha mercante,
04:19dos grandes cargueiros de petróleo, poderia também levar o preço da energia
04:24e dos combustíveis aqui no continente, que já são muito caros, ainda para um patamar maior.
04:29Nós vemos que muitos desses líderes têm, então, apelado para diplomacia.
04:33Hoje, o próprio ministro das Relações Exteriores aqui da Alemanha
04:36disse que nunca é tarde demais para buscar a mesa de negociação, se as intenções são sinceras.
04:42dizendo que o Irã poderia, sim, encontrar uma saída diplomática
04:46caso se comprometesse com metas reais de não enriquecer urânio para fins militares.
04:52O próprio presidente Emmanuel Macron também disse que qualquer tipo de deposição do governo
04:57forçada por Israel e os Estados Unidos aos iranianos
05:00poderia também ter repercussões catastróficas,
05:03utilizando o exemplo histórico de vários outros países da região,
05:06como o próprio Iraque ou a Líbia, que, depois da deposição dos seus líderes tirânicos,
05:12não conseguiram nunca encontrar um caminho para a estabilidade.
05:15E também disse que isso precisa vir do povo iraniano de forma automática,
05:19um levante popular, algo que surja internamente e não imposto pelas bombas de países estrangeiros.
05:26Ao mesmo tempo que todas essas declarações são feitas, nós vemos que ambos os lados
05:30seguem irredutíveis.
05:32Novos ataques acontecem por parte de Israel dentro da capital Terã
05:36e também em uma cidade a cerca de 40 quilômetros,
05:39chamada de Karanj, onde há instalações nucleares,
05:42principalmente onde se fabricam os diferentes componentes
05:46para as centrífugas de enriquecimento de urânio,
05:49e também na própria cidade de Terã,
05:52onde tem muitas das bases militares,
05:54onde o alto escalão do exército e da guarda revolucionária
05:57acabam se localizando.
05:59Então Israel disse que segue adiante com essas operações.
06:02O Irã, como a gente sabe,
06:03realiza os seus ataques durante o começo da noite, à madrugada.
06:07Então, por enquanto, em Israel, nada foi interceptado no dia de hoje,
06:11apenas na última noite.
06:13E os israelenses acreditam que a frequência desses ataques iranianos
06:17tende a cair, porque as próprias IDF deixaram claro
06:20que cerca de 40% dos lançadores de mísseis do Irã
06:24foram destruídos durante esses seis dias de operação,
06:27o que também diminui a capacidade ofensiva dos iranianos
06:31e explica o porquê nas últimas 24 horas
06:34não tivemos novos mortos em Israel,
06:36também pela diminuição da quantidade de artefatos bélicos
06:39disparados contra o Estado judeu.
06:42Obviamente, a gente vai ficar de olho como isso repercute
06:44e se de fato Donald Trump vai tomar uma decisão
06:47de partir all in para essa guerra
06:49ou se vai dar só o apoio estratégico e de inteligência
06:52aos israelenses, como tem feito até agora.
06:54Muito bem colocado, como sempre, trazendo o panorama aqui
06:59de todos os atores envolvidos, os agentes, os conflitos existenciais
07:04de todas as partes envolvidas nessa equação.
07:09Eu vou pedir, Bassani, se possível, se você permanecer aqui com a gente
07:12um pouco mais, até porque Fabrício Netsk vai se juntando a nós
07:15ao vivo aqui no palco do Morning Show, apresentador do Jovem Pan Internacional
07:18e segue em cima do lance aqui, trazendo todos os desdobramentos.
07:22Fabrício, é impressionante como, enfim, diante dos últimos acontecimentos,
07:26parece que a gente vê uma espécie de dilema,
07:29na verdade, eu diria até uma tragédia, é o grande paradoxo, né?
07:31Porque, de um lado, na medida que Israel vai vendo os seus céus de Tel Aviv,
07:35de Rafa sendo ciscados ali por mísseis,
07:38eles ficam, enfim, claro, se protegendo com a ideia de que...
07:41Imagine só se os iranianos tivessem as ogivas nucleares.
07:46Portanto, a gente precisa eliminar isso de qualquer maneira.
07:48Do outro lado, os iranianos, vendo Israel, enfim,
07:52dominando completamente o seu espaço aéreo,
07:55também conclui que apenas uma bomba nuclear
07:57para nos protegermos dessa insanidade toda.
07:59Então, é impressionante como esse é o grande paradoxo que está posto,
08:02que só reforça uma espécie de ciclo vicioso, extremo,
08:06de paranoia permanente dos dois lados, né?
08:08Esse é o problema da guerra, né, André?
08:09Bom dia pra você, pessoal do Moren, que nos acompanha aqui na Jovem Pan.
08:13A guerra, ela pressupõe isso, né?
08:15Que você precisa do conflito, do combate,
08:18pra vencer, pra ser superior.
08:20O problema é que ela quase nunca...
08:21Ou quem decide pela guerra quase nunca considera
08:24que isso só gera mais guerra.
08:26O conflito só gera mais conflito.
08:29Você pode acabar, por exemplo, hoje com o regime iraniano,
08:32mas o próximo regime que vai assumir
08:34vai querer guerra também,
08:36porque vai estar machucado ainda do conflito anterior.
08:38O mesmo acontece com grupos terroristas, né?
08:41O mesmo vai acontecer com a próxima geração de israelenses
08:44que vão continuar vendo os iranianos como inimigos
08:47e vão entender que só a ação armada
08:49vai poder resolver esse conflito
08:52que não seja de forma negociada, né?
08:56Então, esse é o grande problema aqui, lógico,
09:00envolvendo guerras.
09:02A gente está num momento muito delicado.
09:04Nesse exato momento, o exército de Israel ataca a capital Teherã
09:07e isso deve ter grandes impactos por lá.
09:10A gente lembra que já passaram de 240 mortos do lado iraniano,
09:14cerca de 24 ali no lado israelense.
09:18E isso tudo deixa marcas muito tangíveis
09:21nas duas populações que vão continuar alimentando
09:25essa onda de ódio, de violência
09:28e vão se fechando aos poucos esses canais diplomáticos
09:32que poderiam resolver esse conflito
09:34de uma forma muito mais pacífica,
09:36muito mais silenciosa,
09:38muito menos danosa para o resto do mundo.
09:41É um momento de bastante dificuldade.
09:43A gente recebeu hoje informações vindas do Haaretz,
09:46o jornal israelense, André,
09:48afirmando que fontes confirmam que o Irã está pronto
09:51para fechar o Estreito de Hormuz
09:52caso haja um escalonamento na guerra.
09:55Eles não citam exatamente o que seria esse escalonamento,
09:58mas é um momento de bastante tensão.
10:00Se isso acontecer, vai ter impactos muito graves
10:03ao redor de todo o mundo,
10:05aqui no Brasil, inclusive,
10:06para a nossa economia,
10:08para a economia de todos os países.
10:10Lembrando que esse é um ano que a gente já está marcado
10:12por muitos problemas econômicos.
10:14O Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial, aliás,
10:18já declarou que a chance de ter uma recessão mundial em 2025
10:22aumentou bastante
10:23depois das tarifas anunciadas pelo Trump lá em abril.
10:27Então, é um momento bastante delicado
10:30e que leva uma grande preocupação,
10:33principalmente em relação ao uso de armas nucleares,
10:35que não é bom para absolutamente ninguém
10:38se isso de fato acontecer.
10:40Agora, impressionante, Bassani,
10:42que muita gente acaba confundindo energia nuclear
10:45para uso civil, para fins pacíficos,
10:47para provimento de energia para os seus povos,
10:50como diversos países mundo afora usam.
10:52Mas o fato é que o Irã,
10:53signatário do Tratado de Não-Proliferação Nuclear,
10:57já passou e muito dessa capacidade
10:59de apenas, enfim, prover energia nuclear
11:02e, sim, enriquecer o urânio indefinidamente,
11:05ultrapassando todos os limites,
11:07inclusive, impostos ali pela Agência Internacional de Energia Atômica,
11:11que está longe de ser uma instituição de direito
11:13ou pró-Estados Unidos, instituição essa
11:14que foi incumbida com a tarefa
11:16de monitorar o avanço do programa nuclear iraniano
11:19nos últimos anos
11:20e concluiu, para não restar dúvidas,
11:22que o Irã passou e muito dos limites
11:24que ele mesmo havia se atrelado.
11:28Como é que você está vendo esse dilema que está posto?
11:32Bom, extremamente importante para a gente trazer
11:34para a audiência do Morning aqui, André,
11:36o que significa o enriquecimento de urânio?
11:39Urânio é um metal encontrado na natureza,
11:41mas no seu isótopo, na sua forma, 238,
11:45ou seja, uma forma estável e não radioativa.
11:48Apenas 0,7% do urânio encontrado na natureza
11:53é radioativo, urânio 235, isótopo 235.
11:57Segundo os cientistas nucleares,
11:59se você enriquece esta porcentagem de pureza
12:02de 0,7% a 3% ou a 5% já é mais do que suficiente
12:06para você ter usinas nucleares com fins civis,
12:09energéticos, para abastecer cidades,
12:12abastecer várias regiões.
12:14No caso de uma bomba nuclear,
12:16é importante ter o grau de pureza acima de 90%.
12:20Os iranianos, segundo relatórios
12:22da própria Agência Internacional de Energia Atômica,
12:25já estavam enriquecendo urânio acima de 60%,
12:28ou seja, muito mais próximo do grau bélico
12:30do que dos usos civis.
12:32E a pergunta é, para que enriquecer urânio
12:34a um grau tão alto, sendo que já 5%,
12:37menos de 10% daquilo que eles têm,
12:41já é o suficiente para os fins energéticos?
12:43Obviamente que as respostas são encontradas
12:45na questão geopolítica, na questão bélica,
12:48e portanto Israel e outros países,
12:50assim como os Estados Unidos
12:51e os próprios países árabes da região,
12:53veem isso como uma ameaça.
12:55Mas como você bem colocou, é um paradoxo.
12:57O Irã acaba vendo depois
12:59da superioridade bélica de Israel,
13:01que talvez uma arma nuclear seja
13:03a sua única forma de proteção,
13:05e os israelenses sabem que tem um risco existencial
13:08caso um inimigo tão perigoso como o Irã
13:11adquiram armas nucleares.
13:12Não há uma resolução simples
13:15para um problema tão complexo
13:16como esse que se arrasta
13:17pelo menos 45 anos.
13:19É inacreditável e altamente preocupante.
13:23Eu vou acionando aqui o Mano Ferreira também
13:25para entrar na discussão.
13:27Dá para a gente explorar um pouco, né, Mano?
13:28Até a questão do dilema existencial
13:30para os Estados Unidos também.
13:31Que caminho seguir, né?
13:32Derruba o regime dos ayatolás
13:34ou tenta mantê-los, mas desde que na rédea curta?
13:37Como é que você está vendo isso?
13:38Pois é, a gente vê uma situação muito complicada,
13:41uma sinuca de bico para o governo Donald Trump,
13:44que, vale dizer, durante o processo eleitoral
13:47foi bastante vocal em criticar
13:50estratégias anteriores da política externa americana
13:55que entravam em guerras,
13:57nas palavras americanas,
14:00guerras que não eram deles, né?
14:02Que não tinham interesse nacional americano
14:06diretamente envolvido,
14:07mas os Estados Unidos acabavam se envolvendo
14:10e sem conseguir sair depois, né?
14:14Então, uma vez entrando no conflito,
14:16como que depois a situação se modifica?
14:20E é algo que, acho que o caso mais emblemático
14:23foi o que aconteceu no Iraque, né?
14:26Quando aquelas imagens da saída das tropas americanas
14:30que tomaram todo o mundo
14:33como uma grande desmoralização
14:35de todo o processo de invasão americana no Iraque.
14:40Então, eu queria perguntar para o Luca
14:42como que, na prática,
14:45a gente deve interpretar
14:46essas declarações de Donald Trump
14:49nesse contexto em que ele
14:51assumiu o governo fazendo críticas
14:54e dando a entender que não se envolveria
14:56em conflitos que não são
14:58propriamente dos Estados Unidos.
15:00Esse caso agora,
15:01esse conflito é sobretudo de Israel
15:04e não sobretudo dos Estados Unidos.
15:06Donald Trump entra em contradição
15:08com o seu discurso
15:10ou está apenas sinalizando
15:12e, na prática,
15:14não deve se envolver diretamente nessa guerra?
15:18Mano, bom dia a você.
15:19A gente vê que tem realmente
15:21uma grande divisão
15:22entre aqueles políticos que são do MAGA, né?
15:25Os isolacionistas do
15:26Make America Great Again,
15:28que são totalmente contrários
15:29a qualquer intervenção militar ou não
15:31que seja fora das fronteiras dos Estados Unidos,
15:34achando que o presidente deve se focar
15:35na questão migratória,
15:36na questão dos costumes
15:37dentro dos Estados Unidos
15:39e aqueles republicanos
15:40tradicionalistas, históricos,
15:42que acham sim que os Estados Unidos
15:43têm que ter essa postura
15:44de xerife do mundo,
15:46como foram outros presidentes,
15:47exemplo de George W. Bush.
15:49Então, ele está dividido
15:50entre essas duas alas do partido
15:52e sabe que talvez essa seja
15:54uma oportunidade que muitos presidentes
15:56que o precederam
15:57esperaram ter em suas mãos,
15:59sejam eles republicanos ou democratas.
16:01o regime iraniano da República Islâmica
16:03desde 1979
16:04é um inimigo declarado,
16:06um dos mais claros inimigos
16:08dos Estados Unidos em todo o mundo
16:09e muitos tentaram desestabilizar
16:11ou acabar com esse governo
16:12direto ou indiretamente.
16:14O exemplo mais clássico
16:15é o apoio dado ao Iraque
16:17na guerra Irã-Iraque
16:18durante a década de 80,
16:19o que acabou não resolvendo a questão
16:21e apenas fortaleceu
16:22o regime dos ayatollahs.
16:24Então, ele sabe
16:25que tem uma questão política interna,
16:27tem o seu próprio público
16:28que é contrário a essa guerra,
16:29o seu próprio discurso
16:30durante a campanha
16:31que se colocava contrariamente
16:33qualquer intervenção militar,
16:35mas também tem ao lado
16:35ser presidente dos Estados Unidos
16:37e seguir o padrão
16:38que os Estados Unidos
16:39sempre seguiram
16:40quando uma oportunidade
16:41como essa
16:42aparecia na sua frente.
16:43Eu não sei qual ele vai decidir,
16:45mas muitos consideram
16:46que caso isso aconteça,
16:48poderá marcar uma escalada
16:49sem precedentes
16:50para essa região
16:51do Oriente Médio,
16:52a exemplo do que a gente
16:53já está observando
16:54durante a última semana.
16:56Luca Bassani
16:57sempre agregando,
16:57sempre preciso,
16:58bom trabalho por aí,
16:59a gente contou com você
16:59ao longo da semana.
17:00Obrigado.
17:03A gente segue aqui
17:03com a bancada do Morning Show.
17:04Henrique Kringer,
17:05suas impressões,
17:06até porque realmente
17:07esse é o grande dilema
17:09que está posto.
17:10Eu ouso dizer,
17:12imagino que você tende
17:12a concordar,
17:13que não é tão preto
17:14no branco.
17:15Isolacionismo completo,
17:16abdicação do papel histórico
17:17dos Estados Unidos
17:18na região,
17:19em contraposição
17:20a um envolvimento
17:21total, brutal,
17:23avassalador,
17:24de envolvimento até
17:24de tropas americanas
17:26envolvidas.
17:27Como é que você está vendo,
17:28porque tem uma zona cinzenta
17:30que tem nuances
17:31que talvez não estejam
17:32sendo devidamente apreciadas
17:34por todos nós aqui.
17:35Como é que você está vendo isso?
17:36Exatamente, Marinho.
17:37Até porque a gente
17:38precisa considerar
17:39que a política externa americana
17:41ela é historicamente
17:42construída em cima
17:44do relacionamento
17:45com os aliados.
17:46E é uma prioridade
17:47do Departamento de Estado,
17:48é uma prioridade
17:49daqueles que estão ali
17:51à frente
17:51dessa política externa
17:53de manter
17:54a proteção
17:55aos aliados,
17:56seja ela uma proteção
17:57no sentido bélico,
17:58militar
17:59ou também econômico.
18:01E isso é uma das principais
18:02prioridades.
18:02Eu sempre lembro
18:03das palavras
18:04da Condolecia Rice,
18:05que foi secretária de Estado
18:07durante o governo
18:07do George Bush,
18:08o filho,
18:09dizendo isso.
18:10A coisa mais importante
18:12para os Estados Unidos
18:13manter o seu status quo
18:14no sistema internacional
18:15é o bom relacionamento
18:17com os aliados
18:18e o bom relacionamento
18:19implica proteção.
18:21Proteção militar,
18:22proteção econômica,
18:23proteção política.
18:24E isso é uma coisa
18:26que coloca os Estados Unidos
18:27realmente,
18:28para além da vontade
18:29do chefe ali,
18:31no caso Donald Trump,
18:32do presidente,
18:34para além da vontade
18:35do presidente,
18:36coloca os Estados Unidos
18:38sempre no meio
18:38dos conflitos.
18:39Tem, obviamente,
18:40o interesse nacional,
18:42mas tem essa questão
18:43da defesa dos aliados.
18:44Israel é um principal
18:46aliado dos Estados Unidos
18:47e os Estados Unidos
18:49é o principal defensor
18:51de Israel
18:51para garantir a segurança
18:52do Estado de Israel
18:53em meio a um cenário
18:55em que está cercado
18:56de inimigos
18:57que atentam
18:58contra a sua existência.
18:59Isso, Marinho,
19:00não dá para a gente
19:00parar de enfatizar
19:02o suficiente
19:02quantos países
19:04ao redor
19:05e lideranças
19:06desses países,
19:07lideranças políticas
19:08e religiosas
19:08ao redor de Israel
19:09declaram
19:10serem contras
19:11à existência.
19:12Uma coisa
19:13é você ser
19:14contra uma política,
19:15ser contra
19:16determinado partido,
19:17outra coisa,
19:18mas nós temos
19:19vários países ali,
19:20Estados Nacionais,
19:21que declaram
19:21que são contra
19:22a existência
19:24do Estado de Israel
19:25e aí o jogo
19:26muda de figura
19:27quando a gente
19:27coloca esse fator
19:29em consideração.
19:31Parece que as elites
19:32ocidentais
19:33dentro de governos
19:34e também
19:34em ambientes
19:35ali acadêmicos
19:36parecem encarar a guerra
19:37como uma disputa
19:38de ideologias,
19:39uma oportunidade
19:40de fazer uma engenharia
19:41ideológica
19:42e não se atentar
19:43a todo custo real
19:44e na prática.
19:45Acho que o maior
19:46argumento contra
19:47essa imposição
19:48de mudança
19:49de regime
19:49é a força.
19:50Claro,
19:51a gente é impossível
19:52não remeter
19:53ao desastre
19:54que foi o Iraque,
19:55principalmente com
19:56guerras civis sangrentas,
19:57conflitos sectários,
19:59caos institucional
19:59generalizado
20:00depois da queda
20:01de Saddam Hussein
20:02e do Afeganistão
20:03de 2001 a 2021.
20:0520 anos depois,
20:06o próprio Talibã
20:07que havia sido
20:07deposto na largada
20:08voltando e tomando
20:09de assalto
20:10novamente o país.
20:12Então,
20:12esse talvez seja
20:13o maior recado
20:15claro,
20:15flagrante
20:16que a história
20:16deixou
20:17para evitar
20:18uma invasão
20:19prolongada
20:20nesses territórios
20:20onde esse modelo
20:22de uma democracia
20:22liberal ocidental
20:23simplesmente
20:24não cria raízes,
20:25é incompatível
20:26com o DNA
20:27desses territórios.
20:28Mas, enfim,
20:28são muitos outros
20:29contornos aqui.

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