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  • 20/06/2025
Em entrevista ao Jornal Jovem Pan, a professora de relações internacionais, Priscila Caneparo, avalia a próxima etapa do conflito no Oriente Médio, debatendo as contradições e os riscos de uma ação militar dos EUA que desestabilize ainda mais a região.


Assista à íntegra: https://youtube.com/live/JD5RurqC_sE

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Transcrição
00:00Sem previsão de um cessar-fogo, os ataques entre Israel e Irã
00:04seguem como preocupação não só para o Oriente Médio,
00:07mas também para a comunidade internacional.
00:10E justamente para avaliar os riscos e influências globais do conflito
00:14é que vamos receber a Priscila Caneparo,
00:17professora de Relações Internacionais,
00:19sempre conosco aqui na Jovem Panos,
00:22ajudando a entender esse cenário todo.
00:23Professora Priscila, você já está acompanhando aí
00:26os desobramentos deste conflito.
00:28A gente teve a novidade das manifestações de Donald Trump
00:31e de Vladimir Putin a respeito dessa intensificação do conflito,
00:37inclusive com o presidente americano dando prazo.
00:39Claro que pedindo por uma saída diplomática,
00:43mas de alguma maneira também alertando o mundo todo
00:46sobre a possibilidade de uma entrada dos Estados Unidos.
00:48Como é que você vê a professora Priscila Caneparo?
00:50Bem-vinda e boa noite.
00:52Bom, boa noite, Kobayashi.
00:54Boa noite a todos que estão aqui nos assistindo.
00:56Bom, vamos começar falando sobre essa posição do Trump.
00:59A gente tem acostumado a falar no cenário das relações internacionais
01:02que o Trump virou o homem das duas semanas, basicamente.
01:06Desde o primeiro mandato, ele deu duas semanas para apresentar,
01:10por exemplo, um plano de saúde que englobasse
01:12a universalidade dos estadunidenses.
01:15Depois veio duas semanas para a Rússia apresentar um plano concreto
01:18para acessar fogo na Ucrânia.
01:20Duas semanas para apresentar novas tarifas para os Estados.
01:23Duas semanas para que a China desse uma resposta.
01:26E agora ele vem com essa retórica de dar duas semanas
01:29justamente para decidir se os Estados Unidos vão ou não ingressar
01:32na guerra Israel versus Irã.
01:34Só que esse é um ponto de extrema relevância
01:36porque existe um cenário dentro dos Estados Unidos,
01:40inclusive dentro dos apoiadores do Trump,
01:43que são totalmente contrários ao ingresso dos Estados Unidos nessa guerra.
01:47Porque a proposta do Trump, quando ele veio a ser eleito,
01:51era justamente acabar com a intervenção dos Estados Unidos,
01:55principalmente a gastança de dinheiro dos Estados Unidos
01:58nas guerras do Oriente Médio, nas guerras do leste europeu.
02:01Por conseguinte, seria muito hipócrita, seria muito incongruente
02:06o Trump partir para uma retórica mais prática,
02:09partir por um ataque justamente ao lado de Israel contra o Irã.
02:12Eu acho pouco provável que os Estados Unidos venham a participar
02:17diretamente nesse conflito, inclusive porque o Trump vai perder
02:21parcela de seus apoiadores, inclusive dentro do Partido Republicano.
02:25Para a gente ter uma ideia, 53% dos americanos
02:29desaprovam o ingresso dos Estados Unidos da guerra Israel versus Irã
02:35e apenas 19% apoiariam o Trump se por ventura ele ingressasse nessa guerra.
02:40Esse é um ponto.
02:41O segundo ponto também que a gente precisa ler é justamente a questão do quê?
02:46A questão de que o Congresso dos Estados Unidos já deu sinais
02:51que não irá aprovar o decreto, justamente falando, discutindo,
02:56debatendo sobre o ingresso dos Estados Unidos.
02:58A gente tem que entender que existe uma divisão de poderes
03:01e o que a gente costuma chamar de ato complexo.
03:03O que significa isso?
03:05Para que os Estados Unidos ingressem numa guerra,
03:07a gente precisa da manifestação de duas vontades.
03:09Uma vontade do presidente, outra vontade do poder legislativo.
03:13O presidente, teoricamente, ele não pode entrar na guerra
03:17simplesmente por sua espontânea vontade.
03:19Ele precisa da autorização do Congresso dos Estados Unidos.
03:22E o Congresso já sinalizou que não irá aprovar.
03:26Aí vem, obviamente, a questão se o Trump, de fato,
03:29vai esperar e vai aceitar, vai acatar essa posição do Congresso.
03:33A gente vai aguardar mais duas semanas, mas eu acho pouquíssimo provável
03:38que os Estados Unidos façam uma intervenção direta nessa guerra Israel versus Irã.
03:43Professora Priscila, vou trazer para a nossa conversa os nossos analistas,
03:47nosso convidado especial hoje.
03:48O professor Manuel Furriella te faz a próxima pergunta.
03:52Olá, Priscila.
03:53Você acredita que os Estados Unidos, a gestão Trump, melhor dizendo,
03:57o caso tenha que efetivamente, decida efetivamente entrar nesse conflito,
04:02teria como construir um discurso para apresentar perante o Congresso
04:06e perante a opinião pública americana?
04:08Em caso positivo, o que você imagina que seriam os argumentos, né?
04:13Que a gente acompanhou em outros conflitos.
04:15É interessante que quando os Estados Unidos não conseguiam entrar,
04:18como é o caso da Segunda Guerra Mundial, por exemplo,
04:20acontecia um fato que fazia com que entrasse.
04:24Ataque de Upper Harbor, por exemplo,
04:26que fez com que entrasse na Segunda Guerra, atacasse o Japão.
04:30Você teve alguns episódios.
04:31Nesse caso, a gente não tem algo que efetivamente envolve os Estados Unidos.
04:36Mas o que você acredita que seria um bom discurso
04:39para Trump tentar convencer a opinião pública americana
04:42e também o legislativo?
04:45Bom, boa noite.
04:47Vamos lá para a retórica e depois vamos para a prática.
04:49A retórica do Trump já está clara,
04:52que é justamente se por ventura o Irã vier a atacar alguma base militar,
04:58alguma embaixada dos Estados Unidos,
05:00os Estados Unidos ingressaria diretamente nesse conflito.
05:03Mas é importante, foi pouco noticiado,
05:06o Irã acabou atacando,
05:08não de maneira direta,
05:11não de maneira proposital,
05:13a embaixada dos Estados Unidos, sim, em Israel.
05:16Ele acabou atacando, acabou danificando essa embaixada,
05:19mas por ventura os Estados Unidos fez um pouco de vista grossa
05:22para justamente não participar desse conflito diretamente.
05:25O que eu acredito que seria uma comoção nacional
05:28dentro da perspectiva dos Estados Unidos,
05:30o que autorizaria, por ventura,
05:33a gente ter o ingresso dos Estados Unidos
05:35a partir da opinião pública,
05:37porque a gente sabe que o cenário político é muito dinâmico,
05:40ele é muito fluido,
05:41a gente pode ter diversos arranjos e rearranjos dentro do Congresso,
05:45mas a opinião pública acredito piamente
05:47que só teriam dois caminhos
05:49que autorizaria os Estados Unidos,
05:51o Trump, a ingressar nessa guerra.
05:53Um primeiro caminho,
05:54se ficasse comprovada
05:56a existência de um programa nuclear iraniano
05:58para fins militares,
06:00e aí a gente fala uma comprovação de fato,
06:02não uma retórica como está acontecendo nesse momento,
06:05porque muitas pessoas já dizem
06:07que essa retórica se assemelha muito
06:10àquilo que foi a era Bush,
06:12a retórica em relação ao programa nuclear iraquiano.
06:15Mas se se comprovasse,
06:17se a mídia, por assim dizer,
06:19ela reportasse, apresentasse, mostrasse,
06:23eu acredito que daí a opinião pública norte-americana
06:25de fato autorizaria esse ingresso dos Estados Unidos.
06:28E a segunda perspectiva, obviamente,
06:30se a gente tivesse um ataque por terra do Irã e Israel,
06:34aí eu acho um pouquinho mais provável
06:37que a opinião pública tivesse essa intersecção
06:40com o governo Trump,
06:41e também, obviamente,
06:43se o Irã se utilizasse de tecnologia nuclear
06:46para fins militares dentro do Israel.
06:48Aí, obviamente, a gente teria uma comoção como um todo,
06:51não apenas Estados Unidos,
06:52mas também Europa,
06:53estariam envoltos nesse conflito.
06:56Perfeito.
06:56Professora Priscila Caneparo,
06:58a pergunta agora,
06:59temos tempo para mais uma pergunta,
07:00a pergunta será de Dora Kramer.
07:01Boa noite, professora.
07:05Eu queria, não sei se dá para a gente fazer,
07:08para a senhora fazer,
07:09ah, eu acho tão ruim chamar você de senhora,
07:11você é muito jovem,
07:13já está aqui, já é a nossa,
07:14já é a nossa habituê,
07:16vou chamar de você, tá legal, Priscila?
07:18Olha só.
07:18Por favor.
07:19Pontualmente, é não, pequena garota,
07:22pontualmente, assim,
07:23o que que o Donald Trump precisa sopesar,
07:27o que que ele precisa botar na bandeja?
07:29Não sei se dá para a gente fazer isso pontualmente,
07:32de maneira rápida,
07:33para tomar essa decisão de ir ou não ir.
07:37Dora, eu acho,
07:38piamente,
07:39que o Trump,
07:39ele vem de um ambiente privatista,
07:41a gente precisa entender
07:42que o Trump é um negociador nato,
07:44mas na perspectiva empresarial.
07:46Então, ele vem com essa dinâmica
07:48de pressionar,
07:49e é de um jogo zero.
07:51Ele sempre quer levar alguma vantagem.
07:53Então, o que a gente não entende,
07:55é que as relações diplomáticas do Trump,
07:56são muito diferenciadas
07:58àquelas que a gente tem
07:59no contexto do mundo
08:00e na história política.
08:02Então, dentro dessa premissa,
08:03a gente nunca sabe
08:04se o Trump está blefando,
08:06se o Trump, de fato,
08:07está inserindo alguma dinâmica,
08:09algum diálogo
08:10que ele quer concretizar.
08:12A gente nunca sabe
08:13se ele está
08:13no ambiente político
08:15ou se ele está
08:15no ambiente empresarial
08:16dentro da presidência.
08:18Então, dentro dessa perspectiva,
08:20eu acho muito pouco provável
08:21que o Trump vá cumprir
08:23essas duas semanas,
08:24porque ele vai e volta
08:25na retórica.
08:25Ele falou,
08:26nós estamos controlando
08:27os céus do Irã.
08:29Nós quem?
08:30Ele está na guerra?
08:31Ele não está na guerra,
08:32mas a retórica dele
08:33parece que ele está
08:34diretamente envolvido.
08:36Agora, o que ele tem que sopesar
08:37é a situação da aprovação
08:39do seu governo,
08:40porque, de fato,
08:41existem diversos problemas
08:42internos nos Estados Unidos
08:44que até o J.D. Vance,
08:46que é o vice do Trump,
08:49está colocando um pouco
08:49de panos quentes
08:50justamente para falar,
08:51não, não é bem assim,
08:52nós não estamos envolvidos
08:53na guerra,
08:54porque ele é muito mais
08:56individualista
08:57na perspectiva do MAGA,
08:58ele quer concretizar
08:59mais que o Trump e o MAGA,
09:01o Make America Great Again,
09:03se voltar para os Estados Unidos.
09:05Então, o Trump talvez
09:05tenha que sopesar
09:06essas questões.
09:07O ambiente interno
09:08está extremamente caótico
09:10na perspectiva
09:10da aprovação popular
09:11do Trump,
09:12primeiro ponto.
09:13Segundo ponto,
09:14em relação à economia
09:14dos Estados Unidos,
09:15que a gente viu
09:16um contexto de inflação
09:18que pode levar
09:18a uma recessão
09:19até o final do ano.
09:20terceiro,
09:21a questão das universidades
09:22encabeçadas por Harvard,
09:24que estão se posicionando
09:25contra a comunidade
09:27científica acadêmica
09:28está se posicionando
09:29contra o Trump.
09:30E quarto,
09:31obviamente,
09:31algumas ruscas
09:32que ele está tendo
09:33com alguns estados
09:35que têm uma liderança
09:36democrática,
09:37como é o caso
09:37da Califórnia.
09:40Então,
09:40esses pontos
09:41ele vai ter que sopesar
09:42porque pode crescer
09:44a desaprovação
09:45do seu governo
09:45se porventura
09:46a gente tiver
09:47o ingresso
09:48dos Estados Unidos
09:48nessa guerra,
09:49porque, inclusive,
09:50é muito importante
09:51destacar para quem
09:52está aqui nos assistindo,
09:53não existe consenso
09:55sequer dentro
09:57do partido republicano
09:58em relação ao ingresso
09:59dos Estados Unidos
10:00nessa guerra.
10:01Então,
10:01o Trump vai ter, sim,
10:02uma tarefa árdua
10:04de conseguir convencer,
10:06primeiro,
10:07a questão
10:07dos seus aliados políticos
10:09e, segundo,
10:10a população estadunidense.
10:11Eu não acho
10:12que ele vai conseguir
10:12fazer isso.
10:13Perfeito.
10:14Conversamos aqui
10:14com a professora
10:15Priscila Caneparo,
10:16professora de Relações
10:17Internacionais,
10:18sempre conosco
10:18aqui na Jovem Pan,
10:19nos ajudando
10:20a entender
10:20os detalhes
10:21deste conflito
10:22entre Israel
10:23e o Irã.
10:23Professora Priscila,
10:24muito obrigado
10:25mais uma vez
10:26pela sua participação.
10:28Obrigada,
10:28boa noite para vocês.

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