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O governo Donald Trump (Partido Republicano-EUA) intensifica a pressão para que países da América Latina decidam seu lado na guerra entre Israel e Irã. A medida visa alinhar a região à postura dos EUA no Oriente Médio.

Assista na íntegra: https://youtube.com/live/yyUdAI_gm-s

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Transcrição
00:00São vários assuntos importantes, você, claro, é sempre o nosso convidado especial.
00:05Após o Brasil, Chile, Nicarágua e Venezuela repudiarem os ataques dos Estados Unidos contra instalações nucleares do Irã,
00:13o governo de Donald Trump afirmou que os países da América Latina precisam decidir de que lado estão da guerra.
00:20A declaração foi dada por uma funcionária do Departamento de Estado americano,
00:24na véspera da Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos, que começa no dia de hoje.
00:30Segundo a gestão Trump, o conflito é uma grande oportunidade para que os países da região definam
00:36se vão apoiar um regime que patrocina o terrorismo ou que postura vão adotar a partir de agora.
00:42O presidente argentino Javier Milley, do Paraguai, Santiago Penha, foram os únicos da América Latina a condenar publicamente o Irã.
00:50Bem, vários aspectos para a gente trazer das manifestações de países da América Latina,
00:56da maneira como os Estados Unidos se posicionaram, mas também o que está em jogo nesse momento.
01:02Chama o Roberto Mota a postos ao vivo lá no Rio de Janeiro.
01:06Mota, seja muito bem-vindo.
01:07Ótima noite a vocês.
01:08Estamos acompanhando as últimas informações desse conflito, mas também as várias repercussões e a postura adotada por alguns países.
01:17E aí teve a manifestação de alguns países da América Latina e essa crítica feita pelo representante do governo de Donald Trump, Mota.
01:26Mais uma vez, a gente tem que enfatizar a distinção entre países e governos.
01:36Boa noite, Caniato. Boa noite, meus colegas de bancada. Boa noite, nossa audiência.
01:41A América Latina não está dividida entre apoio e repúdio ao ataque dos Estados Unidos.
01:48Os governos dos países latino-americanos é que têm posições variadas.
01:54Não há surpresa nenhuma.
01:56A crise mundial de liderança chegou na América Latina há muito tempo.
02:01Há inúmeros governos populistas que seguem uma narrativa ideológica simplificada.
02:08Segundo essa narrativa, os Estados Unidos são a grande potência opressora.
02:13E o Irã, a Venezuela, Cuba, Nicarágua e a Coreia do Norte representam a resistência.
02:20Essa versão não é só simplificada, ela também é absurdamente errada.
02:27Os Estados Unidos são o regime democrático republicano mais antigo do mundo.
02:33A Revolução Americana, de 1776, precedeu em 13 anos a Revolução Francesa.
02:43A Declaração de Independência dos Estados Unidos diz que todos os homens têm direito à vida,
02:49à liberdade e à busca da felicidade.
02:52Essas palavras foram escritas por um dos pais fundadores dos Estados Unidos, Thomas Jefferson.
02:58Por coincidência, foi durante a presidência de Thomas Jefferson que os Estados Unidos lutaram a sua primeira guerra no exterior
03:07contra países do norte da África, que sequestravam e mantinham como escravos cidadãos americanos.
03:18A primeira guerra externa dos Estados Unidos foi travada contra países muçulmanos.
03:24Estados Unidos pedindo que os países da América Latina decidam de que lado estão no conflito no Oriente Médio.
03:32Chamar o Luiz Felipe Dávila também com a gente.
03:35Dávila, seja bem-vindo.
03:36Ótima noite a você.
03:38Quais são as reflexões que nós devemos fazer em relação ao questionamento
03:43e a pergunta feita por um representante do governo norte-americano
03:46a respeito do posicionamento dos países da América Latina em relação ao conflito no Oriente Médio.
03:52Dávila.
03:52Caniato, vamos começar os pingos nos is dando um conselho para o governo americano.
03:59Ignore a América Latina.
04:01A América Latina é um continente absolutamente irrelevante.
04:06O que se fala e o que se faz aqui não tem nenhuma importância no globo.
04:10É um continente que ainda vive de um passado revolucionário esquerdista
04:17que ainda vê os Estados Unidos como essa potência imperialista e todo mundo que se alia aos Estados Unidos como um aliado do imperialismo.
04:27é um discurso velho, um continente insignificante e totalmente irrelevante para o mundo.
04:37O que sobra é um continente que exporta commodity para o resto do mundo.
04:43Mas a sua relevância é zero, principalmente por ter lideranças tão medíocres comandando os países.
04:53O Henrique Kriegner, que vocês acompanham em alguns programas e telejornais aqui da Jovem Pan,
04:58hoje com a gente aqui em Os Pingos nos is.
05:00Kriegner, seja bem-vindo.
05:02Ótima noite a você, quero destacar para você e para a nossa audiência
05:05qual foi a manifestação dessa funcionária do Departamento de Estado dos Estados Unidos.
05:11Ela concedeu uma entrevista coletiva, foi demandada por jornalistas
05:14e ela deu a seguinte declaração, vou abrir aspas.
05:17É uma grande oportunidade para que os países da região, da América Latina e também do Caribe,
05:22se dêem conta de que lado eles vão ficar.
05:25Se vão apoiar a um regime que é patrocinador estatal do terrorismo, fazendo menção ao Irã,
05:29ou que postura vão tomar, fechando aspas.
05:33Enfim, queria sua análise e avaliação acerca desse questionamento,
05:38essa manifestação da representante, mas também de que maneira esses países da América Latina
05:44costumam se expressar e por que, aos olhos de muitos, eles parecem estar do lado do Irã.
05:51Na verdade, Caniato, boa noite a você, a todos que nos acompanham e também aqui os colegas de bancada.
05:57Eu assino embaixo no que disse o Dávila.
06:01A relevância geopolítica e também estratégica da América Latina e dos países que aqui estão
06:09é realmente bastante baixa se comparado aos demais do cenário internacional.
06:14É claro que a gente está à frente em alguns aspectos dos outros,
06:17mas em muitos outros, especialmente na questão de relevância no sistema internacional,
06:22nós estamos para trás. Vamos lembrar que o Brasil, por exemplo,
06:26intencionalmente fica para trás.
06:29Quais são os três critérios que garantem que um país tem uma relevância e uma preponderância
06:34no cenário internacional?
06:35Nós estamos falando de território, população e nós estamos falando de armas,
06:40nós estamos falando de poder bélico.
06:42Nós temos território, somos um país continental,
06:45nós temos uma população bastante expressiva também,
06:48apesar de estar em queda, mas nós não temos investimento em questões militares,
06:54armamento e inteligência.
06:56Isso nos deixa na rabeira, isso nos faz ser considerados, comparados como a Bolívia,
07:02com outros países aí que também não são relevantes,
07:05o Peru não são relevantes para o cenário internacional como um todo,
07:09quando nós deveríamos sim estarmos sendo comparados com outros países
07:13que têm uma expressão, apesar de serem bastante regionalizados,
07:18como, por exemplo, a Índia, como, por exemplo, também,
07:21nós estamos falando aqui exatamente do próprio Irã.
07:24Então, nessa questão, a gente fica muito para trás de forma intencional, infelizmente.
07:30Mas vamos analisar também que esse pedido dos Estados Unidos é um convite,
07:34um convite à reflexão, porque a postura ideológica da América Latina
07:38já se dá tanto pela sua história quanto pelas declarações recentes dos nossos líderes,
07:42inclusive aqui do nosso presidente Lula, aqui no Brasil.
07:47Uma postura aliada com aqueles que estão errados.
07:50Aliás, o presidente Lula, no cenário internacional, tem uma tradição
07:53e uma celeridade em se aliar com aqueles que estão do lado errado,
07:59aqueles que estão financiando o terrorismo,
08:02aqueles que estão adotando retóricas agressivas
08:06que pedem pela aniquilação de sociedades.
08:08Esses aí, o Brasil, debaixo do presidente Lula, tem uma facilidade muito rápida.
08:14Os outros que estão desenvolvendo tecnologia, aqueles que buscam pelo avanço,
08:18aqueles que buscam, prezam pela liberdade, pelo livre comércio,
08:22por alguma razão parece que o governo do PT não quer se aliançar a esses.
08:26Então, acho que é um convite mais dos Estados Unidos
08:28de que os países da América Latina venham refletir nessa decisão.
08:34E também um convite à sociedade desses países,
08:37porque é que nós elegemos ainda partidos que pensam tão diferente do restante da população.
08:43Porque uma coisa eu garanto, esse pensamento defendido pelo governo brasileiro atualmente
08:48de se aliar aos errados, ao lado violento da história,
08:51não é ecoado pelas ruas do Brasil.
08:55É interessante esse tipo de discussão e essa análise feita pelos nossos comentaristas.
08:59Queria só estender essa discussão, que o Mota também fazia uma reflexão
09:05sobre os impactos de um posicionamento de uma nação
09:08ou dos governantes de uma nação para a sua população.
09:13Porque, assim, o Dávila e o Krigner falam em irrelevância geopolítica,
09:19irrelevância diplomática dos países da América Latina.
09:23Mas, ao adotar uma postura que se confunde com o apoio a um país que patrocina terrorismo,
09:31isso não pode causar uma confusão interna, pelo menos com parte da população, Mota?
09:36Porque daí, o que a gente observa, parece muitas vezes um estímulo
09:40para que parte da população questione o direito de Israel de existir e de se defender.
09:47É, aí é a hora de usar aquele termo que eu detesto, Caniato,
09:54mas que nesse momento me parece muito adequado.
09:58Desinformação.
10:00Os governos que promovem uma postura como essa
10:04estão promovendo a desinformação de uma grande quantidade dos seus cidadãos.
10:11Acho que você levantou um ponto muito importante.
10:14Eu concordo com meus dois colegas.
10:16Do ponto de vista da geopolítica mundial,
10:19esse posicionamento é completamente irrelevante.
10:23No máximo serve para alimentar algumas piadas, caricaturas,
10:28feitas lá fora sobre esses governos.
10:32Agora, do ponto de vista interno,
10:34isso tem um significado nefasto, irrelevante.
10:40Primeiro, é esse que você levantou.
10:42Isso desinforma os cidadãos.
10:46Ainda existe uma grande quantidade de pessoas
10:50que olham para o governo e imaginam que lá estão pessoas mais preparadas,
10:57pessoas experientes, pessoas instruídas.
11:00Afinal, são elas que estão comandando a máquina do Estado.
11:04E aí, essas pessoas tendem a achar que qualquer posição que venha do governo
11:10deve ter algum estudo por trás, deve ter uma reflexão profunda.
11:16Muitas vezes não tem.
11:18A outra consequência nefasta, Caniato, é legitimizar posições políticas de ativistas,
11:30de parlamentares, que vão na contramão do que o mundo percebe,
11:36como sendo o correto, o justo.
11:39E isso também tem um efeito muito nefasto.
11:42Isso alimenta sentimentos que são muito prejudiciais às pessoas.
11:50Isso alimenta uma visão do mundo que ainda está parada na década de 1980.
11:57Isso alimenta essa visão dos Estados Unidos como sendo um país imperialista, malvadão.
12:09E essa ideia absurda de que países como, de que regimes como, melhor dizendo,
12:18da Nicarágua, de Cuba, da Coreia do Norte e do Irã,
12:22tem alguma coisa a oferecer às pessoas que não seja terror, opressão, preconceito e uso indiscriminado da violência.
12:34É inconcebível que pessoas que passaram a sua carreira inteira, a sua carreira política,
12:42dizendo que defendem as minorias, que são a favor dos direitos humanos,
12:47ainda hoje fazem discursos louvando o Estado Democrático de Direito, os direitos humanos,
12:55e apoiam países que são os primeiros na fila de violação de direitos humanos.
13:02Então isso é um nível de hipocrisia insuportável.
13:07No longo prazo, esse projeto político não tem futuro nenhum.
13:10O que preocupa realmente é o curto prazo, porque isso justifica e viabiliza correntes políticas aqui dentro do país
13:20que a gente não pode classificar de nenhuma outra forma, a não ser como radicais extremistas.
13:29Pois é, e claro, Dávila, que eu dou esse exemplo pegando o posicionamento daquele governo de ocasião,
13:35e de que maneira isso acaba interferindo na reflexão da sociedade ou de parte da população daquele país
13:43sobre um conflito que acontece em uma outra parte do mundo.
13:47Mas isso também pode contaminar, inclusive, o debate público.
13:51É preciso também lembrar a nossa audiência que, nesse fim de semana, viralizou a manifestação de uma jornalista.
13:56Ela fez um questionamento para um colega de programa, comparando os artefatos de Israel e do Irã.
14:03Querendo dizer que o do Irã não tinha efeito nenhum, chegava a ferir algumas pessoas,
14:11ou uma mortezinha aqui, outra acolá.
14:13Pegou super mal essa manifestação dela, teve que se desculpar depois nas redes sociais.
14:18Mas o que eu quero dizer com isso, Dávila, é que é um debate assimétrico.
14:23Parece, assim, 70% de um lado de um país que tem um posicionamento super questionável,
14:29e aí a menor parte ali dando sangue para tentar apresentar a realidade.
14:38Enfim, queria que você trouxesse também o seu ponto de vista, Dávila.
14:42Bom, Caniato, primeiramente, a política externa é um assunto que não está no radar do brasileiro médio.
14:49Aliás, veja a cobertura internacional nos principais jornais brasileiros.
14:54É insignificante, tem menos páginas cobrindo notícia internacional do que cobrindo futebol ou qualquer outra atividade.
15:03Então, assim, a política externa não é nem bem coberta pela imprensa brasileira.
15:08Ela só aparece no noticiário no momento que tem uma guerra, que tem um confronto, né?
15:12Então, nós já temos uma mentalidade insular.
15:15Com esse chantilly do subdesenvolvimento ideológico marxista, é pior ainda.
15:23Então, no fundo é o seguinte, o que sobrou da política externa brasileira durante muito tempo
15:29é que o Itamaraty era formado por pessoas que pensavam numa política de Estado.
15:35E aí, só para completar uma coisa interessante que o Henrique estava dizendo sobre o poderio estrangeiro,
15:41nós podemos também classificar, como dizia o meu ex-professor lá de Harvard, o Joseph Nike, que escreveu o livro,
15:48é o poder suave, o soft power e o hard power.
15:51Hard power é isso, é poder bélico, é poder econômico.
15:55E o soft power, que é o poder suave, é o poder da persuasão, do encantamento.
15:59O Brasil sempre foi bom na diplomacia no soft power.
16:03Tanto foi bom que o Brasil sempre teve destaque e foi reconhecido para os demais países
16:09como um habilidoso corpo diplomático na construção de consensos.
16:16Mas isso acabou.
16:17Esse grande patrimônio do Itamaraty, uma tradição do Itamaraty,
16:22desde o seu grande fundador, Barão do Rio Branco,
16:25foi jogado na lata do lixo, Caniato.
16:28Hoje, a diplomacia serve ao governo do dia, não mais ao Estado brasileiro,
16:35não mais ao povo brasileiro.
16:37Tornou-se mais um apanagem da militância política.
16:42E eu vejo, ainda, essa antiga geração de diplomatas,
16:46o Mota deve cruzar com vários deles aí no Rio de Janeiro,
16:50eles estão absolutamente constrangidos por esse papel ridículo
16:55que a diplomacia brasileira exige que eles performem.
17:00Eles são totalmente contrários, mas eles são servidores, bem treinados.
17:04Aliás, só um parêntese aqui.
17:06Uma das maiores desgraças que aconteceu para a diplomacia brasileira
17:10foi tirar o Itamaraty do Rio de Janeiro.
17:13Porque, pelo menos, eles tinham aula de civilidade,
17:15como é que se comporta, o que é importante no mundo.
17:19Levar o Itamaraty, o Rio Branco, para Brasília foi um desastre total.
17:25E só agora nós estamos percebendo isso.
17:27Então, eu espero que o próximo presidente da República
17:31vai dar uma enorme chacoalhada no Itamaraty,
17:35recuperar essa grande habilidade do corpo diplomático
17:39de usar o tal do poder suave, do soft power,
17:42levar de volta o Rio Branco para o Rio de Janeiro
17:44para começar a formar gente decente
17:46e aí recuperar esse papel da diplomacia de Estado.

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