Roberto Motta analisa se o Brasil deve apoiar Israel no conflito e debate a postura brasileira após o governo criticar as ações militares de Donald Trump no Irã. O comentarista também avalia as implicações geopolíticas no Oriente Médio.
Assista na íntegra: https://youtube.com/live/yyUdAI_gm-s
Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/
Inscreva-se no nosso canal: https://www.youtube.com/c/jovempannews
Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S
00:00Queria só estender essa discussão, que o Mota também fazia uma reflexão sobre os impactos de um posicionamento de uma nação ou dos governantes de uma nação para a sua população.
00:13Porque assim, o Dávila e o Krigner falam em irrelevância geopolítica, irrelevância diplomática dos países da América Latina, mas ao adotar uma postura que se confunde com o apoio a um país que patrocina terrorismo, isso não pode causar uma confusão interna, pelo menos com parte da população, Mota?
00:36Porque daí, o que a gente observa, parece muitas vezes um estímulo para que parte da população questione o direito de Israel de existir e de se defender.
00:48É, aí é hora de usar aquele termo que eu detesto, Caniato, mas que nesse momento me parece muito adequado.
00:57Desinformação, os governos que promovem uma postura como essa, estão promovendo a desinformação de uma grande quantidade dos seus cidadãos.
01:11Acho que você levantou um ponto muito importante.
01:14Eu concordo com meus dois colegas, do ponto de vista da geopolítica mundial, esse posicionamento é completamente irrelevante.
01:23No máximo serve para alimentar algumas piadas, caricaturas feitas lá fora sobre esses governos.
01:32Agora, do ponto de vista interno, isso tem um significado nefasto, irrelevante.
01:40Primeiro, é esse que você levantou.
01:42Isso desinforma os cidadãos.
01:46Ainda existe uma grande quantidade de pessoas que olham para o governo e imaginam que lá estão pessoas mais preparadas,
01:57pessoas experientes, pessoas instruídas.
02:01Afinal, são elas que estão comandando a máquina do Estado.
02:05E aí, essas pessoas tendem a achar que qualquer posição que venha do governo deve ter algum estudo por trás,
02:13deve ter uma reflexão profunda, que muitas vezes não tem.
02:19A outra consequência nefasta, Caniato, é legitimizar posições políticas de ativistas, de parlamentares,
02:31que vão na contramão do que o mundo percebe como sendo o correto, o justo.
02:39E isso também tem um efeito muito nefasto.
02:43Isso alimenta sentimentos que são muito prejudiciais às pessoas.
02:50Isso alimenta uma visão do mundo que ainda está parada na década de 1980.
02:57Isso alimenta essa visão dos Estados Unidos como sendo um país imperialista, malvadão.
03:09E essa ideia absurda de que países como, de que regimes como, melhor dizendo, da Nicarágua, de Cuba, da Coreia do Norte e do Irã,
03:23tem alguma coisa a oferecer às pessoas que não seja terror, opressão, preconceito e uso indiscriminado da violência.
03:34É inconcebível que pessoas que passaram a sua carreira inteira, a sua carreira política, dizendo que defendem as minorias, que são a favor dos direitos humanos,
03:47ainda hoje fazem discursos louvando o Estado Democrático de Direito, os direitos humanos,
03:54e apoiam países que são os primeiros na fila de violação de direitos humanos.
04:02Então, isso é um nível de hipocrisia insuportável.
04:07No longo prazo, esse projeto político não tem futuro nenhum.
04:11O que preocupa realmente é o curto prazo, porque isso justifica e viabiliza correntes políticas aqui dentro do país,
04:21que a gente não pode classificar de nenhuma outra forma, a não ser como radicais extremistas.