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O porta-voz militar iraniano Ebrahim Zolfaqari reagiu ao ataque dos EUA às instalações nucleares do país e chamou o presidente Donald Trump de “apostador” por apoiar Israel e declarou: “você pode começar esta guerra, mas seremos nós que a terminaremos”. Para falar sobre o assunto, o Morning Show entrevista Alexandre Pires, professor de relações internacionais.
Apresentador: André Marinho
Comentarista: Bruno Musa
Entrevistado: Alexandre Pires

Assista ao Morning Show completo: https://youtube.com/live/nS1-EwTrhTU

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Transcrição
00:00Quero trazer um outro fator aqui com a bancada, vamos engajando entre nós aqui,
00:04realmente muitos outros vieses e ângulos aqui pra gente trazer pra nossa audiência
00:08o retrato mais completo possível, até porque, pessoal, num discurso televisionado,
00:12o Hebraim Zolvakari, ele que é porta-voz militar iraniano, chamou o Trump de apostador
00:18e disse que, senhor Trump, o apostador, você pode começar essa guerra, mas seremos nós que a terminaremos.
00:25É, Trump voltou a defender uma mudança de regime no Irã.
00:28É, claro, sinais dúbios nesse sentido, talvez essa seja a principal mudança na retórica do presidente Trump, né, Musa?
00:36No sentido de que ele se elegeu dizendo que renega e se contrapõe 100% à política externa americana
00:42que levou ao atoleiro do Afeganistão e do Iraque, ou seja, presenças militares de décadas e décadas,
00:48trilhões de dólares e centenas de milhares de vidas que foram perdidas.
00:52Mas, claro, o Trump vai dizendo que não, veja bem, não é assim,
00:56eu sou o cara das intervenções precisas, pontuais, cirúrgicas, que são necessárias
01:01para avançar a minha agenda da América em primeiro lugar.
01:04Mas, de fato, ele já veio com esse papo aqui de por que não uma mudança de regime, se for vir para o bem?
01:10Aí, mais uma vez, o Trump inundando a mídia-osfera e ninguém sabe em qual versão dele acreditar.
01:15E você, que está mais crente em qual direção?
01:18Bom, vamos lá. Como o Major acabou de mencionar, a gente tem muita desinformação aqui no Brasil
01:24e, claro, que a gente precisa tomar cuidado com o que a gente analisa à distância.
01:28Mas fica claro para mim que o regime iraniano, a forma como eles vêm enriquecendo urânio
01:34e como isso escalou, fica claro que eles, de fato, são uma ameaça, como eu falei no primeiro comentário,
01:40não apenas para o Oriente Médio, mas para toda a região como um todo.
01:44Eu acho que a gente tem que analisar determinadas escalas.
01:47Você ter, hoje, você tem nove países com bombas nucleares.
01:51Desses nove países, imaginemos que você tem um país, por exemplo, Estados Unidos.
01:57Você tem os Estados Unidos com bomba nuclear e você tem o Irã.
02:00É claro que há escalas de riscos diferentes.
02:03O nível do fundamentalismo, o nível do autoritarismo de um governo iraniano
02:07é completamente diferente da vida com mais liberdade nos Estados Unidos.
02:12Ou seja, fica muito claro, na minha opinião, já que você perguntou do meu lado pessoal,
02:16que por mais que Trump tenha feito os pontos dele lá atrás que não fariam uma guerra e etc.,
02:23quando escala desse jeito, não há outro caminho a não ser tentar,
02:28como você muito bem falou do próprio Israel, a autodefesa.
02:31E fica claro que se você simplesmente não trocar esse regime,
02:37que me parece ao que eu leio de diferentes fontes,
02:39que os próprios civis iranianos comuns do dia a dia corrente
02:43não são favoráveis ao regime instaurado há anos, há décadas lá no Irã,
02:49se essa mudança vier apenas de forma superficial,
02:53fica claro que os autoritários continuarão ou voltarão o seu programa.
02:58Afinal, a inteligência de enriquecer o urânio está lá,
03:01a tecnologia poderia ser construída de novo em caso de destruição.
03:04Então, me parece que esse ataque que foi preciso ou que foi indicado aqui
03:09nas instalações nucleares, se de fato elas foram destruídas,
03:14ela, consequentemente, poderia abrir uma porta para uma mudança de regime.
03:18E vamos lá, eu sou totalmente contra regimes centralizadores, autoritários,
03:22que calam a população, que não permitem os direitos básicos de qualquer pessoa.
03:27Então, eu acho que chegou o momento, no século XXI,
03:30de um regime autoritário como esse não ter mais espaço na cena política mundial.
03:35Muito bem colocado.
03:36A gente vai seguir explorando todas as dimensões desse conflito tão complexo,
03:39mas, claro, também tão custoso em vidas e também nos orçamentos militares
03:44e públicos de todas as nações envolvidas.
03:46É realmente um comprometimento e tanto vai da economia,
03:49tem um impacto cultural, social e tudo.
03:51A gente estará aqui repercutindo para vocês.
03:53E é exatamente sobre esse assunto que eu quero trazer aqui
03:56o professor Alexandre Pires, ele que é professor de Relações Internacionais,
04:00que vai poder falar sobre os impactos, principalmente no preço dos combustíveis,
04:05também sobre o contexto geral, né, professor,
04:07do conflito no Oriente Médio, todas as ramificações na região e também mundo afora.
04:12Nesse exato momento, onde eu quero aqui, precisamente,
04:15para realmente ter o impacto o maior possível,
04:17agora sim, trazendo de volta os ouvidos atentos de todo mundo
04:20sintonizaram na rede Jovem Pan de Rádio também,
04:22agora com o professor Alexandre Pires se juntando a nós aqui no palco do Morning Show
04:26e a gente vai seguir repercutindo todo o impacto global
04:29que a escalada das tensões e da guerra se alastrando pode ter
04:32não só para nós aqui no Brasil, na região do Oriente Médio e globalmente,
04:35porque realmente é difícil ver, né, professor,
04:38como todas as superpotências em algum grau já estão envolvidas
04:42nos últimos desdobramentos, né?
04:44Qual é o seu panorama, o seu raio-x depois desse fim de semana
04:49tão decisivo e tão, enfim, tão consequente como nós assistimos?
04:54Bom dia.
04:56Bom dia, André.
04:57Nós vemos uma mudança completa do cenário internacional,
05:00ou seja, o mundo mudou a partir de agora, né,
05:04ou seja, é um ataque que nunca foi visto antes,
05:08a própria operação tem um tamanho muito maior do que foi imaginado,
05:13foram usados ali bombardeiros indo numa direção para enganar o inimigo,
05:18depois a revelação de que provavelmente ali o que nós tivemos,
05:23se as informações forem verdadeiras, 7 B2,
05:27e aí fazendo um ataque daquela dimensão,
05:30os Estados Unidos entrando num confronto direto com o Irã,
05:33isso tudo muda o cenário internacional,
05:36é uma região crítica, como você falava, do ponto de vista econômico,
05:40ou seja, ali do outro lado do Golfo Pérsico, do lado ocidental,
05:44são os principais aliados, os principais exportadores de petróleo,
05:47Kuwait, Oman, Qatar, Emirados, enfim, vários países críticos
05:53que podem ser afetados caso haja alguma ação militar do Irã
05:57em relação ao Golfo Pérsico, especialmente a tentativa de fechar
06:02o Estreito de Hormuz, os Estados Unidos ali se colocando mais fortemente
06:08com uma linha unilateralista de ação, ou seja,
06:13poucos ficaram sabendo desse ataque,
06:15as principais potências europeias, os aliados da OTAN,
06:19todos eles estavam a cegas nesse processo,
06:24então isso muda por completo o cenário que nós tínhamos
06:26até alguns anos atrás, isso já começou a mudar,
06:30obviamente, com a invasão da Ucrânia pela Rússia.
06:33Essa mudança da estratégia internacional se intensifica com a entrada
06:40de mais um conflito entre Hamas e Israel,
06:44e agora, novamente, isso se intensifica com essa postura.
06:48Bom dia.
06:50É isso aí.
06:51A gente vai estar trazendo aqui também, tem novos personagens aqui,
06:55claro, várias vozes aqui vão estar se juntando a nós
06:57para a gente seguir repercutindo o conflito,
06:59mas, nesse momento, conversando com o professor Alexandre Pires,
07:02professor de Relações Internacionais,
07:03baita panorama aqui para a gente seguir trazendo um enquadramento
07:06mais preciso para todo mundo acompanhando o Morning Show de hoje.
07:09Podemos seguir adiante, minha diretora, Helena,
07:11com o professor Alexandre Pires?
07:12Já, já estaremos aqui para realmente trazer a bola de volta aqui para o chão,
07:16mas já vou acionando aqui, passando a bola para o David de Tarso.
07:19Um rápido comentário a partir dessa análise preliminar aqui do professor.
07:23É sobre o fechamento, possível fechamento do Estreito de Hormuz,
07:26até os parlamentares iranianos já votaram para que ele seja fechado,
07:30mas isso pode trazer problemas também relacionados aos países
07:33que utilizam o Estreito de Hormuz, porque...
07:35A China que o diga, Japão, meu Deus do céu, todo mundo.
07:38E os próprios países do Oriente Médio também.
07:40O Ormã, por exemplo.
07:40Porque aí ele vai chamar para si a responsabilidade de,
07:43olha, vamos promover o fechamento.
07:45Será que eles vão deixar passar os navios que realmente transportam do Irã?
07:50Então tem toda essa questão que até eu acho que o professor pode esclarecer para a gente
07:54sobre esse conflito também no próprio Oriente Médio,
07:57principalmente em relação à área saudita, né?
07:59Então vai que é sua, professor.
08:01Acho que você ouviu aqui a pergunta e a observação do nosso David de Tarso,
08:05especialmente considerando ali o impacto de todos os rivais,
08:09geopolíticos e também a nível cultural, religioso, do Irã,
08:12que, ironia do destino ou não, está se isolando nesse momento,
08:16na medida que vai tendo o regime dos ayatolais sendo debilitado ponto a ponto.
08:20Queria ouvir a tua opinião, especialmente o componente do Estreito de Hormuz
08:24tão decisivo para o comércio global.
08:26Vai que é sua.
08:28André, a regra que vija, ele é a regra do mar territorial.
08:33Então é como se o Golfo Pérsico tivesse uma linha intermediária entre esses países.
08:40Então uma parte é do país de Qatar, Oman, Emirados Árabes Unidos,
08:45o outro lado dessa linha imaginária é o Irã.
08:50Então o Irã não controla o Estreito de Hormuz.
08:54Ele controla, digamos, uma metade desse estreito,
08:57porque do outro lado nós temos Oman.
08:59E algumas ilhas ali são disputadas, inclusive.
09:03Então há uma reivindicação do Irã para que a sua linha avance um pouco mais para o Ocidente.
09:09Caso ele feche, significa que ele está invadindo o mar territorial desses outros países,
09:17especialmente o Oman, e isso pode ter uma resposta militar, uma escalada.
09:21Lembrando que os países ali da Península Arábica, especialmente a Arábia Saudita e esses Emirados,
09:29eles são oponentes geopolíticos do Irã quase sempre,
09:33ou seja, especialmente a Arábia Saudita.
09:35Então esse fechamento traria ali esses países para o conflito.
09:40Ou seja, é como foi falado aí pelo David Tarso,
09:45ou seja, ali é a saída desses países para o Oceano Índico.
09:50É, meus amigos, é difícil a gente não realmente dar a dimensão disso tudo.
09:57Eu lembro nitidamente que no dia que o próprio ex-general,
10:01agora ex-general definitivamente já há um tempo, já há alguns anos,
10:04o Qassem Soleimani, que tido como grande arquiteto,
10:07grande estrategista mental e militar ali da Guarda Revolucionária iraniana,
10:10quando ele foi neutralizado naquele ataque cirúrgico das tropas americanas,
10:15eu me encontrava por acaso em solo Omanita, na cidade de Muscat, na capital do Oman,
10:20e eu lembro da tensão imensa ali no ar,
10:22ainda mais tendo que pegar um voo do Oman para Beirute, passando por cima do Irã.
10:26Então eu lembro muito bem da tensão envolvida.
10:28Imagina agora com a escalada das tensões,
10:31aquele janeiro de 2020 não foi...
10:33Foi um sufoco, Bruno Musa.
10:35Mas de qualquer forma, vamos adicionando aqui a nossa bancada,
10:37entender o impacto na região e também além, mais amplamente.
10:41Aninha Beatriz Gires, vamos contigo?
10:43Aninha, com a próxima pergunta aqui, professor. Vamos que vamos.
10:45Professor, bom dia.
10:48Ontem, se não me engano, o governo soltou uma nota pelo meio do Itamaraty,
10:53e essa nota foi muito criticada por parte das pessoas,
10:56porque entendem que, na verdade, esses ataques ao Irã são uma forma de defesa.
11:00Como que o senhor vê essa nota e o que o senhor acha que isso pode trazer
11:04de consequências jurídicas para o Brasil no panorama internacional?
11:09Olá, Ana.
11:11Posições de governo são sempre muito complicadas,
11:14porque não tem um aspecto de Estado que nós estamos acostumados.
11:18Ou seja, muitos desses países que estão sendo afetados,
11:20especialmente Israel, pela posição do governo,
11:23têm uma visão um pouco mais histórica,
11:25ver em que o Brasil é sempre um parceiro de primeira ordem.
11:28Mas o governo pode vir, sim, a sofrer algum tipo de retaliação,
11:34ou o que nós podemos chamar de uma certa má vontade de Israel,
11:37e uma certa má vontade dos Estados Unidos,
11:39com relação a alguns interesses estratégicos do Brasil,
11:43seja na região, seja com relação à tecnologia americana,
11:46tecnologia israelense.
11:48Então, o Brasil pode, sim, estar entrando numa rota de polisão diplomática.
11:53Não é a melhor postura, o Brasil sempre usou da neutralidade,
11:58sobretudo para questões do Oriente Médio,
12:01mas não é novidade que durante os primeiros governos Lula,
12:06e mesmo o governo Dilma, e agora, desde o início do terceiro governo Lula,
12:11a postura é sempre muito crítica com relação à Israel.
12:14Claro, essa observação aqui é certeira também,
12:19e naturalmente a gente vai seguir repercutindo na sequência aqui
12:21da nossa grande programação na Jovem Panil,
12:23agradecendo ao professor Alexandre Pires
12:25pela presença aqui no Morning Show, portas abertas,
12:28e claro, vamos acioná-lo na medida que o conflito e a guerra fossem prolongando.
12:32Obrigado, professor.
12:35Satisfação, de nada.
12:36É isso aí.
12:37Seguimos adiante aqui, virando a página no nosso Morning Show,
12:3910 horas e 46 minutos, pontualmente.
12:41pontualmente.

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