O governo federal está empenhado em manter o aumento do IOF e argumentou que a revogação da medida poderia levar ao ‘shutdown’ da máquina pública. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, alertou que a suspensão do decreto poderá causar um forte impacto na economia brasileira e que pretende convencer o Congresso a manter as mudanças no imposto. Dora Kramer e Cristiano Viela comentam.
Assista ao programa completo: https://www.youtube.com/watch?v=9c5FcZZJjME
Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/
Inscreva-se no nosso canal: https://www.youtube.com/c/jovempannews
Siga o canal Jovem Pan News no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S
00:00O governo está empenhado em manter o aumento do IOF e argumenta que a revogação poderia levar a um shutdown da máquina pública, ou seja, a paralisação de serviços essenciais aqui no país.
00:14De volta ao repórter André Anelli. Em reunião com líderes do parlamento, Fernando Haddad chegou a contrariar os auxiliares e manteve pé em relação ao aumento. É isso, André?
00:24Exatamente isso, viu, Tiago?
00:54Derrubar, então, o imposto sobre operações financeiras, que acaba incidindo em maior parte na compra de moeda estrangeira, também previdência privada, obtenção de crédito, remessa de recursos ao exterior.
01:08Então, Haddad continua defendendo essa medida, que foi anunciada há exatamente uma semana pelo governo federal, por meio de um decreto.
01:17Isso gerou uma grande insatisfação aqui no Congresso Nacional, reações, inclusive, no dia de hoje, como a gente já trouxe, logo após essa reunião entre os chefes aqui da Casa do Congresso e também o ministro da Fazenda.
01:32E agora, o ministro Fernando Haddad dizendo que essa medida é necessária não apenas para o cumprimento das questões orçamentárias do governo, mas também para a manutenção dos serviços básicos à população.
01:46O ministro Fernando Haddad não deu nenhum tipo de detalhes em relação a quais serviços seriam impactados ou interrompidos por conta dessa não aprovação do Imposto sobre Operações Financeiras, o IOF, ou a derrubada do decreto presidencial,
02:04mas deixou claro que essa medida é necessária, caso contrário, então, alguma outra alternativa deve ser tomada, mas o governo, até o momento, não tem nenhum tipo de substituição no radar, Tiago.
02:18É isso, a discussão, então, em relação ao Congresso Nacional e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
02:24O André Nery trouxe aqui as informações e o governo dizendo que vai manter, pelo menos por hora, essa alta do IOF, é uma metade de alta, porque houve um recuo lá atrás.
02:36De qualquer forma, o governo afirma que não tem como tomar uma decisão contrária nesse ano de 2025, porque tem um problema com as contas públicas.
02:47E, de qualquer forma, fica esse debate em relação ao Congresso Nacional, porque o Congresso pode derrubar esse decreto do governo.
02:54A gente comentava agora há pouco que há, pelo menos, 25 anos não há uma derrubada de decreto por parte do governo.
03:01O Congresso Nacional, de uma medida tomada pelo Palácio Planalto, então, a gente fica aguardando.
03:08Talvez há um consenso, possa haver algum tipo de consenso.
03:12O governo está buscando e procurando outros pontos para tentar compensar essa questão do IOF, que é o Imposto sobre Operações Financeiras,
03:22porque, quando houve o anúncio que foi feito na semana passada, o governo, depois de muita pressão, recuou, em parte,
03:28mas a medida ainda continua valendo aqui no país.
03:32E para você que chega agora ao Jornal Jovem Pan, estamos debatendo com os nossos comentaristas a questão do IOF,
03:38essa questão que vem tomando conta do Congresso Nacional e novas ameaças que o Congresso fez
03:45para que esse decreto do presidente Lula seja derrubado.
03:47Vou chamar mais uma vez aqui a Dora Kramer, falando sobre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
03:52Ele reclamou hoje, não é, Dora, que está sendo pressionado, mas você sabe muito bem
03:57que talvez depois de um presidente da República, lá nos anos 80, no período da hiperinflação,
04:02os ministros da Fazenda também eram muito cobrados.
04:05Ele corre algum tipo de risco, Dora Kramer, em relação ao cargo ou não?
04:11Olha, pela primeira vez eu ouço o mundo político, o mundo da economia,
04:18falar numa fragilização que poderia resultar numa saída do ministro Fernando Haddad.
04:25Agora, no governo, isso não é, por hora, cogitado.
04:29Seria, sim, as pessoas notando um, uma, uma, ele muito extenuado,
04:37porque muito fragilizado, perdendo uma atrás da outra,
04:41o governo não dando respaldo, ao contrário, sofrendo ali um, um, um desgaste interno.
04:47Agora, eu particularmente, pelo que eu estou vendo até agora,
04:50não acredito em saída do Haddad.
04:52Mas o fato é que, claro que esse, esse, esse cargo, quem tem um livro,
04:58você com a sua memória vai lembrar, outro dia a gente falava dele,
05:02é o pior emprego do mundo, acho que era o Thomas Traumann, né?
05:05Isso.
05:06Esse livro.
05:07Não é isso?
05:08O pior emprego do mundo que é de ministro da Fazenda.
05:12Depende, por exemplo, Fernando Henrique foi um ótimo emprego, tá certo?
05:16Saiu de chanceler para o ministro da Economia, como chamavam na época,
05:22e de lá para a presidência da República por oito anos.
05:25Então, tudo depende das circunstâncias.
05:27No caso, agora, a circunstância é muito ruim,
05:30quando o ministro da Fazenda diz que não, não admite, não vai haver recuo,
05:36isso é uma maneira de não entrar na negociação já entregando, né?
05:42Digamos assim, para o outro lado.
05:44Não vou chamar de adversário, que não cabe.
05:46Mas não entregando já de bandeja, como o Dário Durigan, que é o vice-ministro, digamos assim,
05:53ontem falou que haveria, sim, alternativas.
05:55Aí, hoje, o Haddad deu uma consertada.
06:00Agora, quando fala da possibilidade do tal do shutdown,
06:03que, na verdade, é um apagão, né, da máquina pública,
06:07da hora, o governo devia pensar nisso na hora de fazer essa opção por não cortar gastos.
06:14Porque é disso que o Congresso está falando, quando diz medidas estruturantes.
06:19É uma maneira, assim, é um eufemismo para dizer, meu amigo, Poder Executivo,
06:26trata de dar um jeito nisso e começar a pensar em cortar gastos.
06:30Mas isso o governo não quer.
06:32É, Vilela, a dona toca um ponto importante,
06:35que é o apoio que ele tem dentro do governo.
06:38Se é que realmente tem esse apoio 100%.
06:41Porque ele foi muito alvo de fogo amigo lá atrás, né?
06:47E, talvez, agora, se o governo começar a ver que ele, talvez, não consiga se sustentar
06:53em meio a toda essa polêmica, vai saber o que acontece.
06:56Exatamente.
06:57Não é fácil.
06:58Ele acaba servindo de para-raio para uma série de problemas no governo,
07:03quando se trata, especialmente, do cargo de ministro da Fazenda,
07:07num contexto como o que a gente está vivendo,
07:08de um governo que se recusa a promover corte de gastos,
07:13a fazer aquilo que as boas regras da finança pública determinam,
07:17de fato, o ministro acaba sofrendo com isso.
07:20Se, num primeiro momento, ele era poupado,
07:22era tido até como um certo interlocutor confiável,
07:25o fato é que a imagem do ministro foi desgastada ao longo desses dois anos e meio.
07:30No entanto, é bom a gente lembrar que Haddad é uma figura muito próxima do presidente Lula
07:35e que, eventualmente, a sua queda, ela poderia acabar representando uma derrota para o governo,
07:41que já vem combalido em sua popularidade nos últimos meses
07:45e que vem aí há pouco mais de 12 meses do início de um processo eleitoral.
07:49Então, qualquer movimentação nesse sentido é muito difícil de acontecer.