Alex Manente avalia posicionamento da Câmara ao derrubar decreto do Governo sobre IOF

Jovem Pan News

13/06/2025

O deputado Alex Manente (Cidadania‑SP) comentou a articulação da Câmara para derrubar o decreto do governo que aumentou o IOF. Segundo ele, o Planalto precisa entender que o Congresso está atento à insatisfação da população e que “a economia não comporta mais carga tributária”.

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00:00Isso, as medidas de redução de gastos contidas na medida provisória divulgada nesta quarta-feira

00:06levarão a uma economia de R$ 4,3 bilhões em 2025.

00:12As mudanças nas regras do seguro-defeso pago a pescadores artesanais na época de procriação dos peixes

00:19gerará uma economia de mais de R$ 1,5 bilhão.

00:22A limitação orçamentária na compensação previdenciária vai economizar outros R$ 1,5 bilhão.

00:28Nas contas da Fazenda, o valor restante, mais de R$ 1,5 bilhão.

00:33Esse valor virá do endurecimento nas regras para ter direito ao auxílio-doença.

00:38A medida cria um teto para a compensação financeira que a União paga a estados e municípios

00:43pela incorporação do tempo de contribuição de servidores públicos ao regime geral da Previdência Social.

00:50O impacto em 2026 será de R$ 10 bilhões.

00:54Para a gente entender melhor sobre os assuntos da Câmara, a gente convidou o deputado Alex Manente

01:00do Cidadania aqui de São Paulo.

01:03Tudo bem, deputado?

01:03Mais uma vez, bom receber o senhor aqui.

01:05Bem-vindo.

01:05Boa noite.

01:07Bem, obrigado, Tiago.

01:09Uma satisfação mais uma vez participar com vocês.

01:11Estamos à disposição para falar de um tema que está tão presente na vida da população

01:15que é debater impostos.

01:16E nós precisamos, obviamente, cada vez mais conscientizar nossa população dessas questões.

01:23Eu queria começar perguntando, professor, o seguinte.

01:26Por que que na segunda-feira a Câmara deve votar a urgência dessa análise da derrubada

01:33da alta do IOF?

01:35Por que que não há uma sessão para já decidir sobre essa derrubada?

01:39Por que a urgência?

01:40É uma tentativa de fazer, talvez, um jogo com o governo, continuar negociando as possibilidades?

01:47Porque o governo acabou editando a medida provisória, né, deputado?

01:51É verdade.

01:52Além da medida provisória, nós tivemos esse decreto do aumento dos impostos através do

01:56IOF.

01:57E eu defendi, inclusive, no Colégio de Líderes, que acabou definindo com que nós tivéssemos

02:03essa pauta pelo presidente Hugo Mota e defendi que nós não permitamos que o Executivo Federal

02:11possa, a todo momento, aumentar impostos por decreto.

02:14Não apenas porque é esse IOF, mas porque nós temos que ter esse debate na Câmara e

02:18no Congresso Nacional sobre o aumento de impostos que tem se tornado uma rotina nesse governo.

02:23Por isso, nós decidimos, e aí há um consenso de fazer com que essa urgência seja votada

02:29e que nós possamos analisar.

02:31Eu defendo que nós votemos o decreto, o projeto de decreto legislativo e derrubemos

02:37esse decreto como fizemos no marco do saneamento.

02:40Acho que a Câmara tem que ter esse papel, mas ainda não é a maioria.

02:43Mas só de termos a urgência é um sinal de que a Câmara está atenta e não permitirá

02:46que tenhamos aumento a todo momento de impostos sem o devido debate, sem a necessidade de poder

02:53também enxugar a máquina pública brasileira.

02:57Ô, deputado, em relação à medida provisória, o que o Congresso deve decidir?

03:01Porque, não sei se o senhor concorda pela experiência que o senhor tem no Congresso Nacional,

03:04e desde o início do governo Lula, sempre foi uma relação conflitante do Congresso com o governo,

03:10em alguns momentos num nível mais alto, em outros momentos num nível mais baixo,

03:15mas talvez esse seja um dos principais embates nesses dois anos e meio, quase três, não é?

03:20É, porque é uma visão diferente.

03:23O governo do presidente Lula é um governo que ainda está analógico, ele é atrasado,

03:29ele pensa numa máquina que não aceita as novidades e necessidades de atualização.

03:35Isso faz com que, ao invés de debruçarmos sobre como enxugar a máquina pública,

03:40como tirarmos custos, privilégios, por exemplo, o projeto do super salário,

03:46que a Câmara já votou há quatro anos atrás, está no Senado, o governo pode muito bem defender essa tese,

03:52porque é uma redução de custo e aí a gente não precisa aumentar imposto.

03:55Então, na minha opinião, o que está acontecendo é que um governo muito desatualizado

03:59é uma Câmara que está presente na vida da população, como nunca antes esteve.

04:04Então, eu sinto uma presença efetiva do sentimento da população demonstrada nessas ações da Câmara,

04:11muito mais do que essa articulação política, que é, na minha maneira de ver,

04:14uma maneira antiga de enxergar esse processo de relação na Câmara dos Deputados.

04:19O que o senhor acha que pode acontecer com essa medida provisória?

04:22Porque o Congresso precisa analisar, se não há MP caduca, não é, deputado?

04:26É, a MP tem, inclusive, é uma medida provisória que o governo, pelo menos,

04:33teve o cuidado de ter a sua validade apenas para 90 dias.

04:36Então, ela não está valendo imediatamente.

04:38Mas é necessário nós debruçarmos e aproveitarmos essa medida provisória

04:42para fazermos, de fato, a avaliação dos custos da máquina pública brasileira.

04:48Nós temos um arcabouço fiscal, nós temos que cumpri-lo, nós temos que enxugar a máquina

04:52e temos que não fazer com que o cidadão pague mais impostos,

04:56porque a nossa economia não aguenta mais.

04:58Então, nós precisamos fazer com que as cobranças sejam devidas

05:02e a máquina pública seja enxugada.

05:05O senhor acha que existe mais espaço para negociação com o governo?

05:08Porque, domingo, nós tivemos uma reunião demorada

05:12na casa do presidente da Câmara, o deputado Hugo Mota.

05:15O senhor acha que existe mais espaço de negociação?

05:18Porque ontem o ministro da Fazenda foi ao Congresso Nacional

05:20e a gente viu o que aconteceu com o bate-boca de parlamentares.

05:23Isso mostra, talvez, a temperatura que o governo, em relação ao parlamento,

05:28esteja vivendo, né, deputado?

05:31É verdade, mas eu volto a dizer.

05:33Mais uma vez, o governo tem que ter o bom senso de entender

05:35que a nossa economia não vai bem, que a população não está satisfeita.

05:39Nós estamos observando as pesquisas que estão cada vez mais apresentando

05:43um desgaste desse governo que está muito fora da frequência

05:47do que a sociedade precisa.

05:48E o que a sociedade precisa, efetivamente, é debater aquilo que a Câmara,

05:53o Congresso, tem trazido.

05:54Diminuir a máquina pública, enfrentar, de fato, os bancos,

05:59fazer com que eles tenham, de fato, os impostos e não tenham tamanho lucro.

06:02Olha o tamanho do nosso juros, que é um juros abusivo,

06:06que, obviamente, não faz com que tenhamos condições de ter investimento.

06:11E, obviamente, tudo isso está sendo traduzido no pagamento de mais impostos,

06:16porque essa é a visão do governo.

06:17E acho que a medida provisória dará a oportunidade da Câmara

06:21mostrar que não é isso e o governo ter que aceitar.

06:23Porque nós não vamos permitir que o Brasil continue aumentando impostos

06:27e não rever na sua própria situação estrutural, como é o nosso país.

06:32Deputado Alex Manente, do Estadunia de São Paulo,

06:34mais uma vez, muito obrigado pela entrevista.

06:36Voltaremos sempre a nos falar.

06:38Um abraço, até a próxima.

06:40Muito obrigado, Tiago.

06:41Um grande abraço a todos da Jovem Pan.

06:42Muito obrigado.

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