O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou sobre as medidas econômicas do governo em meio à crise do IOF. O ministro comentou a reunião com os líderes do Congresso Nacional e voltou a citar as reformas estruturais. Deysi Cioccari e José Maria Trindade comentaram.
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00:00A gente vai ouvir um pouquinho do que diz o ministro Fernando Haddad, mais uma vez atendendo jornalistas essa manhã.
00:04O assunto, claro, questão econômica no Brasil. Vamos ouvir.
00:07No fim do dia, ministro?
00:08Não, não, não deve ser no fim do dia porque ele viaja, né? Hoje à noite.
00:12Então, nós vamos aguardar o chamado dele pra...
00:16Eu acredito que, no máximo, no começo da tarde.
00:19Porque a noite, a partir do meio da tarde, ele vai estar nos preparativos da viagem.
00:24Então, essa agenda já estava pré-fixada durante o final de semana.
00:33Ele falou que queria que na terça-feira as coisas se resolvessem para que ele pudesse viajar mais tranquilo, já com essas coisas endereçadas.
00:43E eu acredito que, sem o plano de voo tá bom, acredito que é até superior ao que nós fizemos no ano passado.
00:50É um alcance ainda maior do que o do ano passado.
00:53E, do meu ponto de vista, dá uma estabilidade duradoura para as contas de um próximo período.
01:00Ministro, uma dúvida.
01:02O ministro de Minas e Energia, o Ministério, falou sobre um possível pacote, apresentação de um pacote arrecadatório,
01:10em cima de novidades no setor de óleo e gás.
01:13Questão de leilão, mudanças regulatórias na ANP.
01:17Isso chegou a ser discutido com a sua equipe?
01:18Essas medidas que a gente vai ver anunciadas em breve, em discussão no Congresso, contemplam esse pacote de 35 bilhões do MME?
01:26Não.
01:26Vou explicar por quê.
01:29Primeiro que já tem uma lei no Congresso, que já foi encaminhada pela área econômica por provocação do Ministério das Minas e Energia.
01:38Já está lá.
01:40E, pelo menos, metade desse valor anunciado pelo ministro, ele já está contabilizado para este ano, para fechar a meta fiscal que nós vamos manter,
01:52como fizemos no ano passado.
01:54Mantivemos a meta fiscal e cumprimos.
01:56Tem uma outra parte que pode ser utilizada ainda este ano, mas eu quero te lembrar que nós temos que mirar o centro da meta.
02:06Então, ela não é aquilo que os presidentes das duas casas estão propondo.
02:12Medidas estruturais para dar um conforto para o país, de médio e longo prazo,
02:18para que nós tenhamos um bom ano de 2026, um ano em que nós possamos discutir o país,
02:26possamos discutir e não ficar, como aconteceu em 2022, aquela situação de desorganização das finanças,
02:35de desorganização das contas públicas.
02:37Nós queremos garantir um ambiente político de qualidade.
02:41E, para garantir um ambiente político de qualidade, nós precisamos de reformas estruturais.
02:46O Congresso pediu, a Fazenda organizou, apresentou.
02:52Obviamente que isso vai depender agora de uma avaliação dos partidos políticos,
02:57mas só o fato de nós termos o aval do presidente das duas casas...
03:01Oito e dezesseis, nós estamos ouvindo aqui o ministro Fernando Haddad, ministro da Fazenda,
03:05esclarecendo algumas dúvidas a respeito das alternativas para o IOF.
03:10Agora, oito e dezesseis?
03:12Repita.
03:13Oito e dezesseis.
03:14É um gesto que não pode deixar de ser considerado da parte dos dois presidentes.
03:21Eu tive uma reunião ontem, mas há muito tempo não vejo.
03:25Já tive várias oportunidades de ter reuniões desse tipo,
03:29mas já fazia alguns meses que nós não tínhamos uma reunião decisiva,
03:34para colocar mais ordem naquilo que precisa organizar, sem prejudicar a população,
03:41respeitando os direitos, mas avançando na estabilidade macroeconômica.
03:45Vai ter mudança nos pesos de saúde e educação, mas vai ter mudança na desvinculação do salário mínimo?
03:49São pontos que os analistas sempre pedem.
03:51É que, veja bem, eu estou tentando respeitar um protocolo justamente porque as coisas terminem bem.
03:59Qual é o protocolo?
04:01Fechar primeiro com o presidente das duas casas o que é essa estruturação e respeitando o presidente da república.
04:09Apresentar ele.
04:11Vocês vão saber da decisão em algumas horas, assim que ele validar as medidas.
04:17Agora, se eu desrespeito esse protocolo, eu coloco em risco o próprio objetivo de atingir uma estabilidade maior.
04:29Então, vamos aguardar um pouquinho.
04:31Eu compreendo que é um dever informar, mas eu tenho que informar quando a decisão estiver tomada.
04:36Eu vejo circular muitas notícias que não têm correspondência, às vezes, com o que está sendo discutido.
04:45Tem muita gente, não por parte da imprensa, eu gostaria de frisar até,
04:49mas tem muita gente no mercado que fica especulando e não é bom especular sobre temas sérios.
04:57Nós temos muito zelo em relação às informações prestadas,
05:00para depois não acontecer da pessoa se sentir frustrada com o anúncio.
05:07Então, vamos ter cuidado.
05:09Hoje, ali até, no máximo até três horas da tarde, nós vamos ter uma definição.
05:15O fato da ministra Gleisi e do líder Guimarães e líder Jacques Wagner, que também estava,
05:20isso nos dá um conforto de que esse plano tem um respaldo político importante.
05:25Tecnicamente, ele é robusto, politicamente ele está amparado.
05:32Vamos seguir agora.
05:33Pode ser muito bom.
05:36Pode ser uma coisa boa, o Congresso vai ter uma oportunidade muito interessante de avançar
05:44naquilo que está todo mundo pedindo para que haja avanço.
05:47Isso dá conforto, inclusive, porque governo, os governos duram quatro anos, não é?
05:55Nós temos que fazer coisas para o país.
05:57Tem que ter uma agenda de Estado no Brasil.
05:59Tem uma agenda de governo, que cada um tem uma opinião,
06:02mas tem uma agenda que é de Estado, para colocar as coisas em ordem, está bem?
06:06A gente pode esperar, então, são propostas de emenda à Constituição, projetos de lei,
06:11e esse pacote prevê MP, PEC, projetos de lei, o que o senhor pode dizer nesse sentido?
06:17Ele prevê pelo menos...
06:19Oito horas e vinte minutos, seguimos no Jornal da Manhã,
06:22acompanhando aqui o ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
06:24falando sobre as possibilidades de alternativas ao aumento do IOF.
06:28Continuamos ouvindo ele em Brasília.
06:30Mas eu posso precisar para questões tópicas de uma medida provisória
06:35que entre em vigor imediatamente para determinadas correções que eu possa ter que fazer.
06:41Mas isso não está ainda decidido.
06:44Vai ser decidido depois da reunião.
06:46Tá bom?
06:47Obrigada, ministro.
06:49Portanto, aí o ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
06:52fazendo ponderações nesta manhã,
06:55mas ele não abriu absolutamente nada concreto para os jornalistas,
07:00de qualquer modo, dizendo que até a tarde de hoje nós teremos definições
07:04das alternativas a esse aumento do IOF.
07:07Nossos comentaristas, desde Ciocari e José Maria Trindade,
07:10também estavam acompanhando aqui essa fala do ministro,
07:13que disse que teve uma noite relativamente boa,
07:16após uma reunião ontem à noite, mais uma vez,
07:18com os presidentes da casa, ou das casas, né, Câmara e Senado Federal.
07:23E ele citando, Deise e José Maria,
07:26que essa história dos 35 bi do petróleo,
07:28que muita gente está divulgando na manhã de hoje,
07:31foi um assunto muito comentado,
07:32ele disse que metade desse valor já estava contabilizado.
07:36Pode ser que a outra parte seja também incorporada.
07:40Será que caminhamos aí para uma solução de consenso,
07:44à medida que o ministro discutiu muito isso ontem,
07:46com os dois presidentes de Câmara e Senado?
07:49Vou começar contigo, Deise.
07:50Eu penso que é muito difícil, Nonato.
07:54O que a gente percebeu nessa conversa do Haddad aqui com os jornalistas,
07:58foi que ele tenta convencer o mercado e as pessoas de fora
08:03de que existe uma racionalidade no núcleo político do governo.
08:08Enquanto o governo gasta o capital político com emendas,
08:12com manutenção de privilégios,
08:14então volta para aquilo que a gente estava falando, né.
08:16O Haddad, ele tenta falar para fora,
08:21ele tenta manter uma coerência para aqueles que estão de fora,
08:25mas ele apanha por dentro, né,
08:27porque o núcleo que está em volta dele
08:29acaba não dando esse suporte necessário.
08:31Então é um isolamento, praticamente,
08:33do ministro da Fazenda que não se disfarça mais, né.
08:37Ele não soltou muitos dados nessa coletiva que ele estava dando,
08:40mas a gente percebe esse isolamento político dele, né.
08:43Então o PT, ele continua falando,
08:46vocês percebam que ele continua falando dessa necessidade das reformas estruturais,
08:50mas o Palácio do Planalto continua dando sinal
08:51de que não vai fazer essas reformas estruturais, né,
08:54que não vai dar prosseguimento a isso,
08:56continua gastando e assim o ministro fica sem um lastro político que o sustente, né.
09:02Então o que a gente vai ver,
09:04se o Palácio do Planalto continuar agindo dessa forma
09:07em relação ao Ministério da Fazenda,
09:09provavelmente a gente vai ver a meta, frustrado,
09:12o Haddad tem falado muito na centralização da meta,
09:14a gente vai ver essa meta frustrada,
09:16os juros mais altos,
09:18e aí no ano eleitoral,
09:19uma economia que não vai poder ser terceirizada
09:23justamente para esse Ministério da Fazenda,
09:25porque o Haddad não vai ter suporte,
09:26a conta vai cair finalmente no Palácio do Planalto.
09:30José, ele te pareceu convencido
09:32sobre essa medida que, né,
09:34segundo ele, deverá ser anunciada aí em poucas horas,
09:37ele até falou que há muito tempo não faziam uma reunião decisiva, né,
09:44tão decisiva para colocar ordem e sem que prejudicasse a população.
09:50Olha, Soraya, chega a dar arrepios.
09:53Nós que já cobrimos aqui movimentos na economia,
09:56pacotes, eu cobri pelo menos sete pacotes, né,
10:00daquele medão,
10:01vamos prender não sei o quê,
10:02vamos travar sei lá o quê,
10:04vamos confiscar,
10:05não é isso, sabe,
10:06mas ele aceitou muito facilmente essa palavra pacote.
10:11E veja que fragilidade está o governo, né,
10:13indo ao Congresso Nacional pedir e mudar o pacote,
10:18porque quando, antes de anunciar,
10:21você leva na bandeja uma proposta,
10:23você aceita que ela seja mudada como proposta,
