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Um dia após o anúncio do bloqueio de 31 bilhões de reais do orçamento e de novas medidas para equilibrar as contas públicas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo revogou parte do decreto que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras por uma necessidade técnica. Haddad explicou que operadores de mercados financeiros começaram a fazer alertas sobre pontos do decreto que poderiam acarretar em problemas para o setor financeiro.

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00:00A gente já começa falando sobre o assunto do dia, a questão do IOF, o Ministério da Fazenda.
00:06Um dia após o anúncio do bloqueio de 31 bilhões de reais do orçamento e de novas medidas para equilibrar as contas públicas,
00:14o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo revogou parte do decreto que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras, o IOF, por uma necessidade técnica.
00:25Haddad afirmou que operadores de mercados financeiros começaram a fazer alertas sobre pontos do decreto que poderiam acarretarem problemas para o setor financeiro.
00:37Acompanhe um trecho da fala do ministro da Fazenda.
00:43Depois do anúncio de ontem, às 17 horas, nós recebemos uma série de subsídios de pessoas que operam nos mercados,
00:53salientando que aquilo poderia acarretar algum tipo de problema e passar uma mensagem que não era a desejada pelo Ministério da Fazenda.
01:04E como essa questão é muito pontual, uma vez que nós anunciamos um conjunto de medidas da ordem de mais de 50 bilhões de reais ontem,
01:14esse item é um item muito residual desse acervo, desse conjunto de medidas.
01:21E nós entendemos que pelas informações recebidas, valia a pena fazer uma revisão desse item
01:28para evitar especulações sobre objetivos que não são próprios da Fazenda nem do governo.
01:35O decreto anunciado pelo governo mantém em zero a alíquota do IOF sobre aplicações de investimentos de fundos nacionais no exterior.
01:45O antigo texto previa uma alta de 3,5% no imposto.
01:49O ministro afirmou em coletiva de imprensa que as alterações não afetam a grande massa.
01:55A gente também vai acompanhar.
01:56Crédito física está totalmente excluído da medida.
02:00Então, consignado, cheque especial, cartão de crédito, está tudo excluído da medida.
02:07Não tem nada que afete o CPF das pessoas.
02:11O líder da oposição na Câmara, deputado Zucco, apresentou um requerimento para convocar o ministro Haddad
02:18para dar explicações à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle.
02:22Nas redes sociais, Zucco afirma que o governo precisa explicar por que escolheu tirar mais de quem produz,
02:30em vez de cortar os seus próprios gastos.
02:34Está aí a questão toda envolvendo o IOF, o ministro da Fazenda, se justificando, explicando
02:41e dando a esperança de que isso não vai afetar a grande massa da população,
02:44mas já há reação no Congresso Nacional, o ministro poderá ir ao Congresso Nacional
02:51para ter que se explicar aos parlamentares, principalmente os parlamentares de oposição.
02:55Vamos primeiro entender do que se trata essa discussão toda do ponto de vista técnico,
02:59o que vai aumentar, o que não vai, como é que isso vai funcionar na prática.
03:02Temos na nossa mesa aqui o nosso economista, o Leandro Ferreira.
03:06Explica para a gente.
03:07Leandro, bem-vindo. Boa tarde.
03:09Boa tarde, Cuba.
03:10É um prazer estar aqui com você, com os meus amigos aqui no Linha de Frente.
03:14É um prazer especialmente porque as redes sociais do Cobayart são as redes mais...
03:18Leandro, você já fala, meus amigos, e não é censura, é uma questão de ajuste técnico
03:21aqui fino, você aprimore um pouco mais a sua opinião depois de ouvir a nossa querida
03:26Maria De Carli, que vai falar a partir de agora.
03:29Vai lá.
03:29Fala aí, vai.
03:29Boa tarde, tudo bom, gente?
03:31Um prazer estar aqui hoje com vocês.
03:33Olha, Coba, de fato, foi um certo...
03:38Gera uma certa confusão, né?
03:39Essa anunciar a medida e menos de 24 horas voltar atrás.
03:43Você sabe que eu estava ouvindo aqui a reportagem, escutando o nosso ministro falar e me lembrou
03:49muito o que aconteceu há um tempo atrás com a questão do PIX, quando o governo anunciou
03:54que iriam taxar algumas transações PIX e voltaram também atrás.
04:00Eu comecei a pensar nesse paralelo que ocorreu há um tempo atrás e me remeteu assim, nossa,
04:06a gente está vivendo um governo que está com muito medo de escorregar na banana, porque
04:11as eleições estão aí e temos um governo que está impopular, ele está, assim, estancado
04:18com o índice de popularidade, né?
04:19Algo em torno de 55%, 60%, mas continua ali.
04:23Então, qualquer pisada em falso vai impactar nas eleições do ano seguinte.
04:28Então, a meu ver, esse recuo tem mais a ver com isso.
04:31Esse medo de dar impopularidade, de não dar certo, de não conseguir furar a bolha que
04:37ele precisa furar para conseguir se reeleger, né?
04:39O atual presidente Lula.
04:41Então, vejo mais por essa perspectiva política.
04:45E, assim, voltando aqui, né?
04:47Mencionando o que o deputado Zucco disse, que é justamente a grande escolha de Minerva
04:55que o governo tem que fazer com relação a essa questão fiscal que está sendo a pedra,
04:59uma das pedras no sapato desse governo.
05:02Então, a meu ver, da perspectiva política, é mais essa questão, esse medo das urnas em
05:072026.
05:08E você, Túlio Nassa, você concorda aí com essas impressões da Maria?
05:12Isso tem muito a ver com eleições do ano que vem?
05:14Como é que isso pode impactar positivamente ou negativamente o governo federal?
05:17Bem-vindo, boa tarde.
05:18Obrigado, Kobo.
05:19Boa tarde.
05:20Boa tarde aos amigos da mesa.
05:21Boa tarde à audiência.
05:23Eu concordo, sim, com a Maria.
05:24A análise dela foi muito bem feita.
05:27E o que parece é que, realmente, o governo está numa sinuca de bico, né?
05:31Porque, de um lado, ele precisa agradar o mercado.
05:34Então, ele precisa fazer um ajuste fiscal, um ajuste fiscal sério, profundo.
05:39O déficit é muito grande.
05:40O déficit hoje é de 90 bilhões, se a gente somar os precatórios nessa conta.
05:44E, de outro lado, ele precisa de popularidade.
05:47Um ajuste fiscal, Kobo, até as eleições, ele não dá tempo de promover uma melhora na economia
05:54por conta de redução de despesa.
05:57Além de medidas impopulares, como, por exemplo, mexer na aposentadoria,
06:01mexer nas vinculações de receita de educação e saúde.
06:05Então, o governo, ele está dobrando a aposta.
06:08Ou seja, apostando na liberação de mais crédito para a população, empréstimos consignados,
06:15para que ele possa, até a eleição, ter popularidade.
06:17O problema vai ser se ele vai aguentar pagar a conta até a eleição.
06:21Porque, se nós olharmos no detalhe, e diz que o diabo mora nos detalhes,
06:25esse é o problema.
06:27Veja, 90 bilhões de dívida, sendo que 50 bilhões são o déficit se a gente tirar os precatórios.
06:33Desses 50 bilhões, o que ele está querendo economizar?
06:36Só 20 bilhões em economia.
06:38O resto, em aumento tributário.
06:40E a sociedade, o custo Brasil, a produção brasileira, não aguenta mais aumento de carga tributária.
06:47Então, seria necessário que ele cortasse, na verdade, 50 bilhões em despesas.
06:52Eu não sei de onde ele vai conseguir, mas eu tenho uma sugestão, Coba.
06:56Sabe onde ele pode mexer?
06:57Onde?
06:57Nas emendas parlamentares.
06:59Olha que coincidência.
07:0045 a 50 bilhões de dívida.
07:02Está muito esperançoso, hein, seu Túlio Nasce?
07:05Mas seria...
07:06A gente tem que manter a esperança, né?
07:07Mas seria uma boa medida.
07:08Já pensou aproveitar e matar dois coelhos numa cajadada só?
07:12Acabar com a farra das emendas e economizar ao mesmo tempo?
07:14Nada que você vai ser cancelado pelos protetores dos animais, dos coelhinhos.
07:18O Leandro Ferreira, já pode falar com a gente, Leandro?
07:21Essa questão técnica aí envolvendo este aumento ou não, o aumento do IOF, o recuo do governo,
07:27principalmente o recuo do governo.
07:29Isso que é interessante, eu quero a sua opinião.
07:31Para os fundos de investimento, mas mantendo para a população, como é que o governo dos
07:35partidos dos trabalhadores, dos mais pobres, faz essa escolha, meu amigo?
07:38Explica para a gente detalhadamente o nosso professor Leandro Ferreira.
07:42Boa tarde, Coba.
07:42Boa tarde aos amigos aqui da Jovem Pan.
07:44Estava dizendo que o Coba acho que tem as redes sociais mais fofas da Jovem Pan.
07:48Ele tem agora um novo bebezinho, então...
07:50Ele mexe a gente e vê lá as crianças, né, Coba?
07:53Então, eu estava aqui ansioso para falar desse assunto porque eu acho que o recuo do
08:01Fernando Haddad, na verdade, demonstra a abertura das autoridades financeiras neste momento
08:07para adequar aquilo que precisasse ser adequado.
08:10É importante mencionar que não foi uma volta atrás em relação a toda a medida, na forma
08:17como ela foi implementada, como ela foi decretada ontem, né?
08:21Foi especificamente no caso de uma categoria de fundo de investimento que é para você,
08:27investidor em dólar fora do país.
08:29Você que está nos ouvindo e que não tem investimento em dólar fora do país, né?
08:34Não haveria nem sequer a possibilidade de aplicar o que foi colocado aqui como problemático
08:41para o mercado, né?
08:42Mas como esses investimentos trazem retorno para o país, foi importante fazer essa adequação.
08:47Mas o que diz o resto da medida?
08:49O restante do texto diz que as pessoas físicas não vão ter mudança nenhuma,
08:55mas os empresários que fazem operações de crédito, ou seja, pegam empréstimo acima
09:01de R$ 100 mil, vão ter que pagar o imposto igual a você, cidadão pessoa física.
09:07Porque, na verdade, está equiparando o imposto sobre operações financeiras, que é esse
09:12tal IOF, ao imposto que a pessoa física paga.
09:16O que acontece hoje é que muita gente usa suas empresas para fazer giro de caixa, inclusive
09:23pessoal, fazendo empréstimos, pagando IOF mais barato, justamente porque, sabe, se
09:29fizesse isso como pessoa física, pagaria mais.
09:32Então é uma equalização, é um equilíbrio, né?
09:34São medidas que precisam de transparência, é o que foi feito, inclusive porque iguala
09:39para todo mundo, só que quem estava mais baixo, muito mais baixo, metade do que paga
09:46as pessoas físicas, metade do que você e eu pagamos no imposto do cartão de crédito,
09:50por exemplo, eram os grandes empresários, né?
09:53A única, para você ter ideia, assim, a única categoria que é mais próximo de uma
09:59pessoa comum é o empresário que tem uma empresa no simples que tiver um empréstimo
10:03acima de R$ 10 mil, aí vai pagar, ao invés de R$ 88, R$ 195 de imposto no ano inteiro.
10:12Então, me parece que é uma medida correta para equilibrar as contas porque nós estamos
10:16vivendo um momento em que o dinheiro sai do Brasil, né?
10:19E a gente precisa garantir que ele possa ficar com o dólar e para ter um impacto na
10:25imposto.
10:25No resumo, você está elogiando a conduta do Haddad.
10:28A medida foi...
10:29Esse movimento todo é elogiável para você.
10:31Eu acho elogiável a medida inicial de instituir um equilíbrio nas alíquotas de
10:36OEF e acho elogioso também que ele tenha voltado atrás naquilo que precisou ser corrigido
10:41e tenha feito isso rapidamente, né?
10:44E a gente não pode esquecer que junto com esse anúncio do OEF foi anunciado, Túlio,
10:48não era um corte de R$ 20 bilhões, um corte de R$ 31 bilhões e meio, né?
10:53Que ficou muito acima, inclusive, das expectativas do mercado, fazendo com que a Bolsa hoje, ontem,
10:59tivesse quebrado um recorde de negociação de papéis.
11:03Eu quero saber a sua opinião, Cíntia, porque o Leandro está elogiando, está falando que
11:07isso tudo é muito bom.
11:09Isso mostra como o governo está aberto à contribuição do mercado financeiro.
11:14Esse recuo não é o atestado claro de que cometeu ali uma besteira e está tendo que
11:20voltar atrás.
11:21Não, isso aí é pelo contrário, segundo a visão do Leandro.
11:23Não faz sentido, é uma estratégia.
11:25É uma estratégia até para valorizar a relação do Ministério da Fazenda com o mercado.
11:30e explica para a gente a sua visão, o seu ponto de vista, Cíntia Nunes.
11:34Vamos lá, primeiro, boa tarde.
11:36Boa tarde.
11:36Boa tarde a você que nos assiste, boa tarde aos meus colegas de bancada, sempre um prazer.
11:41Eu penso que, é claro, concordo com o Leandro na medida em que ele diz, é uma amostra que
11:48se está disposto a modificar aquilo que não ia dar certo.
11:52Mas, eu percebo que me parece algo como um balão de ensaio que o governo faz, então
11:58a gente coloca, vamos lá.
12:00Se ninguém reclamar, vai passar.
12:02E, de imposto em imposto, a sociedade brasileira vai ficando, assim, mais do que achatada.
12:09Ela está quase com uma inviabilidade financeira.
12:13E eu falo de nós que somos os contribuintes, assim, que a todo momento vamos pagar conta
12:19de luz para que se faça benesses.
12:22Nós estamos aí o tempo todo com um aumento de carga tributária.
12:27E, na hora que o governo falou, a gente faz.
12:29Depois, se ninguém reclamar, passa.
12:31A hora que se viu que isso não é bem assim, aí vem com o discurso de que foi uma questão
12:36técnica.
12:37Lógico que corrigir é melhor do que não corrigir.
12:40Demorar para corrigir é melhor, é pior, né?
12:44Se a gente demora, isso vai ficando aí, colocando como uma instabilidade financeira, bolsa, dólar.
12:50Mas só isso ontem já teve alteração.
12:52Um anúncio que não deu 24 horas já teve que, vamos comentar, pleonasmo aqui, né?
12:59Voltar atrás.
13:01E uma má reação, né?
13:02Uma má reação, reação de mercados, algo que foi muito ruim.
13:05Então, realmente, eu vejo, assim, como um governo que vem de um ministério, que tem
13:09exatamente o papel de fazer esse estudo e já sabendo, por questões anteriores, de
13:15outros anúncios que repercutiram muito mal, deveria pensar muito antes de se tentar fazer
13:21um balão de ensaio dessa forma.
13:22Eu não vejo nada como positivo, apenas ao fato de ter corrigido.
13:26E o restante da medida, agora, quando a gente tiver o anúncio do que, de fato, vai ser
13:31cortado, congelado, aí a gente pode dizer melhor se a medida é de todo boa ou não.
13:37Agora, eu quero saber o seguinte.
13:38Quero saber, na opinião de vocês, se foi uma medida assodada.
13:43Se foi muito apressado o governo em sair anunciando, sem antes chamar todo mundo que
13:48poderia contribuir com isso, para conversar, para dialogar, para dar em todos os setores
13:53as suas contribuições para isso.
13:56Como é que vocês veem essa medida atropelada ou não do governo?
14:00Você acha que está no tempo adequado ou foi muito apressadinho o Ministério da Fazenda,
14:04Leandro Ferreira?
14:05Olha, eu acho que, mais do que apressado, foi mal combinado.
14:10Eu acho que, isso sim, se quiser dizer que o Fernando Haddad se complica na comunicação,
14:19especialmente pública, que o Ministério surpreendeu ou que houve ali uma coisa bem
14:28mal realizada, que foi aquela entrevista coletiva em que o Fernando Haddad estava
14:31presente, com a senhora Monitebet, anunciou o corte de 31 bilhões, que de fato ainda não
14:36foi detalhado, mas é o compromisso do governo a cortar 31 bilhões, e aí o Haddad sai da
14:43reunião e a coisa do OEF fica para os secretários anunciarem.
14:48Então, esse tipo de coisa, eu acho que poderia ter sido muito melhor, embora eu seja um discípulo
14:55do Fernando Haddad, eu acho que nessas horas ele pisa na bola.
14:59Poderia se comunicar melhor, se programar melhor.
15:02Ele estava em voo, saiu de Brasília, veio para São Paulo enquanto a Bolsa estava subindo
15:06e descendo ao mesmo tempo.
15:08Então, eu acho que essas coisas poderiam ter sido melhor encaixadas.
15:12Agora, no geral, eu acho que a medida tem, sim, a sua razão de ser.
15:17E você, Túlio?
15:18Olha, Koban, eu penso um pouco diferente do Leandro, vamos colocar assim, respeitando,
15:24óbvio, a posição dele, porque o problema é que o buraco é mais embaixo, parece a história
15:29da formiguinha e do elefante. O Haddad voltar atrás na questão do IOF, nos investimentos
15:35no exterior, é um ponto positivo, mas representa a formiguinha. De novo, vamos prestar atenção
15:41nos números, o diabo mora nos detalhes. Qual é o déficit público hoje? 90 bilhões.
15:49Então, quanto que o governo deveria economizar? 90 bilhões. O que o pacote prevê? Como o Leandro
15:55corrigiu? Eu falei 20, 30 trocado, mas dá no mesmo. 31 bilhões de corte de despesa
16:02contra 90 de déficit. Então, não vai fechar a conta. E por que teve que fazer agora?
16:08É urgente, sim, porque senão não tem dinheiro para pagar a conta. O governo vai provocar um
16:13default em pouco espaço de tempo se o governo não faz esse ajuste fiscal. A medida era urgente,
16:17nesse ponto está correto. E que bom, vou dar um ponto positivo, que bom que cortou 31 bilhões,
16:21porque é difícil cortar 31 bilhões do orçamento. Mas aonde que eu falo e que é um erro
16:28estratégico? Aumentar imposto não vai resolver o problema do Brasil. Aumentar imposto vai
16:35aumentar a produção, vai aumentar o custo do Brasil, vai aumentar a inflação, não
16:39resolve o problema. O que deveria fazer realmente é um corte forte na carne. Então, está faltando
16:45ainda 40 bilhões e a gente precisa saber de onde vai sair esse corte de despesa.
16:51Você sabe que um dos impactos esperados aí para essas medidas todas anunciadas pelo governo é
16:56justamente a arrecadação de 40 bilhões em 2026, né? Cerca de 20 bilhões em 2025 e 40 em 2026,
17:03talvez pensando justamente, olhando mais para o próprio caixa do que para os impactos que isso
17:08poderia gerar na sociedade, no empresariado, na produtividade, na geração ou manutenção dos
17:12empregos. E isso é estranho, um pouco do meu ponto de vista, diante de um governo que tem essa
17:17política econômica desenvolvimentista, que pensa muito na ordem inversa das coisas, né? De vamos
17:24fomentar que daí a economia aquece, subsidiar e em compensação desses investimentos todos é que daí
17:33a economia quente retorna em arrecadação, porque todos estão trabalhando. Está indo no caminho
17:38contrário agora? Ou estou entendendo errado, meu professor? Para Maria e para Cíntia falarem também.
17:43Só um dado. Hoje mostrou que houve uma queda de arrecadação sensível em relação ao ano passado.
17:50Então, essas medidas recentes do governo, que aumenta mais a carga tributária, não faz aumentar a
17:56arrecadação. Essa lógica não é correta, é o contrário. Reduz a arrecadação governamental, porque o Brasil
18:02produz menos, a economia gira menos e aí arrecada menos. Então, eu só queria trazer esse contraponto.
18:07Alba, você vai me dar aqui uma oportunidade de falar um pouquinho de Keynes, e é sempre um
18:13prazer para a economia. Mas em linguagem que a gente consiga compreender, por gentileza, sem
18:17economia. Mas é o seguinte, eu acho que nesse governo tem muita gente desenvolvimentista, como você
18:22falou, e tem muitos keynesianos, acho que é natural. Agora, o que diz a teoria, diz que em momentos
18:30de economia muito aquecida, é justamente a hora que você precisa poupar. E é isso que o governo está
18:36tentando fazer. Até porque poupança, na conta dos economistas, é igual investimento. Investimento é o que
18:43vai gerar crescimento produtivo na sequência. Então, não quero fazer aqui um economês, mas fazer poupança,
18:51fazer superávit, é o objetivo desse governo, sem entrar em contrariedade com a ideia de estimular a economia.
18:58Porque nós temos uma economia crescida, você precisa fazer poupança para fazer investimento e novamente voltar
19:02a ter um crescimento produtivo. Acho que isso está na cabeça do Fernando Haddad com bastante clareza.
19:07Agora, queria só responder ao Túlio, rapidamente, sobre a questão de déficit.
19:11Rapidinho.
19:11Porque o déficit tem vários déficits. Você tem o déficit que é resultado primário, que é quanto do orçamento
19:17naquele ano faltou para fechar a conta. E você tem o déficit nominal do Brasil, que é outra coisa,
19:23e esse é afetado por juros. No caso do déficit que o Túlio está tratando, os precatórios vão ser um problema
19:29a partir do ano que vem, que é quando acaba o acordo com o STF. Portanto, mesmo com esses cortes
19:36e aumento de IOF não atingindo os R$ 90 bilhões que o Túlio menciona, não se estará descumprindo
19:41a lei de diretrizes orçamentárias para que tenhamos um déficit zero para o resultado primário deste ano.
19:49Esse foi mais economia, Escobar. Desculpa, mas precisava responder meu colega Túlio.
19:53Bom, muito bem.
19:53A gente vai...
19:54A gente está se revirando do túmulo agora, é só que a gente vai seguir acompanhando.
19:58Certamente isso aí vai ter mais desdobramentos, né? A gente já teve aí um vai e volta do governo
20:02e a gente traz aqui, assim que tivermos mais novidades...

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