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  • 24/05/2025
O ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, concedeu entrevista exclusiva ao Jornal Jovem Pan. O economista analisou o recuo do governo federal sobre parte das mudanças no IOF que foram anunciadas nesta quinta (22) e seus impactos na economia brasileira. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que a “alteração reduz a estimativa de arrecadação em R$ 2 bilhões”. Cristiano Vilela e Nelson Kobayashi participam.

Assista ao programa completo: https://www.youtube.com/watch?v=0z5FdIsiVUM

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Transcrição
00:00Bom, para você que acompanha o Jornal Jovem Pan, a gente volta a falar sobre a polêmica do dia,
00:05o recuo do governo em relação ao IOF depois do anúncio de ontem,
00:10gera desconfianças com o trabalho da equipe econômica.
00:13Quem analisa esse cenário, temos um convidado, o ex-ministro da Fazenda,
00:17ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
00:19Como sempre, ministro, uma honra receber o senhor aqui na Jovem Pan.
00:22Muito bem-vindo, boa noite.
00:24Obrigado, boa noite.
00:25É uma situação enorme, está conversando com vocês e está conversando também com os telespectadores e ouvintes.
00:31De fato, um momento interessante, para dizer o mínimo, do país e da política econômica.
00:38Porque é interessante, ministro.
00:39O senhor acha que o governo recuou na hora que deveria ter recuado?
00:44Percebeu que a repercussão poderia ser muito negativa?
00:47Ou é algo que não pode se admitir, se tratando de equipe econômica,
00:51porque isso gera ruído entre os investidores?
00:55E também entre o próprio mercado financeiro, não é, ministro?
01:00Duas questões fundamentais aí.
01:03Em primeiro lugar, na medida que o governo adota uma política fiscal, digamos assim, expansiva,
01:13quer dizer, o governo está, de fato, gastando bastante, etc.
01:18E quando, comparado com o que é recado, é, como se fosse uma empresa ou uma família, quer dizer,
01:27tem visto o rendimento e o gasto.
01:30Começa a gastar mais do que está recebendo, do que está gerando receita.
01:39Aí, tem que se buscar uma solução.
01:43Ou vai se endividar, o que o governo brasileiro já está muito endividado,
01:48inclusive os órgãos internacionais estão alertando para isso aí,
01:53que é um problema que talvez comece a acontecer lá ao redor de 2027, por aí.
01:58Então, tem que tomar um pouco de cuidado,
02:03porque isso começa a pressionar a taxa de juros, o risco Brasil, etc.
02:09De outro lado, tem a questão da receita.
02:12Então, o governo está buscando fontes, alternativas de receita.
02:18E também, controlando algumas despesas,
02:22o Fato anunciou que,
02:24contingenciais, bloquear um certo valor de despesas aí,
02:33além de que, anunciou também,
02:38algumas outras medidas de contenção de gastos.
02:40Mas, ao mesmo tempo, está precisando de receita.
02:44E o discurso do presidente,
02:50inclusive, no momento em que ele anunciou
02:55e depois está executando a exerção de imposto de renda
03:00para aqueles que ganham menos de 5 mil reais,
03:02o governo perde receita com isso.
03:05Tem que compensar.
03:06Então, está de acordo com o discurso que vai...
03:08taxar através do IOF, etc.
03:14Use o maior poder de compra,
03:18aqueles que têm recursos, etc.,
03:22que enviam recursos para o exterior,
03:25tem fundos no exterior e tudo isso.
03:28Só que isso gera um problema,
03:32que é um problema clássico.
03:36Que é, em primeiro lugar,
03:37o Brasil é um país que já tem uma tributação muito elevada.
03:43A carga tributária no Brasil
03:46é uma das mais altas dos países não ricos,
03:51digamos assim.
03:52Tem lá o país do Norte da Europa, etc.,
03:55Dinamarca,
03:55tem uma carga tributária mais forte.
03:58São países que já estão estabilizados,
04:00são muito ricos, etc.,
04:01estão procurando distribuir o dinheiro.
04:03Mas, no Brasil,
04:04o Brasil precisa querer emprego,
04:06o Brasil precisa crescer.
04:07E já tem uma carga tributária
04:09que impede um crescimento maior.
04:12Então, isso gera uma reação.
04:17Além do mais,
04:18o imposto em si,
04:20que foi escolhido,
04:21que é o IOF,
04:23que foi anunciado,
04:25principalmente taxando,
04:26fundos no exterior,
04:28remessas, etc.,
04:29tem uma série de desvantagens específicas,
04:32inclusive porque isso
04:33remembra
04:35as pessoas,
04:37os agentes de mercado, etc.,
04:40sobre coisas que aconteceram no passado,
04:43de controle cambial, etc.,
04:46que é grave.
04:47Então, o governo,
04:48vendo a repercussão negativa
04:50em tudo isso,
04:51voltou atrás
04:52e vai moderar um pouco
04:54essas medidas de relação ao IOF,
04:56bom ver o que, de fato,
04:58vai sair no fim.
04:59Perfeito.
04:59Ministro,
04:59vou chamar os nossos comentaristas
05:00à próxima pergunta
05:01de Cristiano Vilela.
05:03Vilela.
05:05Ministro,
05:05boa noite.
05:06Ministro,
05:07hoje tivemos um outro fato,
05:09um ruído que também tomou conta
05:11do dia hoje,
05:13envolvendo o ministro da Fazenda
05:15e o presidente do Banco Central,
05:17se o ministro da Fazenda
05:18deveria ter comunicado previamente
05:21o presidente do Banco Central,
05:22enfim.
05:23O senhor que já ocupou
05:24os dois postos,
05:25qual a leitura que o senhor faz
05:27desse caso?
05:28Precisaria realmente
05:29ter feito uma comunicação antes
05:31ou é de bom tom
05:32que haja ali
05:33uma troca de informações,
05:36até para não pegar
05:37ninguém de surpresa?
05:38Qual que é a sua avaliação?
05:39Olha,
05:40eu acho que
05:42o diálogo
05:44é importante,
05:45é necessário,
05:46entre autoridades
05:49que conduzem
05:50a política econômica,
05:52no caso,
05:53o ministro da Fazenda
05:54a política fiscal
05:56e o presidente do Banco Central
05:58a política monetária.
06:00Então,
06:01e não há,
06:03digamos assim,
06:03nenhuma coisa,
06:05digamos,
06:06secreta,
06:07quer dizer,
06:07o Banco Central,
06:08por exemplo,
06:08não pode informar
06:10a outras autoridades
06:12o que vai ser decidido
06:14do COPOM,
06:15por exemplo.
06:15Inclusive,
06:16porque são vários votos,
06:17não dá para,
06:18o próprio presidente
06:19não pode ter certeza,
06:21mas mesmo que tivesse,
06:22ele não vai comentar isso,
06:24não pode,
06:24porque isso influencia
06:27no mercado,
06:29preços,
06:30etc.
06:30Agora,
06:31em termos de política econômica
06:33como essa,
06:34tributação,
06:35quanto maior o diálogo,
06:37quanto maior
06:38a troca de ideias,
06:41etc.,
06:42melhor.
06:42Então,
06:43eu acho,
06:43eu sempre fui favorável
06:45ao diálogo,
06:46mesmo quando há uma discordância,
06:48está certo?
06:50A discordância é parte
06:51da democracia,
06:52tem problema agora.
06:53De fato,
06:55eu,
06:56evidentemente,
06:56não estou lá,
06:59não estava lá,
06:59não sei,
07:01de fato,
07:02o que houve ali
07:03em termos de quebra
07:04de comunicação,
07:05ou houve ou não houve,
07:07etc.
07:08Mas,
07:08é importante frisar
07:10que,
07:11realmente,
07:12a comunicação é relevante.
07:13Ministro,
07:14a pergunta agora
07:14é de Nelson Kobayashi.
07:16Kobayashi.
07:16Ministro,
07:18boa noite,
07:18é um prazer falar contigo.
07:20O senhor já fez
07:20vários anúncios
07:21de medidas econômicas
07:22importantes
07:23e o senhor sabe
07:25que voltar atrás
07:26de um anúncio
07:27é desgastante
07:28para o governo,
07:28em relação à popularidade,
07:30em relação a como
07:31o mundo político reage,
07:32enfim.
07:33Neste caso,
07:34o governo volta atrás,
07:35ainda que parcialmente.
07:37Falta planejamento
07:38para um anúncio
07:39como esse?
07:40Deveria ser
07:41mais bem construído,
07:43uma ideia amadurecida,
07:44enfim,
07:45para
07:45anunciar
07:47e executar
07:48aquilo que,
07:48de fato,
07:49vai ser bem recebido
07:50pela população
07:51e pelo mercado,
07:51que parece,
07:52nesse caso,
07:52foi quem recebeu mal
07:53a informação
07:54do ministro da Fazenda?
07:57É,
07:57realmente,
07:58isso adiciona
08:00esse cenário
08:01que estávamos
08:01mencionando.
08:05Quer dizer,
08:05a conversa prévia
08:07tem várias vantagens,
08:08inclusive essa,
08:09por exemplo,
08:10de ver quais seriam
08:11as reações
08:12e as medidas fiscais
08:14não tem grande problema
08:16de serem discutidas
08:17entre autoridades,
08:18não tem nenhum
08:19artigo secreto,
08:22etc.,
08:23ou algo que vai impactar
08:25fortemente
08:25mercados,
08:27como taxa de juros,
08:28por exemplo.
08:28mas,
08:29o fato concreto,
08:31portanto,
08:32é que,
08:33nesse caso,
08:35aparentemente,
08:36isso não foi muito
08:37amadurecido,
08:38e começou a ser discutido
08:39depois do anúncio.
08:41E aí,
08:42o governo
08:43fez uma coisa
08:45que,
08:46normalmente,
08:46não teria grande problema,
08:48que é,
08:48digamos assim,
08:50lançar uma ideia,
08:51começar a conversar
08:52sobre ela,
08:53e concluir que,
08:54desse jeito,
08:55pensou originalmente,
08:56não é melhor,
08:58muda um pouco,
08:58o problema é depois
08:59de ter anunciado
09:00ao público,
09:01e esse é que
09:02gerou,
09:03de fato,
09:04toda essa confusão,
09:05perplexidade,
09:06etc.
09:07Digamos,
09:08a discussão só aconteceu
09:09pós-anúncio,
09:10esse é o problema.
09:12E aí,
09:12os ajustes
09:14tiveram que ser feito,
09:15devia voltar atrás.
09:17Perfeito,
09:17conversamos com
09:18o ex-ministro da Fazenda,
09:19ex-presidente do Pago Central,
09:20Henrique Meirelles.
09:21Como sempre,
09:22ministro,
09:22muito obrigado pela sua gentileza
09:23por nos atender,
09:24um bom fim de semana,
09:25e volte sempre.
09:26Um abraço.
09:27Excelente,
09:27sucesso aí,
09:29bom trabalho.
09:29Obrigado.
09:30Muito obrigado.

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