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Pesquisa Real Time Big Data feita a pedido de Crusoé e O Antagonista aponta que 66% dos brasileiros não estão de acordo com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, MST, ou não apoiam suas demandas.
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Meio Dia em Brasília traz as principais notícias e análises da política nacional direto de Brasília.

Com apresentação de José Inácio Pilar e Wilson Lima, o programa aborda os temas mais quentes
do cenário político e econômico do Brasil.

Com um olhar atento sobre política, notícias e economia, mantém o público bem informado.

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Transcrição
00:00Você fez uma pesquisa aqui para a gente, que a gente publicou com uma capa da Cruzoé, que é Todo Poder ao MST.
00:06E a gente comentou ali esse apoio que o governo dá ao movimento dos trabalhadores sem terras.
00:13O governo também dá apoio para a CONTAG, que é o sindicato dos produtores rurais.
00:18Mas você mostrou pela pesquisa da Real Time Big Data, que mostrava que 66% dos brasileiros são contra o MST.
00:27Como é que se explica essa rejeição tão grande ao movimento?
00:34Uma coisa, Duda, que a gente tem visto é que essa história da organização social em comitês, o próprio partido político, eles estão acabando.
00:48O MST, enquanto associação, ele discute, ele fala só para eles, é uma reunião de nós com nós mesmos.
00:57Aquela coisa que não sai para o resto da sociedade.
01:01Eu percebi agora, teve uma coisa muito interessante, eu estive acompanhando a eleição no Equador agora,
01:08e a candidata da esquerda, Luísa Gonçalves, conseguiu, por exemplo, o apoio do candidato que ficou em terceiro lugar,
01:16que era um líder do movimento indígena no país.
01:20Sabe o quanto que ele trouxe de voto para ela no segundo turno?
01:23Absolutamente nada. Ela teve o mesmo voto que ela teve no primeiro turno.
01:29E esse voto indígena, que parecia ser controlado, foi para o candidato da direita, para o Daniel Noboa,
01:35porque os indígenas estavam preocupados lá ali no Equador com a questão da segurança pública,
01:40e preocupados com a economia, e o Noboa respondia melhor a isso do que a Luísa.
01:47E acabou. É um pouco do que está acontecendo aqui no Brasil.
01:50A vida inteira sempre esteve junto dos movimentos sociais, esses movimentos organizados, esses movimentos acabaram.
01:58E o MST, pior do que esses outros, a maioria dos movimentos, ainda ficou com a fama de invasor,
02:04de destruidor de terra, de corrupção, de entrar, pegar a área e revender a área.
02:09Então isso ficou incutido na cabeça do brasileiro.
02:13Hoje as pessoas não olham nem mais para a causa, nem para se eles defendem algo que é justo,
02:19que a gente sabe que evidentemente uma reforma agrária seria importante num país como o nosso, com tanta desigualdade, etc.
02:27Mas a forma foi tão mal feita durante todo esse período, e se politizou tanto,
02:34que essa causa se perdeu na cabeça da sociedade.
02:37Então a imensa maioria dos brasileiros apontam para uma negação ao que o MST representa.
02:44Bruno, agora esse cenário que você traçou mostra uma certa atomização da sociedade.
02:49Cada um fala por si, e aí você tem um enfraquecimento desses movimentos, associações, ou até dos partidos políticos.
02:59E aí te pergunto, é uma coisa negativa ou é uma coisa positiva?
03:05Porque ao mesmo tempo diminui um pouco a chance das pessoas meio que serem usadas como massa de manobra, não?
03:11Olha, eu acho que no geral, claro, que a gente tem sempre uma cabeça do que já se passou, né?
03:20Sempre olha para trás para pensar um pouco para frente.
03:23Mas pensando para trás, eu acho perigoso a individualização da política, que é um pouco do que está acontecendo hoje.
03:31A gente não fala mais dos Estados Unidos, a gente fala dos Estados Unidos de Trump, é o trumpismo, né?
03:37A gente não fala do Brasil, a gente fala do Brasil de Lula, a gente não fala da Argentina, a gente fala da Argentina de Milley.
03:43Parece que eles se tornam estados, né?
03:47E isso é um pouco perigoso.
03:49A gente teve esses movimentos lá atrás, no início do século XX, né?
03:54Quando a gente olhava lá para a Itália de Mussolini, para a Alemanha de Hitler, para a Espanha de Franco.
04:01Isso me preocupa um pouco pelo que a gente já passou.
04:05Eu acho que instituições fortes acabam sendo melhores para a democracia do que personalizações.
04:12Mas, de certa maneira, o que a gente tem que ver é que essas instituições, elas não representam mais a sociedade.
04:21Ninguém fala do PL.
04:23As pessoas falam do Bolsonaro.
04:24Se o Bolsonaro for para outro partido, que seja qualquer um que ele vá, ele vai levar esses apoiadores.
04:31Porque as pessoas não estão preocupadas com o que pensa o Valdemar da Costa Neto.
04:35O Valdemar é um chefe de cartório.
04:37Porque ele só está lá e ele assina a ficha do Bolsonaro.
04:41Assim como o Bolsonaro esteve no PSL, que virou União Brasil e etc.
04:48Ou seja, eu acho que do ponto de vista da democracia, é um pouco perigoso.
04:53Porque a gente entendeu de democracia até hoje.
04:56O mundo é mutável.
04:58Talvez a gente esteja passando por mudanças sobre conceitos de democracia também.
05:03Isso é uma coisa que a gente tem que estar aberto a entender.
05:05Ninguém é dono de uma pauta que ela é imutável.
05:09Não existe.
05:11Mas o partido político é uma organização da revolução industrial.
05:15E ele está se acabando.
05:17E essas associações, os sindicatos, são também da revolução industrial.
05:22E isso está acabando.
05:23Eu acho que a gente tem que estar muito atento para esses novos fenômenos que estão acontecendo no mundo.
05:28Me preocupa a individualização.
05:30Tomara que se consiga chegar, pelo menos, num bom senso entre organização e as individualidades.
05:39Bruno, você tocou num ponto aí que ninguém pode se dizer que é o grande protetor da democracia.
05:47Isso não existe.
05:48Acho que foi mais ou menos o que você falou.
05:49O que eu imaginei aqui, lá nos Estados Unidos, depois do 6 de janeiro,
05:54o Biden disse, ali se colocou como o grande defensor da democracia e, no fim, perdeu a eleição justamente para o Trump.
06:03Aqui no Brasil também, a gente tem o Lula dizendo que ele é o protetor da democracia
06:09e o Bolsonaro é a grande ameaça à democracia.
06:12O STF, os ministros ali também se colocam como os grandes defensores da democracia.
06:17Mas você acha que os brasileiros, quando escutam essa história, eles ficam um pouco, assim, em dúvida, ressabiados?
06:25Ou eles estão acreditando em tudo que os seus líderes falam?
06:28Porque acho que o Bolsonaro também se coloca como o grande defensor da democracia, né?
06:34É isso.
06:35No final das contas, é a minha democracia, o que já deixou de ser democrática.
06:39Se a gente parar para pensar no que é o conceito de democracia, o conceito clássico de democracia.
06:46Então, as pessoas, cada um tem a sua defesa de democracia.
06:51O Trump também dizia que ele é um defensor da democracia nos Estados Unidos.
06:56O que me preocupa em relação a isso são rupturas com o que os Estados-nações representam.
07:03Por exemplo, no caso dos Estados Unidos.
07:06Os Estados Unidos têm um histórico de antagonismo à Rússia, que vem lá desde a Guerra Fria, da União Soviética e etc.
07:17De repente, você vê o presidente dos Estados Unidos dando um pito no presidente da Ucrânia,
07:24parecendo defender a Rússia muito mais pelo que ele acredita do que pelo que o Estado americano acredita, né?
07:35Ou seja, ele personaliza essa relação, não é uma relação mais estatal, não é?
07:41A gente tem uma, por exemplo, só para trazer para a realidade do Brasil, né?
07:46O Itamaraty, que é quem cuida das nossas relações exteriores.
07:50Qual que é o grande segredo do Itamaraty?
07:52É a perenidade, né?
07:54É por isso que você tem funcionários de carreira no Itamaraty,
07:58que é para justamente, entra governo, sai governo, não mudar tanto o que é essa realidade.

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