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Presidente da Câmara, Hugo Motta, também pode destravar discussão sobre a anistia aos réus do 8 de janeiro após sinalização a bolsonaristas.
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Meio Dia em Brasília traz as principais notícias e análises da política nacional direto de Brasília.

Com apresentação de José Inácio Pilar e Wilson Lima, o programa aborda os temas mais quentes
do cenário político e econômico do Brasil.

Com um olhar atento sobre política, notícias e economia, mantém o público bem informado.

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Notícias
Transcrição
00:00Vamos chamar o Wilson Lima com os bastidores de Brasília para falar um pouco mais sobre as repercussões dessa decisão de Hugo Mota ontem.
00:22Enfim, mais uma vez, boa tarde para você que nos acompanha no canal BMC News, boa tarde para você que nos acompanha em O Antagonista,
00:28boa tarde meu amigo Guilherme, boa tarde meu amigo Zé Inácio Pilar.
00:33A questão é a seguinte, o presidente da Câmara, Hugo Mota, ele contratou uma guerra com o Supremo Tribunal Federal,
00:39mas esse movimento foi firiamente calculado, parafraseando aquele personagem da televisão.
00:45A questão aqui é muito simples.
00:47Hugo Mota, ele tenta, com um tiro só, resolver vários problemas.
00:52Quais são? Primeiro, ele tenta convencer os deputados do PL a endossar um projeto de lei mais ameno para a anistia.
01:00Como assim? Vou explicar para vocês.
01:03Está em tramitação do Senado uma proposta que vai ser encampada pelo presidente da casa, Davi Alcolumbre,
01:09para se conceder uma anistia mais branda às pessoas que foram condenadas pelos atos do 8 de janeiro.
01:16Só que a banca do PL não está muito afim de bancar, de assinar essa proposta.
01:21Então qual foi a solução, qual é a solução que está sendo plantada no Congresso?
01:27É você pegar uma proposta do senador Alessandro Vieira, modificá-la e apresentar isso como uma solução meio termo.
01:34Já que não é possível se apresentar um projeto para uma anistia total,
01:37apresente-se pelo menos para uma anistia parcial.
01:40O PL não quer, mas o Hugo Mota acredita que, pelo menos conforme eu apurei,
01:46que com esse projeto do Ramagem vai ser mais fácil de convencer a bancada do PL a endossar esse projeto meio termo,
01:55esse projeto intermediário.
01:56Ou seja, olha gente, a ideia do Hugo Mota é falar o seguinte para o pessoal do PL.
02:00Gente, olha só, vocês já conseguiram uma vitória importante aqui do Ramagem?
02:04Por favor, me ajudem nessa vitória da anistia.
02:07Porque o próprio Hugo Mota, ele acredita que é possível você dar uma anistia,
02:10mas não de forma ampla e restrita como quer a bancada do PL.
02:14Esse é o primeiro ponto.
02:15Segundo ponto, com a aprovação desse projeto de lei, desse projeto de resolução,
02:20abre-se uma margem para o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro,
02:24para ele continuar insistindo na narrativa de que ele é um perseguido político do STF.
02:29Por quê?
02:30Porque essa ação agora vai para o Supremo, vai ser alvo de uma ação de uma ADPF,
02:35a ação por descumprimento de preceito fundamental.
02:38Provavelmente essa ADPF deve ser acatada pelo Supremo.
02:42E aí o Jair Bolsonaro vai ter mais um argumento para falar publicamente.
02:46Olha, estão vendo o que está acontecendo comigo?
02:48O Supremo está aqui usurpando o poder da Câmara apenas com o objetivo de me colocar na cadeia.
02:55Então esse é outro objetivo.
02:58Um terceiro, e esse sim é importantíssimo, até mais do que esses primeiros.
03:03Essa decisão do Supremo, da Câmara, ela abre sim margem para que outros deputados
03:10que venham a ser alvo de ações no Supremo Tribunal Federal, se livrem do Supremo.
03:15É bom lembrar que nos últimos meses,
03:18há uma guerra entre o Supremo e a Câmara por conta das emendas parlamentares.
03:25O Flávio Dino determinou a abertura de investigação sobre eventuais desvios das emendas parlamentares.
03:33Ou seja, com essa decisão, o que pode acontecer no futuro?
03:37Se pintar uma ação no Supremo Tribunal Federal,
03:40para a abertura de uma ação penal contra deputados por desvio de emenda parlamentar,
03:46a Câmara já tem um precedente para assustar eventuais futuras ações.
03:51E, por fim, o Hugo Mota também, nesse combo,
03:58quer também convencer a base bolsonarista na Câmara a não obstruir os trabalhos da casa.
04:04O Hugo Mota quer entregar a questão do imposto de renda,
04:09quer entregar o aumento da faixa de insensão do imposto de renda,
04:15isso poderia criar um problema para o próprio Hugo Mota.
04:20Então, ele não quer ter esse problema.
04:22E aí, com esse projeto do Ramagem,
04:24ele também acredita que pode diminuir qualquer tipo de ânimo
04:27em relação à obstrução na Câmara dos deputados, Inácio.
04:31Muito bem.
04:31Wilson, daqui a pouco nós vamos fazer uma entrevista com o doutor Rolo,
04:35falando que é um advogado que entende justamente sobre essas questões.
04:39Mas antes, eu queria uma participação muito rápida e precisa
04:41do nosso repórter Guilherme Resc, que está lá em Brasília
04:44e que acompanhou a votação ontem.
04:46Guilherme, rapidamente, como foi o clima dessa votação
04:50que surpreendeu governistas e tranquilizou, digamos assim, oposicionistas?
04:55Perfeito, Inácio. Boa tarde para você, boa tarde a todos que nos acompanham.
05:00Foi uma discussão bastante acalorada, não só pela velocidade com que tramitou
05:04esse projeto de resolução apresentado pelo Alfredo Gaspar,
05:06como pelo conteúdo dele em si.
05:08A velocidade, eu digo porque o Hugo Mota,
05:10depois da aprovação do projeto de resolução
05:12na Comissão de Constituição e Justiça,
05:15ontem mesmo, pautou então depois no plenário
05:17e estabeleceu um rito de tramitação no plenário
05:20bastante acelerado e falando que os deputados não poderiam discutir
05:23o projeto de resolução, não poderiam apresentar destaques,
05:26não poderiam apresentar requerimentos de adiamento de discussão
05:29ou de retirada de pauta.
05:31Enfim, isso foi bastante criticado ali pelos governistas.
05:34O próprio Chico Alencar chegou a dizer que o Hugo Mota
05:36estava tendo uma postura autoritária,
05:38falou que ele tinha o gen de Arthur Lira,
05:40que foi o ex-presidente da Câmara.
05:42Enfim, criticou essa postura do Hugo Mota,
05:44essa velocidade com que ele estabeleceu o rito
05:46para tramitação do projeto de resolução
05:48e depois os governistas criticaram bastante
05:50o próprio conteúdo do projeto.
05:52Nessa linha, dizendo que ele é genérico,
05:54então traz essa suspensão da ação penal
05:57não apenas para o Ramagem, que é um parlamentar,
05:59então tem essa previsão pela Constituição
06:00de que se possa suspender a ação penal,
06:02mas traz a suspensão também para os outros réus na ação penal,
06:05mais de 30 réus, de acordo com os governistas,
06:09poderiam então ter essa ação penal suspensa
06:11pela forma como foi escrito o projeto de resolução
06:14apresentado pelo Alfredo Gaspar.
06:15Já a oposição, por sua vez, comemorando bastante,
06:17dizendo que o projeto de resolução,
06:21a aprovação dessa medida, a suspensão em relação
06:23à ação penal do Alexandre Ramagem,
06:25recupera o equilíbrio entre os poderes
06:27e as prerrogativas parlamentares.
06:29Enfim, então foi esse um pouco do clima ali
06:31da discussão, bastante acalorado,
06:33como eu falei, tanto pela velocidade com que tramitou,
06:35como pelo conteúdo em si do projeto de resolução.
06:39Muito obrigado, meu caro Guilherme Resc.
06:41E agora eu convido a participar do nosso meio-dia em Brasília,
06:46o doutor Arthur Rolo, advogado, que já participou aqui conosco
06:50em algumas outras ocasiões.
06:52Doutor Arthur, boa tarde.
06:54A pergunta direta e reta é, o que o STF pode fazer diante
06:59dessa decisão de ontem?
07:01É uma decisão anulável? Quais os próximos passos?
07:04Boa tarde.
07:04Boa tarde.
07:06O Congresso jogou uma casca de banana ontem
07:09para o Supremo Tribunal Federal
07:11em relação a essa ação penal em tramitação.
07:16Como acabou de dizer o repórter,
07:19a tramitação ontem foi bastante acelerada,
07:23não se permitiu discutir.
07:25Passaram o carro, literalmente.
07:28Passaram, atropelaram todas as formalidades.
07:31Normalmente, uma questão como essa depende de discussão ampla.
07:35Então, para não entrar propriamente numa rota de colisão,
07:39como o Wilson falou, e eu acho que essa rota de colisão
07:43pode vir a acontecer,
07:45o Supremo pode atacar o ponto de vista formal.
07:49Falar, espera aí, a gente viu a tramitação na Câmara
07:53e o rito parlamentar, o procedimento na Câmara dos Deputados
07:58impediu a discussão do tema.
08:03Quando impede a discussão do tema, não é democrático.
08:08Então, formalmente, esse projeto aprovado estaria nulo.
08:14E o Supremo pode fazer isso porque essas questões formais,
08:18ele não pode entrar no mérito legislativo,
08:20quando ele entra no mérito legislativo é a ingerência indevida
08:23de um poder sobre o outro,
08:24mas ele pode entrar nessas questões formais.
08:28Outra questão também é se alcançou crimes praticados
08:35antes da diplomação,
08:38porque falou-se aí em crimes posteriores à diplomação,
08:43mas todos aqueles questionamentos da urna eletrônica,
08:45aí a denúncia fala, a partir de 7 de setembro,
08:49daqueles eventos do 7 de setembro,
08:51se o Alexandre Ramagem estiver naqueles eventos do 7 de setembro,
08:55estiver no encontro com embaixadores,
08:57se ele participou de tudo isso,
09:00os fatos são anteriores e não sejariam aí a suspensão.
09:06Outra questão, esse elemento genérico,
09:09existe uma diferença entre direito e prerrogativa.
09:12A questão da suspensão da ação penal não é um direito,
09:17é uma prerrogativa, o direito é subjetivo,
09:18a prerrogativa é institucional da Câmara dos Deputados,
09:22então ela não pode ser genérica,
09:23porque agora já estão querendo estender para os outros acusados,
09:26principalmente para o Jair Bolsonaro,
09:28é uma prerrogativa decorrente do mandato,
09:31não é para quem não é parlamentar.
09:34Então isso também pode ser atacado,
09:37ou seja, tem várias questões aí passíveis de discussão,
09:40e não é interpretação dúbia não,
09:42é interpretação da Constituição Federal.
09:45Doutor Arthur Rolo, muito obrigado pela sua participação,
09:49vai ser bastante interessante a gente acompanhar os próximos passos.
09:52Doutor, muito obrigado.

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