Parlamentares apresentam propostas para barrar uso de bonecos no atendimento ao SUS e para obtenção de vantagens. - Meio Dia em Brasília traz as principais notícias e análises da política nacional direto de Brasília.
Com apresentação de José Inácio Pilar e Wilson Lima, o programa aborda os temas mais quentes do cenário político e econômico do Brasil.
Com um olhar atento sobre política, notícias e economia, mantém o público bem informado.
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00:00Deputados federais iniciaram uma frente para abarrar o atendimento clínico de bebês reborn no Sistema Único de Saúde, o SUS,
00:09e para coibir o uso desses bonecos hiperrealistas para obter vantagens como atendimento preferencial em hospitais,
00:18meios de transportes e demais pontos de atendimento público.
00:23Aí está a imagem de um bebê reborn.
00:25Bom, as propostas são uma resposta do Poder Legislativo ao crescente interesse por esses bonecos que imitam bebês recém-nascidos com extremo realismo.
00:38Nesta quarta-feira, dia 14, viralizou nas redes sociais a história de uma advogada que afirma ter sido procurada por um casal que disputa judicialmente a guarda de um bebê reborn.
00:50O deputado federal Paulo Bilinski, do PL, apresentou uma proposta nesta quinta-feira, dia 15,
00:57prevendo a aplicação de multa de R$ 50 mil para hospitais que prestarem atendimentos a bebês reborn.
01:06Já o deputado federal Zacarias Calil, do União de Goiás, apresentou um projeto de lei que prevê multa de 5 a 20 salários mínimos
01:15a pessoas que usarem um bebê reborn para conseguir ter atendimento prioritário em postos de saúde,
01:23hospitais, postos de vacinação, entre outros, como se fosse um pai ou uma mãe de verdade.
01:29Quem fala sobre uma dessas propostas é o deputado Paulo Bilinski, em vídeo encaminhado para o meio-dia.
01:35Vamos conferir.
01:35Olha, bebê reborn no SUS, gastando recursos que já são escassos, é um absurdo.
01:43A gente não pode permitir que preferências que são altamente discutíveis sejam utilizadas
01:50para impedir que o cidadão que está realmente precisando de um tratamento tenha acesso a esse tratamento.
01:56Então, esse projeto de lei é chovendo molhado, sim.
01:59É uma coisa que deveria ser bem clara, mas, infelizmente, no Brasil a gente tem que dizer que a grama é verde.
02:05Minha gente, onde vamos parar?
02:10Rodolfo Borges, a gente estava falando aqui no nosso preparatório para o meio-dia,
02:15a gente falava ontem também, é sintomático de uma sociedade em parafuso?
02:22O que as pessoas pensam para dedicar sua vida a ponto de disputar a guarda de um boneco?
02:30É, a gente tem que saber se essa história da advogada, de fato, existe.
02:34A gente tem que ver quando virar um processo de verdade, aí talvez...
02:38E nem se, quando virar um processo de verdade, a gente vai saber ainda se é, de fato, uma história verídica.
02:43Porque, assim, alguém pode criar.
02:45A questão é que, assim, isso realmente virou uma febre que chegou a tal ponto que chegou no parlamento.
02:50E, assim, em parte, são os deputados também querendo chamar atenção e conseguem.
02:56E tem aí uma legitimidade, porque o assunto vira tão popular que aí eles começam a tentar tocar.
03:02Eu não sei dizer ainda o quanto que é um problema de saúde pública o bebê reborn levado para um hospital do SUS.
03:11E imagino que não seja grande hoje para justificar a apresentação de um projeto de lei.
03:17E, mais do que isso, até a aprovação de uma lei contra o bebê reborn.
03:22Acho que é um exagero, né?
03:24Mas, de qualquer forma, é uma manifestação pública dos deputados para chamar atenção para um assunto que está mobilizando todo mundo.
03:32A questão é, e aí, até a Cegonha Reborn, a Câmara lá do Rio, criou o dia da Cegonha Reborn, né?
03:40Faz alguns dias.
03:42E a questão é que, assim, esses bonecos, eles têm um objetivo, uma função terapêutica, né?
03:50Então, assim, para quem perdeu um bebê e tal, na terapia pode ser que isso ajude a pessoa a tratar o trauma.
03:57Agora, a forma como se popularizou, fica aparecendo toda hora agora com um influenciador fingindo que está cuidando de criança, né?
04:05Virou uma coisa realmente muito grande no Brasil e aí chegou no parlamento.
04:09Mas, assim, não me parece que seja ainda uma questão de saúde pública tratar legalmente do bebê reborn.
04:16Wilson Lima, não vou falar nada, só vou passar a palavra para você.
04:22É, achei legal essa nossa sonorização.
04:24Ô, Rodolfo, por curiosidade, eu sempre faço aqui, já que você te perguntou sobre a questão da ação judicial,
04:31eu resolvi procurar e temos aqui vários processos relacionados ao bebê reborn,
04:38mas todos, neste momento ainda, envolvendo uma questão de consumidor, de defesa do consumidor, né?
04:45Uma boneca, ele foi encomendado e aí, quando chegou lá para o consumidor, não era tão realista assim quanto ele imaginava.
04:51Então, pelo menos, por enquanto, ainda não temos nenhum processo judicial de vara de família envolvendo o bebê reborn.
05:00Mas, gente, assim, brincadeiras à parte, isso aqui é um sintoma de uma sociedade doente.
05:07Eu estou falando isso como pai.
05:09Rodolfo também é pai.
05:11Isso é um sintoma clássico de uma sociedade doente, gente.
05:14As pessoas se apegam ao boneco.
05:16Isso é um boneco, gente.
05:17Isso é um brinquedo, né?
05:18É um brinquedo hiperrealista, mas é um brinquedo, gente.
05:21Não dá para a gente dizer que é outra coisa.
05:22Ah, não, porque existe...
05:25Tem alma nesse negócio?
05:26Não tem alma.
05:26Eu, como cristão, acredito em alma.
05:28Não tem alma nesse troço.
05:30Então, assim, a pessoa...
05:30Não só não tem alma, como não tem mensalidade de escola, não chora, não tem que trocar a fralda.
05:35Exatamente.
05:36Cansou, põe na gaveta.
05:37Quem faz isso com o filho?
05:38É, exatamente, Inácio.
05:40As pessoas se apegam por isso.
05:42Porque, gente, a função da paternidade e da maternidade é uma função extremamente complicada e complexa, gente.
05:48Vamos colocar as coisas do ponto de vista correto.
05:51Quantas vezes o Rodolfo é que não teve que sair da redação mais cedo porque o filho estava doente
05:56ou eu tinha que pegar menino na escola?
05:59Sabe?
05:59Quantas madrugadas pais e mães de verdade não passaram aí acordados para poder cuidar de fato de um bebê de verdade?
06:05Quando a minha filha hoje, 13 anos, graças a Deus, linda, maravilhosa, que ela inclusive quer ser modelo hoje.
06:10Mas, quando ela era pequenininha, o que eu passei de madrugada em Clara não estava no gibi.
06:17E no dia seguinte eu tinha que estar na redação de jornal, às 8, 9 da manhã, para cumprir meu expediente.
06:22Então, assim, vamos parar de palhaçada, né?
06:25Sabe?
06:25Considerar bebê ribônia, ah, não, vou levar no SUS para ver se meu bebê ribônia está com febre.
06:31Ou vou, ah, não, vou levar meu bebê ribônia aqui na fila do mercado para ter atendimento médico.
06:37É brincadeira, né?
06:39É brincadeira isso aqui, vai.
06:40Isso é um sintoma, olha, eu não sei nem o que falar.
06:44E aí, claro, alguns políticos aproveitam para surfar a onda e aparecerem também com essa pauta, né?
06:52É, e o mais bizarro, não é, ô Inácio, é que a sociedade está tão doente
06:57que ainda é necessário o deputado apresentar projeto de lei para falar o óbvio.
07:01O Blins, que é um deputado que eu tenho realmente minhas restrições ao trabalho dele em várias situações,
07:05mas nesse ponto ele está certo.
07:06Eu vou ter que escrever o óbvio.
07:08Porque o camarada usar um bebê para tentar furar a fila do SUS, é brincadeira, né?