Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • ontem
A renomada revista inglesa The Economist publicou um artigo, nesta quarta-feira, 16, no qual diz que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, é um juiz com “poder excessivo”, e a Suprema Corte brasileira deveria exercer seus poderes com “moderação”.
-
Meio Dia em Brasília traz as principais notícias e análises da política nacional direto de Brasília.

Com apresentação de José Inácio Pilar e Wilson Lima, o programa aborda os temas mais quentes
do cenário político e econômico do Brasil.

Com um olhar atento sobre política, notícias e economia, mantém o público bem informado.

🕛 Transmissão ao vivo de segunda a sexta-feira às 12h.

Inscreva-se no canal e ative o sininho para receber as notificações e não perder nenhum programa!

#MeioDiaemBrasília

Chegou o plano para quem é Antagonista de carteirinha.

2 anos de assinatura do combo O Antagonista e Crusoé com um super desconto de 30% adicional* utilizando o voucher 10A-PROMO30 Use o cupom 10A-PROMO30 e assine agora:

meio-dia ( https://bit.ly/promo2anos-meiodia )

(*) desconto de 30% aplicado sobre os valores promocionais vigentes do Combo anual.
Promoções não cumulativas com outras campanhas vigentes. Promoção limitada às primeiras
500 assinaturas.

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00A renomada revista inglesa The Economist publicou um artigo nesta quarta-feira
00:04no qual diz que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal,
00:09é um juiz com poder excessivo e a Suprema Corte Brasileira
00:13deveria exercer seus poderes com moderação.
00:16Moraes é chamado de juiz superstar pela publicação
00:19que considera que o STF está sob julgamento.
00:23Segundo a revista, abre aspas,
00:25a democracia brasileira tem outro problema.
00:28Juízes com poder excessivo e nenhuma figura personifica isso melhor
00:33do que Alexandre de Moraes, que ocupa o cargo no Supremo Tribunal Federal.
00:38Seu histórico mostra que o poder judiciário precisa ser reduzido.
00:43Fecha aspas.
00:45Ainda sobre Moraes, The Economist afirma que ele exerce, abre aspas,
00:49poderes surpreendentemente amplos, que tem como alvo, predominantemente, atores de direita.
00:57Fecha aspas.
00:58Rodolfo Borges, essas críticas lhe parecem adequadas?
01:03Boa tarde.
01:04Boa tarde a todos.
01:06O que a Economist diz nessa reportagem não é nada mais do que nós temos dito no Antagonista
01:13e na revista Cruzoé há anos.
01:16De fato, tem extrapolado o Alexandre de Moraes e não só ele, porque ele faz isso junto ou com a anuência de todo o STF,
01:26pelo menos a anuência declarada, que nós também já destacamos que tem algumas vozes dissonantes no STF,
01:33principalmente o ministro Edson Fachin, mas o Fachin só verbaliza vez ou outra, de uma forma muito discreta,
01:41questionamentos da forma como o STF passou a se comportar, principalmente desde 2019,
01:48quando foi instaurado o inquérito das fake news.
01:52Então a Economist, essa reportagem, e a gente registrou no Antagonista ontem, está lá quem quiser ver,
01:58quem soube ela em inglês ou não tiver acesso à revista, tem um pedaço do material que a Economist produziu
02:05sobre o Alexandre de Moraes e sobre o STF, porque não é só o Alexandre de Moraes,
02:08mas ele é hoje o rosto do STF no exterior, o principal, mas não é o único.
02:14Antes dele, o rosto era principalmente o Dias Toffoli, que também foi motivo para a reportagem da revista Economist,
02:24foi um dos principais personagens de uma reportagem da Economist, que nós também destacamos no Antagonista à época,
02:31durante aquele período em que saíram alguns relatórios sobre o aumento da percepção sobre corrupção na América Latina,
02:38e o Brasil era um dos países que mais se destacava, principalmente por conta do desmonte da Operação Lava Jato.
02:45Então essa reportagem da Economist, que foi publicada nessa quarta-feira,
02:51ela puxa de novo o fio do novelo do STF, mas desta vez pelo Alexandre de Moraes,
02:58que também foi destaque, foi o personagem de uma reportagem de outra revista relevante mundialmente,
03:05que é a The New Yorker.
03:06Na New Yorker, o Alexandre de Moraes foi pintado com cores um pouquinho mais favoráveis,
03:11porque eles puseram ali no contexto, aí a New Yorker é uma revista mais à esquerda,
03:17puseram no contexto o enfrentamento ao Jair Bolsonaro.
03:20Então, sob essa perspectiva, fica mais fácil sair bonito na comparação com o Bolsonaro.
03:26Mas mesmo ali, na New Yorker, tinha, obviamente eles contemplaram um pouco do questionamento em relação ao Alexandre de Moraes,
03:35e a Economist trata disso de uma forma mais clara.
03:38Então ela puxa pelo Moraes, diz que ele está com poderes demais,
03:42que tem, e a gente tem que falar disso aqui para quem acompanha o trabalho do antagonista,
03:46isso não é novidade nenhuma, ele extrapolou sim, em alguns momentos,
03:50principalmente quando ele misturou a posição, e ele nem era mais presidente do TSE,
03:56quando surgiram aquelas mensagens que ele trocava com subordinados
04:02para conseguir algumas informações via TSE e botar em inquéritos do STF,
04:08fazendo isso de uma forma meio informal,
04:12e para abastecer uma coisa, abastecer a outra naquele ímpeto dele
04:16para controlar a informação nas redes sociais.
04:18Então eles traçam um pouco, eles relembram um pouco desses casos,
04:24mas aproveitam para lembrar sim,
04:27que o STF se tornou protagonista da política brasileira,
04:30principalmente por conta do julgamento do Mensalão, ali em 2012,
04:35e desde então foi aumentando a sua relevância política,
04:39e a forma como tem influenciado na política brasileira.
04:44E aí, claro, obviamente aparece de novo o Dias Toffoli,
04:47como aquele ministro que lidera, e aí pelo menos é o rosto,
04:53desse desmonte da operação Lava Jato no STF.
04:56Mas aí é sempre bom, é sempre importante a gente lembrar,
04:59que apesar de esses ministros tomarem muitas decisões
05:02por conta própria, sozinhos, decisões liminares,
05:06muitas, e a maioria dessas decisões,
05:08tem sim o endosso dos seus colegas,
05:11se não declaradamente ou, vamos dizer assim,
05:17colegiadamente e informalmente,
05:22sob a perspectiva de que eles não estão deliberando
05:25sobre tudo no plenário,
05:27pelo menos informalmente eles têm o apoio,
05:29porque se não aparece nenhum ministro para questionar formalmente,
05:33e obviamente isso seria um constrangimento,
05:36e mudaria muita coisa no STF,
05:38se algum ministro passasse a questionar publicamente o outro de forma mais direta,
05:42mas eles não têm feito isso.
05:44Então, o STF, ele atua hoje principalmente pelas mãos do Alexandre de Moraes
05:48e do Dias Toffoli nessa perspectiva aí,
05:52uma de combate ao que seria a extrema direita,
05:57ou ataques institucionais, como eles interpretam,
06:00e o outro na leniência no combate à corrupção.
06:05De qualquer forma, o STF parece junto em tudo isso,
06:09eles representam a instituição,
06:11e portanto, tudo que eles fazem de condenável,
06:14acaba se tornando também condenável da perspectiva institucional.
06:20E é isso que, mais uma vez, essa reportagem da Economist expõe.
06:23Não está boa a fotografia do STF no exterior também.
06:29Rodolfo, até que ponto esse tipo de matéria,
06:32como da Economist, que já saiu também em outros jornais,
06:35onde o tom, na melhor das hipóteses,
06:38é mostrando como o STF é polêmico,
06:41mas na maior parte das vezes é realmente com uma conotação de crítica
06:45a esse exacerbamento do poder do Alexandre de Moraes e do STF.
06:50Até que ponto esse tipo de crítica internacional,
06:54vindo de veículos respeitados,
06:57pode influenciar numa mudança de postura no STF?
07:02Eu não apostaria muito nessa possibilidade, Inácio,
07:05porque não é a primeira reportagem,
07:07a Economist, inclusive, foi bem mais contundente
07:09na reportagem que eles fizeram na perspectiva da leniência
07:12com o combate à corrupção.
07:14E aí me parece também que os ministros vivem num mundo muito próprio deles,
07:18eles, obviamente, vão selecionar ali o que for elogio
07:23e vão reverberar o que for elogio,
07:26e aquilo que for a crítica,
07:27me parece que eles não são atingíveis por isso,
07:30porque é isso, também não precisam de voto,
07:32eles estão ali,
07:34eles têm um cargo vitalício,
07:36tem limitação ali até 75 anos,
07:38eles têm aposentadoria obrigatória,
07:41mas eles não precisam dar,
07:42eles não precisam prestar contas a um eleitor, por exemplo.
07:45O próprio presidente do STF, o Luiz Roberto Barroso,
07:49já falou várias vezes e fala sempre que necessário,
07:52sempre que sai uma pesquisa que mostra
07:54que a popularidade do STF não vai bem,
07:57que está caindo,
07:58o Barroso fala, olha, mas esse aqui é o tipo de coisa,
08:01o nosso trabalho não deve ser julgado dessa forma,
08:04nós, às vezes, temos que tomar medidas impopulares
08:06e que devem ser tomadas,
08:09porque tem que compactuar com a Constituição brasileira
08:13e, portanto, não podemos estar sujeitos à opinião pública.
08:17Mais ou menos,
08:18porque quando os ministros começam a atuar politicamente dessa forma,
08:22inevitavelmente, eles vão ter, sim,
08:24uma reverberação política.
08:26E aí, quando isso acontece,
08:28aí é que eu acho que vem um choque
08:29entre essa perspectiva do Barroso e o que ele defende,
08:33que é, nós não devemos nos curvar aí
08:36a uns teios populares,
08:37é verdade,
08:38desde que não estejam atuando politicamente
08:41de forma a influenciar na política.
08:43E aí, quando essa coisa começa a se confundir,
08:45faz sentido, sim,
08:47que os ministros olhem para a forma como a população
08:50enxerga eles primeiro
08:52e depois a instituição,
08:53que é aquilo que eles representam.
08:56E a gente também pode resgatar rapidamente
08:58que temos um histórico do STF
09:00agindo, sim,
09:02sob pressão popular.
09:03Por exemplo,
09:03quando estava na época do Messalão,
09:05do Petrolão,
09:06não foram poucas as críticas
09:09ou constatações
09:11de que justamente o clamor popular
09:13por uma punição
09:14àqueles roubos,
09:16àquela corrupção,
09:18confessa
09:19que eles agiram no sentido
09:21de ir atrás disso.
09:23Aí depois,
09:24quando passou o clamor popular,
09:26quando a coisa esfriou,
09:27eles começaram a revisitar
09:28e derrubar tudo
09:30que eles mesmos
09:31haviam levantado
09:33e imposto
09:35com as suas medidas.
09:36Então,
09:37essa história
09:37de que eles não
09:38aceitam
09:39pressão popular
09:40é até a página 2,
09:41né, Rodolfo?
09:43É,
09:43a gente pode chegar
09:44a ter um caso
09:44bem mais recente
09:45que é o caso
09:45da cabeleireira
09:46Débora dos Santos.
09:48O Moraes estava,
09:50sim,
09:51muito empenhado
09:52aí,
09:53e ainda está,
09:54em botar
09:55uma pena pesada
09:57para quem participou
09:58do 8 de janeiro.
09:59O ministro Luiz Fux,
10:00aparentemente,
10:01e aí eu fiz essa análise
10:03já no antagonista,
10:05chamei ali,
10:06pus no título
10:07quem quiser buscar,
10:08faz algumas semanas já,
10:10mas é o agente duplo Fux,
10:12porque eu interpretei
10:13aquele pedido de vista
10:14no caso
10:15da Débora dos Santos,
10:16que é a cabeleireira
10:17que pintou
10:17o Perdeu Mané
10:18na estátua
10:20da Justiça
10:20e que,
10:22para quem,
10:22o Alexandre de Moraes
10:23votou por uma pena
10:24de 14 anos de prisão
10:25e o Flávio Dino
10:26concordou com essa pena,
10:29o Fux pediu vista
10:29desse processo,
10:30parou o processo,
10:32já anunciou
10:33durante um outro julgamento
10:35que não tinha a ver
10:36com esse,
10:37lá na primeira turma,
10:38que era para aceitar
10:39a denúncia
10:40contra o Bolsonaro
10:40e aliados
10:42por tentativa
10:42de golpe de Estado,
10:43o Fux botou esse assunto
10:44lá e falou,
10:45olha,
10:45vou botar uma pena menor.
10:47Isso tudo,
10:48para mim,
10:48é sim,
10:49uma tentativa do Fux,
10:51e aí vamos ver
10:51se ele conseguiu
10:52convencer os colegas,
10:53de modular
10:54o peso das penas
10:56para o pessoal
10:56do 8 de janeiro,
10:57na minha análise,
10:58na minha perspectiva,
10:59exatamente para tentar
11:01tirar esse discurso
11:02do Bolsonaro
11:03e dos aliados do Bolsonaro
11:05que tentam,
11:05nesse momento,
11:06aprovar no Congresso Nacional
11:08uma anistia
11:09não apenas para
11:10quem foi condenado
11:13pelo 8 de janeiro,
11:14mas, obviamente,
11:15de olho
11:16em beneficiar o Bolsonaro
11:18com vistas
11:19à eleição de 2026.
11:20e aí
11:25e aí
11:25e aí
11:26e aí
11:26e aí
11:27Obrigado.

Recomendado