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Ao votar contra a cassação do mandato de senador do ex-juiz Sergio Moro, o relator da ação do PT de Lula e do PL de Jair Bolsonaro no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), Luciano Carrasco Falavinha Souza, entendeu “que há razões bastantes para não computar” na pré-campanha as despesas partidárias com segurança.

“Efetivamente, é fato público e notório que o investigado Sergio Moro e sua família já eram alvos de ameaças de facções violentas, como o PCC”, afirmou Luciano no voto, citando, em sua versão escrita, duas matérias de imprensa sobre o plano de sequestro e eventual assassinato de integrantes da família do então pré-candidato.

Foi justamente para fornecimento de serviços de segurança ao longo de 2021 e 2022, período que compreendia essa “janela de oportunidade interessante para os criminosos” do PCC, que a empresa PLEG SEG ASSESSORIA LTDA, sediada em São Paulo, foi contratada pelo Podemos, partido pelo qual Moro lançou pré-candidatura à presidência, antes de buscar a vaga no Senado pela União Brasil por SP e, depois, pelo Paraná.

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Transcrição
00:00Ao votar contra a cassação do mandato de senador do ex-juiz Sérgio Moro,
00:04o relator da ação, nunca é demais lembrar, do PT de Lula e do PL de Jair Bolsonaro
00:10no TRE do Paraná, Tribunal Regional Federal, eleitoral, perdão,
00:15o Luciano Carrasco Falavinha Souza, esse relator,
00:18entendeu que há razões bastantes para não computar na pré-campanha
00:23as despesas partidárias com segurança.
00:27Com segurança.
00:28E ele diz lá,
00:30Efetivamente, é fato público e notório que o investigado Sérgio Moro e sua família
00:34já eram alvos de ameaças de facções violentas como o PCC.
00:40Isso está lá escrito no voto que ele leu no plenário durante o julgamento de ontem,
00:45segunda-feira.
00:47E aí ele citou duas matérias de imprensa sobre aquele plano de sequestro
00:51e eventual assassinato de integrantes da família Moro, do então pré-candidato.
00:57Poderia ser a esposa, poderia ser um ou os dois filhos.
01:03E o relator, ele ainda poderia ter citado, esse que é o contexto que eu quero acrescentar,
01:11diretamente o seguinte parágrafo da página 9 do relatório da Polícia Federal,
01:16tornado público em 23 de março de 2023, e que eu fui conferir de novo,
01:21à luz do voto dele.
01:24Então, abre as imagens.
01:25Olha só o que estava escrito lá no relatório da APF.
01:28Após recebimento dos dados telefônicos e telemáticos,
01:32verificamos que as ações para concretização do ataque ao senador Sérgio Moro
01:36iniciaram-se efetivamente em setembro do ano passado,
01:402022, tá?
01:41Esse relatório de 2023.
01:43Então, ano passado era 2022.
01:45Está dizendo lá, as ações lá do PCC começaram em setembro de 2022,
01:50justamente no período eleitoral,
01:53quando o atual senador era candidato ao cargo ocupado nos dias de hoje.
01:57Vale lembrar que Sérgio Moro permaneceu com escolta por 180 dias,
02:02o que expirou em 24 de outubro de 2021,
02:06motivo pelo qual, atenção,
02:09ocorreu uma janela de oportunidade interessante para os criminosos.
02:15Fecha aspas.
02:16Janela de oportunidade interessante para os criminosos.
02:21E aí, quando você vai ver no detalhe, como eu fiz,
02:24na ação do PT e do PL, no voto do relator,
02:28assim como fui ver também o parecer do procurador regional federal,
02:33foi justamente, eleitoral,
02:35foi justamente para o fornecimento de serviços de segurança
02:38ao longo de 2021 e 2022,
02:42período que compreendia essa janela de oportunidade interessante
02:46para os criminosos do PCC,
02:49que a empresa PLEG segue, assessoria limitada,
02:51empresa de segurança, sediada em São Paulo,
02:54não no Paraná.
02:55Foi contratada pelo Podemos,
02:57o partido pelo qual o Moro lançou a pré-candidatura à presidência,
03:00antes de buscar a vaga no Senado,
03:01primeiro por São Paulo,
03:03e depois pelo Paraná, em ambos os casos,
03:06pela União Brasil.
03:07Ele tinha saído ali do Podemos
03:08para o seu partido atual.
03:11Então, quer dizer,
03:13o PT e o PL estão colocando ali o gasto partidário,
03:18com a segurança do Moro,
03:20como despesas de pré-campanha,
03:23capazes de gerar novos eleitores,
03:25o que é refutado minuciosamente
03:28pelo relator Luciano,
03:32e como se ele não tivesse que ter gasto esse dinheiro com a segurança
03:40para gastar em outras atividades,
03:44ignorando a eventual disparidade que pode haver em gastos com segurança
03:51entre um candidato que tem um histórico de ameaças sofridas
03:55maiores do que o outro que não tem histórico nenhum,
03:58ou que sofreu menos ameaças.
04:01Quer dizer,
04:01tudo isso foi colocado também no voto do relator,
04:04eu explico no artigo que eu escrevi em O Antagonista.
04:08E eu queria trazer aqui,
04:10para quem não viu ontem,
04:12ou não se atentou,
04:13porque, enfim,
04:14não tinha dado ainda,
04:16era em tempo real praticamente,
04:17todo esse contexto,
04:19o trecho do voto do relator Luciano,
04:21em que ele fala sobre um dos pontos a respeito da segurança,
04:26fazendo uma série de comparações,
04:29lembrando o episódio de ataques contra outros candidatos,
04:32e apontando também escolta contratada por partido como o PSOL,
04:36e já legitimada pelo TSE,
04:39mas em outra circunstância que ele vai mostrar.
04:41Pode soltar a produção esse vídeo,
04:42demora uns três minutos,
04:43mas vale muito a pena ver cada exemplo que ele dá,
04:46e a gente volta para comentar em seguida.
04:48Não há no processo nenhuma, senhor presidente,
04:52nenhuma prova feita pelos autores,
04:55de que a contratação de segurança pessoal
04:57para o uso do investigado Sérgio Moro tenha,
04:59nem que de forma subliminar,
05:01proporcionado aumento de prestígio ou aptidão para o cargo,
05:04seja de presidente da República,
05:06seja de senador pelo Paraná.
05:08Assim, ainda que individualizáveis em favor do investigado Sérgio Moro,
05:11essas despesas não possuíam o condão de promover
05:14a imagem do então pré-candidato.
05:16Reforçando a desvinculação desse tipo de serviço com o pleito,
05:20é de se destacar que,
05:21mesmo após ele ter sido eleito,
05:23ainda persistiram as ameaças e o Senado encampou a sua segurança.
05:29Ademais, a agremiação também pretendia alavancar sua imagem
05:32e colher frutos com o capital político da figura pública
05:35de interesse nacional que entrava para seu quadro de filiados.
05:39E, diante de um incontestável cenário
05:41de ameaças a tal personalidade,
05:47dentro de sua autonomia partidária,
05:49decidiu arcar com os ônus,
05:50incluindo os financeiros,
05:52decorrentes desse ingresso do novo filiado,
05:54para, assim, também atingir seus objetivos partidários,
05:56atrair apoio político e novos filiados, por exemplo.
05:59Aqui, senhor presidente,
06:00eu trouxe uma reflexão que me chamou bastante a atenção.
06:03É de se indagar, ainda,
06:06se a segurança não tivesse sido contratada nesse quadro.
06:09Na penúltima eleição presidencial,
06:11é fato notório que o então candidato Jair Bolsonaro
06:13foi atingido com uma facada
06:15e todos os reflexos políticos dessa situação.
06:19A agressão a candidato é inadmissível,
06:21cujas consequências seriam inestimáveis se isso tivesse ocorrido.
06:25Rememore-se, ainda,
06:26que, naquele mesmo período pré-eleitoral,
06:29dois ônibus da caravanda do então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
06:32foram atingidos por tiros no caminho entre
06:35Quedas de Ugaçu e Laranjeiras,
06:37em uma aparente tentativa de emboscada.
06:39Lula estava, segundo a notícia da UOL,
06:42em outro veículo que não o que foi atingido.
06:45Aqui, senhor presidente,
06:46já tinha concluído o voto
06:47quando li outra informação relevante.
06:51O colunista Josias de Souza, da UOL,
06:53fez menção expressa do acerto do pré-candidato
06:57Boulos à Prefeitura de São Paulo
06:59na compra de um veículo blindado.
07:01Essa é a notícia do dia 28 de fevereiro.
07:04E, como diz o colunista,
07:05os candidatos têm que se precaver.
07:08Faz bem o Guilherme Boulos em proteger a sua integridade.
07:11As autoridades precisam assegurar que as eleições
07:13se deem em um ambiente democrático, não violento.
07:16Na mesma linha, inclusive,
07:18é de se destacar o recente julgamento,
07:21concluído em 28 de novembro de 2023,
07:24relativo à prestação de contas do Diretório Nacional do PSOL,
07:27referente ao exercício financeiro de 18,
07:30em que o TSE disse.
07:32Ressaltou que a contratação de serviço
07:34para garantir a segurança de candidatas femininas
07:36e de candidatas trans
07:37é uma questão importante
07:39que deve e será tratada com rigor,
07:41em diferença das diversas ameadas
07:43sofridas por elas no período eleitoral.
07:45E aqui cito a fonte do TSE.
07:47Entendo, portanto,
07:48que há razões bastantes
07:49para não computar essa despesa na pré-campanha.
07:52Despesas com segurança pessoal,
07:54motorista particular e escolta armada
07:55financiada pelos partidos.
07:58Muito bem.
07:59Aí ele faz a conclusão
08:01a respeito desse item,
08:02que é um das dezenas de itens
08:05que ele esmiuçou
08:07e refutou ponto a ponto
08:09à luz das provas nos autos,
08:10dos fatos objetivos,
08:12da lei,
08:13das leis,
08:14e da jurisprudência.
08:16É um voto minucioso
08:18e eu detalhei e contextualizei
08:21no artigo que tem o título,
08:22para quem depois quiser ver,
08:24o elemento mais perverso
08:25da ação contra Moro,
08:28vírgula,
08:29rebatido pelo relator.
08:31Então, lá tem tudo mais detalhado.
08:33A gente está simplesmente resumindo aqui.
08:36Gaeve,
08:37depois eu quero fazer outras considerações
08:39sobre as nuances a respeito desse debate,
08:41mas o meu ponto é o seguinte.
08:42O TSE,
08:44pegando pelo final,
08:46já tomou uma decisão
08:47legitimando a segurança
08:49de candidatas trans.
08:51em razão de ameaças
08:54sofridas por ela.
08:55Então, um ex-juiz
08:56que já condenou traficantes,
08:57que já condenou corruptos,
09:00etc.,
09:01e que já tem um histórico
09:02de ameaças conhecidas,
09:05que ele não possa ter segurança,
09:09seria grotesco,
09:11ter esse duplo padrão.
09:13Para essas pessoas,
09:15pode ter o TSE a legitima,
09:18não, para essa não,
09:19para essa vamos computar,
09:20vai ser excesso de gasto.
09:23Enfim,
09:23me parece o elemento mais perverso,
09:26porque é uma tentativa
09:28de você comprometer
09:29a candidatura do Sérgio Moro,
09:32colocando ali no bolo da pré-campanha,
09:35gastos que não rendem votos.
09:37Pelo contrário,
09:38como colocou o relator,
09:40às vezes a segurança
09:40atrapalha até o contato direto
09:43do político com o eleitorado.
09:45A segurança está sempre monitorando,
09:46sempre preocupado,
09:47que vem uma ameaça, etc.,
09:49você perde aquela facilidade
09:51de ter o contato físico,
09:54direto, o diálogo individual,
09:57porque sempre há uma suspeita.
09:59Enfim, quero ouvir você primeiro,
10:00depois eu faço consideração.
10:03Felipe, eu acho perfeita,
10:06o perfeito título do artigo
10:07que você fez hoje
10:08é um elemento muito perverso mesmo
10:10dessa ação.
10:12você tentar punir uma candidatura
10:16por tomar cuidado com a segurança
10:18do candidato.
10:20Enquanto o desembargador falava,
10:23eu estava me lembrando
10:24que em 2015,
10:26meados de 2015, talvez,
10:29entrevistei o Moro
10:31num evento,
10:32bem promovido pela então
10:34revista Verde,
10:36editora Abril,
10:37e uma das perguntas
10:41que eu fiz para o Moro
10:42foi
10:42juiz, o senhor pode comentar
10:46a respeito da sua segurança?
10:49O senhor teve que modificar
10:50a sua segurança?
10:51E deu uma risadinha e falou
10:52este é um assunto
10:54de que eu não falo
10:55jamais.
10:58Segurança,
10:59no caso do Moro,
11:01ou de qualquer outro personagem
11:03que sinta a necessidade
11:05de andar com escolta,
11:07não é
11:07um motivo
11:10de alegria,
11:12não é uma coisa
11:13de que se faça propaganda.
11:15Não se faz propaganda,
11:17porque
11:18isso pode ajudar
11:19qualquer pessoa mal-intencionada,
11:21qualquer bandido
11:21que queira atingir,
11:22e nos faz propaganda
11:24porque é desagradável.
11:26Desagradável
11:27viver cercado
11:28de gente armada.
11:32Isso cria
11:32uma tensão natural, né?
11:34Então,
11:35veja isso lá em 2015,
11:37desde aquela época,
11:39o Moro já tinha
11:40que andar com segurança.
11:42E não era só
11:43por causa
11:44da Lava Jato,
11:46que já estava
11:47a pleno vapor.
11:48Era também,
11:49e isso ele disse,
11:51por causa
11:51do histórico dele,
11:53como juiz federal,
11:55atuava em casos
11:56de contrabando,
11:57de tráfico,
11:59ali na
12:00tríplice fronteira,
12:02enfim,
12:03esse cara
12:04foi um juiz
12:04por muitos anos.
12:05condenou até o
12:07Fernandinho Iberamar.
12:07Pois é,
12:09tem muita gente
12:10que não gosta dele.
12:13E o Brasil
12:13não é
12:14um país
12:15pacífico.
12:19É um país
12:20violento,
12:21o Brasil.
12:23E essa violência
12:24em N oportunidades
12:26se manifestou
12:30na política.
12:31interior do Brasil
12:34está lotado,
12:35lotado
12:36de exemplos
12:37de candidatos
12:38sendo mortos,
12:40sofrendo
12:41atentado,
12:43o Brasil
12:43é bang bang.
12:45Então,
12:46faz todo
12:47sentido
12:47o raciocínio
12:49do desembargador,
12:52de que
12:53quando você
12:54tem
12:54um personagem
12:55que demanda
12:59segurança
12:59por causa
13:00da vida
13:00dele
13:01que está
13:01entrando
13:02na política,
13:04faz todo
13:04sentido
13:05você
13:06proporcionar
13:07segurança.
13:09Isso não
13:10deve ser visto
13:11como
13:11um
13:12asset,
13:15como é que
13:15fala?
13:16Me fugiu a palavra
13:17em português.
13:18Um atributo.
13:19Um ativo
13:21que vai
13:22promover
13:23esse personagem
13:24politicamente.
13:26Não tem nada
13:26a ver.
13:28Isso é só
13:28uma medida
13:28para assegurar
13:29que ele continue
13:29vivo
13:30até a data
13:30da eleição.
13:33Então,
13:34é isso.
13:34Você atacar
13:35a candidatura
13:36com base
13:37nos gastos
13:38com segurança,
13:40com carro
13:40blindado,
13:41com desconto
13:42eventualmente,
13:44é,
13:45como você
13:45disse,
13:45Felipe,
13:46um argumento
13:47perverso.
13:50E ainda
13:50há outros detalhes
13:51que ele coloca,
13:52que eu coloquei
13:53no meu artigo,
13:54que aqui não cabe.
13:55Por exemplo,
13:56a ação,
13:58os autores
13:58da ação,
13:59os investigantes,
14:00como ele chama,
14:00PT e PL,
14:01partido do Lula
14:02e do Bolsonaro,
14:03não juntaram
14:04ali aos autos
14:05qualquer prova
14:06de uso
14:07da segurança
14:08para a promoção
14:09da própria
14:09candidatura.
14:10Porque o Moro,
14:11como você disse,
14:11Greber,
14:12ele não faz isso.
14:13Ele não fica
14:13falando da segurança
14:14dele,
14:16ele não fica
14:16usando isso
14:18para se promover,
14:20para promover
14:21a pré-candidatura.
14:22Isso não foi colocado
14:23nos autos,
14:24logo,
14:25não há como
14:26configurar aquilo
14:27que eles estão
14:27dizendo
14:28que aconteceu.
14:30Outro ponto,
14:32os gastos
14:33foram em outros
14:34estados
14:34e não no Paraná.
14:36E aí ele mostra
14:36a lei,
14:37ele mostra a jurisprudência
14:38a respeito disso
14:39para separar
14:40as pré-campanhas,
14:41para depois,
14:42no final,
14:42mostrar
14:42que o PT
14:45e o PL
14:46fizeram um amontoado
14:47de despesas
14:48sem qualquer tipo
14:49de discriminação,
14:50simplesmente para dizer
14:52que ele cometeu
14:52um abuso
14:53pelo excesso.
14:54Você sabe que pouco
14:55antes de começar
14:55o programa,
14:57Greber,
14:57lembrei agora,
14:58vou citar aqui,
15:00é porque é uma coisa
15:00mais ou menos rara
15:01de acontecer,
15:03o Globo,
15:03o Jornal Globo,
15:04fez um editorial
15:06mostrando
15:07que é ridícula
15:08a ação.
15:10Em razão,
15:11evidentemente,
15:11de todos os elementos
15:12que vieram à tona
15:13no voto do relator.
15:14Olha os fogos aí,
15:15né?
15:15A imprensa
15:17de vez em quando
15:18fala uma coisa
15:19verdadeira.
15:21Mesmo que com todo
15:21aquele disclaimer,
15:23né?
15:23Reconhecendo os erros
15:24da Lava Já,
15:25aquela coisa toda,
15:25aquelas concessões
15:26ao sistema,
15:27está lá o título
15:28Acusação contra Moro
15:29Desafia Lógica
15:30e a Realidade.
15:32E em determinado momento,
15:34eu tinha começado
15:34a ler pouco antes
15:35de começar,
15:37fala aqui,
15:38em cada,
15:39pela acusação
15:40do PT,
15:40porém,
15:41peraí,
15:42em cada um desses passos
15:43houve gastos compatíveis
15:44com seus planos
15:45no momento,
15:46os do Moro,
15:46né?
15:47Pela acusação
15:47do PT,
15:48porém,
15:48Moro planejou
15:49tudo de antemão,
15:50com a intenção
15:51de usufruir estrutura
15:52e exposição
15:53de pré-campanha
15:53presidencial
15:54para,
15:55num segundo momento,
15:56migrar para uma disputa
15:57de menor visibilidade.
15:59É uma acusação ridícula,
16:01diz o editorial.
16:02e aí explica ali os motivos,
16:04enfim,
16:05só para mostrar
16:05que o Jornal Globo
16:07usou a palavra ridícula
16:08para se referir
16:09à ação do PT
16:10contra o Moro.
16:12E, de fato,
16:12esse ridículo
16:13foi exposto.
16:15O relator,
16:16ele refutou,
16:17assim,
16:18detalhadamente
16:19essa história
16:19de que havia
16:20todo um planejamento,
16:22de usar uma candidatura
16:23na outra,
16:23mostra que nenhuma peça,
16:25nesse sentido,
16:25foi ligada aos atos.
16:27ele próprio
16:27apontou diversos elementos
16:29que vão em sentido contrário.
16:31Mas, enfim,
16:32em relação
16:32à segurança,
16:34portanto,
16:34ele apontou gastos
16:35ali em Brasília,
16:36em São Paulo,
16:37que não podiam ser
16:38computados
16:39na pré-campanha
16:40do Paraná.
16:43E a discussão grebe,
16:45que talvez pudesse ser
16:46travada
16:47num outro ambiente,
16:48porque não tem nada a ver
16:49com esse processo,
16:51é o seguinte,
16:52a segurança
16:53de candidatos
16:54deve ser
16:55financiada por...
16:56aí a gente volta
16:57àquela discussão
16:58sobre os fundos públicos,
16:59pelo dinheiro
17:01de iniciativa privada
17:03de simpatizantes
17:05do partido
17:06e tal,
17:06ou pelo fundo partidário.
17:07Essa é uma outra
17:08discussão de forma,
17:10mas dado que as regras
17:11são essas,
17:12isso não cabe
17:13dentro do processo.
17:15A gente poderia discutir
17:16a existência
17:17dos fundos partidários,
17:18quer dizer,
17:18de onde deveria
17:19vir o dinheiro.
17:20Agora,
17:20uma vez que existe
17:22o fundo partidário,
17:23uma vez que essas
17:24são as regras
17:26do jogo,
17:27a questão é a seguinte,
17:28o partido escolhe
17:29como que vai gastar
17:31esse dinheiro
17:31dentro
17:32daquelas regras
17:33pré-estabelecidas.
17:35Se o partido
17:36gastar mais dinheiro
17:37com a segurança
17:38do Moro,
17:38vai sobrar menos dinheiro
17:39do fundo partidário
17:40para outras coisas.
17:41Então,
17:41esse é o cálculo
17:42que o partido faz.
17:43O partido julgou
17:44importante
17:44defender a segurança
17:47do seu candidato,
17:48então fez aquele gasto.
17:49É um gasto partidário
17:50que não está diretamente
17:52relacionado
17:53ao pleito,
17:54porque ele,
17:56como dirigente partidário,
17:57que também era,
17:58ele precisa da segurança
18:01para andar por aí.
18:03Quer dizer,
18:03a profissão dele
18:05naquele momento
18:05era dirigente partidário,
18:07como o Lula foi,
18:08Ciro Gomes,
18:10Jair Bolsonaro,
18:11tiveram cargos no partido,
18:13ganhando dinheiro
18:14do fundo partidário.
18:15Então,
18:15assim,
18:16está dentro
18:16dessas regras
18:17do jogo.
18:18você dizer
18:20que aquilo é gasto
18:21para pré-campanha,
18:22que ajudou
18:22a promover
18:23a candidatura,
18:24para somar
18:24no bolo final
18:25e acusar o sujeito
18:26de ter ultrapassado
18:27e até de caixa 2,
18:28de corrupção do diabo,
18:29que eles acusaram,
18:31é uma amostra
18:33de como essas narrativas
18:34são falseadas.
18:36Quer arrematar, Greg?
18:39Acho que é...
18:41Eu tomei contato
18:42com o processo hoje,
18:45como você disse,
18:46eu estava de folga ontem,
18:47não participei do programa,
18:48inclusive,
18:49e só isso mesmo,
18:50é muito detalhado,
18:52é muito meticuloso,
18:53muito minucioso
18:55o trabalho
18:55que o relator fez.
19:00Acho até que pegou
19:01um pouco de surpresa
19:02os demais juízes ali,
19:06tanto que houve
19:06um pedido de vista
19:07que não vai poder
19:08se estender por 90 dias,
19:09tem que voltar amanhã
19:10já ao julgamento,
19:11mas eu acho que
19:12rolou ali um...
19:13Ops!
19:16Precisamos recalibrar
19:17esse negócio
19:18aqui,
19:18porque ele,
19:20enfim,
19:21tornou mais difícil
19:22a defesa
19:25de que
19:26é uma barbada
19:28essa decisão
19:30de caçar
19:30o mandato
19:31no ouro
19:32por essas razões aí,
19:33então,
19:34é isso.
19:35Vamos ver...
19:36Agora,
19:37direito é isso,
19:38né?
19:40Tem argumento
19:41para tudo.
19:42Vamos ver o que eles
19:42apresentam.
19:43Quem quer caçar
19:45o mandato
19:45vai fazer
19:46o seu contorcionismo,
19:47isso aí não resta dúvida.
19:49A gente,
19:49como analisa
19:50os fatos objetivos,
19:51independentemente
19:52dos personagens,
19:53eu li,
19:54eu ouvi o voto,
19:56depois eu li,
19:58são 231 páginas,
20:00e é minucioso,
20:02cita todos os documentos,
20:03ele faz a lista,
20:05onde foi cada...
20:05Ele faz
20:06esse há de destrinchar
20:10que o PT e o PL
20:12não fizeram
20:14na sua ação.
20:15Ele vai lá e faz.
20:17Então, assim,
20:17é um trabalho realmente
20:18de uma firmeza,
20:20de um detalhismo,
20:22muito raros
20:22no Poder Judiciário,
20:24que vem reproduzindo
20:26na instituição
20:28a linguagem
20:29de rede social.
20:30Essa linguagem aí
20:31de narrativas sintéticas
20:33e falseadas
20:34é lamentável
20:35que as decisões
20:36públicas no Brasil
20:37estejam sendo tomadas
20:38com esse tipo
20:40de linguagem.
20:41E a corrupção da linguagem
20:42está na raiz
20:43de todas as outras.

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