Avançar para o leitorAvançar para o conteúdo principalAvançar para o rodapé
  • 12/06/2025

Categoria

📺
TV
Transcrição
00:00Música
00:01Você é um cara muito legal, meu irmão.
00:10Um verdadeiro rei.
00:11Um cavaleiro.
00:13Você sabe como tratar uma mulher.
00:16E olha só, eu te prometo que eu vou fazer você esquecer esse grilho.
00:25Mas quem sabe do paradeiro do Renan.
00:30Renan, tu como...
00:31Tu está tão estranho.
00:34Depois de tantos anos que...
00:37A pior é que eu não olho restrito.
00:39O telefone não gravou.
00:45Filho de papai, você vai virar homem.
00:47Não, não, não.
00:50Não pare com isso.
00:53Amadeus, Amadeus, não vá lá ver.
00:55Amadeus, não vá lá.
00:56Não vá lá, Lina, para.
00:56Meu Deus, para.
00:57Não precisa cuidar, vai, meu filho, para.
01:00Solta ele, Nestor.
01:01Solta.
01:02Ai, meu Deus, para, Nestor.
01:05Mas você também tem que entender que...
01:08É tudo muito novo para ela.
01:11Então vai com calma.
01:13Para não assustá-la.
01:16E deixa as coisas acontecerem naturalmente.
01:19Sem pressão.
01:30Agora vem cá, vem.
01:32Vem.
01:33Vem saciar a minha sede de vampira.
01:37Com todo prazer.
01:38Tenta acertar o pneu.
01:51Eles não vão fugir.
01:57Maravilha, Jaspão.
02:00Saia do carro com as mãos para cima.
02:03Vocês estão presos.
02:04Tenta acertar o pneu.
02:12Minha filha, você não faz ideia como seu pai tá feliz, você tá aqui do meu lado.
02:38Ai, pai, eu também tô muito feliz.
02:40Aqui eu me sinto mais segura perto de você e perto de gente do bem.
02:44Deve ter sido muito difícil pra você conviver com aquele pessoal da Liga Bandida, né?
02:48Ai, foi horrível.
02:50Eles ficavam planejando mal o dia inteiro.
02:53Um brigava com o outro.
02:54Eu nunca vi tanta desunião, tanto ódio pela humanidade.
02:57Uma pena sua mãe ter se aliado a esse tipo de gente.
03:00Ah, essa era a única razão que me mantinha lá com eles.
03:03Eu tinha esperança de tirar minha mãe dessa vida bandida, mas...
03:06Infelizmente ela fez a escolha dela.
03:08Bom, agora se você quiser trabalhar aqui na ONG, vai ser um prazer.
03:13Claro que eu quero, eu acho muito importante esse projeto social.
03:16Quer trabalhar, minha filha?
03:18Então mãos à obra.
03:19A Leonor tá fazendo uma campanha social aí, super bacana, pra conscientizar a comunidade.
03:25Campanha de que é?
03:26Então, eu pensei em começar com a pedofilia, porque várias mães aqui da favela já vieram me reclamar que sofrem com esse problema.
03:35Que tiveram seus filhos que foram abusados sexualmente por adultos.
03:39Isso é absurdo, cara. Isso é revoltante, sabia?
03:42Imagina o trauma dessas crianças.
03:44Essas crianças, muitas vezes, elas são ameaçadas.
03:47Mas elas têm que contar imediatamente toda vez que acontece.
03:50Pra algum adulto de confiança.
03:53E se elas tiverem medo, o abuso vai continuar.
03:56Pois é, é muito triste mesmo.
03:58E a nossa campanha, ela vai incentivar as vítimas a denunciarem os seus agressores.
04:03E nós vamos também orientar os pais pra que eles aprendam a lidar melhor com essa problemática.
04:08E ensinar as crianças a ficarem alertas já diante dos primeiros sinais de abuso de pedófilo.
04:14Leonor, tava pensando aqui, a gente podia ver alguma forma de dar apoio psicológico às vítimas.
04:21Não, com certeza. Isso é fundamental.
04:24Claro, vai ser ótimo pra comunidade.
04:26Não, e tem muito mais.
04:27A ONG, ela também vai desenvolver uma campanha anti-tabagismo pra orientar um pouco sobre os malhos do cigarro.
04:33E uma campanha contra o alcoolismo também.
04:36Tem muito mais.
04:36Quem sabe a gente não consegue depoimento de pessoas que tiveram esse tipo de problema, esse tipo de vício.
04:42E conseguiram ficar limpas.
04:45Isso aí, de repente, seria uma forma de conscientizar aquelas pessoas que tem um problema e não sabem, né?
04:51Com certeza, vai ser ótimo.
04:53Eu mesmo poderia dar o depoimento de...
04:58De como é difícil, né?
05:00Essa coisa de lidar com o alcoolismo.
05:02Muito bom, Felipe.
05:03Eu acho que a gente também podia pegar alguns testemunhos de dependentes químicos que estão limpos do vício da cocaína e de todas as outras drogas, né?
05:12Ai, que bom.
05:14E olha, vocês podem contar comigo.
05:16Essas campanhas vão ajudar muita gente.
05:19Vem cá, deixa eu te mostrar um pouco.
05:20Vem cá, Felipe, também.
05:25Ai, ai, como essa ajuda é linda.
05:27Meu Deus, meu Deus, por que ela não aceita namorar comigo, hein?
05:30Calma.
05:31Olha, faz o que eu te disse, Lúcio.
05:32Não desiste, não.
05:34Você tem que conquistar a Júnior.
05:36Ela foi feita pra você.
05:37Será que eu tenho chance mesmo?
05:40Claro que tenho, Lúcio.
05:41Você é um cara bacana, boa pinta.
05:44Daqui a pouco a Júnior vai perceber que vocês podem ser muito mais do que bons amigos.
05:49Isso é o que eu mais quero.
05:50Ai...
05:52Como podemos abrir mão de amar?
06:00Joga fora.
06:02Vamos embora nessa hora.
06:04O que importa é viver.
06:06Onde é que eu tô?
06:18Meu Deus, quanta gente ferida.
06:21A luta contra os mutantes.
06:22Agente André.
06:25Agente André.
06:27Agente André.
06:29Olha, você tá muito ferido.
06:32Calma que eu vou pedir reforço.
06:34Calma.
06:42Mayday, Mayday.
06:43Alguém na escuta?
06:47Emergência na sala principal do DP Cor.
06:49Mayday, Mayday.
06:50Agente Cristiane.
06:59Agente Cristiane.
07:01Agente Cristiane.
07:03Levanda.
07:05Calma, calma.
07:06Vou te ajudar.
07:08Agente Davi.
07:10Nossa, que loucura.
07:12Calma.
07:13Calma que a emergência já tá chegando, tá?
07:17Droga.
07:18Eles duraram o P.G.
07:19Saiam com as mãos pro outro.
07:21Vocês estão presos.
07:23Ninguém da Liga Bandida vai ser preso.
07:25A gente tem que dar um jeito de passar pro outro carro.
07:27O carro aqui não falta nessa garagem, né amor?
07:29Mas se a gente sair, eles atiram.
07:31Podem ir.
07:31Eu dou cobertura.
07:33Eu também.
07:34Esses agentes vão ver só uma coisa.
07:36Vocês estão cercados?
07:37É melhor se entregarem.
07:38Muito bem.
08:00É assim que eu gosto.
08:02Todos com as mãos na cabeça.
08:04Cuidado que eles podem tá aprontando alguma.
08:09Sem gracinha, hein?
08:11Sem gracinha que vocês não têm pra onde fugir.
08:13Vocês não vão prender ninguém.
08:28Vamos fugir, galera.
08:30Vamos.
08:31Desgraçados.
08:32Esses mutantes não se rendem nunca.
08:36Eles fugiram.
08:37Cuidado.
08:38Tem muito mutante vindo ali.
08:41Como é que a gente vai enfrentar todos eles?
08:43Vamos usar a metralhadora de Zacarita.
08:45Assim a gente atinge todo mundo de uma vez só.
08:48São centenas de doses de Zacarita, não só tiros.
08:50O que vocês estão esperando?
08:52Usem logo essa metralhadora de Zacarita.
08:53A metralhadora tá lá no outro carro.
08:55Deixa comigo.
08:56Agora são muitos.
09:00Quero ver como é que eles vão se safar agora.
09:02Pera aí, pera aí.
09:03Atirem.
09:12Pronto.
09:14Aqui a metralhadora já caiu.
09:15Vamos fazer isso.
09:16Vamos.
09:16Vamos lá, gente.
09:17Parem com isso vocês todos.
09:28Parem.
09:32Você vai ver que é um moleque, senhor.
09:33Por que você...
09:34Não, não, não, não.
09:36Não, não, não.
09:40Deixa o que vai.
09:42Covarde.
09:43Rapaz, eu vou te pegar.
09:44Não, não, não, não.
09:45Tchau.
09:46Tchau.
09:46Covarde.
09:48Solta, rapaz.
09:49Solta nada, covarde.
09:50Para que você trabalhe por mim.
09:52Por mim.
09:52Eu estou te pedindo.
09:53Por favor, para com isso.
09:54Por favor.
09:55Por favor.
09:55Eu vou te soltar.
09:57Mas é para parar de brindar, entendeu?
09:59Beleza.
10:00Parou, parou.
10:00Chegou a brilha.
10:01Sem truques.
10:02Sem truques.
10:02Sem truques.
10:03Ah.
10:06Ah, não é bem.
10:09Pronto.
10:10Não, não.
10:10Não, não.
10:11Para.
10:12Meu amor de Deus.
10:13Sempre me dá esta saudade, vontade de poder te abraçar, vem procurar sinceridade.
10:33Encontre alguém bruto para te amar.
10:40Sempre me dá esta saudade, vontade de poder te abraçar.
10:54Como é que vai, Joaquim?
11:02Tudo bem?
11:03Tudo bem, professor.
11:04E o senhor, como é que está?
11:05Está tudo caminhando.
11:07Caminhando direitinho.
11:08Desculpa, eu estou com um pouquinho de pressa.
11:10Eu preciso...
11:10Olha, professor.
11:12Já tem um tempo que eu estou querendo conversar com o senhor.
11:15Conversar sobre o quê, Joaquim?
11:17Sobre minha mãe, né, professor?
11:19Veja bem.
11:20Eu quero que você saiba que eu tenho grande respeito pela sua mãe.
11:23Então, beleza, professor.
11:25Estou sabendo.
11:26Não concordo.
11:28Mas eu não vou atrapalhar o namoro de vocês dois, né?
11:30Minha mãe sabe muito bem o que faz da vida dela.
11:32Acho ótimo que você pense assim.
11:34Realmente, o assunto é de nós dois, né?
11:37Só vou pedir uma coisa para o senhor.
11:41Não magoa minha mãe, não, tá?
11:45Minha mãe já sofreu demais por causa do meu pai.
11:47Não merece sofrer de novo por causa do senhor.
11:52Por favor, o que é isso, Joaquim?
11:55Eu seria incapaz de fazer qualquer coisa que, de alguma forma, prejudicasse a sua mãe.
12:01Pai, eu preciso falar com você.
12:04Tem que ser agora.
12:05Silvia, que modos são esses, hein?
12:07Você nem cumprimenta o Joaquim?
12:09Oi, Grilo.
12:10Como é que você está, Silvia?
12:11Mais ou menos.
12:12Eu tenho assunto sério para falar com o meu pai.
12:14Depois a gente conversa com calma.
12:15Beleza.
12:17Já estava de saída mesmo.
12:21Pai, eu quero falar com você.
12:23O que é que está acontecendo, minha filha?
12:25Você não está parecendo tão nervosa.
12:27Você sabe muito bem por que eu estou nervosa desse jeito.
12:29Sim, claro.
12:30Só pode ser por causa da sua mãe.
12:32Mas eu também estou preocupado com ela.
12:35Me diz aí, como é que foi a visita à clínica?
12:38Foi horrível.
12:38A minha mãe está até agora dopada daquele jeito, sedada.
12:42Eu não quero que a minha mãe continue com esse tratamento, pai.
12:44Eu sinto muito.
12:46Mas se for para o bem dela...
12:48Outra coisa, você me desculpe, minha filha.
12:51Eu não posso ficar parado aqui conversando com você.
12:53Eu tenho muito o que fazer.
12:53Outra hora a gente fala.
12:54Outra hora não.
12:56Agora.
12:59Tem problema de tentar conquistar a Juna
13:01que ela tem esse poder de supercomunicação.
13:04Ela já sabe tudo o que eu quero fazer.
13:05Não dá, não tem graça, né?
13:06Você tem que surpreender a Juna.
13:07Mulher gosta disso.
13:09Valentim, como?
13:12Ela já sabe tudo o que eu estou pensando.
13:13Não, não, não.
13:14Calma, calma, Lúcio.
13:15A gente vai dar um jeito.
13:17Você não pode desistir.
13:18Você vai conquistar a Juna.
13:22Você acha mesmo?
13:24Estou louvado, então.
13:27Valeu mesmo, Diogo.
13:28Obrigado.
13:29Estou até mais animado.
13:34Vem cá.
13:34Por que todo esse interesse que eu namoro a Juna, hein?
13:39Quem é?
13:39Por quê?
13:40Por quê?
13:41Ah, porque eu gosto de vocês dois.
13:46É.
13:48É isso, eu gosto de vocês dois.
13:50E eu acho que vocês formam um belo casal.
13:51E que vão ser muito felizes.
13:58Eu também acho.
14:01Quero muito namorar com a Juna.
14:03Sabe?
14:05Casar com ela.
14:07Ter um filho.
14:08Que esquisito.
14:13O que é esquisito, filha?
14:14É que eu consigo captar a mente de todo mundo sem a menor dificuldade.
14:19Eu sei que o Lúcio, por exemplo, ele está apaixonado por mim.
14:24Você não precisa ler a mente de ninguém para isso, né, minha filha?
14:27Só ver a carinha dele que você vai ver o que ele sente realmente por você.
14:32É uma pena que você não sinta o mesmo por ele.
14:35Eu ia adorar que vocês dois namorassem.
14:36Não é, mas o Lúcio é como se fosse um irmão para mim.
14:40Eu te entendo.
14:42Filha, mas você está dizendo que tinha alguma coisa esquisita.
14:44O que é?
14:45Porque eu não consigo penetrar na mente do Valente.
14:48Eu consigo entender todo mundo, menos ele.
14:51É estranho mesmo isso.
14:52Eu também acho.
14:54Aliás, o Valente, ele está me preocupando muito, viu?
14:57Essa história dele ficar sumindo.
15:00Não sei, gente.
15:02Tem alguma coisa errada com ele.
15:04Eu queria tanto ajudar.
15:06Mas eu não consigo compreender bem quem é o Valente.
15:10Eu só sei o que todo mundo sabe.
15:11Que ele veio de uma outra época.
15:13Que é o único ser que viajou na máquina do tempo.
15:15E que é um mutante super poderoso.
15:18Nada mais.
15:20Eu daria tudo para saber os pensamentos dele.
15:25O Valente é o maior mistério da minha vida.
15:26Você fala de um jeito, filha.
15:28Que jeito?
15:29Também percebi, Joano.
15:31Esse seu interesse pelo Valente.
15:34Não sei.
15:35Eu acho que tem alguma coisa a mais além disso, viu?
15:40Você...
15:40Você gosta dele, não é?
15:42Gosto.
15:43Não sei nem o porquê, mas eu gosto.
15:46Sei lá.
15:47Eu...
15:48Eu não consigo saber o que ele pensa.
15:52Mas eu gosto de um jeito diferente.
15:55Como se ele fosse um amigo mais especial.
15:58Mas não é para namorar, não.
16:00Não é isso.
16:01É porque eu não estou acostumada com o mistério.
16:07E é isso que me fascina.
16:10O mistério.
16:19Chegamos para mais um dia de aula em Peck.
16:22Hoje é um dia glorioso para mim.
16:26Primeiro dia de aula no colégio.
16:28Eu venci no teatro.
16:29Boa sorte, Peck.
16:30Quer dizer, boa sorte, pai.
16:32Boa sorte.
16:33Peck, eu estou torcendo muito, muito por você.
16:35E a gente também vai poder fazer aula de teatro?
16:38Claro, pode e deve, cara.
16:39Todas as turmas podem participar.
16:41Oba!
16:42Eu quero tocar muita gaita no teatro.
16:44Vai tocar muita gaita.
16:46Agora todo mundo para a sala antes que não adicionasse.
16:47Tchau, tchau.
16:48Beijo, bola para você.
16:50Tchau, mamãe.
16:50Tchau, mamãe.
16:50Tchau, mamãe.
16:53Eu queria tanto encontrar a Silvia hoje.
16:54Acho que ela faltou.
16:55Ih, está tão apaixonada assim que não consegue ficar sem ver a garota, né?
16:58A água está no enche.
16:59Vai.
17:00Ô, fala aí, cara.
17:01Você viu o Silvio por aí?
17:02Não, não vi não, cara.
17:03Tá.
17:05Que droga.
17:06Ih, olha o Luciano ali.
17:11Oi, Luciano, tudo bem?
17:13Ô, oi, Agatha.
17:15Que maravilha te encontrar aqui, né?
17:17Quanto tempo a gente não se vê, né?
17:18Pois é.
17:20E cada vez que a gente se encontra, você está mais bonita.
17:23Ah, imagina, Luciano.
17:25Oi, Luciano.
17:26Mas você vai na minha irmã de novo.
17:28Ah, não, aqui no school é, vai.
17:29Pô, estou só perguntando.
17:31Falou disso, o que você está fazendo aqui?
17:32Você não estuda de noite?
17:33Pois é, pois é.
17:34Eu estudo de noite, mas eu...
17:35Eu vim fazer uma pesquisa na biblioteca.
17:38Eu ainda não me dou muito bem com a internet.
17:39Eu prefiro pesquisar nos livros.
17:40Sei.
17:53Você é um covarde.
17:55Basta de uma covardia, né?
17:56É o mundo dos espertos, rapaz.
17:58Os espertos estão topos.
18:00Me solta, meu irmão.
18:01Não, não te solto, rapaz.
18:02Agora eu não te solto mais.
18:03Daqui você vai se explicar na delegacia, moleque.
18:05Você é que vai com a delegacia por difamação, rapaz.
18:07Eu tenho certeza que foi você que me mandou soltar o colguete.
18:10Para que me solta.
18:11Ah, me solta.
18:12Ah, mas Deus, para com essa briga.
18:14Que pacote briga.
18:17Daniel, o que foi, seu Toninho?
18:19É uma dor que ele fez.
18:21Então, senta, senta.
18:23Seu Toninho, respira fundo, senta.
18:24Respira fundo.
18:26Ah, mas Deus, me ajuda aqui.
18:27Seu pai não está bem.
18:28Ele está passando mal.
18:29Ah, Deus, me ajuda.
18:29O que é?
18:30Olha.
18:32Vai.
18:34Aqui, ó.
18:35Não vai ficar assim.
18:37Está ouvindo?
18:38Eu nunca vi um hóspede ser tão maltratado em toda a minha vida.
18:41Olha, o Toninho está um tempo.
18:42O seu Toninho está passando mal, não está vendo?
18:43Eu não estou nem aí, tá?
18:44Isso aí é culpa do filhinho dele.
18:45Mas pode ficar tranquila.
18:46Fica tranquila aqui, rapaz.
18:47Eu vou mover um processo contra você por causa de informação, tá?
18:50Meu Deus, pai, fala comigo, por favor.
18:52Meu amor, pega o remédio.
18:53Meu pai está na primeira gaveta.
18:54Na gaveta.
18:55Eu pego.
18:55Calma, calma.
18:58Você vai sair dessa, tá?
19:01Aqui, ó.
19:02Olha o remédio, pai.
19:03O remédio está ali.
19:05O remédio está ali.
19:06Está aí.
19:07Como foi?
19:09Não, já vai ver o remédio, tá?
19:11Meu filho.
19:12Calma, calma.
19:13Pelo amor de Deus, alguém chama a ambulância.
19:14Amanda, eu faço isso, eu faço isso.
19:21Eu acho que chegou ali.
19:23Calma, papai.
19:25Você não vai morrer, não.
19:26Calma.
19:28É, eu preciso se calma, tá?
19:29Eu sou.
19:30Calma, papai.
19:31Espera a ambulância chegar.
19:31Se poupa, por favor.
19:32Amanda.
19:33A ambulância já está aqui, tá?
19:37Obrigado.
19:40Eu preciso de uma ambulância.
19:41Eu preciso te contar uma coisa.
19:45Eu preciso.
19:46Calma, papai.
19:47A sua mãe.
19:50A sua mãe.
19:51Espera aí, pai.
19:52Se poupa, papai, por favor.
19:54Deixa ele falar, meu Deus.
19:55Parece que ele está sofrendo com isso.
19:56Eu preciso te contar um segredo, meu filho.
19:59Eu tenho escondido.
20:01Pai, o que foi?
20:02Que segredo é esse que se escondeu de mim?
20:03Meu filho, você tem um irmão.
20:05Irmão, pai?
20:09Como assim?
20:10Irmão?
20:12Quando sua mãe foi embora, ela levou com ela seu irmão para a Espanha.
20:18Espera aí, espera aí, pai.
20:19Eu não estou entendendo.
20:20Eu estou chocado.
20:21Eu tenho um irmão.
20:22Que irmão é esse?
20:23Ele se chama Bernardo e vive na Espanha, meu filho.
20:27E a sua mãe?
20:29A sua mãe não morreu, meu filho.
20:32Olha aqui, Silvia.
20:36Melão, você parar de se intrometer no tratamento da sua mãe, viu?
20:39O médico é quem sabe o que é melhor para ela.
20:41Você não está nem aí para a minha mãe.
20:44Você não foi nem visitar a minha mãe naquela clínica.
20:46Você está tão envolvido com a sua mãe que esqueceu da mãe dos seus filhos.
20:50Opa, espera aí.
20:52Calma aí.
20:53Isso não é jeito de você falar com o seu pai.
20:56Eu só não ponho você para fora da sala neste momento
20:59porque eu entendo que você possa estar nervosa.
21:01mas fale comigo num tom mais respeitoso, por favor.
21:04Ô, pai.
21:07Eu chamei a filha.
21:08Por favor, eu posso, eu...
21:10Saia!
21:15Eu vim naquele hospital agora.
21:17Eu não gostei nada do que eu vi, pai.
21:19Eu não gosto daquele doutor Ezequiel.
21:23Eu quero que você autorize uma mudança de médico agora.
21:26O doutor Ezequiel é médico de minha inteira confiança
21:29e com certeza ele só vai fazer o que for melhor para a sua mãe.
21:34Melhor para a minha mãe é o que é melhor para você.
21:36Minha filha, eu...
21:37Eu entendo por que você está dizendo isso.
21:40Durante toda a minha vida, eu só quis o melhor para a minha família.
21:45Você tem alguma dúvida disso?
21:47Eu não estou convencida de que esse tratamento é a melhor coisa para a minha mãe.
21:50Eu quero que a minha mãe fique lúcida.
21:52Eu quero que ela escolha o que ela vai fazer
21:53agora que ela descobriu que o marido dela tem uma amante,
21:56que tem outra mulher.
21:57E se ela quiser se separar, pai,
21:58é um direito que a minha mãe tem.
22:00A sua mãe não vai se separar de mim.
22:03Ouviu bem?
22:04Ela que não seja louca,
22:06que não seja atrevida de me pedir divórcio.
22:08Ela não vai se separar de mim nunca.
22:10Então é isso.
22:11Você não quer se separar da minha mãe
22:12porque está com medo que ela tem que te dividir tudo com você?
22:14O que é isso?
22:15Meu filho, você é bem.
22:19Eu não quero me separar por uma razão muito simples.
22:24Eu amo a Isabel.
22:27Eu amo a sua mãe, Fidel.
22:30Você ama a minha mãe?
22:31E você tem uma amante, pai?
22:32Você tem outra?
22:34Tá bom.
22:36Eu tenho.
22:37É verdade.
22:38Eu não posso negar.
22:40Mas a mulher da minha vida,
22:43a mulher que eu amo de fato,
22:44é a sua mãe.
22:46Eu tenho esse caso,
22:47mas esse caso é uma aventura boa,
22:49sem nenhuma importância.
22:51É coisa de homem.
22:52Você entende?
22:54A família, pra mim, Silvia,
22:56sempre teve...
22:57teve o primeiro lugar na minha vida.
23:00É a família.
23:01É por isso que eu não posso me separar da sua mãe.
23:04Eu não quero perder a família.
23:06Entende?
23:06Ô, pai,
23:08eu precisava internar a minha mãe naquela clínica, pai.
23:11Por que você não conversa com ela?
23:14Por que você não pede uma segunda chance, pai?
23:17A minha mãe sempre amou você.
23:20Dava pra ver isso na cara dela.
23:22Tá bom, minha filha.
23:23Tá bom.
23:24Tá.
23:24Sei lá, quem sabe você até tem razão.
23:28Eu prometo a você que eu vou pensar bastante nesse assunto
23:34e eu vou ver o que eu posso fazer.
23:36Você não vai pensar em nada, pai.
23:39Você vai ligar pra clínica
23:40e vai dizer que a partir de agora
23:41quem toma conta da minha mãe é a doutora Carla.
23:44Pai, se você não fizer isso,
23:46vou ser obrigado a pedir ajuda da polícia.
23:49Minha filha.
23:49Ai, minha amiga,
23:58nossa, que bom que você me procurou.
24:01Eu fiquei muito preocupada com você.
24:03Na sua casa, ninguém atendia.
24:05Eu cheguei a ir até lá, não tinha ninguém.
24:07E o celular só dava a caixa postal.
24:10É.
24:10Obrigada.
24:11Obrigada.
24:12É que no auge da minha crise,
24:14eu vim aqui pro apartamento da Cristina.
24:16Ela e o Kim estão me acolhendo esses últimos dias.
24:20Que bom saber que, apesar de tudo,
24:22você ainda está aqui com a gente.
24:25Ó, mas não some mais desse jeito não, hein?
24:28Por favor.
24:30Desculpe, minha intenção não era deixar ninguém preocupado.
24:34Eu sei disso.
24:37Então, as crises voltaram.
24:41Voltaram, Milena.
24:42Dessa vez, mais fortes do que nunca.
24:44Mas você não estava fazendo um tratamento com aquele médico...
24:49Doutor Ezequiel.
24:50Isso.
24:51E não era assim um tratamento revolucionário?
24:54E aí, o que que deu errado?
24:57É...
24:57Na verdade, eu parei de tomar os remédios.
25:00Ah, não.
25:01Ah, não.
25:01Eu não acredito.
25:04Não, por quê?
25:05Senão não só me explica por quê.
25:07Você é assim, você está se auto-sabotando.
25:09Não é bem assim, não é bem assim.
25:11É que os medicamentos...
25:14Ah, tinha alguma coisa errada com eles.
25:17Errada?
25:18Como assim?
25:19Como errada?
25:19Eles me provocavam visões estranhas.
25:22Eu achei que eu estava ficando louca.
25:24Sabe?
25:25Eu tinha alucinações.
25:27Acordada em plena luz do dia.
25:29Foi horrível.
25:29Nossa.
25:32Não, mas você tem certeza que era mesmo provocado pelos medicamentos?
25:35Não, é...
25:36É a única explicação, não é?
25:39Depois que eu parei de tomar esses medicamentos, eu nunca mais tive essas visões.
25:43Você sabe muito bem, eu tomo remédio desde adolescente.
25:46Isso nunca me aconteceu.
25:47Só recentemente, depois que eu comecei a tomar esses remédios do Doutor Ezequiel.
25:52Só tem uma coisa que eu não entendo aí nessa história.
25:56Eu sempre achei que você gostasse, né, do seu psiquiatra anterior.
25:59Então por quê?
26:01Por que você resolveu procurar outro médico e foi procurar esse Doutor Ezequiel?
26:05Você não soube?
26:06Soube o quê?
26:07O Doutor Abraão, meu médico anterior, foi assassinado.
26:23Relaxa, Aquiles.
26:25Eu e a sua irmã, a gente só estava conversando.
26:30Aquiles, eu vou te falar uma coisa muito importante.
26:33Se você continuar sendo chato comigo, as coisas só vão piorar no seu namoro com a Silvia, tá?
26:37Ah, não.
26:38Ah, vem você de novo com isso.
26:40Você tem uma maninha chata de ficar agorando o meu namoro que ainda nem começou direito.
26:44Ana, você parece uma bruxinha, viu?
26:46Acho que isso daí é por causa do seu gene de águia.
26:48É, talvez sim, seja por causa do meu gene de águia, mas não pelo fato de eu ser uma bruxinha e ficar agorando os outros, tá?
26:53Se não é isso, o que é, então?
26:54O caso, Aquiles, é que eu enxergo muito mais sobrevido do que você, tá bom?
26:58E se você continuar agindo dessa forma, você só vai atrair uma energia negativa.
27:02E você pode ter certeza.
27:04Isso tudo vai voltar pra você, meu irmão.
27:05A Agatha tem razão, Aquiles.
27:07Sabe como é que é, né?
27:08É a grande lei da justiça universal, da causa, da consequência.
27:11Tá sendo a reação?
27:12Ou a famosa terceira lei de Newton.
27:14E o Gênero?
27:15Bom, o Newton dizia que qualquer ação provoca uma reação de mesma intensidade em sentido contrário.
27:23Ou seja, se A exerce uma força em B, B exerce uma força em A.
27:28E aí, Gênero? Resolvi eu ir pra aula?
27:30Resolvi sim, Aquiles.
27:31Ah, boa, gente. Eu vou...
27:33Eu vou pra biblioteca fazer a minha pesquisa.
27:36Depois a gente se vê, Agatha. Tchau.
27:38Tchau, Luciano.
27:39Tchau, Gênero. Tchau, Aquiles.
27:41Tchau.
27:45Bom, eu vou pra aula de teatro do Pepe. Também já tô indo.
27:52Tchau, Gênero.
27:53A gente conversa depois, hein, Agatha?
27:55Não tenho mais nada pra conversar com você, tá?
27:57Tchau, Agatha.
27:58Depois eu vou pra aula do Pepe também.
28:01Então, vamos?
28:03A gente vai sim.
28:04Só que antes eu quero conversar com você, Agatha.
28:07Aí em casa eu pensei bastante no assunto, refletir.
28:10E eu quero reatar nosso namoro.
28:13Como assim, Gênero? A gente acabou de terminar.
28:15A gente já vai voltar?
28:16Ô, Agatha, eu acho que eu já sei o que você acabou comigo.
28:21Sabe?
28:22Sei, sim.
28:23Pô, eu sei que ficar com o Luciano, não é isso?
28:25Você sempre teve ciúme dele, não é, Gênero?
28:27Não é isso, Agatha. Olha, é normal.
28:29Eu sei que você é uma garota, jovem,
28:31quer ficar com rapazes mais velhos do que você.
28:33Isso é normal.
28:34Mas nisso você só esqueceu de uma coisa.
28:38Uma coisa muito importante, Agatha.
28:41Você esqueceu que o meu amor
28:42é muito melhor do que o do Luciano.
28:45Sabe por quê?
28:46Porque ele é puro.
28:48Eu sempre vou te amar, Agatha.
28:50Olha, eu vou crescer, vou me desenvolver ainda.
28:54Mas não se esqueça nunca
28:55que eu sempre vou me importar com você.
28:58Eu sempre vou te amar
28:59a cada instante da minha vida.
29:05Bora com esse drama, Silvia.
29:07Por favor.
29:08Que isso, que coisa absurda.
29:09Pedir ajuda à polícia.
29:11Eu já não disse a você, minha filha,
29:13que eu vou repensar o caso da sua mãe.
29:15Eu estou disposto a conversar com o doutor Ezequiel.
29:17Quem sabe até a gente solicita a ajuda
29:19dessa tal doutora Carla.
29:21Por que não?
29:21Mas para de me exigir coisas agora,
29:24porque eu tenho o que fazer.
29:25Eu estou muito ocupado.
29:26Eu só queria que você me dissesse
29:27de uma vez por todas
29:28o que você está fazendo com a minha mãe.
29:31Por que ela está lá naquele hospital
29:32parecendo até morta,
29:33parecendo um vegetal?
29:34Quantas vezes eu vou ter que repetir a você
29:37explicar de novo
29:38que a sua mãe está sedada por ordem médica
29:42para se recuperar de um ato impensado.
29:46Pois você não me convence.
29:49Eu quero a verdade, pai, agora!
29:51Se eu não posso entrar, é que eu...
29:55Desculpe, eu não sabia que você estava ocupado.
29:57Eu venho numa outra hora.
29:59Não precisa fugir, não, Cristina.
30:01Pode ficar aqui.
30:02Vem, a gente precisa conversar.
30:04Leão, vai começar, não é, Silvia?
30:05Eu vou começar, sim.
30:10Então, quer dizer que vocês dois
30:12estão tendo um caso?
30:14Foi com você que meu pai traiu a minha mãe
30:17esse tempo todo?
30:18Você não tem vergonha, não?
30:24Silvia, por favor.
30:27Não é hora, por quê?
30:29É a hora, sim!
30:32Eu estou cansada!
30:33Eu estou cansada de vocês dois!
30:36Olha para mim, Cristina.
30:37Olha para mim.
30:40Agora vai.
30:41Diz para mim...
30:44Você está junto com o meu pai
30:46nessa nojeira que ele está fazendo com a minha mãe?
30:49Respeitar-me, os alunos!
30:56É com grande satisfação
30:58que eu me encontro aqui
31:00para apresentar para vocês
31:03a nova escola de teatro
31:05Nil Cavalho
31:07que o Colégio Novo Ensino
31:09tem a honra de sediar
31:10aqui na cidade do Rio de Janeiro.
31:12Pepe, não existe.
31:13Sempre com esse jeito de apresentador de circo
31:15e um palhaço, né?
31:17Ai, meu pai, eu te vou ao máximo, hein, mãe?
31:19Eu gostaria de falar um pouco
31:20sobre a magia do teatro.
31:26Muito se fala, muito se discute
31:27sobre as origens do teatro
31:29na história da humanidade.
31:31Uns dizem que ele surgiu ainda
31:32com o homem primitivo
31:34quando das lutas e danças rituais.
31:37outros afirmam
31:47que ele apareceu na Grécia
31:50na Grécia Antiga
31:51por volta do século IV a.C.
31:55quando
31:55nos festivais
31:57em honra a Dionísios
31:59o Deus do vinho
32:02e da alegria.
32:03O grande pensador grego
32:06na sua obra-prima
32:07poética
32:08fala do surgimento
32:09dessa arte maravilhosa
32:11na Grécia Antiga
32:13lembrando
32:14os mistérios
32:16de Eleusis.
32:18Uma encenação
32:19sobre os ciclos da vida
32:21e uma dramatização
32:22pública
32:23sobre a saga
32:24de um herói.
32:25O mito do herói
32:30é uma coisa
32:30que nós vamos estudar
32:31profundamente
32:32aqui na Escola de Teatro.
32:33Certo?
32:34Eu não quero saber
32:35da história de Aristóteles
32:36muito menos
32:36da história de teatro.
32:38Eu estou aqui
32:39para ficar de olho
32:39em se juntando
32:40só isso.
32:41Você está acesibado
32:42mesmo com esses caras
32:43hein, Pete?
32:43A CIDADE NO BRASIL
32:48A CIDADE NO BRASIL
32:49A CIDADE NO BRASIL
32:51A CIDADE NO BRASIL
33:22Vambora, vambora!
33:23B arrays, vambora!
33:28Bora, baira, lasi!
33:29Bora, baira!
33:31Bora.
33:32Bora aí, gente.
33:33Entra, entra, entra.
33:38Vem!
33:48Vamos botar
33:48todo mundo
33:49pra dormir!
33:49Eu vou criar um campo de energia para defender a gente.
34:01Vocês não podiam ter deixado esse bando escapar.
34:03Tá, mas como?
34:04Se a gente chegasse mais perto, eles iam fazer um estrago e tanto.
34:07Calma.
34:08Um dia a gente consegue colocar esses mutantes em cana.
34:11Gente, olha lá.
34:12O fogo está se espalhando, está chegando perto da coluna central cheia de explosivos.
34:15O prédio inteiro vai desabar.
34:19Ai, foi horrível aqueles mutantes nos atacando.
34:31Não, situação sinistra, né? Eu nunca mais quero passar por isso.
34:34É a primeira vez que esses mutantes invadem a DPCOM.
34:38Quando eu trabalhava em São Paulo, foram vários ataques.
34:41Você tinha que arrumar um jeito de exterminar essas feras,
34:43porque é inadmissível a polícia se submeter a uma coisa dessas.
34:47Mas não é tão fácil assim, Gabriel.
34:49Ah, o que me preocupa agora é que vários mutantes escaparam.
34:56Bom, de qualquer maneira, eu vou logo lhe avisando que eu não quero ficar trabalhando na DPCOM.
35:00Eu sou uma médica, cientista, eu trabalho com pesquisas.
35:04Mas, se eu não me engano, você tinha comentado comigo que a Progênese tem um convênio com a DPCOM.
35:09Nós temos um convênio com a Progênese desde a época que a rede de clínicas e laboratórios estava sob intervenção federal.
35:15Por isso que você vai trabalhar numa clínica da Progênese que fica localizada na Gamboa, no bairro da zona portuária.
35:26É lá que você vai trabalhar.
35:27Uma clínica com total liberdade de ação?
35:33Isso mesmo. Você conhece o doutor Ezequiel Gotardo? Já ouviu falar nesse nome?
35:39Ezequiel Gotardo...
35:42Ezequiel...
35:43Lógico.
35:45Não, foi ele que assumiu meu lugar na clínica quando foi demitida.
35:49Mas, peraí, ele não tinha alguma ligação com a doutora Júlia?
35:52Não ficou nada provado do possível envolvimento do doutor Ezequiel com a doutora Júlia.
35:56Eu falei com ele sobre você e sobre o interesse da DPCOM em criar uma vacina para acabar com essas aberrações.
36:03O doutor Ezequiel disse que conhece o seu trabalho.
36:06É claro que conhece.
36:07Foi exatamente por causa das minhas pesquisas que eu fui afastada da Progênese.
36:10Então, boneca, agora você vai voltar a trabalhar com as suas pesquisas sobre a supervisão do doutor Ezequiel Gotardo.
36:18A clínica Progênese, no centro da cidade, perto da Praça Mauá, ela tem um laboratório muito bem equipado.
36:24A zacarita que a gente usa na DPCOM é fabricada lá.
36:28E essa nova clínica da Progênese, ela fica bem perto da sede da Delegacia de Prevenção e Controle de Mutantes.
36:35Hum, quer dizer que eu vou ter um laboratório para continuar as minhas pesquisas e tudo isso com o apoio do governo e da DPCOM?
36:42Isso mesmo.
36:44Eu estava desde cedo para te falar, mas com essa confusão toda dos mutantes, eu acabei não tendo tempo.
36:50Gostou das boas novas?
36:51Adorei, Ferraz.
36:53Essa era a chance que eu precisava.
36:55E quando que eu vou conhecer o doutor Ezequiel?
36:58Hoje mesmo, se você quiser.
37:00Ele já está até sabendo que você vai passar lá e fazer uma visitinha.
37:04Aliás, você pode ir agora, se você quiser.
37:06Pois eu vou lá agora mesmo, voando.
37:10Literalmente voando com as minhas asinhas de moçada.
37:20Então, o doutor Abraão foi assassinado?
37:23É, pois é.
37:25Eu acho que depois disso, a minha depressão se agravou muito, sabe?
37:31Eu confiava muito nele, ele era um médico excelente.
37:37E ele conhecia a minha doença desde as primeiras manifestações.
37:40Mas como é que foi acontecer uma coisa dessas com ele?
37:43Olha, parece que ele tinha uma paciente que era mutante e ele não sabia.
37:47E era uma mutante poderosa, com o dom de apagar a memória das pessoas.
37:50Me disseram que antes dele morrer, ele fazia coisas estranhas e depois simplesmente se esquecia.
37:56Até um dia que ele amanheceu morto.
37:58Ai, que horror.
38:00Mas é, eu fiquei muito chocada na época.
38:04E depois disso, eu soube da existência desse doutor Ezequiel.
38:08O diretor da clínica Progênese.
38:11É, mas será que esse cara é tão ruim assim?
38:16Eu não gostei.
38:18Eu me senti muito mal com os remédios que ele me deu.
38:20Ai, eu comecei a pensar que eu podia resolver esse problema sozinha, sabe?
38:27Sem medicamento, sem ajuda de ninguém.
38:30Ai, que doideira, amiga.
38:32Que doideira.
38:34Você devia ter me chamado.
38:36E com o fim do meu casamento, eu perdi completamente o controle.
38:42Entrei em depressão profunda.
38:43Quando eu me separei, as crises voltaram de uma maneira totalmente descontrolada.
38:52E como é que você está agora?
38:55Péssima.
38:57Tendo pesadelos horríveis.
38:59Que tipo de pesadelos?
39:01Pesadelos com monstros.
39:02Ai, que horror.
39:04Ai, Deus me livre.
39:05Eu tenho horror.
39:08Ai, amiga, olha, presta atenção.
39:10Você precisa achar outro médico.
39:14Deve existir, assim, algum tratamento bom para a sua depressão.
39:18Não é?
39:19Mas se esse não está funcionando...
39:28Calma, pai. Calma.
39:30Você vai ficar bem, tá?
39:32Com licença.
39:34Eu dispensei a ambulância como o senhor pediu, seu toy.
39:37Mas será que não é melhor você ir para o hospital, pai?
39:40Não, filho. Não, não.
39:42Eu já estou melhorando.
39:44O remédio está fazendo efeito. Obrigado, Sofia.
39:47Você está mais calmo?
39:49É, estou...
39:50Estou mais aliviado.
39:53É precisado.
39:55Eu precisava ter contado esse segredo, o estende.
39:58Eu estava carregando aqui dentro de mim.
40:01Eu ainda não estou nem acreditando, viu?
40:04Amor, você acabou de descobrir que você tem um irmão e que a sua mãe ainda não morreu.
40:09Você ainda tem que se acostumar com isso.
40:11É natural que você esteja assim.
40:13Não é?
40:13De vez em quando a gente vê umas histórias da vida real que são bem assim.
40:16Já vi várias delas no Domingo Espetacular da Record.
40:20Conta cada história maravilhosa.
40:22Amanda, peraí.
40:22É imperdível todo domingo, viu?
40:24Ô, pai.
40:25Me explica melhor isso.
40:27Como assim que eu tenho irmão?
40:29Minha mãe me explica isso, pelo amor de Deus.
40:32Eu vou te contar tudo, meu filho.
40:35Tudo, tá?
40:37Eu e sua mãe estávamos vivendo uma crise de casamento.
40:43Nós brigávamos quase que diariamente.
40:46Eu tinha muito ciúme dela.
40:50E aí, um dia, eu descobri que ela me traía.
40:57Me traía com o vizinho.
40:59Que eu considerava meu amigo.
41:05E aquilo foi um choque pra mim, né, Matheus?
41:08Um choque muito grande.
41:10E aí?
41:11E eu quis me separar dela.
41:13Na semana seguinte, ela descobriu que estava grávida de gêmeos.
41:19E aí?
41:21Eu assumi a posição que achava que tinha que assumir.
41:27Toda a minha colaboração.
41:29Durante o período de gravidez dela.
41:33E quando os bebês nasceram, nós voltamos a conversar sobre a separação.
41:39Nós decidimos, então, que cada um iria ficar com o bebê.
41:44Alguns anos depois, eu consegui fazer com você o teste de DNA e ficou confirmada a minha paternidade.
41:55Que história, meu Deus.
41:57É, eu tô chocado.
41:57Quanto sofrimento.
41:58Imagina como eu fiquei.
42:02Eu não sei nem o que dizer.
42:04Eu tô chocado.
42:06Imagina, meu filho, como eu fiquei na época.
42:08Que história, meu Deus.
42:12Quanto sofrimento.
42:13Bom, pelo menos agora eu consigo entender por que o senhor trata a sua filha dessa maneira.
42:17Ah, depois de ter sido traído desse jeito, fica difícil confiar nas mulheres.
42:22Meu filho, eu espero que um dia você me perdoe.
42:28Porque eu sofri muito com tudo isso que aconteceu.
42:31E até hoje.
42:32Eu fico magoado com o que a sua mãe me fez.
42:39E olha que já se passaram quase 40 anos.
42:43Eu entendo, pai, mas...
42:45Mas o senhor me falou que ela tinha morrido.
42:49Por quê?
42:51Filho, eu fiz o que tinha que ser feito.
42:55Pra mim, ela tinha morrido.
42:57E eu não queria.
42:58Eu não queria de forma nenhuma.
43:02Que ela viesse a conhecer você.
43:04Eu falei, você é um filho tão bom, tão generoso, tão maravilhoso.
43:10E eu não podia te dizer...
43:12O que a tua mãe me fez.
43:15Entendi.
43:16E preferi dizer que ela era morta.
43:18Não, pai, eu só não tinha o direito de me esconder essa verdade durante tantos anos.
43:22Não tinha.
43:23Eu fiz o que tinha que ser feito, meu filho.
43:25E onde é que eles estão?
43:27Na Espanha, meu filho.
43:29Mas eu nunca mais tive notícias de Arlete e do teu irmão Bernardo.
43:36Acho que, pra eles, nós também morremos.
43:41Minha mãe tá viva.
43:43Ai, eu tenho irmão gêmeo.
43:45Eu não acredito que ele não queira me conhecer.
43:48Eu quero conhecer o Bernardo.
43:49Agora você vai aprender a respeitar, seu idiota.
43:58O que é isso, Nestor?
44:00Abaixa essa arma.
44:02Ô, Nestor, pirou de vez?
44:03Não vai fazer nenhuma besteira.
44:05O que foi, seu covarde?
44:07Você não vai brigar que nem homem, não?
44:08Por favor, por favor.
44:10Para.
44:12Ô, Nestor.
44:13O pai dele tá passando mal.
44:14Que absurdo.
44:15Para com isso.
44:16Nestor, chega de confusão.
44:17Chega.
44:19Não piore ainda mais as coisas.
44:20Por favor, vá embora.
44:22Eu vou chamar a polícia.
44:23Eu quero esse cara onde tá aqui.
44:25Chama, meu.
44:25Chama.
44:28Mas fica tranquilo, tá?
44:30Que antes de me prenderem, rapaz,
44:32eu vou te matar.
44:33Eu vou te matar.