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Observatório da cultura do Brasil divulgou recentemente um relatório inédito que analisou a gestão interna do ministério da cultura, a partir de auditorias do tribunal de contas da união.
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Meio Dia em Brasília traz as principais notícias e análises da política nacional direto de Brasília.

Com apresentação de José Inácio Pilar e Wilson Lima, o programa aborda os temas mais quentes
do cenário político e econômico do Brasil.

Com um olhar atento sobre política, notícias e economia, mantém o público bem informado.

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Transcrição
00:00O Observatório da Cultura do Brasil divulgou recentemente um relatório inédito
00:05que analisou a gestão interna do Ministério da Cultura
00:08a partir de auditorias do Tribunal de Contas da União e Controladoria Geral da União.
00:15Intitulado de 40º aniversário do MINC,
00:18uma análise da gestão diante das condenações do órgão em auditorias do TCU e CGU,
00:24o documento revela, a partir de auditorias dos órgãos de controle e fiscalização,
00:30problemas sistêmicos no MINC nos últimos 30 anos.
00:35Isso em diversos governos dos mais variados posicionamentos no espectro político,
00:40sejam eles de esquerda, direita ou centro.
00:43E quem fala sobre isso é Manuel de Souza Neto,
00:46cientista político e membro do Observatório da Cultura,
00:50e entrevista ao nosso repórter Guilherme Resch no quadro Bastidores do Meio Dia.
00:56Vamos acompanhar.
01:08Estamos aqui com Manuel de Souza Neto,
01:10membro do Observatório da Cultura e cientista político.
01:13Manuel, recentemente o Observatório da Cultura divulgou um estudo realizado pelo próprio observatório
01:18que analisou a gestão interna do Ministério da Cultura nos últimos 30 anos
01:22e aponta problemas sistêmicos na gestão da pasta.
01:26Eu queria que você detalhasse quais são esses problemas encontrados
01:29e como foi feito de fato esse estudo.
01:33Bem, primeiro agradecer o convite e informar,
01:37somos um grupo de pesquisas,
01:40foi feito com colaboração de vários conselheiros de cultura pelo Brasil
01:44dos três níveis, municipal e estadual e federal,
01:48e também com juristas, com jornalistas, com cientistas políticos,
01:52e com um grau de diálogo com a Folha de São Paulo,
01:55e que resultou no especial dos 40 anos do Ministério da Cultura,
01:58que saiu na Folha, no mês passado.
02:02E esse relatório foi baseado totalmente em auditorias do Tribunal de Contas e do CGU,
02:0835 auditorias foram localizadas,
02:11e era inédito, nem oposição, nem situação,
02:14ninguém sabia a realidade do Ministério da Cultura,
02:17muito menos a classe artística e os produtores de cultura do Brasil,
02:21que vem a um aumento de recursos,
02:24mas não sabem que tem uma incapacidade técnica interna,
02:27falta de pessoal,
02:29existe um problema de capacitação,
02:31incapacidade de análise de riscos,
02:33existe um problema muito sério das prestações de contas,
02:38e eu acho que essa parte da prestação de contas,
02:41acho que foi a coisa mais séria que foi localizada,
02:44e principalmente a gente identificou ali 26 mil projetos da lei de incentivo,
02:50a lei Rouanet, no caso, do mercenato,
02:53em que não teve ou prestação de contas,
02:55ou não teve análises conclusivas.
02:59Isso significa o quê?
03:00O dinheiro aí é um montante de aproximadamente de 30 bilhões de reais,
03:05ninguém sabe realmente como foi gasto.
03:11A auditoria deixa muito claro, as auditorias no caso,
03:15de que não existe nexo causal entre o dinheiro que é gasto,
03:20aquele que está no projeto,
03:22e como foi aplicado e qual é o resultado final.
03:26Então, entra o dinheiro com um projeto,
03:29e ninguém consegue atestar que foi gasto conforme disseram que seria gasto.
03:35Então, eu acho isso muito sério para as políticas públicas,
03:38o coletivo ficou absolutamente surpreendido com o que foi localizado,
03:43é uma rede nacional de pesquisadores, como eu falei,
03:46e que a gente percebe que a gente precisa de melhorias no Ministério da Cultura.
03:50E essa falta de prestação de contas,
03:54em relação aos projetos da Lei Rouanet,
03:56que foi identificada,
03:57já vem ocorrendo há vários anos,
04:00ou é um problema da atual gestão?
04:02Bem,
04:03quando o recurso da Lei Rouanet
04:06passa por reformas,
04:08na época do Fernando Henrique,
04:10e se adota o discurso de que cultura é um bom negócio,
04:13e é, gera empregos,
04:14muitos empregos, aliás,
04:17turismo, tudo mais,
04:18mas ali começou a ideia de que vamos trocar imposto,
04:22é a ideia da lei,
04:23o governo libera uma carta,
04:25e alguém patrocina,
04:27são empresas que patrocinam,
04:28e trocam imposto com o governo,
04:30é assim que funciona a Lei Rouanet.
04:32Tem outros fomentos,
04:33eu estou falando aqui especificamente da Rouanet,
04:36ainda que exista recurso do Fundo Setorial de Audiovisual,
04:39a Lei Paulo Gustavo,
04:41a Lei Política Nacional de Blanc,
04:43Fundo Nacional de Cultura,
04:44enfim, existem recursos.
04:46O caso da Rouanet,
04:48ele começa a ter uma ampliação das trocas com as empresas,
04:52logo lá no Fernando Henrique Cardoso,
04:54com o governo Lula,
04:56isso amplia muito esses recursos,
04:58com a Dilma,
04:59com o momento ali,
05:00que teve uma ampliação forte do recurso da cultura,
05:03mais ainda.
05:05Mas o que acontece,
05:06à medida que o dinheiro foi aumentando,
05:08não se aumentou a capacidade de prestação de contas,
05:11ou seja, equipe, tecnologia,
05:13tecnologia da informação,
05:14fizeram contratos TED,
05:16em termos de execução descentralizada,
05:19mal feitos,
05:20para contratar coletivos,
05:22muitas vezes até de militância,
05:23alocados em universidades,
05:24em vez de empresas profissionais,
05:27para fazer a tecnologia,
05:29para isso tudo funcionar,
05:30sites,
05:31sistemas de transparência,
05:33de identificação de projetos,
05:34tudo isso foi,
05:35segundo o TCU,
05:37dinheiro sem economicidade,
05:39e sem eficácia.
05:40Imagina,
05:40quer dizer,
05:41dinheiro jogado fora,
05:42para o contribuinte compreender
05:43do que a gente está falando.
05:45E à medida que isso aconteceu,
05:48esses recursos acabaram,
05:50não surtindo efeito,
05:52e teve um passivo,
05:53que saltou de 3 mil,
05:55lá na época do Fernando Henrique,
05:56para quase 20 mil,
05:58no governo Dilma.
05:59Sem prestação de contas,
06:00foi subindo.
06:01ainda que tenha tido
06:04uma estratégia
06:05dos governos passados
06:06de reduzir o recurso,
06:08tentando fazer com isso
06:10que não crescesse o passivo,
06:12por outros fatores,
06:13de conflitos que você sabe,
06:14existe sentido de direita,
06:15esquerda,
06:16governo que aplica mais recurso,
06:17que aplica menos,
06:18são visões de cada grupo,
06:20eu respeito,
06:20eu sou um cientista político,
06:21né Guilherme,
06:22eu não estou aqui para julgar,
06:23estou aqui para analisar.
06:24Cada um com as suas estratégias.
06:26O ponto é o seguinte,
06:27não surtiu efeito de novo,
06:29mesmo reduzindo,
06:31os gastos,
06:33saltou de 20 mil
06:34para 26 mil projetos.
06:36Então,
06:36continua tendo o problema,
06:38por quê?
06:39Porque não tem capacitação,
06:41não tem pessoal,
06:42não tem tecnologia,
06:42como eu falei.
06:44E aí,
06:44o atual governo,
06:46tem aí uma pegadinha,
06:48saiu na Folha,
06:49a denúncia dos 26 mil projetos.
06:52E aí,
06:53logo em seguida,
06:53o Ministério da Cultura
06:54responde na Folha de São Paulo,
06:57sanamos o passivo.
06:59Não foi o que aconteceu.
07:01porque,
07:02na verdade,
07:04por mais que eles estejam
07:05acelerando a prestação de contas
07:07e alegam que fizeram
07:085 mil processos
07:10nesse governo já,
07:12a gente tem que lembrar
07:13que foram aprovados
07:14recursos recorde
07:17nos últimos anos.
07:18Então,
07:19foram 34 bilhões
07:20chance de captação.
07:22Isso não quer dizer
07:22que vai captar.
07:24Só que,
07:24desses 29 mil projetos
07:26novos,
07:27aprovados,
07:27que daria esses 34 bilhões,
07:30a estatística mostra
07:31que 30% executam,
07:33o que significa
07:33que 10 mil projetos
07:35podem estar em andamento.
07:36Fazendo aqui
07:37uma análise bem técnica,
07:38mas com números
07:39para o ouvinte,
07:40para o espectador.
07:41Esses 10 mil
07:42novos projetos
07:43iriam anexar
07:46aos 26 mil
07:47mais 10 mil.
07:48Se eles só fizeram
07:495 mil,
07:49quer dizer que está subindo.
07:51Entendeu?
07:52Então,
07:52a tendência
07:53de reduzir,
07:55de fato,
07:55não está acontecendo.
07:57E existe uma estatística
07:58também que a gente
07:59saiu dos dados
08:00de que 80%
08:02em média
08:03dos projetos
08:03não tem análise
08:04de contas conclusivas.
08:07Se continuar
08:08essa trajetória,
08:09nós podemos passar
08:10facilmente
08:11de 30 mil
08:11nos próximos dois anos
08:12e algumas
08:14das projeções
08:15apontam cenários
08:16bem pessimistas
08:17para os próximos anos
08:18se não tiver
08:19aí um compliance,
08:20se não tiver
08:22regulamentação
08:23da lei em Brasília.
08:24Veja,
08:24eu não sou contra a cultura
08:25que eu estou dando
08:26o papel da política pública,
08:27constitucional,
08:28vocês sabem.
08:29O direito à cultura,
08:30o Sistema Nacional de Cultura
08:31está na Constituição.
08:33Mas como que a gente
08:34então faz com que funcione,
08:35que chegue lá na ponta,
08:36que chegue em estados
08:37e municípios?
08:38Aliás,
08:38tem o problema da PNAB,
08:39se der tempo,
08:40vamos falar da PNAB.
08:41E aí,
08:42o que acontece?
08:43O recurso
08:44sendo mal aplicado
08:46vai dar problema.
08:48Então,
08:48a gente precisa
08:48de transparência
08:50nos dados.
08:50se não,
08:51depois cortam o recurso.
08:53Então,
08:53a boa administração pública,
08:54ela visa
08:55que funcione o sistema,
08:57que o recurso
08:58seja bem aplicado.
08:59Então,
08:59a gente precisa pensar
09:00mecanismos
09:01para melhorar.
09:01no,
09:03o que não está
09:05a gente precisa
09:07de transparência
09:08ou seja bem aplicado.
09:08A gente precisa
09:09de transparência
09:10Obrigado.

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