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O Partido Liberal venceu as eleições do Canadá nesta segunda-feira. A sigla é a do atual primeiro-ministro do país, Mark Carney. Assim, os liberais se mantiveram no poder, mas formam minoria no governo.
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Meio Dia em Brasília traz as principais notícias e análises da política nacional direto de Brasília.

Com apresentação de José Inácio Pilar e Wilson Lima, o programa aborda os temas mais quentes
do cenário político e econômico do Brasil.

Com um olhar atento sobre política, notícias e economia, mantém o público bem informado.

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Transcrição
00:00O Partido Liberal venceu as eleições do Canadá nesta segunda-feira.
00:05A sigla é a do atual primeiro-ministro do país, Mark Carney.
00:10Assim, os liberais se mantiveram no poder, mas formam minoria no governo.
00:17Isso porque o partido não garantiu os 172 distritos eleitorais necessários para obter a maioria.
00:23A Câmara possui 343 cadeiras.
00:26Tendo a minoria, Carney terá que fazer acordos com outros partidos para ficar no poder.
00:33Na madrugada desta terça-feira, o Premier disse que está animado para trabalhar com os outros partidos.
00:39E aí eu já pergunto para o Duda Teixeira, que está aqui conosco.
00:43Duda Teixeira, muito boa tarde.
00:46O Carney pode agradecer ao Trump pela sua eleição?
00:51Inácio, boa tarde. Certamente, pode mandar um bolo lá para a Casa Branca, né? Flores.
01:00Mas você está achando.
01:02Vai ter que pagar os 25% ali, alguma coisa extra.
01:05Mas o Trump foi fundamental.
01:11No começo do ano, a situação do Partido Liberal era lamentável.
01:18Eles estavam 24 pontos atrás do Partido Conservador.
01:24E estamos numa eleição que acontece em abril e ele consegue vencer.
01:29Porque, ainda que por uma margem baixa, é surpreendente a recuperação que aconteceu.
01:37E várias razões, né?
01:39A gente já tinha um partido liberal, lembrando que o liberal lá no Canadá é de esquerda,
01:45que estava já há 10 anos no poder, então muito desgastado.
01:50Já havia um cansaço com o Justin Trudeau.
01:54E aí, quando o Trump é eleito, o Trudeau vai lá em Mar-a-Lago conversar com o Trump.
02:00Acho que ele entendeu ali que ele ia conseguir ter alguma influência.
02:04Vou conversar, vou ser diplomático.
02:06Saiu de lá com as mãos abanando e o Trump ridicularizando o Trudeau,
02:12chamando o Trudeau de governador, falando que vai anexar o Canadá,
02:16vai virar o 51º Estado americano.
02:22E aí, os americanos, os canadenses reagem de uma maneira que o Carlos Gustavo Poggio,
02:30que é um cientista político, estuda bastante os Estados Unidos,
02:33ele lembrou bem aquele fenômeno do rally around the flag,
02:38que é quando as pessoas se concentram em volta da bandeira do país,
02:44quando tem uma crise externa, uma ameaça.
02:46Isso aconteceu, por exemplo, quando teve o ataque às Torres Gêmeas nos Estados Unidos,
02:53quando teve também a Guerra nas Malvinas, a Thatcher foi beneficiada com isso.
02:59Os canadenses viram que tinha uma ameaça na Casa Branca, que era o Trump.
03:04Começaram a boicotar produtos americanos.
03:07E aí, eles começaram a procurar quem vai ser a melhor pessoa para servir de anteparo,
03:13nos proteger em relação ao Trump.
03:17O McCartney assume o Partido Liberal com uma postura muito antitrampista.
03:23E o rival dele, do Partido Conservador, era o Pierre Polievre,
03:30que era considerado um trumpista canadense.
03:32Então, aí ele perdeu, ele não conseguiu convencer muita gente.
03:38Ainda que tenha sido bem votado, não foi o partido que mais ganhou votos.
03:45E ele teve dificuldade de convencer os canadenses de que ele seria uma grande resistência ao Trump.
03:52E aí, a pergunta que vem é, assim como o Canadá foi beneficiado pelas posturas de Trump contra o próprio país,
04:00isso pode acontecer em outros países?
04:02O Trump acabar criando um mundo formado, influenciando negativamente as posições dele
04:10para conseguir com que outros países, a oposição tenha sucesso?
04:14Isso pode influenciar, não digo no Brasil, mas enfim, existem outros países que esse cenário pode se repetir?
04:19Eu acho que o Trump foi eleito com uma proposta de América em primeiro lugar.
04:28Isso visava principalmente os eleitores americanos.
04:34Quando isso é colocado em prática, o resto do mundo está observando e vendo o que tem a perder.
04:43Então, vem tarifácio, vem acusações de tráfico de fentanil, de ajudar a imigração ilegal,
04:52e várias medidas que acabam tendo efeitos na bolsa de valores desses outros países, entre os produtores.
05:02E aí ele pode ajudar tanto a situação quanto a oposição, vai depender de como o governo de cada um desses países se relaciona com o Trump.
05:12Vai ser interessante acompanhar o fator Trump, que como a gente fala, parece que todo dia tem uma surpresa, nem sempre confiável.
05:23E falando sobre Trump, uma pesquisa Latam Pulse, na verdade Latam Pulse, apontou nessa segunda-feira
05:31uma queda na percepção da imagem dos Estados Unidos sobre o governo Trump no Brasil e em outros países da América Latina.
05:39Como é que a gente analisa esse impacto do Trump na América Latina?
05:47Justamente o povo que ele não quer como imigrante lá em cima, né?
05:51Exato. A gente está tendo uma repetição do que aconteceu no primeiro mandato do Trump,
05:58porque o Trump com essa postura muito de abandonar os aliados, né?
06:03Ou colocar os aliados ali numa situação difícil e tomar medidas protecionistas,
06:10ele acaba fazendo com que pessoas que vivem em países aliados comecem a ter uma visão mais negativa,
06:18não só do Trump, mas dos Estados Unidos.
06:21Quando o Biden é eleito depois, melhora a visão que as pessoas do mundo inteiro têm dos Estados Unidos.
06:30E agora com a volta do Trump, a gente tem uma reversão.
06:35Você tem em países europeus e aqui na América Latina, as pessoas também tendo uma visão mais negativa
06:42sobre os Estados Unidos, também sobre o governo americano, mas também sobre o país.
06:48E aí você tem uma inversão interessante, porque na Argentina, por exemplo,
06:52você tinha mais pessoas com uma visão positiva dos Estados Unidos do que negativa.
06:57Isso no começo do ano e já inverteu.
07:00E a mesma coisa aconteceu no Chile, também teve uma inversão.
07:04No Brasil, na Colômbia. Colômbia que é um país super pró-Estados Unidos.
07:09Então, essas políticas do Trump que afetam outros países,
07:14até mesmo assim de não apoiar a Ucrânia, né?
07:17De ficar ali meio que ajudando o Putin, né?
07:22Falando, prometendo negociação que nunca acontece, não pressiona o Putin.
07:28Tudo isso está sendo observado pelo mundo inteiro.
07:31E aí, infelizmente, os americanos que ensinaram tantas coisas para o mundo,
07:37agora começam a ser olhados por uma lente negativa.
07:42Ainda falando sobre Trump, ele celebra agora 100 dias do seu governo, do seu segundo mandato.
07:50Mas esses 100 dias tem uma sensação de dois anos, de tanta coisa que aconteceu,
07:54de tanto estresse que esse governo gerou.
07:58Qual é o balanço que você faz desses primeiros três meses e dez dias?
08:02A gente até, uma matéria que o João Pedro Farah publicou na Cruzoé,
08:06ele traz uma pesquisa do New York Times falando como é que as pessoas veem esses 100 dias.
08:13E aí falam caóticos, outros falam excitantes, né?
08:17Então, assim, foram fortes emoções, isso ninguém pode negar.
08:21Algumas coisas ele conseguiu, ele prometeu na campanha e ele conseguiu fazer.
08:25Por exemplo, conter imigração ilegal para os Estados Unidos.
08:29Ele também disse que ia deportar imigrantes ilegais, ele está fazendo isso.
08:36Muitas vezes, algumas vezes, sem o respeito ao processo legal.
08:44E tem imigrante que não é imigrante, que tem cidadania americana, tem família nos Estados Unidos,
08:50está legalmente nos Estados Unidos, foi colocado no avião e está numa prisão para terrorista em El Salvador.
08:57O caso, acho que o nome dele é Kilmar Garcia, um porto-riquenho.
09:02Mas, enfim, apesar dessas coisas que são condenáveis, vão contra direitos humanos,
09:09ele prometeu e ele entrega.
09:11E é uma posição popular nos Estados Unidos.
09:15Os americanos estavam reclamando disso, tem que fechar a fronteira.
09:18Agora, outras coisas, e a economia, a principal delas,
09:24isso os americanos já entenderam que o Trump não é o cara que vai entregar a redução da inflação,
09:31a melhora do custo de vida.
09:33Eles veem que essa história de tarifácio vai aumentar o preço dos produtos americanos
09:41que são importados de outros países, ou que estão sem peças que são importadas de outros países.
09:46Eles veem que a guerra tarifária com a China também vai trazer problemas.
09:51Por exemplo, produtores de soja nos Estados Unidos não serão mais competitivos para vender soja para a China.
10:01É espaço que o Brasil pode ganhar vendendo soja para a China agora.
10:05Então, essa ilusão de que o Trump tinha uma solução mágica,
10:10art of the deal, que ia criar uma coisa fantástica para melhorar a economia americana,
10:15isso daí já está passando.
10:19E a outra questão importante é a questão mais do comportamento,
10:23da luta contra o identitarismo, o woke,
10:27que de fato nos Estados Unidos já parece que tem um movimento de que isso aí está acabando.
10:34Mas ainda tem uma briga grande a ser feita, principalmente com as universidades.
10:40As universidades eram um espaço, ainda são um espaço muito dessa cultura identitária.
10:46E aí, nisso, o Trump ainda vai ter uma briga grande pela frente.
10:50Pois é. E essa semana é esperado novos anúncios do Trump em relação à tarifa de automóveis.
10:55Tem muito analista achando que ele vai recuar mais uma vez,
10:59porque impactou muito a indústria americana,
11:01essa questão de taxação de automóveis e autopeças como um todo.
11:06Então, todo mundo no mercado financeiro com quem eu conversei,
11:09já não leva tanto em consideração nem as ameaças, nem os recuos de Trump.
11:16Porque o pessoal sabe que o que hoje está escrito com toda certeza, com segurança,
11:22talvez daqui duas semanas ou menos até, ele recua.
11:25E a mesma coisa é o contrário.
11:26Talvez o que agora ninguém está colocando no radar, daqui uma semana se torne uma questão.
11:30Então, o caos virou o novo normal.

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