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A Justiça do Peru condenou nesta terça-feira, 15, o ex-presidente Ollanta Humala a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro ao receber propina da Odebrecht e da Venezuela.

Nadine Heredia, esposa de Humala, também foi condenada a 15 anos de prisão no mesmo caso.

O senador e ex-juiz Sergio Moro escreveu a seguinte mensagem sobre a condenação do casal:

“A Justiça do Peru ensinando uma lição a alguns ministros do STF: a corrupção é crime, precisa ser punida e não ser premiada.”

Felipe Moura Brasil e Duda Teixeira comentam:

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Apresentado por Felipe Moura Brasil, o programa traz contexto e opinião sobre os temas mais quentes da atualidade. Com foco em jornalismo, eleições e debate, é um espaço essencial para quem busca informação de qualidade.

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Transcrição
00:00A Justiça do Peru condenou nesta terça-feira, olha só, prestem atenção, o ex-presidente
00:06Olanta Humala, a 15 anos de prisão, por lavagem de dinheiro, ao receber propina, adivinha
00:13de quem? Da Odebrecht e da Venezuela. Os aportes foram destinados às campanhas de 2011 e 2006,
00:21respectivamente. Nadine Heredia, esposa de Humala, também foi condenada a 15 anos de prisão no mesmo
00:28caso. Em 2016, a Odebrecht admitiu que pagou dezenas de milhões de dólares em propinas e doações
00:36eleitorais ilegais no Peru. Humala foi acusada pelo Ministério Público por ocultar o recebimento de
00:413 milhões de dólares da empreiteira para a campanha presidencial de 2011. Como cofundadora do Partido
00:48Nacionalista, a esposa de Humala também foi acusada pelo crime. Na campanha derrotada de 2006, o casal
00:55teria desviado quase 200 mil dólares enviados pelo ditador venezuelano Hugo Chávez e antecedeu
01:02Nicolás Maduro. O senador e ex-juiz Sérgio Moro escreveu a seguinte mensagem sobre a condenação
01:07de Humala. Abre o aspas. A justiça do Peru ensinando uma lição a alguns ministros do STF. A corrupção é
01:15crime, precisa ser punida e não ser premiada. Fecho aspas. Pois é, lá no Peru, a roubalheira não fica
01:25impune. É o caso Odebrecht. Isso aí é derivado da Lava Jato. Então, qual é a diferença para o Peru e para o
01:35Brasil? É que lá as provas foram avaliadas pela justiça e a justiça falou, olha, essas pessoas são
01:45criminosas, merecem uma punição, merecem uma pena, um chá de cadeia. Aqui, o STF falou assim, bom, já que,
01:56na verdade, estou fazendo a minha análise, evidentemente, do que foi feito no Brasil, já que as provas estão
02:04escancarando o escândalo, vamos anular as provas, vamos varrer tudo para debaixo do tapete. Aliás, foi o que o
02:11ex-procurador Carlos Fernando Santos Lima publicou outro dia no Facebook, que as provas eram tão
02:16escancaradas que eles precisaram, o sistema precisou anulá-las, é o que eu sempre falei. Então, isso foi usado
02:24para blindar aqueles políticos que são, justamente, aliados da cúpula do poder judiciário.
02:30E é lamentável que a gente veja ainda ministros do STF fazendo acusações contra investigadores e
02:39juízes que estavam atuando com base naquelas provas que eles invalidaram, de que são uma
02:45organização criminosa. Quando a organização criminosa estava instalada na Petrobras, desviando
02:52dinheiro dos cofres públicos, recebendo propina, atuando de uma maneira que viciava a licitação,
02:59havia um rodízio de vencedores de licitação, de uma maneira fraudada, ali no clube das seis
03:07empreiteiras. Tudo isso, tudo isso foi varrido para debaixo do tapete. No Peru, não está sendo.
03:13Doutor Teixeira.
03:14Incrível, né? O Peru, realmente, a justiça tem acontecido, não tem tido uma reversão.
03:22No ano passado, o Alejandro Toledo também foi presidente do Peru, recebeu propina da
03:28Odebrecht, foi condenado à prisão. Ele, quando o julgamento estava acontecendo, estava ainda
03:33nos Estados Unidos, a justiça pediu a deportação dele, foi para o Peru, se defendeu na justiça
03:40e foi condenado. E vários outros casos também, né? O Alan Garcia também estava sendo investigado
03:47pela justiça no escândalo da Odebrecht, ele que comete suicídio quando a polícia chega
03:52na casa dele. PPK também, que era o presidente, Pedro Pablo Kuczynski, renunciou ao cargo
04:00e as coisas continuam caminhando. O que é interessante também, porque o Peru é um país que a política
04:06é super instável, teve uma rotatividade enorme de presidentes, mas a justiça continua
04:14funcionando, né? Não teve esses reveses todos que a gente teve no Brasil. E o que também
04:20chama atenção é como realmente o Peru acabou sendo corrompido pela Odebrecht. Odebrecht e
04:27outras empreiteiras brasileiras, mas principalmente pela Odebrecht. Eles pagaram propina para todos
04:34os presidentes dos últimos anos. É certo que construíram algumas coisas importantes, mas
04:41o que foi aí de dinheiro pelo ralo é gigantesco. E quem era ali o consultor, né, das empreiteiras
04:48brasileiras que ia, lá tem até vídeo desses registros, era o José Dirceu, né? O José Dirceu,
04:54ele ia para lá, nessa cara de consultor, na verdade não entendia nada do negócio em si,
05:00entendia de outras coisas, mas também curioso, o José Dirceu aqui também no Brasil consegue
05:07até se candidatar novamente a deputado federal, né? E eles vão dizer o quê? Que a justiça
05:12peruana é lavajatista? Essa palavra que eles criaram para qualquer pessoa que sabe reconhecer
05:19quando há evidências de corrupção, independentemente da força-tarefa, independentemente do juiz,
05:24independentemente do procurador. Tanta gente no mercado da comunicação brasileira que é
05:29engambelado, ou claro, que faz aquilo que é conveniente, porque contestar a gente muito
05:36poderosa não é algo bem-vindo em determinadas emissoras de TV e rádio, que fica acreditando
05:41nessa conversa fiada de lavajatista, de lavajatismo, morista, deltanista, ou qualquer coisa nesse
05:49sentido. Então é isso, as pessoas estão atuando politicamente, muitas vezes a gente diverge
05:54delas, e não foram elas, é que encontraram todas as provas sobre todos os acusados, foram
05:58dezenas e dezenas de agentes da Polícia Federal, outros procuradores. Então quando você tem
06:04prova, você tem que condenar, e é isso que o Peru fez. A gente vai para um intervalo
06:07de dois minutinhos e volta já.
06:13Muito bem, a gente fica aqui no canal do YouTube de O Antagonista pedindo o seu like,
06:16pedindo que responda a enquete, que deixe seu comentário no chat. Duda Lê.
06:19Vamos lá, Duda Teixeira. Gilmar Mendes vai dizer que a Lava Jato do Peru é uma
06:23organização criminosa? Olha aí.
06:27Miguel Constance Martins, Nossa Justiça anda longe da justiça.
06:32Silohane Cavalcante, Justiça do Peru dando exemplo.
06:37Si, o antagonista, o único jornalismo que assisto.
06:42Valdenice Kruger, Lula nunca mais, Bolsonaro nunca mais.
06:48Tânia Ribas, só no Brasil mesmo tudo isso é perdoado pelo STF.
06:53Aliás, deixa eu fazer um complemento até para a gente incluir no mesmo corte quando
06:59fizer esses comentários que acabaram de vir e essa minha consideração final.
07:05Qual foi o veículo de comunicação que vocês viram contestar as falas de Gilmar
07:09Mendes em Harvard nos últimos dias?
07:11Eu escrevi dois artigos, eu trouxe aqui um roteiro para o Papo Antagonista baseado nesses
07:18artigos, a gente mostrou os vídeos, a gente recuperou vídeos históricos que ajudam a contestar
07:25as narrativas sintéticas e enganosas de Gilmar Mendes.
07:30A gente faz um trabalho, um compromisso com os fatos e com a história.
07:35Não é com um compromisso com o poder de turno.
07:38E lamentavelmente o restante, de boa parte pelo menos da imprensa brasileira, não dá
07:45para colocar todo mundo nesse balaio, fica à mercê dessas narrativas impostas de cima.
07:51E a gente está incomodando com a verdade, a gente está incomodando porque a gente traz
07:57a história, a cronologia, os fatos que essa gente prefere enterrar.
08:03E as pessoas que se incomodam com o jornalismo de o Antagonista, elas não contestam aquilo
08:10que a gente diz.
08:12Elas buscam outros caminhos para evitar que a gente diga.
08:16Então já houve censura contra a Cruzoé, já houve outras coisas nos bastidores e a gente
08:21continua enfrentando muitas pressões, mas vai continuar.

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