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O tenente-coronel Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro – esmiuçou o papel do ex-ministro da Defesa general Walter Braga Netto nas tratativas para se dar um golpe de Estado no Brasil e, assim, conseguiu manter os benefícios de sua delação premiada após depoimento prestado ao ministro do STF Alexandre de Moraes.
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Transcrição
00:00Segundo a Polícia Federal, logo após divulgar o pedido de indiciamento de Jair Bolsonaro e seus principais aliados,
00:08houve hoje uma grande repercussão, tanto de parlamentares da base governista, quanto da oposição ao governo Lula.
00:15E para falar sobre isso, ele que está lá em Brasília, vai nos trazer essas informações de primeira mão.
00:21Wilson Lima.
00:24Então, Zé Inácio, como tudo no Brasil, virou disputa de narrativa.
00:29A oposição ao governo Lula fala em perseguição, como você bem falou na chamada.
00:34Já a base do governo Lula fala, tem que ser justiça, e por aí vai.
00:40Deixa eu começar com a aspas do Rogério Marinho, líder da oposição ao governo Lula lá no Senado.
00:46O Marinho deu uma declaração muito contundente ontem, por meio de um comunicado em nota oficial.
00:53Eu acho que a gente tem a arte já, pode puxar-se por gentileza.
00:55Ele fala o seguinte, fala em narrativas construídas ao longo dos últimos anos, e segundo ele,
01:01espera-se que a Procuradoria-Geral da República, ao ser acionada pelo STF, possa cumprir com serenidade,
01:07independência e imparcialidade sua missão institucional.
01:12Ainda no Senado, quem falou também sobre esse caso foi a senadora Elisene Gama, relatora da CPMI,
01:20nos atos de 8 de janeiro. Por favor, vamos colocar no ar a Elisene Gama.
01:25O nome, que é um nome muito, eu diria, emblemático em todo esse processo, é o nome do ex-presidente Bolsonaro.
01:33E no nosso relatório nós deixamos claro o papel central dele, a influência que ele tinha,
01:40e o nível de participação que ele teve em todo esse processo de tentativa, de golpe,
01:46que ocorreu claramente em vários atos, durante o ano de 2022, e mais precisamente durante o 8 de janeiro.
01:55Então, se você disser, você teve elementos que apontavam uma tentativa de assassinato
02:02de forma clara e substancial, nós não tivemos.
02:05Nós tivemos evidências claras de uma tentativa muito transparente, de uma abolição, como diz,
02:13todo o conjunto de lei que trata da questão do golpe de Estado, da tentativa de golpe de Estado,
02:19de abolir de forma violenta o Estado Democrático de Direito.
02:23Então, tanto o ex-presidente Bolsonaro, como integrantes das Forças Armadas Brasileiras,
02:28como, por exemplo, integrantes da classe política brasileira,
02:32estão lá, constam no nosso relatório, que havia uma orquestração,
02:36uma verdadeira organização criminosa, onde o ponto central era golpe de Estado.
02:44Então, quem falou também sobre esse caso foi o deputado Sanderson,
02:48integrante da base do Jair Bolsonaro lá na Câmara dos Deputados.
02:52Por favor, vamos soltar o Sanderson.
02:54Estamos todos indignados com o iniciamento absurdo de Jair Bolsonaro
02:59e outras autoridades que faziam parte do governo Bolsonaro.
03:02Isso é um absurdo jurídico nunca visto.
03:04Nós estamos estupefatos em ver a audácia, a ousadia do sistema
03:09que não desiste de tirar do páreo político aquele que, mesmo depois de dois anos,
03:15só cresce dentro do seio da população brasileira em popularidade.
03:19O governo Bolsonaro, depois de dois anos, segue ainda mais forte.
03:23E a eleição de Donald Trump, a vitória que tivemos nas eleições principais,
03:28acendeu a luz amarela e, por isso, a nossa observação é que estão fazendo
03:33esses indiciamentos absurdos, sem embasamento técnico nenhum,
03:38sem fundamentação probatória alguma e, por isso, esperamos que o Ministério Público Federal,
03:43o PGR, arquive e rejeite todos os outros indiciamentos,
03:47porque não passam de narrativas mentirosas, o único objetivo é impor desgaste político
03:53ao maior líder político do Brasil.
03:57Falando em Jair Bolsonaro próprio, ele deu uma manifestação ontem sobre esse caso.
04:03Por favor, Magal, coloque na tela, por gentileza, a aspas do ex-presidente da República,
04:06Jair Bolsonaro, que ele critica a postura do Alexandre de Moraes,
04:11dizendo que o Moraes prende sem denúncia, faz pesca probatória
04:15e tem uma assessoria bastante criativa, faz tudo o que não diz a lei.
04:21Traz para cá? Por que isso?
04:22Na prática, agora vai ficar essa disputa, né?
04:25O Alexandre de Moraes foi parcial, não foi parcial?
04:29A Polícia Federal foi parcial ou não foi parcial?
04:31Vai ficar essa disputa de um lado para o outro
04:33e o fato é que a gente tem que aguardar os próximos episódios,
04:36porque vai ter muita água, meu caro Zainá,
04:39vai passar por debaixo dessa ponte ainda.
04:41Maravilha. Rodolfo Borges, como é que você vê essa situação agora,
04:46segundo a ótica, tanto governista quanto, sobretudo, da oposição,
04:50que é quem está sendo mais atingida, né?
04:52É, o que o Wilson falou é disputa de narrativa, esse é o jogo mesmo.
04:56Agora, nesse caso, como foi na época do Mensalão, do Petrolão,
05:01quem está sendo acusado, quem está sendo prestes a ser julgado,
05:05está do lado mais frágil, né?
05:08Agora, a partir dessa repercussão, eu destaco,
05:12vou destacar duas questões que são, inclusive, assunto de análise
05:16que eu já escrevi para publicar no Antagonista,
05:19não publiquei ainda, agora à tarde devo publicar.
05:22Uma delas é sobre o reflexo disso tudo para os militares.
05:26O texto está intitulado
05:27que os militares tiveram a sua chance.
05:30E nessa análise eu destaco, lembro,
05:33que depois da ditadura militar, depois do fim da ditadura militar,
05:37tirando o Fernando Collor,
05:38até 2014 só se elegeram presidentes de esquerda.
05:41Até o presidente de direita era de esquerda,
05:44o Fernando Henrique Cardoso, né?
05:45Ele ocupou, o PSDB ocupou por um bom tempo,
05:48o espaço da direita no Brasil,
05:50mas meio a contra gosto,
05:52porque foi empurrado pelo PT para isso,
05:54não era exatamente um partido conservador.
05:56Isso foi até chegar o Jair Bolsonaro.
05:59E quando o Jair Bolsonaro chega, em 1918,
06:02a eleição dele parece um tipo de perdão para os militares, né?
06:08E eles encararam, esse que eu digo no texto,
06:11como um convite para participar de novo.
06:13E talvez não fosse isso,
06:15talvez eles não devessem ter entrado de cabeça
06:17como entraram no governo dessa forma.
06:19E a forma como eles se comportaram nesse governo,
06:21o que está registrado em troca de mensagem,
06:24em material impresso,
06:26e que gerou esses indiciamentos da Polícia Federal,
06:31é de que eles não se comportaram exatamente
06:33de acordo com o discurso do Jair Bolsonaro,
06:35que era de permanecer dentro das quatro linhas.
06:38Isso é um caso,
06:39daqui a pouco eu vou publicar a análise do antagonista.
06:42O outro caso é Tarcísio de Freitas.
06:44Quero botar esse nome aqui,
06:45porque tem uma repercussão aí
06:47para a eleição de 26.
06:49O Tarcísio foi, nessa semana,
06:52o Gilberto Kassab, que é o presidente nacional do PSD,
06:55que foi o grande vencedor das eleições municipais desse ano,
06:58e que é secretário do governo do Tarcísio,
07:01tem dito por aí que o Tarcísio vai ser presidente da República,
07:04seja em 2030, seja em 26.
07:07O Kassab acha que em 26 é mais difícil que isso aconteça.
07:10Mas esse é o horizonte que está posto.
07:13Principalmente porque o Bolsonaro está agora muito complicado,
07:16já estava inelegível,
07:17e a perspectiva dele voltar a ser elegível é muito pequena.
07:22E o Tarcísio fez uma defesa pública do Bolsonaro ontem.
07:25E o Tarcísio hoje está entre dois mundos.
07:28E aí eu vou publicar esse texto,
07:30é intitulado De Que Lado Está o Tarcísio,
07:33porque ele está no mundo do Kassab
07:35e está no mundo do Bolsonaro.
07:36Ele vai conviver nesses dois mundos
07:40nessa perspectiva presidencial.
07:42E ele precisa ficar nesses dois mundos,
07:44porque o Bolsonaro é o carisma eleitoral
07:46e o Kassab é a estratégia eleitoral.
07:49E se ele conseguir andar nesses dois mundos,
07:52provavelmente, de fato, ele vai acabar virando presidente da República.
07:55E falando em participação de militares no governo,
07:58temos aqui o tenente coronel Mauro Cid,
08:01mais uma vez, envolvido aqui.
08:03O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro
08:05esmiuçou o papel do ex-ministro da Defesa,
08:08o general Walter Braga Neto,
08:10nas tratativas para se dar um golpe de Estado no Brasil
08:13e, assim, conseguiu manter os benefícios
08:16de sua declaração premiada
08:17após depoimento prestado ao ministro do STF,
08:20Alexandre de Moraes.
08:21A oitiva ocorreu na tarde desta quinta-feira,
08:23dia 21,
08:24e durou aproximadamente três horas.
08:27E o nosso Wilson traz mais informações de Brasília.
08:31Eu vou saber em breve, Zé Inácio,
08:34porque eu sei que estamos com o tempo já em cima da hora,
08:36mas o fato é o seguinte,
08:37o Cid, ele cortou a mão para salvar o braço.
08:42Em resumo, foi basicamente isso.
08:44Ele confirmou a participação do Braga Neto
08:47naquela reunião do dia 12 de novembro e disse o seguinte,
08:49olha só, eu não tenho como ter mais detalhes sobre essa reunião,
08:52porque eu não participei dela,
08:53eu fiquei lá 30 minutos, fiquei só no início,
08:55e o Walter Braga Neto me convidou gentilmente
08:59a me retirar da sala,
09:00como normalmente acontece nessas reuniões de cúpula dos militares.
09:03Isso é algo muito comum.
09:06Então, nessa reunião,
09:08foi isso basicamente o que o Mauro Cid falou.
09:11A partir daí, o PGR, o Paulo Gonê,
09:13ele estava com o pedido pronto
09:15para pedir o cancelamento dos benefícios do Mauro Cid.
09:19O Gonê entendeu que, de fato, faz algum sentido,
09:22o próprio Cid apresentou algumas provas
09:24de registro de entrada e saída do Palácio do Plano Alto,
09:28justamente no período, no horário dessa reunião.
09:31E também o Mauro Cid,
09:32segundo o que consta hoje,
09:34foi divulgado, inclusive, pelos colegas do jornal O Globo,
09:36e eu consegui confirmar agora há pouco antes de entrar no ar,
09:38o Mauro Cid também falou um pouco sobre o Bolsonaro,
09:41falou que, de fato, o ex-presidente sabia da minuta do golpe
09:45e tinha mais informações sobre ela.
09:48Mas, Inácio, de novo,
09:50o Mauro Cid, de fato, deu essas declarações,
09:53mas ele não avançou muito.
09:54Na visão de integrantes da PGR,
09:57não houve nenhuma revelação bombástica,
09:59nenhuma bala de prata.
10:00Ele apenas confirmou aquilo que todo mundo já sabia.
10:03O que causa certa estranheza,
10:04porque, teoricamente, por ele não ter revelado
10:07tudo aquilo que o celular dele revelou,
10:10sem a concordância dele,
10:12já que foi arrancado de dentro por programas espiões,
10:16aí tiraram essas mensagens todas,
10:17que deu toda essa operação,
10:19era de se esperar que, para ele manter a sua delação premiada,
10:23ele trouxesse algo muito contundente,
10:25como você falou, uma bala de prata.
10:27Em um minutinho, você acha que não trouxe nada?
10:31Ele deve trazer algo,
10:33ou ele trouxe e não foi divulgado ainda por questões estratégicas?
10:36A questão é a seguinte, né, José Inácio?
10:40Nesse processo todo, cada detalhe conta.
10:42Então, se o Mauro Cid confirmou algum detalhe sórdido
10:46dentro do inquérito,
10:47para a PGR e para a PF já está valendo.
10:49Então, eu sinceramente não acredito que venha nenhum detalhe
10:54muito sórdido desse depoimento dele
10:56para o ministro Alexandre de Moraes, não.
10:58Moraes de Moraes

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