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O general da reserva Walter Braga Netto, vice na chapa de Jair Bolsonaro
em 2022, foi preso no sábado, 14, pela Polícia Federal no Rio de Janeiro.

O mandado foi cumprido no âmbito da Operação Contragolpe, sobre a trama golpista para manter Bolsonaro no poder.

Braga Netto foi alvo da ação da PF por suspeita de interferência nas investigações.

Felipe Moura Brasil e Duda Teixeira comentam:

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Transcrição
00:00O general da Reserva, Walter Braga Neto, vice na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, foi preso no sábado 14 pela Polícia Federal no Rio de Janeiro.
00:08O mandado foi cumprido no âmbito da operação contra-golpe sobre a trama golpista para manter Bolsonaro no poder.
00:14Braga Neto foi alvo da ação da Polícia Federal por suspeita de interferência nas investigações.
00:19A prisão preventiva foi decretada por Alexandre de Moraes, a pedido da PF e com aval do Procurador-Geral da República, Paulo Gonê.
00:27Braga Neto foi preso em Copacabana e atualmente está detido no comando da 1ª Divisão de Exército.
00:33O quarto onde ele está conta com armário, geladeira, ar-condicionado, televisão e banheiro exclusivo.
00:40Braga Neto, que foi ministro da Casa Civil e da Defesa durante o governo Bolsonaro, está entre os 40 indiciados pela PF pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
00:53Lembrando que golpe é sempre tentativa, porque se o golpe se consuma não dá mais para punir.
00:58A defesa de Braga Neto negou que o ex-ministro tenha tentado obstruir as apurações.
01:03O coronel Flávio Botelho Peregrino da Reserva foi alvo de buscas da PF e também sob suspeita de obstrução das investigações.
01:10A gente vai exibir aqui alguns trechos do relatório da PF que embasou a prisão de Braga Neto.
01:17E a gente vai analisando esses prints que eu pedi para a produção separar, que são ali do miolo da decisão.
01:23Porque muitas vezes a PF no relatório vai, volta, faz uma introdução.
01:27Aqui a gente vai ver os elementos que foram definidores a respeito dessa decisão.
01:32Para a gente saber do que se trata, porque as discussões públicas e principalmente nas redes sociais, elas são muito tribais.
01:40Então você tem a turma lá que defende o governo Lula e o STF de um lado, a turma que defende o bolsonarismo e alguns militares do outro lado.
01:49E muitas vezes essas pessoas estão alegando em defesa de fulano ou contra Beltrano, sem saber exatamente o que está em jogo na decisão.
01:57Então a primeira coisa é entender o que aconteceu, quais foram as alegações.
02:03Aí depois cada um faz o seu juízo.
02:06Então vamos extrair aqui os elementos dessa história.
02:10Pode colocar o primeiro print, produção?
02:12Bom, eu separei aí os primeiros prints que é para mostrar aquilo que a gente já sabia.
02:17Aquilo que estava no relatório final da Polícia Federal que levou ao indiciamento de 37 pessoas.
02:24Lembrando que na semana passada foram três indiciados para completar os 40.
02:28Quer dizer, a investigação continua.
02:30Esse é um elemento importante, porque teve uma alegação do Bolsonaro que a gente vai precisar avaliar mais na frente.
02:36Então, o que já se sabia antes?
02:38Foi na residência do Braga Neto que o núcleo de militares com formação em forças especiais do Exército,
02:43os denominados FE, que são aí as iniciais de forças especiais, se reuniram no dia 12 de dezembro de 2022,
02:5312 de novembro, perdão, 12 de novembro de 2022, em evento que contou com a presença do Tenente-Coronel Mauro César Cid,
02:59do Major Rafael de Oliveira e do Tenente-Coronel Ferreira Lima.
03:03Só para deixar claro, Mauro César Cid é o Mauro Cid que fez o acordo de colaboração premiada,
03:11portanto, tem dado há muito tempo depoimentos sobre essa trama golpista.
03:16O Rafael de Oliveira e o Ferreira Lima são esquides pretos,
03:20são esses militares com formação especial que participaram daquele plano,
03:26de acordo com a Polícia Federal, de monitorar o Alexandre de Moraes,
03:30eventualmente, para cometer medidas ainda mais graves.
03:33Então, vamos passar aí para o próximo print.
03:37Além disso, pelo que consta, Braganeto participou ativamente na tentativa coordenada dos investigados
03:41de pressionarem os comandantes da Aeronáutica e do Exército
03:44a aderirem ao plano de abolição do Estado Democrático de Direito,
03:48praticando condutas voltadas a promover e ou fomentar ataques pessoais
03:51ao General Freire Gomes e ao Tenente-Brigadeiro Carlos de Almeida Batista Júnior,
03:56que está aí como Batista Júnior.
03:58Isso aí, repito, tem a ver, não é diretamente ligado
04:02ao elemento específico para a prisão preventiva.
04:05É aquilo que já se sabia.
04:06Isso é um resumo do resumo do resumo.
04:09A gente já tinha feito análise aqui.
04:11Eu, Esmil, sei isso.
04:13Numa postagem, um antagonista, as pessoas podem procurar,
04:15que é como o Bolsonaro alimentou a rataria, uma cronologia dos fatos.
04:20E na matéria de capa da Cruz OE, também assinada por mim,
04:23os homens que barraram o golpe.
04:24Isso que está resumido nesses prints que vocês estão vendo na tela
04:28está mais do que provado, porque a PF encontrou as mensagens do Braga Neto
04:33para o Ailton Barros, um capitão reformado,
04:37dizendo, em relação ao Batista Júnior, por exemplo,
04:40senta o pau no Batista Júnior e inferniza a vida dele e da família.
04:44Uma das mensagens mais graves que apareceram em toda essa investigação.
04:48E estava mandando fazer isso porque eles estavam se recusando
04:52a aderir ao golpe de Estado.
04:55E havia iniciativas semelhantes contra o Freire Gomes
04:57e ainda mandou elogiar o Amir Garnier,
05:00então comandante da Marinha,
05:02que, de acordo com o depoimento desses outros dois chefes de Forças Armadas,
05:06tinha topado colocar as tropas à disposição do então presidente Bolsonaro.
05:10Então isso é parte do resumo daquilo que já se sabia e que está bem provado.
05:14Vamos para o próximo print.
05:15Nada obstante aos elementos coligidos no decorrer da PET número tal
05:20e ao status conclusivo do referido apuratório,
05:22tudo isso é linguagem de relatório, vamos ao que interessa.
05:25O surgimento de novos elementos evidenciam uma relevância ainda mais sólida
05:30da atuação do general Braga Neto.
05:33Esses elementos se apresentam a partir do novo depoimento prestado por Mauro Cid
05:39no âmbito da colaboração premiada,
05:41os quais permitiram uma reanálise do contexto da atuação do general Braga Neto
05:45notadamente no que se relaciona à prática de condutas
05:48voltadas à interferência ou obstrução de atos de investigação.
05:52Então o que a Polícia Federal está dizendo?
05:55Está dizendo, olha, além de tudo aquilo que a gente descobriu e tal,
05:58que são motivos pelos quais o Braga Neto foi indiciado
06:01e poderá ser denunciado pela PGR,
06:03poderá eventualmente ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal,
06:06o novo depoimento do Mauro Cid, novo mesmo, tá?
06:10E a gente vai ver essa data mais adiante.
06:13Ele está trazendo um reforço aqui a outros elementos
06:16de que houve uma tentativa de obstrução da investigação.
06:21Até agora, nesses prints, não se disse exatamente o que aconteceu.
06:25Vamos passar para o próximo então.
06:26Conforme descrito nos tópicos em sequência,
06:32os elementos apresentados por meio do referido acordo de colaboração,
06:35quer dizer, são os depoimentos do Mauro Cid,
06:37são corroborados pelo robusto conjunto probatório
06:40angariado pelas apurações,
06:42indicam profundidade e contemporaneidade
06:45da atuação do general Braga Neto,
06:47circunstâncias que fundamentam as medidas solicitadas
06:50ao final desta representação.
06:52Isso é uma introdução, portanto, a esses novos elementos,
06:55que a gente até aí não sabe quais são, ok?
06:59Então, a PF, no finalzinho, reparem,
07:01ela está dizendo que tem profundidade e tem contemporaneidade,
07:05que é um elemento ali que é necessário
07:08para a decretação de uma prisão preventiva
07:10e que está sendo, nesse momento, objeto de debate.
07:13Ah, o elemento é contemporâneo, não é, etc.
07:16A gente vai ver essa discussão mais à frente.
07:18Vamos tentar primeiro entender o que a PF está alegando,
07:22o que de novo surgiu na investigação.
07:24Próximo print.
07:27Os primeiros indicativos de atuação de Braga Neto
07:29no sentido de interferir nas apurações
07:32ocorrem ainda durante as apurações dos fatos relacionados
07:35a PET número tal,
07:37investigação que teve Mauro César Lourena Cid
07:39como um dos investigados.
07:41O Mauro César Lourena Cid é o pai do Mauro Cid.
07:46Então, está falando,
07:47os primeiros atos relativos à interferência de investigação,
07:50que é base por lei para decretação de prisão preventiva,
07:56teve lá início com uma investigação que envolvia o Mauro César Lourena Cid,
08:03pai do Mauro Cid.
08:03Até agora a gente também não sabe, portanto, do que se trata.
08:07Vamos para o próximo print para ver se há mais especificidade.
08:10A perícia realizada no aparelho celular,
08:13apreendido em poder de Lourena Cid,
08:16repito, o pai do colaborador Mauro Cid,
08:18demonstrou que todas as mensagens trocadas por meio do aplicativo WhatsApp
08:22foram apagadas nas primeiras horas do dia 8 de agosto de 2023,
08:28três dias antes da mencionada operação,
08:30Operação Lucas,
08:31que foi citada ali no print anterior,
08:33que eu pulei na hora da leitura,
08:35para a gente agilizar aqui o processo.
08:37Então o que a PF está mostrando?
08:39Que havia comunicação
08:41enquanto o Mauro Cid estava dando os depoimentos de colaboração premiada
08:45entre o general Braga Neto e o pai do Mauro Cid.
08:49Eles estavam trocando mensagens,
08:51só que essas mensagens foram apagadas
08:54pelo pai do Mauro Cid do celular.
08:57Então vamos ver o que sobrou aí a respeito dessa comunicação.
09:01O que a PF tem em mãos sobre essa comunicação
09:05que de fato estava acontecendo.
09:07Próximo print.
09:09No dia anterior, 7 de agosto de 2023, portanto,
09:13o pai do Mauro Cid, Lorena Cid,
09:15manteve diversas interações via WhatsApp com o Braga Neto,
09:18conforme, aí diz lá, os documentos, os números, etc.
09:22Foram registradas duas interações via aplicativo WhatsApp
09:26com o contato que é lá o contato do Braga Neto.
09:29E uma chamada que durou 3 minutos e 32 segundos.
09:33Então isso foi documentado como prova.
09:37Então eles têm ali o registro de que houve trocas de mensagens
09:41e o registro de uma ligação entre eles,
09:44com mais de 3 minutos e meio.
09:46E diz ali, o referido contato, que é numérico,
09:49encontra-se salvo na agenda do general,
09:51como Walter BN,
09:54tratando-se de Walter Souza Braga Neto.
09:57Imagina que tenha trocado aí, né?
09:59Provavelmente na agenda do Lorena Cid,
10:01como o Walter BN, que é o Walter Souza Braga Neto.
10:05Vamos para o próximo print.
10:07E, repito, tinha ali as mensagens,
10:09quer dizer, você tem a prova, não é simplesmente a PF falando,
10:12olha, nós encontramos isso e isso está aqui.
10:14Nesse contexto, cabe destacar que as apurações
10:16identificaram trocas de mensagens realizadas no dia 12 de setembro de 2023.
10:22Aí é entre outras pessoas.
10:23O Mário Fernandes, o indiciado, ele foi ali um dos 37 inicialmente indiciados,
10:30e o coronel reformado Jorge Luiz Korman.
10:32No diálogo, o Mário Fernandes relata a Jorge Korman
10:36que os pais de Mauro Cid ligaram para os generais Braga Neto e Augusto Heleno,
10:40informando que, aspas, é tudo mentira, fecho aspas,
10:44possivelmente sobre as matérias divulgadas pela imprensa
10:47sobre o acordo de colaboração.
10:48Portanto, nesse print aí, vamos esquecer por um momento
10:54que a gente estava falando do diálogo entre o Braga Neto e o pai do Mauro Cid.
10:58A PF está só citando que tinha um outro diálogo à parte
11:02entre o Mário Fernandes e o Jorge Luiz Korman,
11:06dois militares,
11:07em que um estava dizendo para o outro,
11:09olha, os pais do Mauro Cid falaram aí para o Braga Neto e para o Heleno
11:12que é tudo mentira sobre isso que está saindo nos jornais.
11:16Quer dizer, você tem aí um relato indireto,
11:20mas que mostra que outros investigados sabiam que estava havendo um contato
11:25entre o pai do Mauro Cid e o Braga Neto.
11:27Isso que é o mais relevante para esse momento.
11:31O resto, quem é que estava mentindo,
11:32se é a imprensa, se é o Mauro Cid, etc.,
11:34era o que eles estavam tentando saber no momento.
11:38Vamos para o próximo print.
11:39Esse diálogo ocorreu três dias após a decisão proferida
11:43no dia 9 de setembro de 2023,
11:47em que o excelentíssimo ministro relator está aí na tela.
11:51Esse diálogo ocorreu três dias depois do Moraes,
11:55é o relator,
11:56homologar o termo de colaboração premiada do Mauro Cid.
11:59O contexto dos fatos indica que o general Braga Neto
12:02tentou obter os dados do acordo através de familiares do colaborador
12:06e que a informação chegou ao investigado Mário Fernandes,
12:09como forma de tranquilizar os demais integrantes da organização criminosa,
12:13de que os fatos relativos aos mesmos
12:15não estariam sendo repassados à investigação.
12:19Então, aquilo que eu estava explicando
12:21é o que a PF está colocando aí
12:23nas palavras de relatório da Polícia Federal.
12:25A mensagem sobre a comunicação com o pai do Mauro Cid estava sendo repassada
12:32a outros investigados e eles estavam cientes disso.
12:34Vamos para o próximo.
12:37Conforme descrito, as ações foram realizadas por meio de contatos telefônicos
12:40com o genitor, o pai do colaborador,
12:43que é o pai, é o general Lorena Cid,
12:45com as seguintes finalidades.
12:47Aí já é uma conclusão da PF.
12:49Obter dados sigilosos,
12:50controlar o que seria repassada a investigação
12:52e, ao que tudo indica,
12:53manter informados os demais integrantes da organização criminosa.
12:57Mais adiante, então,
12:58foi encontrado lá o documento na sede do PL,
13:01que é o partido do Bolsonaro,
13:02que era o partido do Braga Neto.
13:04Braga Neto era vice na chapa derrotada do Bolsonaro em 2022.
13:07Então, na mesa do assessor do Braga Neto,
13:10que é o Flávio Botelho Peregrino,
13:12encontrou-se um documento com perguntas e respostas
13:14acerca da colaboração premiada realizada por Mauro Cid.
13:18Então, vamos passar e agora vai estar aí.
13:20Pronto, está tudo certo.
13:22Esse é o documento que a PF reproduz.
13:26Me parece que é uma parte desse documento,
13:29porque depois no texto ela se refere a outros trechos
13:31que não aparecem aí reproduzidos.
13:34Mas tem lá, teor das reuniões.
13:35O que foi delatado?
13:37Minuta do 142.
13:39Existia documento físico?
13:42Quer dizer, 142 era aquele artigo da Constituição
13:44que na interpretação anômala, segundo a PF,
13:47feita pelos bolsonaristas,
13:49permitiria a atuação das Forças Armadas como poder moderador
13:51e, portanto, um golpe de Estado em nome
13:54de um artigo da Constituição,
13:57o que é uma tentativa disfarçada de legitimar um golpe
14:01feito, inclusive, por alguns juristas associados ao bolsonarismo.
14:05Teve gente que, inclusive, tinha familiar ali com boquinha associada.
14:10Tem lá escrito Felipe Martins também no meio do documento.
14:16Tem também outro elemento, imprensa plantando narrativa das FE liderando os movimentos.
14:24Aí tem três datas, 12 e 24 de dezembro e 8 de janeiro.
14:29Essas datas foram datas em que houve grande confusão.
14:34Houve aqueles incêndios ali,
14:37com o depoimento que seria acontecido na sede da PF no dia 12 de dezembro.
14:4124 de dezembro foi quando foi encontrado aquele caminhão, lembra, Duda?
14:46Com explosivos em Brasília.
14:488 de janeiro foi o dia da invasão.
14:50Então, eles estavam ali dizendo, ué, a imprensa está plantando narrativa e tal.
14:55O que está saindo na imprensa e que não foi delatado?
14:59Outras informações.
15:00Então, tem ali um documento em que havia perguntas e respostas
15:03sobre a colaboração do Mauro Cid, mostrando o interesse deles em saber.
15:07Próximo print.
15:08O conteúdo do documento revela que possivelmente foram feitas perguntas
15:15sobre o conteúdo do acordo de colaboração realizado por Mauro Cid
15:18em sede policial, as quais teriam sido respondidas a princípio
15:22pelo próprio colaborador em vermelho.
15:24Isso aí não ficou muito bem explicado, não, sobre as respostas.
15:27Mas se entendeu ali que era um documento sobre a colaboração do Mauro Cid.
15:30O documento denota a preocupação dos investigados com a apreensão da minuta do 142,
15:35referente ao documento que esboçava o decreto de instauração
15:38de estado de exceção no Brasil e se existia documento físico desde.
15:42Obviamente, se encontrar um documento físico é mais comprometedor
15:45para aqueles que estavam associados nessa trampa.
15:48Próximo.
15:51Continuando a lei aqui, o pedido de prisão do Braga Neto
15:54feito pela Polícia Federal.
15:56Chama a atenção que, ao final, há uma espécie de considerações pessoais
16:00que seriam informações expressas pelo próprio Mauro Cid.
16:02Nesse ponto, é descrito que perguntaram muito do general Mário,
16:06referindo-se ao general Mário Fernandes, também investigado.
16:09Além disso, ressalta que não falou nada sobre os generais Heleno e Braga Neto.
16:14E ainda enfatiza que teria feito uma defesa de Braga Neto
16:17ao afirmar que o general Braga Neto, GBN, não é golpista,
16:22estava num pensamento democrático, de transparência das urnas.
16:27Então, tinha um documento ali sobre a delação do Mauro Cid
16:29com algumas especulações do que estava sendo dito.
16:31Próximo print.
16:33Além de ter sido encontrado na mesa de trabalho de um dos seus assessores,
16:37no PL, o fato de referir o documento dar ênfase
16:39sobre o qual seria a participação de Braga Neto na trama delitiva,
16:43indica que o indiciado tentou obter dados sigilosos da colaboração.
16:47Os elementos de prova, ora apresentados,
16:48restaram materializados na mudança dos relatos
16:51prestados pelo colaborador Mauro Cid
16:53em relação à atuação do general Braga Neto na organização criminosa,
16:57conforme detalhado no tópico a seguir.
16:59Agora, vem um elemento importante aí para essa decisão da PF,
17:05que foi que o Mauro Cid, em depoimento anterior,
17:10estava aliviando um pouquinho o Braga Neto.
17:13E aí ele deu um novo depoimento em que foi mais incisivo
17:17sobre a atuação direta do Braga Neto.
17:19E a PF coloca essa mudança no sentido de que,
17:25como vai estar explicado aí nos próximos prints,
17:27aquela pressão, aquele telefonema do Braga Neto
17:30para o pai do Mauro Cid era uma forma de pressão,
17:33uma forma de constrangimento.
17:35E isso poderia estar causando o efeito de o filho
17:38não entregar o Braga Neto.
17:40Só que depois ele acabou alterando o seu depoimento.
17:44Então vamos ver o que a PF escreve em seguida.
17:46Da mudança de versão dos relatos prestados por Mauro Cid,
17:50indagado ao longo da colaboração sobre as circunstâncias
17:53da reunião de 12 de novembro de 22 na residência de Braga Neto,
17:57Mauro Cid apresentou relatos dissonantes
17:59sobre aspectos centrais que envolveram referir o encontro
18:01e a atuação do indiciado Braga Neto.
18:05E aí eles colocam duas colunas,
18:06com o depoimento anterior e outra com o depoimento posterior.
18:09Talvez fique pequeno aí na tela,
18:12para quem principalmente acompanha pelo celular.
18:14Mas eu vou ter que ler pelo menos os trechos em negrito.
18:19Sobre a reunião que os dois militares pediram
18:24para tirar foto com o presidente Jair Bolsonaro
18:26e queriam dar um abraço no general Braga Neto.
18:28É o que o Mauro Cid estava dizendo antes.
18:31Que no local discutiram sobre a conjuntura nacional do país,
18:34a importância das manifestações,
18:36o pedido de intervenção militar,
18:38os pedidos que estavam sendo feitos pelo pessoal,
18:41se podia sair, se não podia pedir,
18:43se era ali, se não era,
18:44se as manifestações podiam estar lá,
18:45se não podiam estar lá,
18:47que era sobre o contexto do que estava acontecendo no país.
18:51Não, produção, não faz assim, não.
18:53Deixa geral mesmo,
18:54porque eu estou pulando, estou lendo aqui o negrito.
18:56Então eu li os dois negritos na coluna da esquerda,
18:59que mostram o quê?
19:01É que o Mauro Cid antes estava sendo muito genérico,
19:05muito ensaboado ali,
19:07dizendo que o Braga Neto estava só discutindo,
19:09a manifestação estava lá,
19:10podia, não podia,
19:11isso pode, isso não pode e tal.
19:13Aí depois, no novo depoimento,
19:17e novo mesmo,
19:18vocês vejam que a data ali em cima é 21 de novembro de 2024,
19:21isso foi mês passado,
19:23o colaborador retifica o seu depoimento anterior à Polícia Federal,
19:29onde afirmou isso,
19:30aquilo que é o que eu acabei de ler.
19:32E aí ele fala,
19:33alguns dias após,
19:36não, ele fala,
19:36refere-se às questões que ambos os coronéis lhe apresentaram pessoalmente,
19:40sobre a indignação com a situação do país,
19:43e a necessidade de ações concretas.
19:46Quer dizer,
19:46não era mais uma discussão sobre o que podia e não podia,
19:49eles estavam indignados com aquela situação,
19:52e partiram para ações concretas.
19:54Aí vem o negrito,
19:55alguns dias após,
19:57o coronel De Oliveira esteve em reunião com o colaborador Mauro Cid,
20:00e o general Braga Neto,
20:02no Palácio do Planalto ou da Alvorada,
20:04onde Braga Neto entregou o dinheiro que havia sido solicitado para a realização da operação.
20:09O dinheiro foi entregue numa sacola de vinho.
20:11Braga Neto afirmou à época que o dinheiro havia sido obtido junto ao pessoal do agronegócio.
20:18Então, está lá,
20:19pode dar esse close que vocês acabaram de dar,
20:21porque é só no negrito da parte da direita,
20:23esse aí funcionou,
20:25dizendo que o Braga Neto entregou o dinheiro que havia sido solicitado para a realização da operação.
20:31Isso é a operação dos quides pretos,
20:33daqueles militares das forças especiais,
20:35que ficaram monitorando o Alexandre de Moraes.
20:38E, segundo Mauro Cid, o Braga Neto estava dizendo ali nos bastidores
20:41que o dinheiro tinha sido obtido junto ao pessoal do agronegócio,
20:45o que volta a comprometer outras pessoas
20:48que precisarão ser identificadas pela Polícia Federal.
20:52Continuando.
20:55Próximo print.
20:58Conforme se verifica em audiência realizada no âmbito do Supremo Tribunal Federal,
21:03perante o excelentíssimo ministro relator das investigações, que é Alexandre de Moraes,
21:06o colaborador Mauro Cid trouxe novos fatos relacionados ao financiamento
21:11das ações de forças especiais pelo indiciado Braga Neto.
21:14O general repassou diretamente ao então major Rafael de Oliveira
21:17dinheiro em uma sacola de vinho que serviria para o financiamento das despesas necessárias à operação.
21:23Próximo print.
21:25Nesse sentido, a investigação confirmou que o aparelho celular
21:27comprado pelo major Rafael de Oliveira,
21:31utilizado para as ações clandestinas no dia 15 de dezembro de 22,
21:34foi pago em espécie na loja tal de Goiânia.
21:37E aí fala também que os chips vinculados aos números tal, tal, tal, tal,
21:42integrantes do grupo Copa 2022,
21:45que já tinha sido identificado no relatório anterior da PF,
21:48foram todos recarregados com crédito no valor de 20 reais no dia 9 de dezembro,
21:53de forma sequencial, na drogaria tal, localizada em tal lugar,
21:57e que os pagamentos também foram realizados em espécie.
22:00O que a PF está mostrando?
22:01Que o Braga Neto mandou o dinheiro que ele disse ser do agronegócio para esses militares
22:06e que esses militares foram fazendo compras com dinheiro vivo,
22:10portanto, aquele dinheiro da sacola de vinho,
22:13para a realização do monitoramento do Alexandre de Moraes.
22:16Próximo print.
22:16A mudança substancial nos relatos do colaborador em relação à participação de Braga Neto nos fatos,
22:24notadamente a omissão quanto à atuação do indiciado como principal elo de financiamento do evento Copa 22,
22:31indica que as ações de obstrução surtiram o efeito pretendido pela organização criminosa,
22:36na medida em que retardaram a identificação de fatos relevantes ao contexto investigativo.
22:41Então, isso é o que eu expliquei antes.
22:43Pode voltar para mim, produção?
22:45Está dizendo o seguinte.
22:48Olha, a mudança do depoimento do Mauro Cid mostra que as tentativas do Braga Neto de interferir,
22:55quer dizer, a conversa com o pai,
22:58esse documento ali que indicava que havia uma articulação em curso,
23:03estavam surtindo efeito porque o Mauro Cid não estava entregando toda a verdade.
23:07Aí, ele resolveu fazer um outro depoimento,
23:09dizendo, não, isso aqui aconteceu, isso aconteceu e tal.
23:12E aí, você tem um quadro mais completo.
23:15Tem mais print de produção.
23:16Pode colocar que já está acabando
23:17para a gente ter aqui todos os pontos identificados pela Polícia Federal.
23:22Nesse sentido,
23:25não, esse já foi.
23:26A investigação confirmou, dinheiro em espécie.
23:29Pode passar para o próximo.
23:31Sob outro aspecto, a mudança substancial,
23:35tá, é o que eu acabei de explicar.
23:36Tá, próximo.
23:40Aí, confrontado pela PF em 5 de dezembro de 24,
23:45foi nesse mês,
23:46após a apresentação dos novos fatos ao STF,
23:49o Mauro Cid confirmou que o Braga Neto tentou obter dados
23:52da colaboração por intermédio de seu pai.
23:54O colaborador confirmou que o Braga Neto tentou obter dados
23:57da colaboração por intermédio de seu pai em contatos telefônicos
24:00no período em que o acordo de colaboração premiada estava sendo firmado.
24:05E aí, para a gente concluir,
24:06a gente vai mostrar o trecho do diálogo
24:09entre o delegado Fábio Schorr,
24:13aquele que foi xingado de bandido pelo Marcelo Van Raten,
24:16deputado federal do Novo,
24:18num caso que a gente examinou aqui na semana passada,
24:21e o Mauro Cid.
24:21Então, o delegado fala,
24:23entrando agora em partes aqui,
24:24para a gente esclarecer,
24:25em relação ao seu último depoimento prestado no STF,
24:27o senhor cita a participação do general Braga Neto nas ações,
24:31inclusive de financiamento das ações operacionais
24:33realizadas por integrantes das Forças Especiais do Exército.
24:36Especificamente, o senhor,
24:38e a gente também identificou no relatório final,
24:40documentos que evidenciam que o Braga Neto
24:42tentou de alguma forma intervir na investigação,
24:45obtendo elementos do acordo de colaboração firmado pelo senhor com a PF.
24:47Dentro desse contexto, como se deu essa ação dele,
24:51as pessoas por meio de quem ele tentou obter esses dados?
24:55Quer dizer, o delegado está fazendo lá uma pergunta que é toda meio truncada,
24:59mas ele está perguntando qual foi o contexto aí
25:01desse pedido de informações do Braga Neto.
25:04Pode passar.
25:05E o Mauro Cid responde,
25:07basicamente isso aconteceu logo depois da minha soltura,
25:09quando eu fiz a colaboração naquele período,
25:11onde não só ele, como outros intermediários,
25:14tentaram saber o que eu tinha falado.
25:15Isso fazia um contato com o meu pai.
25:18Ele está confirmando.
25:19Tentavam ver o que eu tinha,
25:21se realmente eu tinha colaborado,
25:23porque a imprensa estava falando muita coisa.
25:25Não era oficial.
25:26Aí tem uma transcrição meio truncada também.
25:29E tentando entender o que eu tinha falado.
25:31Tanto que o meu pai, na resposta,
25:33que é aquela de terceiro,
25:34disse não, o Cid falou que não era.
25:36Me parece que aí o Mauro Cid está se referindo
25:38à mensagem do Mauro Fernandes com o Jorge Corma,
25:40que um estava dizendo para o outro,
25:43o pai do Mauro Cid está dizendo lá para o Braga Neto
25:47que ele não falou isso,
25:48que a imprensa está dizendo não e tal.
25:49Que é tudo mentira.
25:51É, que é tudo mentira, exatamente.
25:53A gente já vai analisar isso.
25:54Próximo print.
25:56Aí o delegado.
25:57Esse contato que ele fez com o seu pai,
25:59como é que foi esse contato?
26:00Mauro Cid, normalmente era por telefone,
26:02até pela distância de cidades.
26:04O delegado.
26:05Seu pai no Rio?
26:06Mauro Cid, meu pai no Rio, ele em Brasília.
26:08Meu pai é em Niterói.
26:09Niterói é uma cidade do estado do Rio de Janeiro,
26:11vizinha da capital fluminense.
26:13Não posso confirmar se teve contato pessoal,
26:16mas eu acho que não.
26:17Quer dizer, está confirmando que houve os contatos telefônicos,
26:19não necessariamente eles se encontraram.
26:22Próximo print para o que é PFD2.
26:24No dia 6 de dezembro,
26:26aliás, não é nem o que é PFD2,
26:28é o que aconteceu no dia seguinte a esse depoimento do Mauro Cid.
26:30Data seguinte ao depoimento de Mauro Cid,
26:32intimado a depor em sede policial,
26:34o general Lorena Cid, pai do colaborador.
26:36Portanto, o pai do Mauro Cid, no dia seguinte,
26:38confirmou que o Braga Neto entrou em contato
26:40no período em que o acordo estava sendo realizado
26:42logo após a soltura de Mauro Cid.
26:44Não se recordando, porém,
26:46porém é meu, tá?
26:47Se os assuntos tratados tinham relação
26:49com o acordo de colaboração premiada.
26:52Olha essa frase.
26:53A hesitação em confirmar o contato,
26:55em contradição ao próprio filho,
26:57e os elementos probatórios identificados,
26:59é a circunstância que reforça a interferência de Braga Neto
27:03sobre o colaborador e seus familiares.
27:04Essa formulação aí da PF,
27:07que às vezes se expressa mal mesmo no relatório,
27:10ela tá sendo contestada.
27:12Mas, assim, não tô aqui fazendo juízo,
27:14tá certo, tá errado,
27:15tô só querendo explicar pro público
27:17o que a PF tá querendo dizer.
27:18A PF tá querendo dizer o seguinte,
27:21o Mauro Cid confirmou que houve o contato,
27:23o Mauro Cid mudou de versão,
27:25recentemente.
27:26O pai do Mauro Cid confirmou que houve o contato com o Braga Neto,
27:31só que ele disse que não se lembra
27:32se era sobre o acordo de colaboração premiada.
27:35Ora, sobre o que mais seria, não é?
27:37Na visão da PF,
27:39ele tava querendo saber,
27:41até porque tem outros elementos ali que indicam isso.
27:43Então, o pai do Mauro Cid hesitou.
27:48Sinal de quê?
27:48Sinal de que há um constrangimento,
27:50há um medo,
27:51há algum tipo de temor
27:52de envolver o Braga Neto.
27:55Só que o filho acabou envolvendo,
27:57acabou comprometendo o Braga Neto.
27:59O pai falou assim,
28:00ah, não me recordo e tal,
28:02ficou meio ensabuando.
28:05E aí a PF tá dizendo,
28:06olha, isso aí reforça a interferência de Braga Neto
28:09sobre o colaborador e seus familiares.
28:10Quer dizer,
28:11o Braga Neto, como general,
28:12ligando pro pai do colaborador,
28:14ele tava causando algum tipo de constrangimento,
28:17tanto que depois,
28:18só depois,
28:19houve uma mudança
28:20e mesmo assim o pai não quis confirmar.
28:23Então, quer dizer,
28:24causa algum medo
28:25que uma figura como o general
28:26tivesse querendo saber e tal,
28:28do que o colaborador tava falando,
28:30se tava entregando ele,
28:31se não tava.
28:31Essa é a visão da PF.
28:33Próximo,
28:33pra gente encerrar.
28:36Só vai até aí,
28:36é o último print.
28:37Assim, todos os elementos de prova
28:39identificados pela investigação
28:40demonstram a atuação efetiva
28:42do indiciado Braga Neto
28:44na coordenação das ações clandestinas
28:46que visavam prender,
28:47barra executar o ministro de Moraes
28:49e nas ações contra os candidatos eleitos
28:51no pleito de 2022,
28:53Lula e Alckmin.
28:54Ao mesmo tempo,
28:55o indiciado atuou durante todo o período
28:57investigativo pra evitar
28:58que o colaborador
29:00o citasse em posição destacada
29:03no contexto dos fatos apurados.
29:05Essa é a conclusão da PF.
29:07Que o Braga Neto atuou
29:08pra que não fosse citado
29:10em posição destacada
29:11no contexto dos fatos apurados.
29:13O que tá ali em cima
29:14é aquilo que já veio
29:15no outro relatório.
29:16São os crimes pelos quais,
29:18ou pelo menos os crimes em tese,
29:20pelos quais o Braga Neto
29:21será julgado lá na frente.
29:23No final,
29:24vem a conclusão da PF
29:25sobre o motivo da prisão preventiva.
29:27Quer dizer,
29:28se tá obstruindo a investigação,
29:29prende-se preventivamente
29:31pra blindar a investigação
29:32pra que ela ocorra
29:33sem qualquer tipo de atraso
29:35ou manipulação.
29:37Muito bem, Duda Teixeira.
29:38Aqui foi uma explicação
29:41bem detalhada
29:42sobre o que aconteceu.
29:44Então, você tem elementos novos
29:46de um depoimento recente,
29:48nessa virada aí de novembro e dezembro,
29:50mas que dizem respeito
29:52a algo que aconteceu
29:53lá em agosto de 2023
29:54com as ligações
29:55pro pai do Mauro Cid.
29:56O que você destaca?
29:58Bom, tentando aqui
30:00colocar um pouco de ordem
30:01nessa história toda,
30:03é uma prisão,
30:04uma ordem de prisão preventiva
30:06falando que houve obstrução de justiça.
30:10Prisão preventiva,
30:12ela acontece antes do julgamento,
30:15ela tem situações muito específicas
30:17em que ela pode acontecer
30:18e aí, se alguém está
30:21naquele momento,
30:22aí tem essa história
30:22da contemporaneidade, né?
30:25Atrapalhando as investigações,
30:26então pode ser alguém
30:27coagindo uma testemunha,
30:31sumindo com informações, né?
30:33Apagando provas,
30:35queimando cadernos,
30:37fita cassete,
30:38a gente já viu isso
30:40de monte acontecer na história,
30:42você prende esse sujeito
30:44que está ameaçando
30:45as investigações
30:46e aí a investigação consegue
30:47continuar normalmente
30:49e depois você tem
30:50a denúncia,
30:51o julgamento
30:52e talvez a condenação.
30:54Então, é isso que aconteceu.
30:56O que a gente pode,
30:58lendo aí,
31:00essa ordem,
31:02a manifestação da PGR,
31:04a ordem do ministro Moraes,
31:06e que não se tem dúvida,
31:08Felipe,
31:08que ocorreram
31:10esses telefonemas
31:12do Braga Neto
31:13para os pais
31:15do Mauro Cid,
31:16isso aí,
31:17não se tem dúvida disso,
31:20e que havia
31:21o interesse
31:22do Mauro Cid
31:23em obter
31:24informações
31:25sobre como
31:26tinha sido
31:27essa delação.
31:30Isso também
31:31é ponto pacífico,
31:32ninguém discute isso.
31:34a partir
31:36dessas evidências
31:37claras,
31:39a PF,
31:40ela vai tirar
31:41as conclusões dela,
31:42e eles dizem ali,
31:43eles estavam querendo
31:44obter
31:45dados sigilosos
31:48e controlar,
31:50como é que é?
31:50Controlar
31:51o que seria
31:52repassado
31:53à investigação.
31:55Controlar
31:55o que está passando
31:56à investigação
31:57é,
31:57de alguma maneira,
31:58orientar
32:00ou dirigir
32:01aquilo que o Mauro Cid
32:03estava falando.
32:03para não
32:05incriminar
32:05o Walter
32:07Braga Neto.
32:08Então,
32:09essas são as conclusões
32:10que a PF
32:10faz
32:11a partir
32:12dessas evidências.
32:15O discurso,
32:16o debate
32:17que teve
32:18nas redes sociais,
32:19eu acompanhei,
32:21especialmente
32:21no X,
32:22eu acho que
32:23foi muito
32:24proveitoso.
32:25A gente
32:26teve gente
32:27a favor,
32:28teve gente
32:28contra,
32:29mas
32:29trouxeram ali
32:31vários conceitos
32:32que achei
32:33muito interessante,
32:34a gente
32:34conversou
32:35sobre eles
32:35aqui,
32:36acho legal
32:37que os nossos
32:37telespectadores
32:38também,
32:38a gente possa
32:39compartilhar
32:40com eles.
32:41Mas,
32:41uma das coisas
32:42que falaram
32:43é em relação
32:44à contemporaneidade,
32:45se realmente
32:46existiu
32:47essa contemporaneidade.
32:49Então,
32:49o que eles estão
32:49dizendo?
32:50Quando foi preso,
32:52no sábado,
32:53agora,
32:54o Walter
32:54Braga Neto
32:55já não oferecia
32:56nenhum risco
32:57as investigações.
32:59Quando ele faz
33:00essas ligações
33:01para os pais
33:02do Mauro Cid,
33:03isso é em agosto
33:04de 2023.
33:07Então,
33:07naquele momento,
33:08sim,
33:09ele estava
33:10só fazendo
33:11essas ligações.
33:14Agora,
33:15não faria sentido
33:16prender ele agora,
33:17porque
33:17passou um tempão
33:19de tempo aí.
33:21O que a gente
33:21acabou de mostrar aí
33:22é que não,
33:23certo?
33:23Esses novos
33:29depoimentos
33:30do Mauro Cid
33:31e do pai dele
33:32nesse mês agora
33:33de dezembro
33:34falam
33:36dessa atuação
33:37do Mauro Cid.
33:40Desculpa,
33:41dessa atuação
33:41do Walter Braga Neto.
33:42O Mauro Cid vai falar,
33:43olha,
33:44realmente,
33:45ele fazia
33:45essas ligações
33:46com o objetivo
33:47de obter informação
33:49e o pai fala,
33:50olha,
33:51ligava,
33:51mas eu não sei muito bem
33:52do que estava acontecendo.
33:53isso daí,
33:56então,
33:56sim,
33:57teria uma contemporaneidade,
33:58é um debate
33:59que está acontecendo.
34:01Exatamente.
34:03Existem outros debates
34:04também,
34:05vou seguindo aqui,
34:07mas você me interrompe
34:08se você achar que...
34:09Não,
34:09fica ao contrário.
34:10O outro é se,
34:11de fato,
34:12houve uma atuação
34:13do Walter Braga Neto
34:16de realmente
34:17dirigir
34:19ou controlar
34:20as informações
34:21que eram passadas
34:22para a investigação,
34:23porque
34:24quando ele faz
34:25o telefonema,
34:26ele está
34:27mais perguntando
34:29ali o que ele já tinha,
34:31o que o Mauro Cid
34:31já tinha falado
34:32na delação.
34:35E é daí
34:35que se
34:36produz
34:37esse documento
34:38com perguntas
34:39e respostas,
34:40dizendo assim,
34:40olha,
34:41sobre tal assunto,
34:42ele falou isso,
34:42sobre tal assunto,
34:43ele falou isso,
34:44sobre Braga Neto.
34:44não, não,
34:45ele falou que o Braga Neto
34:46tem uma...
34:48ele é super democrático,
34:49ele nunca tentou
34:50fazer nenhum golpe,
34:51nada super a favor
34:52da transparência.
34:54Uma preocupação,
34:55portanto,
34:56da família Cid
34:57em falar para o Braga Neto,
34:58não estamos comprometendo você,
35:00que não necessariamente
35:00é verdade.
35:02E vamos continuar aqui
35:03analisando,
35:03portanto,
35:04essa decisão
35:05de pedido de prisão
35:05preventiva
35:06do general Braga Neto.
35:08A gente mostrou aí
35:09vários trechos
35:09do relatório,
35:10o que que não tem
35:12na decisão?
35:13Não tem um vídeo
35:15do Braga Neto
35:16interferindo
35:17na investigação,
35:18não tem,
35:19você tem um conjunto
35:20de elementos,
35:21ligação,
35:22que foi feita,
35:23está registrada,
35:24troca de mensagem,
35:24que foi feita,
35:25está registrada,
35:26mas se apagou o conteúdo,
35:28mas você sabe que houve.
35:29No período
35:30em que o Mauro Cid
35:32estava fechando
35:32o acordo de colaboração,
35:34você tem lá
35:35o documento no PL
35:36que mostra
35:37como eles estavam
35:37tentando obter
35:38informações de fato,
35:40você tem uma discussão
35:41ah,
35:42mas ligar para o pai
35:43do colaborador
35:44no período
35:44da colaboração,
35:46isso já significa
35:47automaticamente
35:48uma pressão?
35:50Ou ele tem
35:51alguma lei
35:52que impede
35:52ele de fazer
35:53isso,
35:54etc?
35:55Bom,
35:56aí você tem
35:57um elemento a mais
35:58do lado da Polícia Federal,
36:00que é de fato
36:00que o Mauro Cid
36:01mudou
36:01a sua versão
36:02do depoimento,
36:04antes ele estava
36:04poupando o Braga Neto,
36:06depois ele é mais incisivo
36:07sobre o Braga Neto.
36:09Está muito claro
36:09o que aconteceu
36:10para o Mauro Cid
36:11ficar mais à vontade,
36:13talvez sentir
36:13que o Braga Neto
36:14já foi mais incriminado
36:15pelo restante
36:16da investigação,
36:17etc.
36:18Não está muito claro
36:19qual foi a motivação
36:20do Mauro Cid
36:21para mudar
36:21esse depoimento.
36:23Então,
36:23às vezes,
36:24eu acho que a PF
36:25coloca todos os elementos
36:27ali no relatório,
36:28formula mal
36:28algumas questões,
36:29mesmo quando há
36:30alguma base
36:32em cima da qual
36:32trabalhar,
36:33em cima da qual
36:34se argumentar,
36:34em cima da qual
36:35se pedir uma prisão
36:36que eventualmente
36:36pode ser negada
36:37pela autoridade judicial.
36:40Então,
36:41há momentos
36:41em que a PF
36:42se expressa bem
36:42e outros momentos
36:43em que a PF
36:43se expressa mal.
36:45Então,
36:45assim,
36:45você tem,
36:46de fato,
36:47o general Braga Neto
36:48ligando para o pai
36:49do Mauro Cid.
36:49Ele deveria fazer isso.
36:51Vamos esquecer
36:51a esfera penal.
36:53Vamos fazer uma outra análise
36:54aqui,
36:54moral,
36:55política,
36:55etc.
36:56Você está lá
36:57investigado,
36:58você faz parte
37:02do grupo político
37:03de alguém
37:04que fechou
37:04uma colaboração premiada.
37:06Se você procura
37:06o pai
37:07para saber
37:07o que ele está falando,
37:09não dá a impressão
37:10de que você está com medo
37:10do que ele possa falar?
37:12Você é um general,
37:14você é um general
37:14de forças armadas,
37:16armadas,
37:16quer dizer,
37:17você tem um poder,
37:19você tem um poder,
37:20você é associado
37:21a alguém que foi
37:21presidente da república
37:22e você ainda
37:23é um general
37:24de forças armadas.
37:25Você tem um poder
37:26dissuasivo
37:27só se você ficar
37:28fazendo perguntas,
37:29etc.
37:29Você tem.
37:31Uma ligação
37:32de um general
37:33questionando
37:33o que ele está falando aí.
37:34Está falando de mim,
37:36não está,
37:36etc.
37:37Quer dizer,
37:37aquilo que não tem prova,
37:39o teor exato
37:40do que ele falou,
37:42mas especulando
37:44sobre o interesse
37:46que ele manifestava
37:48ter na colaboração premiada.
37:51Isso não gera
37:52um constrangimento
37:54que a PF está dizendo,
37:55olha,
37:56nós temos aqui
37:56uma mudança
37:58de comportamento
37:59que indica
38:00que houve
38:01esse constrangimento
38:02durante um bom período.
38:05Então,
38:06são indícios
38:06para pedir isso.
38:09Você tem
38:10aquela prova
38:11cabal
38:11que acaba
38:12com qualquer discussão,
38:13olha,
38:14fulano está ali
38:14sendo filmado
38:15jogando uma prova
38:17na fogueira,
38:18você não tem.
38:19Mas você tem
38:19indícios
38:20de que um tipo
38:22de constrangimento,
38:23um tipo de pressão
38:24estava sendo feita.
38:25Indícios,
38:25não são provas concretas.
38:27Às vezes,
38:27até eu critico
38:28quando falo
38:28indício concreto,
38:29falo indício
38:29é concreto,
38:31os indícios
38:31são ali sinais,
38:32etc.
38:33E a prisão preventiva
38:36muitas vezes
38:36é para que,
38:37ela é feita
38:38para que a investigação
38:40não seja alvo
38:41de uma interferência.
38:43Se você espera
38:43a prova cabal
38:44da interferência,
38:46quer dizer,
38:46o sujeito jogando
38:47uma prova na fogueira,
38:48pronto,
38:48a prova já foi destruída,
38:49a interferência
38:49já foi feita,
38:50a investigação
38:51já foi prejudicada.
38:53Então,
38:53será do ponto
38:54de vista jurídico
38:55que um conjunto
38:56de indícios
38:57já não tenha
38:58uma legitimidade
38:59para que se blinde
39:01a investigação
39:02contra a possibilidade
39:03da interferência
39:05fazendo aqui
39:06o papel
39:06do advogado diabo.
39:08Porque uma vez feita,
39:09acabou a chance.
39:11Então,
39:11a pergunta
39:11que se coloca
39:12é o seguinte,
39:13é mais seguro
39:14para a investigação
39:15diante daquilo
39:16que se sabe
39:16que o Braga Neto
39:18fique preso?
39:19Ora,
39:20se você tem suspeitas
39:21de que está havendo
39:22uma interferência,
39:23de que o telefonema dele
39:24resultou num período
39:27em que o colaborador
39:28não o entregou,
39:29etc.,
39:30você entende,
39:31no lugar da Polícia Federal,
39:32que é mais seguro
39:33que o Braga Neto
39:34fique preso
39:35durante a investigação.
39:36Porque ainda há elementos
39:38a serem descobertos
39:39e isso é colocado
39:39pela PE.
39:40Por exemplo,
39:41a PEF coloca
39:41que ainda não identificou
39:42todos os operacionais
39:44desse grupo
39:45dos kids pretos.
39:46você tem
39:47novos depoimentos
39:48do Marucid
39:48sendo feitos.
39:50Então,
39:50há uma legitimidade
39:52nessa visão
39:52de que o Braga Neto
39:53preso
39:54diante desses indícios,
39:55mesmo que,
39:56repito,
39:57como um pleonasmo,
39:58indiretos,
39:59ele está interferindo
40:00na investigação?
40:02Ora,
40:03sim,
40:04para a visão
40:05da PEF
40:06é mais seguro
40:07para a investigação
40:07que o Braga Neto
40:08fique preso.
40:09mas aí você olha
40:10do outro lado.
40:11Mas há um elemento
40:12concreto
40:13de prova
40:16para privar
40:17alguém de liberdade
40:18nesse momento?
40:20E aí você entra
40:21nessa margem,
40:23nesse terreno
40:24de uma certa subjetividade.
40:25Sabe jogo de futebol
40:26que tem uma falta ali?
40:28Você pode dar o cartão amarelo
40:29ou pode dar o vermelho.
40:31Tem gente que acha
40:31que deve dar o vermelho,
40:32tem gente que acha
40:32que deve dar só o amarelo.
40:34Ou aquele pênalti
40:34podia ser marcado?
40:35Podia,
40:36mas também não podia.
40:37Tem uma margem
40:38de subjetividade
40:40e interpretação
40:41que me parece
40:44existir um pouco
40:45nesse caso.
40:47E aí,
40:48o que que
40:48depõe contra
40:50a Polícia Federal
40:51e o Supremo Tribunal Federal
40:52aí representado
40:53na figura do Moraes
40:54que autorizou
40:55essa prisão?
40:56O que depõe
40:57é o duplo padrão.
41:00Não exatamente
41:02o caso
41:02desses investigadores
41:04da PEF,
41:04e nem da Polícia Federal
41:06como um todo.
41:07Se a gente
41:07tratá-la como algo
41:09estanque e permanente.
41:11Mas,
41:11em relação ao Moraes,
41:12em relação ao Supremo Tribunal Federal,
41:14a gente tem que lembrar
41:14que essa turma
41:16demonizou as prisões
41:17preventivas
41:18tocadas no âmbito
41:19da Lava Jato.
41:21E eu estava lá
41:22muitas vezes
41:23falando,
41:24olha,
41:24há elementos
41:25para prender
41:26preventivamente
41:27fulano,
41:28porque a prisão
41:28é preventiva.
41:30Ela é para se
41:31prevenir
41:31contra a interferência
41:33na investigação.
41:34E aí você tinha
41:35empresários bilionários,
41:36que já tinham
41:37alguns indícios
41:38ali de tentativa
41:39de destruição
41:39de prova,
41:40mesmo quando não havia
41:41uma prova
41:42concreta
41:43da destruição.
41:44E o que
41:45que eles faziam
41:46naquela ocasião?
41:47Ah,
41:47não pode,
41:48isso é um absurdo,
41:48isso é uma perseguição
41:49política,
41:50não pode estender
41:50a prisão preventiva,
41:51não pode fazer
41:52colaboração
41:53com quem está preso.
41:54Tudo isso
41:55eles estão jogando
41:55no lixo.
41:58Mas fui eu
41:58que mudei de posição?
41:59Não.
42:00Eles é que estão mudando.
42:01Supremo Tribunal Federal,
42:02pelo menos na figura
42:03do Alexandre de Moraes,
42:04que lá atrás
42:06eram contra a prisão
42:08preventiva,
42:08arranjava tudo
42:09o que é alegação,
42:10aí agora
42:11que você tem
42:12uma prisão preventiva
42:13baseada em elementos
42:14que são indiretos,
42:15que você tem que combinar
42:17e tal,
42:17etc,
42:19eles ficam
42:19sem credibilidade
42:21para decretar
42:22uma medida gravosa
42:23como botar
42:24um general
42:24na cadeia.
42:26Então isso
42:26acaba facilitando
42:27evidentemente
42:28uma narrativa
42:29de perseguição
42:29política.
42:31Duda Teixeira.
42:31Bom,
42:33acho que o
42:33Braga Neto
42:34ele realmente
42:35errou
42:35ao fazer
42:37esses telefonemas
42:38para os pais
42:39do Mauro Cid.
42:42A gente
42:42não tem...
42:43Ele deu margem
42:43para tudo isso
42:44com essa burrice,
42:45mesmo do ponto de vista
42:46de um investigado.
42:48Exato.
42:49E a gente vai
42:50sair para o intervalo.
42:51A gente vai sair
42:51para o intervalo
42:52e a gente volta
42:52continuando a analisar
42:53esse caso complexo.
42:54Até já.
42:55Vamos lá.
42:55Salve, salve!
43:00É...
43:01Dá trabalho.
43:02Dá trabalho
43:03expor casos complexos,
43:05expor todos os elementos
43:07em jogo,
43:07mas aos poucos
43:08a gente vai mostrando
43:09aqui como é
43:10que a gente faz
43:11esse jornalismo.
43:13É expondo
43:13todos os elementos,
43:14refletindo em cima deles,
43:17analisando se há coerência
43:18das autoridades públicas.
43:20A Polícia Federal,
43:21só para registrar,
43:23ela foi incisiva
43:24ali contra os políticos
43:25na época da Lava Jato.
43:26Há núcleos, evidentemente,
43:28há diferença entre agentes federais.
43:30Agora,
43:31o Supremo Tribunal Federal,
43:33ele perdeu
43:35muita credibilidade
43:36com aquela demonização toda
43:37e agora precisava
43:39dessa credibilidade
43:40para tornar
43:41mais legítimo
43:44aos olhos
43:44da população,
43:46principalmente
43:46um segmento
43:47mais à direita,
43:48certas medidas
43:49que são baseadas
43:50em indícios,
43:51que não são baseadas
43:52em algo
43:53tão
43:54concreto
43:55de uma maneira
43:56simples e direta
43:58que qualquer leigo
43:59entende.
44:00Vamos voltar
44:00a esse assunto
44:01no próximo bloco.
44:02Antônio Nogueira,
44:03o pior é o seguinte,
44:04um delator que muda
44:05a versão é,
44:05por óbvio,
44:06pouco crível.
44:07Zilda Lúcia,
44:09like, like.
44:10Regina Maura,
44:11o cara está preso
44:11com geladeira,
44:12televisão,
44:12ar-condicionado
44:13na maior mordomia.
44:14Esse é o Braga Neto,
44:15tá?
44:16Aqui ela está se referindo.
44:18João Flávio J,
44:19prisão é último recurso,
44:20estão extrapolando.
44:21só registrar
44:25que se trata
44:25de prisão preventiva
44:26que pode ser
44:27inclusive revogada.
44:29Vai haver
44:30alegações de defesa,
44:31etc.
44:32Quer dizer,
44:32não é a execução
44:33da pena ainda.
44:35É um receio
44:37da Polícia Federal
44:38de que a investigação
44:40seja prejudicada
44:41com a liberdade
44:42do investigado.
44:44Então,
44:44se cumprem
44:45todas as etapas
44:45da investigação,
44:46uma vez que se der
44:47por encerrada mesmo,
44:48finalmente,
44:49o sujeito pode ser solto
44:50para responder em liberdade.
44:52Expondo aqui
44:53todos os elementos
44:53envolvendo a prisão
44:54preventiva do Braga Neto,
44:56gerando reflexão
44:57entre os nossos espectadores.
44:59Tem muita gente
44:59que acha que devia prender,
45:01tem gente que acha
45:01que não deve prender.
45:03A gente está mais preocupado
45:04aqui em organizar
45:05esse debate,
45:05trazer os elementos,
45:06mostrar
45:07que há um conjunto
45:10de indícios
45:11e a PF,
45:11diante daquele conjunto,
45:12pediu a prisão preventiva.
45:14O Alexandre de Moraes
45:14achou que havia
45:16indícios suficientes.
45:17em relação
45:18às prisões preventivas
45:19na Lava Jato,
45:21havia uma demonização
45:22quando elas eram
45:23tomadas
45:24com um conjunto
45:26de indícios
45:27que não é conveniente
45:29para a classe política,
45:31etc.
45:31Então,
45:32se demoniza.
45:33Agora,
45:33se busca a legitimidade
45:35diante de um conjunto
45:35de indícios,
45:36sem aquele vídeo
45:37de uma prova cabal,
45:38etc.
45:39Aí fica mais difícil
45:40no debate público.
45:41Agora,
45:42isso quer dizer
45:42que na esfera penal
45:43não haja,
45:45vamos dizer assim,
45:46elementos
45:46para que algumas pessoas
45:48possam defender isso?
45:49Não.
45:50Há elementos
45:50para que pessoas
45:52argumentem
45:53a favor disso.
45:54E há elementos
45:55para que as pessoas
45:55argumentem contra.
45:57Aí cada um
45:58vai ter que formar
45:58o seu juízo
45:59e a gente está buscando
46:01aqui simplesmente
46:01fazer com que as pessoas
46:03formem esse juízo
46:04e esses argumentos
46:05com base nos fatos,
46:07com base naquilo
46:08que está no relatório,
46:08Duda.
46:09Eu estou curioso
46:10para ver aí
46:10depois do chat
46:11se as pessoas
46:12concordam ou não
46:13com a prisão preventiva.
46:14Eu às vezes concordo,
46:16às vezes eu discordo,
46:17cada hora vem um...
46:19Mas voltando
46:20àquilo que eu estava falando...
46:21É porque mais importante
46:22do que sim ou não,
46:23do que concordar
46:24ou discordar,
46:24é entender
46:25o que está acontecendo.
46:27E a gente aqui
46:28tem uma preocupação
46:30e é por isso que
46:31primeiro a gente
46:32procura entender tudo
46:33porque a gente tem
46:33uma preocupação
46:34em manter a coerência,
46:34manter o princípio.
46:36Então assim,
46:37o princípio que é usado
46:38nesse caso
46:38tem que ser um princípio
46:39que vale para todos os casos.
46:41Quer dizer,
46:42a gente só vai autorizar
46:43a prisão preventiva
46:44quando houver
46:45uma prova cabal
46:46de interferência
46:47numa investigação,
46:48bom,
46:49aí a interferência
46:49já aconteceu.
46:50Ela não foi mais
46:51preventiva
46:53no sentido amplo
46:54de prevenir
46:54contra qualquer interferência.
46:56Já aconteceu uma,
46:56pelo menos.
46:57Pode acontecer outras?
46:58Pode.
46:58É melhor prender
46:59depois da primeira?
47:00É.
47:01Mas não é melhor
47:02que a investigação
47:04seja blindada
47:05antes da primeira interferência
47:08quando há um conjunto
47:09de indícios
47:09que pode levar a ela?
47:11É.
47:11Mas aí entra
47:13a questão
47:13qual é o conjunto
47:14de indícios
47:15que é suficiente
47:16para convencer
47:17fulano,
47:18beltrano,
47:18a sociedade,
47:19o poder judiciário,
47:20etc.
47:21Aí a gente entra
47:22na especificidade
47:23do caso
47:24e é o que a gente
47:25está analisando aqui.
47:25Diga,
47:25exato.
47:26Bom,
47:26o Braga Neto
47:28quando faz aquela ligação
47:29para os pais do Mauro Cid,
47:30então ele dá margem
47:32para tudo o que está acontecendo
47:34para essas acusações
47:35de agora.
47:37O que a gente tem
47:38de concreto
47:39é que ele realmente pediu
47:41as informações
47:42sobre o conteúdo
47:43da delação,
47:43a gente não tem ali
47:45uma evidência dele
47:46controlando
47:48as informações
47:49que seriam passadas
47:50para a investigação,
47:51mas é razoável
47:53até deduzir
47:54que ele estava
47:55fazendo a ligação
47:56para os pais
47:57do Mauro Cid,
47:58não só porque ele estava
47:59preocupado ali
48:00com o Mauro Cid,
48:01mas porque ele estava
48:03pensando em se proteger
48:05e aí realmente
48:07o simples fato
48:08de ter telefonado
48:10também é claramente
48:12exercendo ali
48:13uma certa pressão,
48:15se o pai depois
48:15conversou com o filho
48:16e ele falou,
48:17olha,
48:17o Braga Neto
48:18me ligou.
48:19E aí o Braga Neto
48:21sim,
48:21mantém
48:22e mesmo hoje
48:23ainda mantém
48:24uma influência
48:25muito grande
48:26no Exército,
48:27nesses militares
48:29todos,
48:29em todos esses
48:30tenentes coronéis
48:32que em algum momento
48:33ele se chamava
48:34de rataria,
48:35ele mantinha...
48:37Que é uma turma
48:37aloprada,
48:38é uma turma barra pesada,
48:40como a gente viu
48:41pelas mensagens
48:41trocadas entre eles,
48:43pelos documentos
48:44que foram encontrados
48:45pela Polícia Federal,
48:46quer dizer,
48:47o Mauro Cid,
48:48ele fazia contato
48:50com essas pessoas,
48:52ele tinha
48:52alguma dimensão
48:54de com que tipo
48:55de gente
48:55que ele estava lidando.
48:57Então, assim,
48:57um telefonema,
48:58eu repito,
48:59o Braga Neto
49:00não é algo
49:02a ser tratado
49:04com uma naturalidade
49:05total
49:06quando é um telefonema
49:07para o pai
49:07do colaborador.
49:09Quer dizer,
49:10o sujeito,
49:11ele não deveria
49:13ter feito isso
49:13do ponto de vista moral,
49:15do ponto de vista político,
49:16etc.
49:17Deu margem,
49:18evidentemente,
49:19para que a Polícia Federal
49:20interpretasse o conjunto
49:21de indícios
49:22da maneira que interpretou.
49:23Então,
49:24existe aí
49:25um avanço,
49:26um avanço de sinal.
49:28Quando,
49:28no caso do Ronaldo Caiado,
49:30por exemplo,
49:30que a gente analisou aqui
49:31outro dia,
49:32que foi declarado
49:33inelegível por oito anos,
49:34ainda cabe recurso
49:35ao TSE,
49:35mas pelo TRE de Goiás,
49:38eu falei aqui
49:38a mesma coisa.
49:39Foi burro
49:40de fazer uma reunião
49:41com vereadores,
49:43mesmo da base aliada,
49:44no Palácio das Esmeraldas,
49:46que é a sede ali
49:47em Goiás,
49:49para tratar
49:50de questões
49:50político-eleitorais
49:52durante o período eleitoral.
49:53A margem
49:54que ele deu
49:55para ser acusado
49:56de uso
49:57da estrutura pública,
49:58para ser acusado
49:59de fazer pedido
50:00de voto,
50:01mesmo que não fosse
50:01explícito,
50:02que fosse uma orientação
50:03para os vereadores
50:03para falarem
50:04para os eleitores
50:05de uma maneira
50:06indireta também
50:07e tal.
50:08Essas coisas
50:08não são para ser feitas,
50:10porque elas vão
50:11dar margem
50:11à confusão
50:12e aí qualquer elemento
50:13que pareça algo mais
50:14vai ser utilizado
50:15para uma punição.
50:17Então,
50:17foi o que aconteceu
50:17com o Caiado,
50:18foi o que aconteceu
50:18com o Braga Neto,
50:19em casos
50:19completamente diferentes.
50:21Não estou
50:21acusando o Caiado
50:23de vínculo com o Trano,
50:24nada disso.
50:24é simplesmente
50:26que às vezes
50:27as pessoas
50:28acabam se colocando
50:29numa posição
50:30em que não deveriam
50:31se colocar
50:31em primeiro lugar.
50:33A gente pode analisar
50:34depois e falar assim,
50:34ah, mas não tem
50:35uma prova cabal,
50:36etc.
50:37Pode,
50:37mas só está sendo
50:38discutido o caso
50:39porque houve.
50:40Houve a reunião lá,
50:42houve a ligação
50:43e a troca de mensagens
50:44aqui.
50:46Vamos continuar,
50:46Lula Teixeira?
50:47Diga.
50:48É nessa mais uma pauta?
50:49Não, pode falar.
50:50Tem repercussão ainda,
50:52Bolsonaro, etc.
50:53Mas fica à vontade,
50:54vamos fazer análise,
50:54é interessante.
50:55Eu acho que tem
50:56um outro ponto
50:56que eu escutei
50:57o resto da imprensa,
50:59estava lendo também
51:00artigos e tem
51:01uma parte majoritária
51:03da imprensa,
51:04vem essa ordem
51:05de prisão preventiva,
51:07está super apoiando,
51:08é isso mesmo,
51:09tem que prender.
51:10E olha,
51:11o pessoal da Polícia Federal
51:12não dá ponto sem nó,
51:14eles só fazem isso
51:15quando eles têm
51:16absoluta certeza,
51:17são extremamente competentes.
51:18Imagina se fosse o Lula
51:20na época do Petrolão,
51:21alvo de prisão preventiva
51:22baseada em conjunto
51:23de indícios,
51:25com elementos indiretos,
51:27imagina se iam estar
51:28falando a mesma coisa.
51:28Pois é.
51:29Mas é claro que são
51:30situações diferentes,
51:31mas a gente busca aqui
51:33manter os mesmos princípios.
51:35Então, repito,
51:36a gente é rigoroso,
51:37a gente entende que
51:38há conjuntos de indícios
51:40que legitimam,
51:41a gente pode discutir esse,
51:42será que esse é suficiente?
51:44Talvez valhem,
51:45inclusive,
51:45novos esclarecimentos
51:46da Polícia Federal,
51:47outros trechos
51:48dos depoimentos,
51:50eles confessaram
51:51que tinham medo
51:51do Braga Neto,
51:52o Braga Neto
51:53vai poder acusar
51:54o delator
51:55de mudar de versão
51:56conforme a conveniência,
51:57quer dizer,
51:57talvez faltem
51:58outros elementos aí
52:00para a gente tirar
52:00uma conclusão
52:01mais categórica.
52:03Diga.
52:03Felipe,
52:04e aí só vale lembrar
52:05que a PF
52:06já errou
52:07em prisão preventiva,
52:09que é o caso
52:09do Felipe Martins,
52:11o sujeito ficou
52:12seis meses preso,
52:14a PF disse assim,
52:15ele tinha viajado
52:17para os Estados Unidos
52:18em dezembro de 2022
52:20junto com o Bolsonaro
52:22para escapar ali
52:23de qualquer coisa,
52:24no fim ele não
52:25tinha viajado,
52:26ele tinha ficado
52:27aqui no Brasil,
52:28depois ele mesmo
52:29precisou provar
52:30que ele tinha ficado
52:31aqui no Brasil,
52:32tinha até postagem
52:33dele nas redes sociais,
52:35e seis meses depois
52:36ele foi solto.
52:37A PF errou,
52:39agora é o seguinte,
52:41errou,
52:41mas não consertou o erro,
52:42porque o cara ficou
52:43seis meses preso
52:45sob uma acusação falsa
52:47de que ele estava
52:48primeiro fugido do Brasil
52:50e depois tentado
52:51fingir do que tinha
52:53fugido do Brasil.
52:54Então, às vezes,
52:56tem esses erros sim.
52:58Muito bem,
52:58vamos agora às reações
52:59à prisão de Braga Neto,
53:00e aí Bolsonaro afirmou
53:01em suas redes sociais
53:02no sábado 14
53:03o seguinte,
53:04abro aspas,
53:04a prisão do general.
53:07Há mais de dez dias
53:08o inquérito foi concluído
53:09pela PF,
53:10indiciando 37 pessoas
53:11e encaminhado
53:12ao Ministério Público.
53:14Como alguém hoje
53:15pode ser preso
53:15por obstruir investigações
53:16já concluídas?
53:17Jair Bolsonaro.
53:18Mandou essa aí,
53:20gerou um monte
53:20de compartilhamentos,
53:22etc.
53:22Agora,
53:24a investigação
53:25de fato não acabou,
53:26tanto que
53:26depois dos 37 indiciados,
53:30vieram mais três indiciados.
53:32E a própria PF
53:32nessa solicitação de prisão
53:34aponta
53:34que algumas pessoas
53:36ainda não foram
53:37identificadas
53:38e aponta
53:39os novos depoimentos,
53:40tanto do Mauro Cid
53:41quanto do pai
53:43do Mauro Cid.
53:44Então,
53:44houve ali um relatório final
53:45sobre aquele caso específico
53:47da trama golpista
53:48que gerou os 37 indiciamentos.
53:52No entanto,
53:52há novos elementos
53:53que surgem
53:54e a PF
53:55continua investigando.
53:56Pelo menos,
53:57é isso que a PF
53:57está alegando.
53:59É isso que a PF
53:59está apontando.
54:01Então,
54:01o Bolsonaro
54:01não está nem aí
54:02se a PF
54:03incluiu já
54:04a resposta
54:05para a pergunta
54:06dele
54:07na decisão
54:08porque ele sabe
54:08que a maioria
54:09dos seguidores dele
54:10não vai ler
54:10a decisão.
54:12Então,
54:12me parece,
54:13Duda Teixeira,
54:14que embora seja
54:14uma alegação forte
54:16que no começo
54:16cause uma estranheza,
54:19ela é mais
54:21uma forma
54:22de você botar
54:23o público
54:23contra a Polícia Federal
54:25do que uma refutação técnica
54:26daquilo que a PF
54:27está colocando.
54:28repito,
54:30a defesa
54:30pode alegar
54:31ah,
54:31peraí,
54:32houve uma tentativa
54:32porque seria isso,
54:34né?
54:34Seria assim,
54:35houve então
54:36uma tentativa
54:37forçada da PF
54:38de prorrogar
54:39a investigação
54:40com vistas
54:40a prender
54:41preventivamente
54:42pessoas
54:43por razões políticas,
54:44etc.
54:45Bom,
54:46aí vai ser
54:46preciso provar
54:48que a PF
54:48prorrogou
54:49de uma maneira
54:49forçada
54:50essa investigação,
54:52mas que a investigação
54:52está acontecendo.
54:54Dado que
54:54novos depoimentos
54:55foram coletados
54:56agora 5 e 6 de dezembro,
54:59além do final de novembro,
55:00isso está acontecendo.
55:02Sim,
55:02agora as investigações
55:04uma hora tem que acabar,
55:05né?
55:06Uma hora tem que acabar.
55:07Não pode ser igual
55:07o inquérito das fake news.
55:08Exato,
55:09esse é um problema
55:10que a gente está vendo agora,
55:11porque a investigação
55:12chega ali,
55:14faz um indiciamento,
55:15manda para a PGR,
55:16mas aí eles pegam
55:17e trazem um fato novo
55:19e continua,
55:20e aí meio que
55:21o sujeito
55:21pode ser preso
55:22preventivamente
55:23de uma investigação
55:25que nunca acaba,
55:26né?
55:26Aí você fala,
55:27puxa,
55:27se as investigações
55:28nunca acabam,
55:29então outras pessoas
55:30vão ser presas
55:31preventivamente também,
55:32né?
55:33Quer dizer,
55:33fica uma sensação
55:35meio que de
55:36qualquer um
55:39pode ser preso
55:41porque são
55:42investigações eternas,
55:43né?
55:44E aí eu acho
55:45que é um erro
55:46que está na origem
55:47desse inquérito, né?
55:48O inquérito começou
55:49errado
55:49e está sendo
55:51prorrogado
55:52e não só
55:53prorrogado
55:54como são
55:54oito
55:55os inquéritos
55:56todos agora
55:57meio que se juntam
55:58a esse daí
55:59e aí
56:00eu acho que assim,
56:02tá bom,
56:02a investigação
56:03continua,
56:04mas puxa,
56:04era para estar
56:05continuando, né?
56:08Eu acho
56:09que uma hora
56:09dá a sensação
56:11de que eles
56:12não conseguiram
56:13ainda todas
56:13as provas
56:14que queriam
56:14e aí meio que
56:15estão sempre reabrindo
56:17e prorrogando
56:17para ver se
56:18em algum momento
56:19agora eles estão
56:19pegando o celular,
56:22o computador
56:22do Braga Neto
56:23para ver se eles
56:23conseguem em algum momento
56:24ter evidência suficiente
56:26para fazer o que eles
56:27querem,
56:28que pode ser aí
56:29algum envolvimento
56:30maior do Bolsonaro.
56:31É,
56:32acho que falta
56:33aquilo que eu estava
56:34falando,
56:35a PF nem sempre
56:36argumenta bem,
56:37está faltando esclarecer
56:38aí alguns pontos,
56:40inclusive sobre a
56:40prorrogação da
56:41investigação,
56:42quer dizer,
56:43o que exatamente
56:43motivou um novo
56:45depoimento do
56:46Mauro Cid?
56:47Eu entendo
56:48que você faz
56:49uma investigação,
56:50você indicia
56:51um monte de gente,
56:52de repente
56:53aparece um novo
56:54elemento,
56:55cai ali
56:57uma informação
56:59sobre alguém,
57:00etc,
57:00de onde você puxa
57:01e acaba descobrindo
57:02que há outros cúmplices
57:03ou que alguém
57:04que tinha uma participação
57:05sobre a qual
57:06residia menos provas,
57:08há mais provas,
57:09era um papel de destaque,
57:10não era um papel
57:10coadjuvante,
57:11acho que a investigação
57:12tem que continuar
57:13quando os fatos
57:14impõem isso.
57:15mas o que aconteceu
57:17exatamente
57:18para que houvesse
57:20esse desdobramento
57:21depois da lista
57:22dos 37?
57:23O Mauro Cid,
57:24ele teve essa iniciativa
57:26porque pelo relatório
57:29da PF
57:29não ficou muito claro,
57:30ele teve do nada,
57:32ele pediu
57:32para fazer um complemento,
57:34ele lembrou
57:35de algo
57:35que ele não lembrava
57:36antes,
57:37eu acho que tem
57:38que se levar
57:38em consideração
57:39muita coisa
57:39que o colaborador
57:40disse,
57:40o colaborador
57:41pensou,
57:42ah,
57:42peraí,
57:43tinha um elemento
57:44aqui que eu não contei,
57:45melhor eu contar,
57:45porque senão depois
57:46inclusive eles descobrem
57:47e aí me acusam
57:48de ter omitido,
57:49tem que ouvir de novo
57:51o colaborador,
57:52mas enfim,
57:54repito,
57:55há elementos aí
57:56que não estão
57:57tão bem explicados
57:58e se tivessem
57:59explicados
58:01de uma maneira melhor,
58:03poderiam estar gerando
58:04menos fumaça,
58:05menos debate,
58:05acalorado
58:06no espaço público
58:08brasileiro.
58:09Muito bem,
58:10então o Bolsonaro
58:11falou isso
58:12e o senador Hamilton
58:12Mourão do Republicanos
58:13que foi vice
58:14do Bolsonaro
58:15também se pronunciou,
58:16abro aspas,
58:17o general Braga Neto
58:17não representa
58:18nenhum risco
58:19para a ordem pública
58:19e sua prisão,
58:20nada mais é do que
58:21uma nova página
58:21no atropelo
58:22das normas legais
58:23a que o Brasil
58:24está submetido,
58:25fecho aspas.
58:27Questionado pelo Globo
58:27sobre a participação
58:28de militares
58:29na trama investigada
58:30pela PF,
58:30o general Mourão
58:31respondeu,
58:31aspas,
58:32é uma conspiração
58:33bem tabajara,
58:34conversa de WhatsApp,
58:35em tese houve reuniões,
58:36mas não levaram
58:37a nenhuma ação,
58:38na linguagem militar
58:39nós definimos
58:39como ações táticas
58:40tudo aquilo
58:41que há movimento,
58:42não houve nada disso,
58:43houve pensamento,
58:44não passou disso,
58:45fecho aspas.
58:46Bom,
58:47não dá para dizer
58:48que não passou
58:48de pensamento,
58:49eles se organizaram,
58:51eles distribuíram tarefas,
58:52houve compras
58:53de equipamentos,
58:55houve presença
58:55em locais próximos
58:57aonde estava
58:57o Alexandre de Moraes,
58:59comunicações
58:59sobre o monitoramento,
59:01houve formulação
59:03de documentos
59:04como minutas,
59:06golpe de Estado
59:08travestido
59:08de instrumento jurídico,
59:10seja Estado de defesa,
59:11de sítio,
59:11artigo 142
59:12ou intervenção militar.
59:13Você teve também
59:16a consulta do Bolsonaro
59:17aos chefes
59:18das Forças Armadas,
59:19então não foi algo
59:19que se limitou
59:20ao pensamento,
59:21essa é uma postura
59:22bastante corporativista
59:23do general
59:25Hamilton Mourão,
59:26do DTG.
59:26É, e parece que ele,
59:28chamam ele para comentar
59:30a questão da prisão preventiva
59:31e ele vai lá
59:32na questão do mérito,
59:33se teve ou não
59:33golpe de Estado,
59:35e aí realmente
59:36o Bolsonaro
59:37não é só que ele consulta
59:38os chefes
59:38das Forças Armadas,
59:39quase que ali
59:40uma pressão
59:41para que eles fizessem
59:42realmente
59:42alguma ação
59:44no final de 2022.
59:45Música
59:45Música
59:46Música
59:47Música

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