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A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira, 11, uma nova fase da Operação Última Milha, contra uma rede de monitoramento ilegal supostamente operada pela Abin durante o governo Bolsonaro. A ação da PF mirou ex-servidores da agência e influenciadores ligados ao chamado “gabinete do ódio”.
Agentes foram às ruas para cumprir 5 mandados de prisão preventiva e 7 de busca e apreensão em Brasília, Curitiba, Juiz de Fora, Salvador e São Paulo.
Os alvos foram: Mateus de Carvalho Spósito, Richards Pozzer, Marcelo Araújo Bormevet e Giancarlo Gomes Rodrigues, Rogério Beraldo de Almeida --- contra os quais houve ordem de prisão e de busca;
Também estão na lista José Matheus Sales Gomes e Daniel Ribeiro Lemos, alvos somente de mandados de busca.
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Agentes foram às ruas para cumprir 5 mandados de prisão preventiva e 7 de busca e apreensão em Brasília, Curitiba, Juiz de Fora, Salvador e São Paulo.
Os alvos foram: Mateus de Carvalho Spósito, Richards Pozzer, Marcelo Araújo Bormevet e Giancarlo Gomes Rodrigues, Rogério Beraldo de Almeida --- contra os quais houve ordem de prisão e de busca;
Também estão na lista José Matheus Sales Gomes e Daniel Ribeiro Lemos, alvos somente de mandados de busca.
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NotíciasTranscrição
00:00A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira uma nova fase da Operação Última Milha
00:04contra uma rede de monitoramento ilegal supostamente operada pela ABIN
00:09durante o governo Bolsonaro, a Agência Brasileira de Inteligência.
00:14A ação da PF mira ex-servidores da agência e influenciadores ligados ao chamado gabinete do ódio.
00:21Aliás, essa expressão foi cunhada por jornais.
00:24Tem gente que associa até a minha matéria de capa da Cruzoec.
00:27Que nós vamos lembrar aqui que foi de outubro de 2019, mas ela aprofundou diversos elementos
00:33sem ter criado essa expressão que já era anterior.
00:37Aliás, vem dos próprios bastidores de Brasília.
00:40A gente foram às ruas para cumprir cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão
00:45em Brasília, Curitiba, Juiz de Fora, Salvador e São Paulo.
00:49Os alvos são Mateus de Carvalho Espósito, Richard Sposer, Marcelo Araújo Bormevê,
00:57tem um T mudo, me parece, no final, não sei se se pronuncia, e Giancarlo Gomes Rodrigues,
01:04além de Rogério Beraldo de Almeida, contra os quais houve ordem de prisão e de busca.
01:09Também estão na lista José Mateus Salles Gomes e Daniel Ribeiro Lemos, alvos somente
01:14de mandados de busca.
01:15Segundo a APF, prestem atenção agora em exemplos específicos.
01:19O sargento Giancarlo Gomes Rodrigues, cedido a ABIN durante a gestão de Alexandre Ramagem,
01:27usava recursos da agência para alimentar perfis cooptados nas redes sociais, que espalhavam
01:34desinformação contra alvos do bolsonarismo.
01:37E esses perfis marcavam, como a gente diz no jargão de rede social, o Carlos Bolsonaro,
01:44conhecido como Carluxo.
01:46Então, o uso da estrutura do Estado só agrava o que a mensagem que nós vamos colocar na tela
01:53ilustra.
01:53A manipulação bolsonarista do debate público, o que eu apontei desde o primeiro ano do governo
02:01Bolsonaro, obviamente quando estavam no poder, a gente já fazia toda a vigilância há muito
02:07tempo, mas o uso da estrutura para essa manipulação já era apontado na raiz.
02:14E esse caso está revelando que ainda foi feito de uma maneira pior.
02:18Cadê a mensagem, produção, para a gente colocar?
02:19Está aí, segue o perfil do maluco que eu estou alimentando, Richard Sposer, mas usa
02:27uma conta fake, não segue com a sua não.
02:30Tudo que eu estou passando ele publica, acabou de publicar mais uma.
02:35E aí o interlocutor responde e está marcando o CB, Carlos Bolsonaro, segundo a PF, em todas.
02:42Aliás, esse Richard Sposer também está aí listado no inquérito, quer dizer, é uma
02:48pessoa real que aparentemente foi cooptada e para servir de disseminador de desinformação
02:57ou de ataques a rivais, políticos, qualquer pessoa que contrariasse os interesses do bolsonarismo
03:03sendo alimentado por um policial que estava servindo na ABIN sob comando do Alexandre Ramagem.
03:12Duda, olha só essa frase que ele coloca ali, mas usa uma conta fake, não segue com a sua não.
03:19Quer dizer, ele está apontando, olha, eu estou alimentando aqui, e a PF diz que é com dados
03:25obtidos pelas ferramentas de pesquisa e recursos da ABIN, que não deveriam ser usados por esse propósito.
03:31Estou alimentando aqui um perfil e segue lá, mas usa uma conta fake.
03:37Quer dizer, você tem uma pessoa que está alimentando um outro perfil para divulgar uma desinformação
03:42sem se expor e sem expor a origem de eventual dado que está sendo usado.
03:47E ainda está recomendando a outra que também não se exponha, que use uma conta fake para seguir.
03:52Quer dizer, tem toda uma preocupação de não deixar rastro, de você criar um distanciamento
03:57entre aquelas pessoas diretamente envolvidas com o governo Bolsonaro e a máquina pública
04:01e aqueles que estão fazendo a propaganda do regime nas redes sociais.
04:06Totalmente irregular.
04:09Nas redes sociais é muito importante isso, de você ter várias contas repercutindo aquele conteúdo
04:14para ele ganhar mais visibilidade, ser mais acessado por mais gente.
04:20Então, isso é o que eles estavam fazendo aí.
04:23Agora, Felipe, é uma desvirtuação completa do que é a atribuição da ABIN.
04:29Porque a ABIN foi criada, época ainda, do Fernando Henrique, que era para me coletar informação
04:35para ajudar nas decisões do presidente.
04:40É isso.
04:40Então, é uma posição um pouco passiva, você coleta dados e você mostra para o presidente
04:47e fala assim, olha, agora você decide uma política pública ou qualquer outra coisa.
04:52Isso de você ficar alterando, influenciando na discussão pública de maneira artificial,
05:01vai totalmente fora do que é o dever da ABIN.
05:05E ainda pior, porque ainda tinha essa orientação, que é uma orientação política, partidária
05:13ou até ali meio que de proteger a família.
05:15Tem também essa questão familiar aí muito forte, que vai contra os princípios da república.
05:22Você não pode usar nenhuma instituição pública brasileira para um fim pessoal ou familiar.
05:28Isso é um absurdo.
05:29E a Polícia Federal identificou ações clandestinas da ABIN bolsonarista para, abra o aspas,
05:36caçar podres, fecha o aspas, do deputado federal Kim Kataguiri, que ousou criticar Bolsonaro.
05:43Kim Kataguiri, que também é crítico do Lula.
05:47E ele ousou criticar o Bolsonaro e passou a ser, portanto, perseguido de acordo com as confirmações da Polícia Federal.
05:55O policial Marcelo Bormevé deu a determinação, falando em levantar tudo, levantaremos tudo,
06:01até de pessoal de gabinete.
06:03Tem essas expressões ali, entre aspas, nas decisões que foram tomadas, inclusive agora,
06:09sobre a relatoria do Alexandre de Moraes.
06:11E o Jean Carlo, que nós citamos nessa mensagem anterior, respondeu.
06:17Eu vou ter que falar um palavrão, mas é a expressão que ele usou.
06:20O foda é achar.
06:23É até uma resposta que pega bem, e daqui a pouco a gente vai mostrar o vídeo da reação do Kim Kataguiri,
06:29para ele, Kataguiri.
06:31Porque você tem ali a pessoa envolvida em tentar encontrar um podre,
06:36em caçar um podre, para utilizar a expressão que está no relatório,
06:40dizendo que é F achar esse podre.
06:44E o resultado, a gente vê no print de um trecho do relatório da PF,
06:48que eu publiquei mais cedo no X.
06:51O resultado aí dessa conversa.
06:53Olha só o item 207 do relatório.
06:55As ações clandestinas continuaram, em relação aos assessores do deputado federal Kim Kataguiri,
06:59com o devido destaque para a difusão das informações produzidas pela estrutura paralela
07:04em grupos de conversas.
07:06A produção e difusão de desinformação era nos termos declarados pelo policial federal Bormevé.
07:13Abro aspas para ele.
07:16Joga essa porra no grupo.
07:18Servidor de gabinete do deputado Kim Kataguiri,
07:20advolga em causas particulares, sendo pago com dinheiro público.
07:25Fecho aspas.
07:26Quer dizer, joga essa P no grupo.
07:30Mete essa.
07:31Faz isso aí.
07:32Quer dizer, estão caçando podres,
07:34e aí começam a inventar certas narrativas para atacar adversários políticos
07:41e tentar macular a sua imagem, tentando assassinar a sua reputação.
07:46Isso não aconteceu só com políticos,
07:48isso aconteceu com nós, jornalistas independentes,
07:52que ousamos continuar fazendo o trabalho jornalístico,
07:56o dever jornalístico de vigiar o poder, seja ele qual for.
08:00Tem muita gente que acha que porque você vigia os governos do PT,
08:05então você tem que ficar do lado do Bolsonaro contra o PT.
08:09Mas nós ficamos do lado da profissão,
08:11dos princípios morais, dos valores,
08:16vigiando o poder do mesmo jeito.
08:19Alvo Dabim, o deputado Kim Kataguiri,
08:20apontou o caráter autoritário e persecutório do governo Bolsonaro.
08:24Vamos assistir ao vídeo que ele divulgou nessa quinta-feira.
08:26A confirmação de que eu estava sendo investigado pela BIM Paralela,
08:30primeiro, me deixa feliz de saber que eles investigaram minha vida toda
08:33e também dos meus assessores
08:34e não encontraram absolutamente nada que pudessem utilizar contra mim.
08:37E segundo, mostra também o caráter autoritário e persecutório
08:41do governo Bolsonaro, que estava mais preocupado
08:43e perseguiu seus adversários políticos
08:45do que em governar o país,
08:47não à toa, perdeu as eleições e entregou o Brasil de volta para o PT.
08:50Por isso, nós vamos tomar todas as medidas judiciais cabíveis
08:53para responsabilizar todos aqueles que tomaram as ações criminosas
08:57contra mim, contra meus assessores e meu mandato.
09:00Está aí Kim Kataguiri, dizendo, portanto,
09:02que vai tomar as providências judiciais.
09:05Vamos ver se as pessoas envolvidas ainda vão ter que pagar
09:09de uma outra forma para além dessa,
09:12de serem alvos da operação de hoje.
09:14Vamos repetir aqui o que ele falou.
09:16Caráter autoritário e persecutório do governo Bolsonaro,
09:19que estava mais preocupado em perseguir os seus adversários políticos
09:22do que em governar o país.
09:24Não à toa, perdeu as eleições e entregou o Brasil de volta para o PT.
09:29Aliás, o Renan Santos, que é um dos líderes do Movimento Brasil Livre,
09:35o MBL, que é o grupo integrado pelo Kim Kataguiri,
09:39ele também fez uma postagem na rede social
09:42para ironizar justamente a alegação bolsonarista
09:46de que eles são sempre perseguidos, etc.
09:50E aí, mostrando que eram eles, na verdade,
09:53que quando estavam no poder, estavam perseguindo as vozes dissonantes.
09:57Citou, inclusive, o exemplo do humorista, apresentador,
10:01Danilo Gentili, que também foi alvo de diversas iniciativas,
10:05tentaram até censurar o seu filme,
10:09forçar a barra ali para que houvesse um mandato de prisão.
10:14Então, a gente precisa, no debate público,
10:18separar o que é retórica e o que é a conduta prática.
10:23Essa é a nossa função diária no jornalismo.
10:25Muita gente na sociedade ouve a retórica de políticos,
10:30mas não vê as suas condutas.
10:35E cabe a nós mostrar essas condutas.
10:37Se as pessoas quiserem continuar acreditando na retórica,
10:40independentemente da conduta,
10:42aí já é uma escolha de outra ordem.
10:43Duda Teixeira.
10:45Felipe, a lista de alvos é enorme.
10:48Então, você comentou que eram políticos, jornalistas.
10:52Mostra bem que o governo Bolsonaro usou a BIM como um brinquedo
10:56ou como uma arma mesmo, atirando para tudo quanto é lado.
11:01Eu lembro de uma matéria também do jornal O Globo,
11:03que trazia essa história.
11:06O Globo falava do programa, o software que eles usavam,
11:09que era o First Mile.
11:11Acho que é daí que a Polícia Federal tirou essa operação
11:13primeira milha, que era um software.
11:16Exatamente.
11:17E aí você vê ali o registro do software,
11:19contra quem esse software foi usado.
11:23E lembro também...
11:24Serve para localizar, pelos celulares, inclusive, me parece,
11:30a geolocalização, localizar onde estão aquelas pessoas
11:33no momento qualquer.
11:37Então, quer dizer, você imagina o poder que é
11:40você poder monitorar o deslocamento de adversários políticos,
11:44de profissionais da comunicação, de outras autoridades
11:48para fins de propaganda, de demonização
11:51ou de tentar prejudicar essas pessoas de alguma maneira.
11:55Continue.
11:55Felipe, e lembro de uma outra evidência desse uso da BIM,
11:59que foi quando sai a operação Veritatis da Polícia Federal.
12:06Acho que o Alexandre de Moraes, que abre o sigilo,
12:09e a gente tem aquela reunião do Bolsonaro com o Augusto Heleno,
12:14que era o ministro do Gabinete de Segurança Institucional.
12:16E a eleição vai acontecer e o Heleno fala,
12:21olha, eu já falei com o diretor da BIM, acho que era o Vitor,
12:26e a gente vai monitorar os dois lados da eleição.
12:29Então, assim, meio que a gente vai olhar o que está acontecendo dos dois lados.
12:33Então, do lado do Bolsonaro e do lado do Lula, provavelmente.
12:36E aí o Bolsonaro fala assim, não, não, agora isso aí a gente vai falar depois.
12:39O Bolsonaro entende que realmente estava fazendo a coisa incorreta
12:44e fala, Heleno, isso a gente conversa depois na salinha ali escondido.
12:48Foi o não prossiga.
12:50É, não prossiga.
12:51Uma frase que gerou muitas ironias nossas no programa.
12:54A gente até pediu para o nosso grande Robson, sonoplasta,
12:57separar esse trecho para a gente poder usar ironicamente,
13:01porque o general Augusto Heleno estava falando algo absolutamente impróprio,
13:05para dizer o mínimo, e moral, com possibilidade de eventualmente ser enquadrado,
13:11se fosse descoberto aquilo que ele estava falando ou fazendo.
13:14O Bolsonaro percebeu, não prossiga.
13:17Ele não prossiga aqui em público, essa reunião pode estar sendo filmada,
13:20mas depois a gente conversa ali.
13:22Foi o que deu a entender aquela intervenção.
13:25Diga, Doutor.
13:26Isso, se juntar as pecinhas, a gente tem aí uma evidência muito clara
13:31desse uso político da BIM.
13:33Segundo a Polícia Federal, foram monitoradas as seguintes autoridades
13:37do Judiciário e do Legislativo.
13:39Poder Judiciário.
13:40Vamos colocar aí na tela.
13:42Ministros do STF, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luiz Roberto Barroso e Luiz Fux.
13:47Poder Legislativo, deputados Arthur Lira, Kim Kataguiri, citado há pouco,
13:52os ex-deputados Rodrigo Maia, Joss Hasselman e Jean Wyllys.
13:56Senadores, Alessandro Vieira, Omar Aziz, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues.
14:01Fecho aspas.
14:02Ainda, segundo a APF, também foram monitorados membros do Executivo,
14:06como então governador de São Paulo, João Dória, servidores do IBAMA,
14:09auditores da Receita Federal e profissionais da comunicação.
14:14Segundo a APF, quer comentar, Doutor?
14:15Incrível a lista mesmo, né?
14:17Tem de tudo ali, né?
14:17Sobrou para todo mundo.
14:18Estavam brincando mesmo.
14:19Põe aí, vamos ver o que acontece.
14:21Ou se a gente acha algum podre.
14:23Exatamente.
14:24Tem gente ligada ao PT, a Partido Satélites, ao próprio bolsonarismo,
14:31mas que depois passou a criticar o bolsonarismo, a porta-vozes de um lado,
14:37a gente que pode ter atuado em investigação sobre família ou aliados dos bolsonaristas.
14:43Quer dizer, qualquer pessoa que contraria os seus interesses pelos mais variados motivos
14:47e valores, valores aqui no sentido moral, elas se tornavam alvo de alguma forma
14:55e se tentava descobrir alguma coisa para desqualificar essas pessoas.
15:00Segundo a APF, a operação tem em seu embasamento a indicação de que esse fator é muito interessante.
15:07Mas, peraí, antes da gente entrar nessa questão do áudio, olha, aguardem, hein?
15:12Porque vale muito a pena.
15:13Vamos lembrar aqui a capa da Cruzoé, primeiro da minha reportagem,
15:20pela qual eu sou atacado até hoje pelos bolsonaristas,
15:23mas eu estava lá apontando na raiz aquilo que eles já faziam
15:25e que depois vários de seus colegas passaram a fazer de uma maneira muito pior.
15:32Está aí a reportagem sobre os blogueiros de crachá, que na capa tinha esse título, a rede.
15:38Mensagens de WhatsApp revelam como atua a militância virtual bolsonarista.
15:42E está aberta essa reportagem porque mentiram tanto a respeito dela
15:47que eu pedi, a partir do momento que assumi a direção de jornalismo do portal e da revista,
15:51que ela ficasse aberta para o público para que pudessem todos averiguarem
15:55aquilo que foi legitimado, inclusive pela justiça e não pelo STF,
15:59pelos tribunais de primeira, segunda instância, com juízes, desembargadores concursados,
16:03porque eles tentaram me processar em diversas localidades e perderam todos os processos
16:08sem conseguir apontar qualquer tipo de mentira.
16:11Está lá a exposição do uso da máquina pública, militantes de gabinete
16:15que estavam fazendo propaganda e ataque nas redes sociais,
16:18a combinação entre eles, mostra a divisão, inclusive, dentro do governo.
16:22Tem uma série de elementos que não dá para ser reduzido em relação a uma atitude.
16:26Tem, inclusive, menção ao uso de contas fake, como agora mais essa investigação demonstra.
16:33E, claro, a expectativa da militância ou da massa de manobra de um grupo político
16:38é que os jornalistas não façam jornalismo, façam torcido a seu favor,
16:42que não vigiem o poder.
16:44Porque na cabeça deles você tem que ficar do lado do grupo deles,
16:47que seria o grupo do bem, contra o outro lado, que seria o grupo do mal.
16:50Mas o grupo do jornalismo é o grupo que diz a verdade, que vigia o poder, seja ele qual for.
16:54O resto é decisão e escolha de cada indivíduo dessa sociedade,
16:59a partir das informações disponíveis.
17:00A gente tem que fazer circular as informações disponíveis,
17:03mesmo quando o poder não quer que elas circulem.
17:07Então, vamos lembrar também, para mostrar como o Cruzoé apontou na raiz
17:12tudo que a Polícia Federal está concluindo agora,
17:14a matéria de capa de dezembro, 18 de dezembro de 2020, produção.
17:19A BIM do B, pode colocar aí na tela.
17:22Olha só, 2020, hein?
17:24Nós estamos aqui em julho de 2024.
17:28A gente está falando aí de anos que se passaram,
17:33desde que Cruzoé apontou detalhes dessa reunião,
17:37da qual nós vamos falar agora na raiz,
17:40o sistema de informações particulares do Bolsonaro,
17:45os relatórios enviados pelo Alexandre Ramagem
17:48para a defesa do Flávio Bolsonaro,
17:50no caso das rachadinhas e outros detalhes.
17:54Então, voltando aqui ao presente,
17:56segundo a PF, a operação tem em seu embasamento
17:58a indicação de que Alexandre Ramagem
18:00gravou uma reunião realizada com Bolsonaro
18:03para blindar o senador Flávio Bolsonaro.
18:07Registros da corporação apontam que
18:08o encontro ocorreu em 25 de agosto de 2020.
18:13Isso, só para deixar claro, já tinha vindo a público.
18:16Veio a público uma semana antes
18:18dessa matéria de capa da Cruzoé.
18:20O que a Cruzoé fez foi trazer novas informações,
18:24mais detalhamento a respeito dessa reunião
18:26e de outros detalhes,
18:30de outros casos.
18:33Um áudio de 1 hora e 8 minutos
18:36citado pela Polícia Federal
18:38mostra que Bolsonaro trata da blindagem do Flávio
18:41com uma possível advogada do filho,
18:43com o Alexandre Ramagem e o general Augusto Heleno.
18:46Lembrando que o Heleno era o chefe
18:48de gabinete de segurança institucional chamado GSI.
18:51E o Ramagem, nessa reunião,
18:53sugere a instauração de procedimento administrativo,
18:56contra auditores da Receita Federal
18:59para anular a investigação sobre o Flávio
19:02e retirar alguns desses auditores
19:05dos seus respectivos cargos
19:07de acordo com o relatório da PF.
19:10Quer dizer, eles estavam ali arquitetando
19:13o uso do mesmo método do PT,
19:17do mesmo método do Lula.
19:18Quer dizer, o que nós podemos dizer
19:20que os investigadores, no caso os auditores,
19:23porque era no âmbito da Receita,
19:25fizeram de errado e tal.
19:27O que a gente pode alegar?
19:29E estavam lá usando a máquina pública
19:31para definir qual seria esse caminho
19:36para blindar o Flávio em relação
19:39à acusação do Ministério Público do Rio de Janeiro.
19:41Vamos lembrar que o GAEC,
19:42o Grupo Anticorrupção do MP do Rio,
19:44chegou a denunciar o Flávio Bolsonaro,
19:46assim como o Fabrício Queiroz,
19:48como operador, no caso,
19:50pelo esquema de peculato,
19:52na verdade, por organização criminosa,
19:54peculato e lavagem de dinheiro.
19:56Foram três crimes apontados naquela ocasião.
19:59Mas essas ações, como a Polícia Federal
20:01colocou no relatório,
20:04que foram sugeridas pelo Ramagem,
20:05elas foram concretizadas,
20:07elas se concretizaram,
20:08para usar a expressão da PF.
20:10E depois você teve anulação de provas
20:13de quebra de sigilo
20:14no Superior Tribunal de Justiça,
20:15e o Flávio acabou blindado.
20:17Hoje mora lá numa mansão
20:19de seis milhões de reais.
20:21Eu separei no X, antigo Twitter,
20:23notas publicadas por o antagonista
20:25que mostram como a gente acompanhou
20:27esse processo.
20:28Então, em 11 de dezembro de 2020,
20:30estava lá o título,
20:31a BIM fez dois relatórios
20:32para livrar Flávio Bolsonaro.
20:35Eu escrevi na época,
20:37citando a matéria do portal,
20:39é um escândalo gigantesco
20:42que deveria ser investigado imediatamente.
20:44A máquina do Estado
20:46a serviço da impunidade
20:47do filho do presidente da República.
20:49Descaramento total.
20:51Agora vamos à segunda nota
20:52que eu separei,
20:5315 de dezembro de 2020.
20:55Augusto Aras,
20:57PGR indicado pelo Bolsonaro,
21:00Procurador-Geral da República,
21:01diz que faltam provas
21:02de que a BIM ajudou o Flávio Bolsonaro.
21:05Oh, que surpresa.
21:07Eu comentei no X,
21:08ironizando aquela blindagem
21:11pela qual Augusto Aras
21:12acabou famoso até o final do mandato,
21:14do Bolsonaro.
21:16E aí, em 18 de dezembro,
21:17a gente teve a capa da Cruzoé.
21:19Eu que alterei a ordem aqui
21:20porque eu estava ansioso
21:21para mostrar a capa da Cruzoé.
21:23Pode mostrar, mais uma vez,
21:25para mostrar que nosso jornalismo independente
21:26aponta desde a raiz.
21:29Muito bem.
21:31Então, tinha aí o meu tweet também,
21:33anunciando ali a capa da Cruzoé.
21:35Está lá falando dos relatórios clandestinos
21:37enviados ao Flávio
21:38pelo chefe da BIM, o Ramagem.
21:40O Flávio Bolsonaro divulgou um vídeo
21:42nesta quinta-feira
21:43com críticas à operação da PF.
21:45Vamos acompanhar o que ele disse
21:46porque esse programa é muito generoso.
21:48Pode soltar.
21:48O grupo especial de Lula
21:50na Polícia Federal
21:51ataca novamente.
21:53Na ocasião em que
21:54eu fui vítima de criminosos
21:56que acessaram ilegalmente
21:57meus dados sigilosos
21:58na Receita Federal,
22:00eles conseguem transformar isso
22:01em uso da BIM
22:03para me auxiliar de alguma forma.
22:05A própria imprensa, na época,
22:06noticiou.
22:07Receita acessou
22:08indevidamente dados fiscais
22:10de Flávio Bolsonaro
22:12a ponta TCU.
22:14Obviamente, fui vítima
22:15de um crime cometido
22:16por pessoas de dentro
22:17da Receita Federal.
22:19Então, eu peticionei
22:20formalmente junto à Receita
22:22para saber quem tinha feito isso.
22:24E sabe qual foi a resposta?
22:26Indeferido.
22:28Porque se tratava
22:29de informações sigilosas
22:31que eu só poderia ter acesso
22:32mediante decisão judicial.
22:34Aí, eu interpus
22:36um habeasdata
22:37para saber quem acessou
22:38os meus dados sigilosos
22:40porque a Receita Federal
22:41no governo do presidente
22:42Jair Bolsonaro
22:43me negou acesso.
22:45Então, se o presidente
22:46interferisse em alguma coisa,
22:48eu não precisaria
22:49entrar na justiça.
22:51Você concorda?
22:52Bom, até hoje,
22:53eu não tive resposta
22:54do judiciário.
22:56E o que é que eu ouvi dizer?
22:58Então, eu não tenho
22:59nem certeza se aconteceu.
23:01É que foi instaurado
23:02um procedimento administrativo
23:04disciplinar
23:05contra esses criminosos
23:07da Receita
23:08e que uns 10 foram punidos.
23:11Veja só, hein?
23:11Quanta gente acessou
23:12indevidamente
23:13os meus dados.
23:14Parece que
23:15tinha uma força-tarefa
23:16do crime
23:17dentro da Receita
23:18contra mim.
23:20Isso tudo
23:20não tem absolutamente
23:22nada a ver
23:23com a minha defesa jurídica
23:25à época
23:25que dizia respeito
23:27a questões processuais,
23:28nada de mérito
23:29e que foram reconhecidas
23:31pela justiça
23:32e o processo acabou.
23:34Portanto,
23:35nada a ver
23:35com qualquer coisa
23:36da BIM.
23:38Agora,
23:39eu não posso correr
23:39atrás dos meus direitos
23:41de vítima
23:41que eu fui
23:42de criminosos
23:43de dentro da Receita Federal
23:44que isso é usado
23:46contra mim.
23:47Faça-me um favor.
23:48Isso eu não vou aceitar.
23:50Quer dizer,
23:51se você pegar
23:52esse texto
23:53e adaptar,
23:54é como se o Lula
23:55estivesse falando
23:56a respeito das investigações
23:58da Lava Jato.
23:58é o mesmo método,
24:00é o mesmo discurso.
24:02Você fala ali
24:04que os investigadores
24:06cometeram abusos,
24:07etc, etc.
24:09E ele falou ali,
24:10não é questão de mérito,
24:11não é para entrar no mérito.
24:12Ele não entra no mérito
24:13da acusação.
24:15Até numa entrevista
24:16à TV,
24:17ele chegou a falar
24:17que os dados lá
24:18são verdadeiros,
24:19mas não podiam ter feito isso.
24:21Ele indicou isso.
24:23Quer dizer,
24:24a gente viu
24:24a sujeira do gabinete.
24:27A gente viu,
24:27eu li a denúncia completa
24:29do MP do Rio de Janeiro,
24:31mostrando a quantidade
24:32de funcionários fantasmas,
24:33gente que morava em Resende
24:34a horas do Rio de Janeiro,
24:35que tinha outros trabalhos,
24:37mapeamento dos celulares
24:38dos funcionários fantasmas
24:40do gabinete
24:40do Flávio Bolsonaro,
24:42mostrando que
24:42nenhum deles,
24:44os principais ali
24:45apontados no relatório,
24:47passava próximo
24:48da alerje,
24:49da Assembleia Legislativa
24:50do Estado do Rio de Janeiro.
24:52foto do Fabrício Queiroz
24:53na boca do caixa,
24:54sacando dinheiro,
24:55tabelas
24:56para mostrar
24:56pagamento
24:57de mensalidade
24:58da escola
24:59de cada filha
24:59do Flávio Bolsonaro,
25:01com a explicação
25:02sobre a origem
25:03do dinheiro,
25:04pagamento
25:05de plano de saúde,
25:06transferência ali
25:08às vésperas
25:08de quitação
25:09de parcela
25:11de imóvel.
25:12Houve a suspeita,
25:13inclusive,
25:13sobre um imóvel
25:14no Rio de Janeiro,
25:15que depois teria sido vendido
25:17para a compra
25:17do atual imóvel
25:18do senador.
25:19Quer dizer,
25:20tudo isso apareceu
25:21também em todo
25:22o noticiário.
25:23Agora,
25:24que o sistema
25:25de justiça
25:26no Brasil
25:27se apega
25:29ali a
25:30essas questões
25:31para tentar
25:32varrer todo o resto
25:33para debaixo do tapete,
25:34é o que a gente
25:35acompanhou.
25:36A frente ampla
25:37pela impunidade,
25:38como eu chamava
25:38na ocasião.
25:39Duda Teixeira,
25:39o que você destaca?
25:41Felipe,
25:41o que eu destaco
25:42vendo esse vídeo
25:43do Flávio Bolsonaro
25:44é como ele está
25:45ficando mais parecido
25:46com o pai dele.
25:47fisicamente,
25:50o rosto,
25:51o jeito de falar
25:52também.
25:53Dizem que a gente,
25:55quanto mais velho,
25:55mais parecido
25:56a gente vai ficando
25:56com os nossos pais.
25:58Acho que
25:59esse vídeo
25:59confirma isso.
26:02E outra coisa
26:03que eu queria comentar,
26:03o Alexandre Ramagem
26:06é o candidato
26:07do PL
26:08à Prefeitura
26:08do Rio de Janeiro.
26:10Quer dizer,
26:11tem ali
26:12uma relação
26:12forte
26:14de lealdade
26:15que se mantém.
26:18O Ramagem
26:19provavelmente
26:20tinha
26:20essa
26:21confiança
26:23muito forte
26:24da família
26:25do Bolsonaro
26:26e se continua.
26:28Só acho que ele
26:28não tem chance
26:29de ganhar no Rio.
26:31Está em segundo lugar.
26:32O Eduardo Paes
26:32está bem na frente.
26:34Está disparado
26:34na frente
26:35nas pesquisas.
26:36A gente fez até
26:36uma nota
26:37mostrando que
26:39o candidato
26:39do Jair Bolsonaro
26:40não é conhecido
26:41no Rio de Janeiro.
26:42mostra bem
26:44essa confiança
26:45que eles têm
26:46nele.
26:46no Rio de Janeiro.
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