- ontem
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, mandou soltar o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. O militar foi preso pela última vez em 22 de março, após o vazamento de áudios em que ele critica a corporação e os ministros do Supremo.
Cid fez um acordo de delação e é investigado por participação no suposto plano golpista de Bolsonaro, e nos casos da falsificação de cartões de vacina contra a Covid e das joias sauditas. Ao solicitar a soltura, a defesa do tenente-coronel alegou que os áudios não causaram prejuízo à investigação e que não houve obstrução de justiça.
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Cid fez um acordo de delação e é investigado por participação no suposto plano golpista de Bolsonaro, e nos casos da falsificação de cartões de vacina contra a Covid e das joias sauditas. Ao solicitar a soltura, a defesa do tenente-coronel alegou que os áudios não causaram prejuízo à investigação e que não houve obstrução de justiça.
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NotíciasTranscrição
00:00Muito bem, notícia aí de sexta-feira para animar o fim de semana, o ministro Alexandre de Moraes do STF mandou soltar o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
00:11O militar foi preso pela última vez, em 22 de março, após o vazamento de áudios em que ele critica a corporação e os ministros do Supremo.
00:18Cid fez um acordo de delação e é investigado por participação no suposto plano golpista de Bolsonaro e nos casos da falsificação de cartões de vacina contra a Covid e das joias sauditas.
00:31Ao solicitar a soltura, a defesa do tenente-coronel alegou que os áudios não causaram prejuízo à investigação e que não houve obstrução de justiça.
00:40Moraes concedeu liberdade a Mauro Cid, que deverá cumprir medidas cautelares, como não falar sobre as investigações.
00:46Abre aspas para o ministro.
00:47Após o decreto prisional, o requerente compareceu à sede da Diretoria de Inteligência da PF em Brasília, Distrito Federal.
00:55Na ocasião, prestou novos depoimentos com informações complementares sobre os áudios divulgados.
01:00Além disso, em seu pedido de liberdade provisória, o investigado reafirmou a validade dos relatos prestados em sede policial
01:06e informou que, em liberdade, continuará contribuindo com as investigações.
01:10Enfim, ele vai adiante para dizer que tudo isso acabou gerando a soltura do Mauro Cid,
01:17que o acordo de colaboração premiada vai ser mantido e foi isso que o Cid decidiu.
01:23Ele confirmou ter falado do milionário Bolsonaro, que ganhou PIX.
01:29Vamos ver aí esse trecho?
01:29Porque perguntaram o seguinte para o Mauro Cid.
01:32O senhor afirma que todos se deram bem, ficaram milionários.
01:35Quem são essas pessoas?
01:37E aí o Cid respondeu que estava se referindo ao ex-presidente.
01:41Tem ali a declaração.
01:43Olha, estava falando do presidente Bolsonaro, que ganhou PIX,
01:47aos generais que estão envolvidos na investigação e estão na reserva.
01:51E aí ele fala do caso dele mesmo, porque aí é o relatório.
01:57E no caso próprio, que é o do Mauro Cid, perdeu tudo.
02:00A carreira está desabando, os amigos o tratam como um leproso, com medo de se prejudicar.
02:04Não é político, não é militar, quer ter a vida de volta, está enclausurado,
02:08a imprensa sempre fica indo atrás, está agoniado, encordou mais de 10 quilos,
02:13o áudio é um desabafo.
02:14Acredita que as pessoas deviam o estar apoiando e dando sustentação.
02:18E aí a autoridade policial pergunta a respeito da menção a bagrinhos,
02:24que pegaram 17 anos de cadeia na condenação do Supremo,
02:28e os mais altos vão pegar quanto?
02:30Quem são esses mais altos?
02:31Quer dizer, são referências ali ao áudio que tinha vazado com o Mauro Cid.
02:35E aí ele responde, reclamação genérica do que está acontecendo,
02:39que se assustou com as penas, imagina qual a pena que os mais altos vão pegar,
02:43é um desabafe, preocupação com o futuro,
02:45foi o único que teve a família exposta pela imprensa,
02:47toda a família está sofrendo.
02:49Então, assim, o que aconteceu, para a gente sintetizar aqui,
02:54é que houve o vazamento do áudio em que o Mauro Cid critica ali
02:59a autoridade policial, o Moraes, etc.
03:02Ele já estava solto sob medidas cautelares
03:05e foi preso preventivamente de novo,
03:08porque se entendeu que ele estava, enfim, atacando ali a operação
03:15e foram dar ali um chega para lá nele, né?
03:19No sentido legal do termo,
03:22se é que se pode dizer assim sobre essas decisões do Moraes, né?
03:25A gente até precisa escolher bem as palavras, né?
03:29Enfim, mas foram questioná-lo.
03:31Que história é essa desse áudio e tal?
03:33Quer dizer, então, que você ataca o acordo de colaboração,
03:35mas você quer ou não quer?
03:37Você está aqui voluntariamente ou não está?
03:38Aí perguntaram dez vezes, né?
03:40Você fez voluntariamente, fiz?
03:42Não, você foi coagido?
03:43Não, não fui.
03:44Não, eu entendo quais foram os termos e tal.
03:46Ah, então está tudo bem.
03:47Então pode voltar a ficar livre de novo.
03:48É, só assim, vamos mostrar que não é assim que se faz.
03:53Chamaram ele, ele ficou pianinho, falou,
03:55não, não, não, não foi nada demais e tal.
03:57Estava com a cabeça quente.
03:58Está bom então, então vai passear.
03:59Basicamente foi isso, cara.
04:01Basicamente foi isso.
04:02É importante, de novo, como a gente várias vezes já comentou aqui no programa,
04:07Felipe, separar o aspecto político e o aspecto jurídico das histórias.
04:13A gente está sempre falando de coisas jurídicas, infelizmente, né?
04:19Os áudios do CID causaram uma bela de uma marola política, né?
04:23Inclusive, se você for ver hoje nas redes sociais, tem lá muito bolsonarista dizendo
04:32Ah, ficou claro, sim, que a polícia botou pressão em cima dele, que teve coação.
04:41Daí eu só quero chamar a atenção para uma coisa.
04:45Delação premiada tem dois momentos.
04:48Tem um momento em que você concorda em fazer a delação.
04:53E nesse momento, não pode ter coação.
04:57Você precisa estar absolutamente livre e apoiado por um advogado.
05:02E isso fica absolutamente claro na situação do CID.
05:08Nem nos áudios e nem agora existe qualquer dúvida de que no momento em que ele falou
05:13Tá bom, eu topo fazer a delação, ele estava sendo coagido.
05:19Daí depois você tem um segundo momento de uma delação premiada,
05:23que é quando o cara começa a prestar os depoimentos.
05:27E daí, a polícia é óbvio que vai apertar,
05:30porque ela quer tirar o máximo daquele delator,
05:33que prometeu entregar coisas.
05:35E nessa circunstância, o CID diz que a polícia já tinha uma versão,
05:44já tinha um entendimento do que aconteceu,
05:46e ficava pressionando ele para ver se ele corroborava as teses da polícia.
05:52Isso configura uma coação?
05:54Não configura.
05:56Isso é tomar depoimento.
06:00E nunca é agradável isso.
06:03Ah, meu amigo, conta aí e tal.
06:06Óbvio que faz parte do jogo
06:08o policial duvidar da versão que o cara está contando.
06:12É, duvidar, instigar.
06:12Instigar, pressionar, tentar encurralar.
06:15É, o que você está dizendo é que o relato dele,
06:18mesmo que tenha um viés crítico,
06:20ou de desabafo, de destempero de quem está incomodado,
06:23não necessariamente quer dizer que houve um abuso da autoridade policial.
06:28Exatamente.
06:29E a gente não tem evidência de que houve um abuso.
06:31Por mais que lados políticos gostem de pensar que houve ou que não houve,
06:35a depender da operação e da conveniência.
06:38Exatamente.
06:39E assim, o momento fundamental em que o cara precisa estar livre para topar,
06:43que é o primeiro momento,
06:44aquele em que ele fala, eu vou fazer a delação,
06:47nem nos áudios e nem agora existe dúvida de que ele estava,
06:52ok, eu topei, eu quero fazer a delação.
06:55Ele reitera essa ideia agora.
06:57E em relação ao outro momento dos depoimentos,
07:01ele se explica lá o que ele quis dizer.
07:03De fato, existe uma crítica forte aos policiais lá,
07:07mas não significa a delação.
07:09Eu acho importante marcar essa diferença
07:13por causa da repercussão política que teve.
07:16Porque senão fica parecendo que a delação do Cid,
07:19que ele topou agora aliviar para não perder os benefícios,
07:27mas que foi um procedimento viciado.
07:31Não acho que a história dê para entender isso, não.
07:35Quando você vê a história inteira,
07:37não foi um procedimento viciado.
07:41Sim, ele teve a voluntariedade,
07:43assim como, e é o que eu publiquei no X,
07:45os colaboradores da Lava Jato tiveram a voluntariedade.
07:49O que aconteceu é que depois mudaram os ventos políticos,
07:51o Lula voltou ao poder, foi alvo da Lava Jato,
07:54alguns acharam melhor partir para a narrativa
07:56de que houve coação.
07:57Eles estavam lá dando gargalhadas em depoimento,
07:59como eu mostrei,
08:00e muita gente repercutiu,
08:02no caso do Emílio Tebrecht,
08:04com os seus advogados,
08:05concordando com os termos do acordo.
08:07É exatamente o que está acontecendo agora com o Mauricíde.
08:11Se, eventualmente, alguém ligado ao Mauricíde
08:13e chega ao poder, ele deve estar meio com ruídos
08:16na relação com a família Bolsonaro.
08:18Mas vamos supor que Bolsonaro voltasse ao poder,
08:21quisesse gerar uma anistia para todos os réus,
08:24acabasse com esse negócio dos acordos de colaboração premiada
08:27feitos no âmbito do inquérito do Moraes, etc.
08:30E o Mauricíde dissesse assim,
08:31não, eu falei naquela ocasião que foi voluntário,
08:34mas é porque eu estava pressionado e tal.
08:36Na verdade, eu fui coagido.
08:37Quer dizer, isso pode acontecer do sujeito falar depois,
08:40mas a gente sabe que não foi assim no caso do Mauricíde,
08:43e que não foi assim no caso do Zodebrecht,
08:45de vários outros delatores.
08:47Isso é narrativa que o Sistemão criou depois
08:50sobre a Lava Jato para fingir que houve coação,
08:53porque queria varrer a sujeira para debaixo do tapete.
08:56Essa é a distinção que precisa ser feita.
08:58Eu não esqueci de Duda Teixeira.
09:00Eu deixei ele de castigo aqui no estúdio,
09:02mesmo depois das pautas que ele estava no roteiro para fazer,
09:06porque eu quero que o Duda Teixeira diga para vocês
09:09quando que vai chegar na livraria o livro dele,
09:13STF, Como Chegamos Até Aqui,
09:16porque dá uma ideia de como chegamos até aqui.
09:19Duda Teixeira, faz o seu merchan.
09:22Bom, a editora não me disse a data,
09:24mas eu fui aqui caminhando na hora do almoço.
09:27Eu estraguei, não combinei nada.
09:29Aí eu boto o Duda na fogueira.
09:31Mas a segunda vendedora ali está para chegar dia 10 de maio.
09:36Então ainda tem mais sete dias,
09:38mais uma semaninha para chegar.
09:40E dá para comprar na pré-venda virtualmente?
09:42Na pré-venda já na Amazon,
09:44outras livrarias também,
09:46a da Travessa também tem no site.
09:49Porque aí é a hora que, assim que sair,
09:51já mandam para a casa de quem comprar.
09:53Muito bem, vou pedir para a produção colocar o print aí na tela,
09:56enquanto o Duda sai de fininho aqui do estúdio.
09:59Valeu, Duda Teixeira.
10:00Boa noite, bom fim de semana.
10:01Boa noite, bom final de semana.
10:03O print aí dos questionamentos
10:04sobre a voluntariedade do Mauro Cite.
10:07Olha aí, quantas vezes eles perguntaram, Greb.
10:11Primeiro perguntaram se ele estava na audiência com os advogados,
10:14aí foi confirmando, confirmando.
10:16Aí depois, o senhor reafirma a voluntariedade
10:18da manifestação de vontade exteriorizada na audiência?
10:22Sim, confirma e reafirma.
10:24A vontade continua sendo a mesma,
10:26de forma espontânea e voluntária,
10:28ciente de que seria feita a colaboração.
10:30A firma não ter havido pressão do judiciário ou da polícia.
10:34Conversou previamente com os advogados sobre a colaboração.
10:37E aí a autoridade policial pergunta,
10:38o senhor foi coagido em algum momento,
10:40por qualquer pessoa ou instituição,
10:42a firmar o acordo de colaboração?
10:43A decisão foi própria, de livre e em espontânea vontade.
10:47O senhor tem ciência dos termos da colaboração,
10:49inclusive das cláusulas relacionadas às suas obrigações?
10:53Sim, tenho ciência dos termos e concordei com todas elas.
10:56Agora, por favor, me libera aí, por favor.
10:59Foi mal aí, foi mal aí.
11:01Teve um áudio aí, um desabafo, alguém vazou e tal.
11:04Foi mal aí.
11:05O velho foi mal aí.
11:07Não quis dizer nada de errado.
11:09Não está tudo certinho aqui.
11:10Continuo dizendo que eu vim voluntariamente.
11:12Eu vim em paz.
11:14Deixa eu, moço.
11:16Deixa eu.
11:16Vamos esquecer essa história.
11:18Deixa para lá.
11:19Vamos virar essa parte.
11:20E aí saiu.
11:21Saiu da cadeia.
11:22Cara, eu estou começando a achar que não vai dar certo
11:25a delação premiada no Brasil mesmo.
11:27No Brasil é uma chanchada, né?
11:28É uma chanchada.
11:29Porque é isso.
11:30Os caras fazem a delação,
11:32pegam os benefícios.
11:34Daí passa um tempo.
11:35Eles falam, não, eu quero mais.
11:36E daí vai lá e tenta destruir a delação premiada.
11:42E os advogados, principalmente os advogados bambambãs,
11:46esses que ganham milhões de reais defendendo bilionários, né?
11:51Eles odeiam delação.
11:53Porque a delação é um curto processo.
11:56A delação torna desnecessário aquele monte de chicana
12:00que os advogados criminais aprenderam a fazer.
12:03torna desnecessário aquele processo que tem 258 pedidos de abiascorpos,
12:10recursos e malandragens.
12:15É aquilo.
12:16Eu confesso, vou sair livre e pronto.
12:20Mas acho que não vai dar certo, Felipe.
12:23Acho que não vai dar certo.
12:25Vai dar sempre muita confusão.
12:26Aliás, é bom lembrar que Mauro Cid foi solto.
12:30Ele foi preso de novo rapidinho depois desse episódio do áudio.
12:33Agora está solto de novo.
12:35Mas ele só foi solto a primeira vez depois que fez delação.
12:40Então, assim, ele fez delação enquanto estava preso.
12:42E o que os ministros do STF, como o Dilma Mendes e sua turma,
12:46o Sistemão, falavam a respeito da Lava Jato,
12:49inclusive manipulando a realidade?
12:53Porque a maioria dos acordos de colaboração premiada
12:55no âmbito da Lava Jato foram fechados com investigados soltos
12:59e não com investigados presos.
13:01Houve alguns com investigados presos,
13:02mas não foi o número majoritário.
13:05E agora, 100% das colaborações fechadas ali
13:09nos inquéritos do Alexandre de Moraes,
13:12porque é o caso do Mauro Cid e teve o caso outro,
13:15qual foi?
13:16Conilessa, né?
13:18Que é uma outra investigação, evidentemente,
13:21mas que também foi uma colaboração premiada
13:23fechada com o investigado na cadeia.
13:28Então, assim, a depender do crime,
13:30a depender do grupo político envolvido e tal,
13:32existe uma narrativa.
13:34Bom, e temos o caso do Silvio Neivás,
13:36que está preso há...
13:37Exatamente.
13:39Sem denúncia.
13:39Cinco ou seis meses sem denúncia, né?
13:41É, e não quer dizer que a gente passe pano
13:43para aquilo que ele faz.
13:45Quer dizer que a gente aponta
13:46os métodos que são utilizados
13:49e não digo nem cobra coerência,
13:51mas porque não dá nem para dizer
13:52que a gente cobra coerência do STF.
13:54A gente aponta insistentemente
13:57e reiteradamente a incoerência
14:00do ponto de vista das pessoas racionais
14:02preocupadas com a moralidade pública.
14:04Mas a gente aponta a hipocrisia,
14:05o duplo padrão,
14:07esse método de você se comportar
14:11conforme a conveniência.
14:13Então, eles acusam a Lava Jato
14:15de fazer aquilo que eles próprios fazem.
14:19A gente aqui não ergueu a voz
14:22contra a possibilidade
14:24de se fechar a cor de delação premiada
14:25com gente que estava presa.
14:28A depender da circunstância é legítimo.
14:30Agora, eles levantaram a voz contra isso
14:33e depois recorreram a esse mecanismo.
14:36E aí, a incoerência é toda deles.
14:38E aí, a incoerência é toda da circunstância.
14:43E aí, a incoerência é toda da circunstância.
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