- ontem
A PEC do fim da escala 6x1, que a deputada Erika Hilton (PSOL) está tentando emplacar, tem gerado intensa discussão em Brasília e nas redes sociais.
A parlamentar defende que o país não só encerre o modelo em que o trabalhador folga um dia na semana, como também adote a “jornada de trabalho de 4 dias na semana”, no formato 4x3.
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A parlamentar defende que o país não só encerre o modelo em que o trabalhador folga um dia na semana, como também adote a “jornada de trabalho de 4 dias na semana”, no formato 4x3.
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NotíciasTranscrição
00:00E vamos falar agora com o Bruno Musa ainda sobre a PEC do fim da escala 6x1 que a deputada Erika Hilton do PSOL está tentando emplacar, deu o que falar ao longo do dia nas redes sociais.
00:13A parlamentar defende que o país não só encerre o modelo em que o trabalhador folga um dia na semana, como também adote a jornada de trabalho de quatro dias na semana, no formato 4x3.
00:24Bruno, do ponto de vista econômico, como é que você avalia essa proposta que está cheio de defensores apaixonados e cheio, evidentemente, de críticos que estão mostrando quais são os efeitos, quais são as consequências daquilo que pode parecer bonitinho para muita gente que quer trabalhar menos?
00:45Filipe, vamos trazer dados para não parecer que é apenas um campo filosófico de ideias.
00:49No Brasil, hoje, nós temos tudo segundo o IBGE, vocês podem achar facilmente, quase 39 milhões de brasileiros que estão na informalidade.
00:57Por exemplo, no setor de evento, 80% dos trabalhadores são informais.
01:01Aquele campo da economia que tem a maior parte na escala 6x1, por exemplo, na construção, tem 60% dos trabalhadores na informalidade segundo o IBGE.
01:11O comércio, por exemplo, tem um número menor na informalidade, tem por volta de 40% na informalidade.
01:17Lembra daquela PEC da Dilma em 2013, da PEC das empregadas domésticas?
01:23Pois bem, quando ela foi validada, em 2013, basicamente, nós tínhamos, também segundo o IBGE, nós tínhamos, dentre as empregadas domésticas, 68% delas na informalidade.
01:35Sabe quanto nós temos hoje? 75% delas.
01:38Se quiser, eu compartilho o gráfico depois com vocês no próprio IBGE.
01:42E mais, não apenas aumentou a informalidade, como a renda média do trabalho básico continuou estagnada nos últimos 10 anos.
01:50Também de acordo com o IBGE.
01:52Estou com o gráfico aqui na minha frente.
01:53Ou seja, o que nós estamos falando é que a gente ainda quer remunerar o trabalho por hora apenas.
02:00Como era defendido por Marx, lá atrás.
02:03Ou seja, se a pessoa fica sentada numa cadeira 10 horas, ela tem que ser remunerada igual alguém que tem uma produtividade do trabalho maior.
02:11No fundo, quando você traz de 6 para 1, para 4 para 3, você aumenta o custo do trabalho.
02:17A empresa ou repassará, ou você estimula mais informalidade, que quem paga é o próprio trabalhador, ou o consumidor com alta dos preços.
02:25E, portanto, isso afeta diretamente a classe mais pobre.
02:29Não é questão de trabalhar menos.
02:30Como que a gente faz para aumentar a produtividade no Brasil?
02:35Produzir mais com menos.
02:37Hoje, nós precisamos de um suíço, porque 5 brasileiros produzem.
02:42Um americano, porque 4 brasileiros produzem.
02:45Portanto, a produtividade do trabalho no Brasil é muito baixa.
02:48Se você ainda faz as pessoas trabalharem 4 dias e folgar 3, é claro que isso é um estímulo total ao desemprego.
02:56Porque o custo do trabalho é muito alto para essas empresas, que terão que repassar ao consumidor ou produzir menos.
03:03E ao produzir menos, os preços também sobem.
03:05Só para finalizar, imagina o seguinte.
03:08Se a gente cai numa ilha hoje deserta, onde não tem absolutamente nada,
03:12ninguém aqui se importaria em trabalhar 6 dias por semana para buscar comida.
03:15O que acontece é que, enquanto nós não aumentarmos a produtividade, não adianta.
03:22O brasileiro produz pouco, porque nós somos um país com baixíssima educação,
03:26e teremos que trabalhar mais.
03:27Senão, vai ter a ausência de produtos ou serviços, a escassez deles, a um preço muito mais alto.
03:33Favorecendo a classe mais alta e desfavorecendo justamente aos mais pobres.
03:37Que é justamente uma política populista como essa.
03:39Prejudica sempre aos mais pobres.
03:41Quer dizer, Bruno, tem uma similaridade aí com a questão que já é debatida historicamente também?
03:45Não só no Brasil, mas nos Estados Unidos, de aumento do salário mínimo.
03:49Quer dizer, porque você tem aquele discurso muito fácil de que,
03:53ah, vamos aumentar o salário mínimo porque nós defendemos os trabalhadores,
03:56e aí os trabalhadores vão ganhar mais.
03:57Mas se aumentar demais o salário mínimo,
03:59muitos empregadores não vão querer contratar as pessoas,
04:03pode reduzir o número de empregos.
04:05Quer dizer, é mais ou menos uma situação análoga.
04:07Se você faz aí um regime em que a jornada do trabalho é menor,
04:12mas gera um custo maior, isso pode reduzir o número de empregos?
04:17Sem dúvida.
04:18Já tem sérios estudos científicos, alguns deles promovidos por algumas universidades,
04:24inclusive na Europa, que eu estudo isso, eu gosto desse tema há um tempo,
04:27que mostra claramente, que tem um, inclusive, do Banco Central Europeu,
04:32mostrando que o aumento do salário mínimo,
04:35simplesmente na canetada, sem aumentar a produtividade,
04:39induz ao desemprego no médio prazo.
04:42Justamente porque você encarece o fator trabalho.
04:45Se você não aumenta a produtividade e encarece o fator trabalho,
04:49o trabalhador produzirá, na média, menos do que ele ganha.
04:53Portanto, acaba se tornando insustentável para a própria empresa.
04:56E não é porque o empresário, o capitalista, é malvadão.
05:00É porque custa mais sustentar um trabalhador do que ele produz,
05:03do que ele traz de volta para a empresa.
05:05E vamos lembrar, não estamos falando aqui de um Itaú,
05:09de um grande banco, de uma Ambev.
05:11Estamos falando que 80% dos trabalhadores no Brasil
05:13trabalham para um empresário que é dono do barzinho
05:17ou que é dono de uma papelaria.
05:2080% dos empregos são dessa forma no Brasil.
05:25E isso, encarecendo o trabalho para essas pessoas,
05:29encarece totalmente ou, muitas vezes, inviabiliza o negócio deles.
05:33Então, claramente, aumentar na canetada é simplesmente populista.
05:38De novo, deixa a emoção de lado, deixa de lado isso e fala,
05:41olha, você não quer que os trabalhadores ganhem mais?
05:44Claro que sim.
05:45Mas da forma como é sustentável, com ganho de produtividade.
05:48E como ganha produtividade?
05:51Inovação, tecnologia.
05:52Para isso, você precisa de educação.
05:54Enquanto tivermos uma das piores educações do mundo,
05:57claramente as pessoas terão dificuldade em lidar com inteligência artificial,
06:00com computadores, com máquinas, que é justamente a realidade.
06:04Não é nem o futuro, já é a realidade.
06:06Portanto, sim, vai subir na canetada.
06:09O salário mínimo traz, naturalmente, no médio prazo,
06:12um estímulo ao desemprego se a gente não investir em produtividade.
06:15Duda Teixeira tem uma pergunta para você, Bruno.
06:18Diga, Duda.
06:19Bruno, essa história me fez lembrar...
06:21Tem um pessoal aí brincando já nas redes sociais,
06:23falando, puxa, se é para fazer ali uma proposta
06:26para trabalhar só quatro dias na semana,
06:29vamos fazer um salário mínimo de 10 mil reais,
06:31porque as pessoas vão ganhar mais dinheiro,
06:33vão gastar mais, vai melhorar a economia.
06:35Faz todo sentido, não é?
06:37Duda, é um prazer falar contigo.
06:40Faz todo sentido.
06:41Quem não lembra, no meio da pandemia,
06:43quando o Lula postou lá no, então, Twitter, no Ex agora,
06:48em que imprimir dinheiro não leva à inflação.
06:50Então, por que não imprimimos todo o dinheiro do mundo
06:52e vamos fazer um salário mínimo de 50, 100 mil reais?
06:55Por que não?
06:56A resposta está porque eles sabem que gera inflação.
06:59É pura retórica.
07:00Então, é isso.
07:01Mas eles não podem falar isso para o povo,
07:02senão eles perdem o apoio que já vem caindo deles.
07:05Muitíssimo obrigado, Bruno Musa,
07:07pelas explicações aqui no Papo Antagonista.
07:09O Bruno é professor, empreendedor, economista.
07:12Tem a sua página de investimento,
07:14brunomusa.com.br barra investimento.
07:16Seu canal no YouTube, Bruno Musa.
07:18Valeu, boa noite, bom trabalho.
07:19Até a próxima terça-feira.
07:21Toda terça ele participa aqui do Papo Antagonista.
07:24Um abraço, Felipe.
07:25Um abraço, Duda.
07:26Bom programa para vocês e obrigado a todos.
07:28Valeu, tchau, tchau.
07:29E a gente segue falando sobre a PEC do fim da escala 6x1,
07:32mas agora entrando na parte mais política,
07:34a proposta prevê a redução da jornada de 44 horas
07:37para 36 horas trabalhadas por semana,
07:40distribuída em 8 horas diárias por no máximo 4 dias,
07:45facultada a compensação de horários
07:47e a redução de jornada
07:49mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.
07:53O texto diz que a redução deve vir acompanhada
07:55da manutenção salarial
07:56e dos mesmos benefícios que os empregados já possuem,
07:59como vale-refeição e décimo terceiro salário.
08:02O país teria 360 dias para colocar a regra em vigor
08:06após sancionada.
08:08Atualmente, a proposta conta com o apoio de 134 deputados federais.
08:12Para que a emenda constitucional comece a tramitar,
08:15é necessário o apoio de pelo menos 171 dos 513 deputados.
08:20Então, tem 134,
08:23precisa chegar a 171.
08:25Ainda está faltando aí algumas dezenas.
08:27Ou de 27 dos 81 senadores.
08:31Porém, mesmo que a deputada Erika Hilton, do PSOL,
08:33consiga assinaturas necessárias para apresentar a PEC,
08:36a atual presidente da CCJ,
08:38a Comissão de Constituição e Justiça,
08:39Caroline Detone, do PL,
08:41já deu indicativos
08:43de que não irá se debruçar sobre esse tema
08:45nesse final de mandato.
08:47A expectativa é de que a deputada use o período
08:49que lhe resta à frente da comissão
08:50para pautar projetos de interesse
08:52da bancada bolsonarista.
08:54Hoje, a tendência é que Elmar Nascimento,
08:57da Bahia, líder do União Brasil, na casa,
08:59assuma a CCJ depois de Carolina Detone.
09:02Aliados do Elmar Nascimento têm dito
09:05que dificilmente ele colocaria
09:07esse tema em discussão na CCJ.
09:10Portanto, Duda Teixeira,
09:11está rendendo aí muita espuma nas redes sociais,
09:14principalmente no campo da esquerda.
09:16Muita gente afetando Virtude,
09:18como defensor dos trabalhadores,
09:20apesar de todos esses riscos de desemprego.
09:22Mas a tramitação está com alguns obstáculos pela frente.
09:26Teve um pessoal da esquerda que adorou essa história.
09:29Eles pegaram, estão fazendo videozinhos na internet.
09:32Acham aí que querem aproveitar
09:35essa onda que apareceu.
09:38Mas mostra também que a esquerda
09:39continua pensando da forma antiga.
09:42Achando que todo mundo recebe CLT
09:44quando a gente tem um altíssimo índice
09:47de formalidade no Brasil
09:48e essas pessoas trabalham
09:50seis, sete dias sem opção alguma.
09:54A gente continua a falar
09:55sobre essa questão
09:57do fim da escala 6x1,
10:00que é uma proposta de emenda à Constituição
10:02da deputada Érica Hilton do PSOL.
10:04Em fevereiro de 2024,
10:06essa deputada, Érica Hilton do PSOL,
10:08apresentou uma indicação
10:09para que o Ministério do Trabalho e Emprego
10:11criasse um grupo
10:12para discutir a proposta.
10:14Mas até agora,
10:15a pasta comandada
10:16pelo petista Luiz Marinho
10:17nem sequer se debruçou
10:19sobre a sugestão.
10:20Na segunda-feira, 11,
10:22diante da cobrança da própria esquerda,
10:23o Ministério do Trabalho
10:24alegou em nota
10:25que esse assunto deve ser discutido
10:27entre trabalhadores e empregados.
10:30Aspas para o Ministério.
10:31O Ministério do Trabalho e Emprego,
10:33o MTE,
10:34tem acompanhado de perto o debate
10:35sobre o fim da escala de trabalho 6x1.
10:38Esse é um tema
10:38que exige o envolvimento
10:39de todos os setores
10:40em uma discussão aprofundada
10:42e detalhada,
10:43levando em conta
10:43as necessidades específicas
10:44de cada área,
10:46visto que há setores da economia
10:47que funcionam ininterruptamente.
10:49O MTE acredita
10:50que essa questão
10:51deveria ser tratada
10:52em convenção
10:52e acordos coletivos
10:54entre empresas e empregados.
10:56No entanto,
10:56a pasta considera
10:57que a redução da jornada
10:58de 44 horas semanais
11:00é plenamente possível
11:01e saudável
11:02diante de uma decisão coletiva.
11:04Fecha aspas.
11:06Doutor Teixeira,
11:07o que você avalia
11:08de toda essa iniciativa
11:10é uma ala mais radical
11:11da esquerda,
11:12querendo fazer média
11:13com trabalhadores
11:14de uma maneira
11:15bastante simplista,
11:17sem pensar nos efeitos,
11:18nas consequências.
11:21Esse, afinal,
11:21não é um país
11:22com problemas
11:23de pobreza,
11:25de subdesenvolvimento
11:26e ainda
11:27se vem com uma proposta
11:29para se trabalhar menos,
11:31tentando seduzir
11:33as massas
11:34a acreditar
11:35nessa ideia
11:35que elas vão
11:36ficar menos
11:37sobrecarregadas
11:38quando, eventualmente,
11:38elas podem até
11:39perder o emprego.
11:40Exato.
11:41Essa proposta
11:42realmente não pensou
11:43nas consequências,
11:44porque
11:44o que mais vai ser
11:46impactado
11:46num primeiro momento
11:48são os pequenos empresários
11:50ou o pequeno comércio,
11:51porque, imagina,
11:53ele vai ter um funcionário
11:53que vai manter
11:54todos os benefícios
11:55e vai trabalhar
11:56menos.
11:58Então, ele vai ter
11:58que contratar mais pessoas,
11:59mas não necessariamente
12:00essa pessoa vai ter
12:01esse dinheiro sobrando
12:03para contratar mais gente.
12:05Então, talvez,
12:06uma rede de farmácia,
12:07essa história toda
12:08começou na farmácia,
12:09era um vendedor de farmácia
12:11que estava reclamando
12:11de trabalhar
12:12seis dias por semana.
12:14Uma rede de farmácia
12:15vai deixar de
12:16abrir novas farmácias
12:18porque sabe
12:19que o custo
12:19que ele vai ter
12:20para cada farmácia
12:21vai aumentar.
12:23Então,
12:23num segundo momento,
12:24você tem um aumento
12:25do desemprego.
12:28É interessante
12:28essa informação
12:30que o Bruno Moussa
12:31trouxe sobre
12:32as empregadas domésticas.
12:34Vem um projeto
12:35do governo
12:36querendo ali
12:37uma proposta
12:38para formalizar
12:38as empregadas domésticas
12:40e a consequência
12:41é que você tem
12:42um aumento
12:43na informalidade
12:44entre as empregadas domésticas.
12:46O que pode acontecer
12:47agora é a mesma coisa.
12:48Você quer ali
12:49aliviar um pouco
12:50a situação do trabalhador
12:51e você pode ter
12:52um aumento
12:52do desemprego
12:54dessas pessoas.
12:55E o que é mais...
12:58Eu não gosto
12:59de usar a palavra
12:59impressionante
13:00porque eu não me impressiono
13:01mas é que
13:02sempre se coloca
13:04a questão
13:04nos termos
13:06tradicionais
13:06da esquerda
13:07que é opressor
13:08e oprimido
13:09que é rico
13:10e pobre.
13:11Quer dizer,
13:12a esquerda
13:12tem uma dificuldade
13:12imensa
13:13de aceitar
13:17que as pessoas
13:18de baixa renda
13:19também podem
13:20e devem
13:21empreender
13:22que isso é
13:23absolutamente
13:24saudável
13:25que elas tenham
13:25a oportunidade
13:26de ter ascensão
13:27social
13:28com um negócio
13:29próprio
13:29se alguém
13:30sabe fazer
13:30alguma coisa
13:31se alguém
13:31sabe prestar
13:32um serviço
13:32de uma maneira
13:33diferenciada
13:34e consegue
13:35escalar aquilo
13:36ela vai
13:37gerando
13:37emprego
13:39vai gerando
13:39mão de obra
13:41vai conseguindo
13:42abrir a sua matriz
13:43abrir as suas filiais
13:44para vender o doce
13:47que começa sendo vendido
13:48para as vizinhas
13:49etc
13:50daqui a pouco
13:50está sendo encomendado
13:51pelas amigas
13:53pelos amigos
13:53por indicação
13:54daqui a pouco
13:55está com um nome
13:56na praça
13:57para vender
13:58aquele tipo
13:59de produto
13:59e essas pessoas
14:01que por meio
14:02do trabalho
14:03por meio
14:03da sua produtividade
14:04querem
14:05multiplicar
14:06aquele serviço
14:07aquele produto
14:08elas enfrentam
14:09uma burocracia
14:09tremenda
14:10enfrentam
14:11uma legislação
14:12que acaba
14:13impedindo
14:14o empreendedorismo
14:15porque em tese
14:16na cabeça
14:17desse pessoal
14:18da esquerda
14:18são os ricos
14:20malvados
14:20empresários
14:21etc
14:21quando a gente vai ver
14:22na prática
14:23o Lula sempre teve lá
14:24rodeado os empresários
14:25mais ricos do país
14:26toda aquela turma
14:27do petrolão
14:28são os empresários
14:28mais ricos do país
14:29estão de volta
14:30negociando com o governo
14:32mas
14:33os outros empresários
14:36que tem que
14:38que geram empregos
14:39no país
14:40e tal
14:40eles
14:41ficam prejudicados
14:42por essa imagem
14:43mesmo quando eles
14:44vêm de baixo
14:45a excepção
14:45de que é o rico
14:46malvadão
14:46que está impedindo
14:47o pobre
14:48de ter o seu lazer
14:49etc
14:49e aí o pobre
14:50fica impedido
14:51de empreender
14:52porque quando ele
14:54vai passar
14:55para essa posição
14:56de empreendedor
14:57de empresário
14:58de alguém
14:59que está desenvolvendo
15:00um negócio próprio
15:01ele enfrenta
15:03toda essa dificuldade
15:04de ter que
15:05pagar muito
15:06de ter que
15:07arcar com uma série
15:09de encargos
15:09de benefícios
15:10etc
15:10e aí agora
15:12se quer aumentar
15:13o salário mínimo
15:15se quer
15:15diminuir
15:17a jornada de trabalho
15:18e você cria
15:19mais dificuldades
15:20e essas pessoas
15:20eventualmente
15:21vão fazendo
15:21decisões
15:22e acabam
15:23impedindo
15:24que outras
15:25tenham oportunidade
15:26de ascender
15:27de ter o seu emprego
15:29como a gente
15:30estava colocando
15:31aqui na questão
15:31com o Bruno Musa
15:33Duda Teixeira
15:34então assim
15:34é uma visão antiga
15:35e que nesse momento
15:37de desenvolvimento
15:37tecnológico
15:38a popularização
15:39das tecnologias
15:40dos aplicativos
15:41por exemplo
15:42em que a gente vê
15:42motorista de aplicativo
15:44prestando serviço
15:45para várias empresas
15:46o motoboy
15:47que faz entregas
15:49para uma empresa
15:49em determinado horário
15:50faz entregas
15:51para outras
15:51etc
15:52vai somando
15:53aqueles salários
15:54e não quer
15:55essas barreiras
15:56de horários
15:58que não dependem
15:59da produtividade
16:00então me parece
16:01que é mais burocracia
16:02para atrapalhar
16:03o emprego
16:06a empregabilidade
16:07no país
16:07esse antagonismo
16:09que a esquerda faz
16:10entre patrão
16:11e empregado
16:12essa luta
16:12de classes
16:13é de fato
16:14uma visão arcaica
16:15como você colocou
16:16agora tem uma reflexão
16:18interessante
16:19que o Leonardo Barreto
16:20faz nessa edição
16:21da Cruzoeca
16:22ele fala o seguinte
16:23se a esquerda
16:24for se atualizar
16:25e ouvir
16:26o que o eleitorado
16:27quer
16:27o que a sociedade
16:28quer
16:28e for lá escutar
16:29o entregador
16:31de aplicativo
16:31o motorista
16:32de Uber
16:33e começar a falar
16:35de empreendedorismo
16:36a esquerda
16:38vai meio que
16:39abrir mão
16:39de muita coisa
16:40de muitas ideias
16:41que são
16:42em essência
16:43a esquerda
16:44quer dizer
16:45a esquerda
16:45meio que
16:45deixaria de ser
16:46esquerda
16:47se começasse a falar
16:48de empreendedorismo
16:49e deixasse de falar
16:51nesse antagonismo
16:52de patrão
16:52e empregado
16:53é
16:54é por isso
16:55que eles não conseguem
16:56se atualizar
16:57porque se eles
16:57começarem a falar
16:59com esse Brasil
17:00empresário
17:02que faz as coisas
17:03por conta própria
17:04que quer
17:04menos Estado
17:06menos impostos
17:07deixa de ser esquerda
17:09e aí
17:09é uma esquerda
17:10que meio que vai se afundar
17:11sozinha
17:12muito bem
17:14e a última tentativa
17:15no Congresso
17:15de emplacar uma PEC
17:16para reduzir a jornada
17:17de trabalho no Brasil
17:18ficou quatro anos
17:20engavetada na Câmara
17:21até ser enterrada
17:22de vez pela CCJ
17:24em dezembro de 2019
17:25Reginaldo Lopes
17:27do PT
17:27apresentou um texto
17:28para reduzir a jornada
17:29de trabalho
17:29no máximo
17:3036 horas semanais
17:32pelo texto
17:32esse novo regime
17:33entraria em vigor
17:34dez anos
17:35após a promulgação
17:36da emenda constitucional
17:37a proposta foi encaminhada
17:38para análise
17:39da Comissão de Constituição
17:40e Justiça
17:41e ficou quatro anos
17:42esperando algum encaminhamento
17:43o relator foi indicado
17:45apenas em março
17:46de 2023
17:46Tarcísio Mota
17:47do PSOL
17:48ex-candidato
17:49à Prefeitura
17:50do Rio de Janeiro
17:50que sempre perde
17:51lá no nosso Rio
17:53em novembro de 2023
17:54o texto foi retirado
17:56de pauta da CCJ
17:57após a aprovação
17:58de um requerimento
17:59de retirada de pauta
18:00do deputado Gilson Marques
18:01do Partido Novo
18:02de Santa Catarina
18:03e desde então
18:04nunca mais
18:05foi discutido
18:06e vamos destacar agora
18:08algumas reações
18:09a PEC
18:09a deputada Erika Hilton
18:10do PSOL
18:11está tentando emplacar
18:11o deputado Kim Kataguiri
18:12da União Brasil
18:13disse ser contra
18:14a escala 6x1
18:15mas chamou o texto
18:15de Erika Hilton
18:16de farsa
18:17vamos acompanhar
18:18o fim da escala 6x1
18:21eu quero falar
18:21para vocês
18:22que eu sou
18:23contra a escala
18:24de trabalho 6x1
18:26eu já trabalhei
18:27durante dois anos
18:29nessa escala
18:29e o pior de tudo
18:31é que
18:31eu morava
18:32em Santo André
18:33na época que eu estudava
18:35na Universidade Federal
18:36do ABC
18:36e trabalhava em Interlagos
18:38tinha que pegar
18:39duas horas
18:39de transporte público
18:41para ir
18:41duas horas para voltar
18:42pegava trem
18:43metrô
18:44ônibus
18:44para chegar
18:45era um negócio assim
18:45infernal
18:46tudo isso
18:47um emprego informal
18:48para ganhar
18:48800 reais
18:49é inacreditável
18:51eu acho sim
18:52que as pessoas
18:53merecem ter
18:54mais tempo
18:55para cuidar
18:56da sua vida pessoal
18:57da sua família
18:58para se divertir
18:59para espairar
19:00acho isso
19:00tudo absolutamente justo
19:02a PEC
19:02que está sendo
19:03apresentada
19:04pela deputada
19:05Erika Hilton
19:06é uma farsa
19:06uma farsa
19:07se de fato
19:09a deputada
19:10quisesse
19:11proibir
19:12a escala
19:136x1
19:14no Brasil
19:14bastava um projeto
19:15de lei
19:15porque a constituição
19:16ela estabelece
19:18a carga horária
19:18máxima
19:19não estabelece
19:20um mínimo
19:21precisaria de PEC
19:22caso ela quisesse
19:24ampliar
19:25o número de horas
19:26e de dias
19:26trabalhado
19:27agora
19:27para reduzir
19:29a jornada de trabalho
19:30basta um projeto
19:30de lei
19:31você não precisa
19:31coletar 171 assinaturas
19:32de deputados
19:33aprovar na CCJ
19:34depois criar uma comissão especial
19:35depois 608 votos
19:36em primeiro segundo
19:36na Câmara dos Deputados
19:37depois mais uma vez
19:383 quintos dos votos
19:39no Senado da República
19:40em dois turnos
19:41você não precisaria de nada disso
19:41bastava um protocolo
19:43de um projeto de lei
19:44e você já conseguiria
19:46fazer esse projeto
19:47de tramitar
19:47o primeiro ponto
19:48que vocês precisam entender
19:49é que isso é um circo
19:51é uma farsa
19:52é uma armação
19:53em que ela está
19:54utilizando isso
19:56para promoção pessoal
19:57vendendo uma ilusão
19:59não caia na ilusão
20:02de que é uma mudança
20:04na lei
20:04que vai mudar
20:05essa realidade
20:05a gente teve
20:07uma experiência
20:07recente
20:08que foi
20:09a PEC das Domésticas
20:11em 2023
20:12nós tínhamos
20:135 milhões
20:15e 900 mil
20:16empregadas
20:17domésticas
20:184 milhões
20:19e 400 mil
20:21informais
20:22ou seja
20:2210 anos
20:23depois da PEC
20:24das Domésticas
20:253 em cada 4
20:27são informais
20:28e portanto
20:29não tem
20:30direito
20:30nenhum
20:31em 2013
20:32o número
20:33de informais
20:34era de
20:354 milhões
20:36e 100 mil
20:37para a grande
20:38maioria
20:38das empregadas
20:40domésticas
20:40nada mudou
20:41e para
20:42300 mil
20:44delas
20:44elas saíram
20:45da carteira
20:46assinada
20:46para ir
20:47para o trabalho
20:47informal
20:47por uma razão
20:48muito simples
20:49uma canetada
20:50não altera
20:51a realidade
20:52de um país
20:53cobra muito imposto
20:55de um país
20:55que dá muito privilégio
20:57para a elite do funcionalismo público
20:58para deputado
20:59para senador
21:00para juiz
21:01para promotor
21:02e que investe
21:04muito pouco
21:05na produtividade
21:06do trabalhador
21:07não é
21:07uma única lei
21:08que vai alterar
21:10essa realidade
21:10o que faz com que as pessoas
21:12possam ganhar mais
21:14trabalhando menos
21:15é aumento de produtividade
21:16e é país enriquecendo
21:18não existe
21:18uma única emenda constitucional
21:20ou um único projeto de lei
21:21que vai fazer isso acontecer
21:23O vice-presidente
21:25Geraldo Alckmin
21:26do PSB
21:27afirmou nessa terça
21:28que o governo Lula
21:28ainda não entrou no debate
21:29sobre a redução
21:30da escala 6x1
21:31embora considere
21:32que a ideia
21:32é uma tendência
21:33no mundo inteiro
21:34Alckmin acrescentou
21:35que esse é um debate
21:36que cabe à sociedade
21:37e ao parlamento
21:39Pode soltar
21:40E também é ministro da indústria
21:42além dessa coisa
21:43do corte de gastos
21:44preocupa muito
21:45o empresariado industrial
21:46essa discussão
21:47da escala do 6x1
21:48Olha, isso não foi
21:50ainda discutido
21:51mas acho que
21:52é uma tendência
21:53no mundo inteiro
21:54à medida em que
21:56a tecnologia avança
21:57você pode fazer mais
21:59com menos pessoas
22:01você ter uma jornada menor
22:03Então esse é um debate
22:04que cabe à sociedade
22:06e ao parlamento
22:07a sua discussão
22:09A executiva nacional do MDB
22:12classificou como oportunista
22:14a discussão atual
22:15sobre o fim da jornada de trabalho
22:16de 6 dias para 1 de folga
22:18O partido lembrou
22:19que o tema foi alvo
22:19de uma comissão temática
22:21instalada ainda
22:21quando Michel Temer
22:22era o presidente da Câmara
22:23Aspas
22:24Em 2009
22:25o então presidente da Câmara
22:27dos deputados
22:28Michel Temer
22:28criou uma comissão
22:30para debater a redução
22:30de jornada de trabalho
22:31e foi elogiado
22:32até por integrantes
22:33de partidos de esquerda
22:34O tema precisa ser discutido
22:36com honestidade
22:37e não de forma oportunista
22:39como tentam alguns
22:40Fecho Aspas
22:41O governador de Minas Gerais
22:43Romeu Zema
22:43do Partido Novo
22:44disse o seguinte
22:45a rádio Tatiá
22:46é sobre a PEC
22:46Aspas
22:47Eu sou sempre favorável
22:49à questão da livre negociação
22:50entre empresa e trabalhador
22:52Se alguém foi contratado
22:53para folgar duas vezes por semana
22:55se isso foi pactuado
22:57entre as partes
22:58ótimo
22:58Se foi pactuado
22:59para folgar uma vez por semana
23:01e ambas as partes concordaram
23:03ótimo
23:04Fecho Aspas
23:05Esse é um ponto interessante
23:07Doutor Teixeira
23:07que é o acordo
23:08entre o empregador
23:10e o empregado
23:11para o número de folgas
23:13O Zema está defendendo
23:14uma relação
23:15trabalhista mais flexível
23:18que é
23:20para onde o mundo
23:21está apontando
23:22ao contrário do que diz
23:23o Geraldo Alckmin
23:24misturando
23:25a modernização
23:26de equipamentos
23:28com essa possibilidade
23:29de se trabalhar menos
23:30Então você tem
23:32uma possibilidade
23:33de maior flexibilidade
23:35e que isso entre
23:36também nas negociações
23:37A nossa reforma
23:39trabalhista
23:39também vai nessa direção
23:41A negociação
23:42entre patrão e empregado
23:43é o que importa mais
23:45É também para onde foi
23:46a reforma trabalhista
23:47da Espanha
23:49Mas o PT
23:50o governo Lula
23:51quer voltar ao passado
23:54O Alckmin fala
23:56essa história
23:56que a tecnologia
23:58deixa mais tempo livre
24:00Esse é um conceito
24:02também dos anos 90
24:03Naquele tempo
24:04do Domenico Demasi
24:06aquele italiano
24:06que escreveu
24:07O Ócio Criativo
24:08O Ócio Criativo
24:09E tinha essa ideia
24:10que vai vir tecnologia
24:11e a gente vai ficar
24:12mais produtivo
24:13e aí puxa
24:13você vai trabalhar
24:14é isso aí
24:15quatro dias na semana
24:16e vai folgar três
24:17E era a época também
24:19que se estimulava muito
24:20teve muita construção
24:21de parque
24:22de diversões
24:23porque achavam
24:23que as pessoas
24:24iam ficar flanando
24:25por aí
24:25vai no cinema
24:26vai na montanha russa
24:28depois entra na livraria
24:29e isso não aconteceu
24:31o Brasil faz parte
24:33de um mundo globalizado
24:35então se aqui
24:36a gente tiver pessoas
24:37trabalhando só quatro
24:38dias na semana
24:40na China
24:41eles trabalham seis
24:42trabalham cinco
24:43então assim
24:44as fábricas
24:45vão para outro lugar
24:46a gente
24:47deixa de ter investimento
24:49aqui no Brasil
24:50e passa a ter em outro país
24:51então
24:51a nossa escala
24:52é sete por zero
24:53né
24:53a escala de jornalistas
24:55profissionais
24:55que não param nunca
24:56precisam ler
24:58precisam atuar
24:59às vezes acontece
25:00barbaridades
25:01ao longo do fim de semana
25:03e a gente está lá
25:04na cobertura
25:05quer dizer
25:05trabalhando bastante
25:06produzindo
25:07porque a produtividade
25:08é o mais importante
25:10é
25:10e até que
25:11o que a tecnologia deu
25:12é
25:13essa flexibilidade maior
25:15né
25:15o que foi atalhado
25:16do Uber
25:16é isso
25:16às vezes ele trabalha
25:1715 horas num dia
25:204 no outro
25:21né
25:21você consegue
25:22e a gente às vezes
25:24trabalha de casa
25:24trabalha da rua
25:25você tem o celular
25:26você tem
25:27computador
25:29etc
25:29você consegue
25:30essa flexibilidade
25:31não é porque chegou
25:31a tecnologia
25:32que ninguém vai mais
25:32precisar trabalhar
25:33então
25:35são diferenças
25:36bastante gritantes