- ontem
Se um dia eu tivesse uma única chance de escrever ou aprovar uma lei, qualquer que fosse o tema, escolheria a obrigatoriedade de fundamentação técnica e de comprovação de efetividade prévia, sob pena de responsabilização cível e criminal, na ausência desta, por parte do parlamentar-autor.
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NotíciasTranscrição
00:00Deixa eu começar o programa falando sobre ela, sobre a PEC do 6 a 1, do fim do 6 a 1.
00:07PEC polêmica que tem movimentado as redes sociais nos últimos dias e ontem, durante a sessão da Câmara, também movimentou o Congresso.
00:16Teve deputado que falou a favor, teve deputado que falou contra, teve deputado que fez flagrante da parlamentar, autora da PEC, que quer reduzir a jornada de trabalho.
00:27Vamos começar com o deputado Nicolas Ferreira, que é um parlamentar que tem criticado a forma como a esquerda tem lidado com essa discussão.
00:34Matheus, o vídeo do Nicolas está pronto? Me dá o joinha? Então vamos colocar o Nicolas criticando a PEC no plenário da Câmara dos Deputados.
00:44Galera, é isso que eu chamo de dar exemplo. Agora são 21h31 da noite e...
00:50Os que estão de amarelo são os que estão presentes. E dá só uma olhadinha quem não está presente aqui trabalhando.
00:58Ó, olha se não é ele, Elo, Erika Hill. Ela já está fazendo a escala dela, está dando exemplo, folgando em dia de trabalho.
01:09Essa é a pessoa que está colocando toda a página de fofoca, artistas, influenciadores para poder nos atacar, sendo que ela mesmo não está aqui trabalhando.
01:18Ou seja, basicamente escancaram uma proposta que é fantasiosa, mentirosa, que não diz respeito a acabar com 6.1.
01:25Pelo contrário, impõe o 4.3 sem ao menos estudar, errando conta matemática no projeto.
01:31A gente vai discutir sim a flexibilização de forma séria e não simplesmente aí para poder fazer a Uê com a sensibilização e o coração das pessoas trabalhadoras desse Brasil, tá?
01:41Forte abraço aí.
01:44Outro parlamentar que criticou foi o Maurício Macron.
01:48Matheus, coloca por gentileza aí a fala do parlamentar.
01:52Presidente, nos últimos dias o Brasil foi tomado por uma discussão sobre a diminuição da jornada de trabalho de forma mágica.
02:03Uma deputada do PSOL apresentou um projeto que ela não conseguiu sequer fazer a conta 4 vezes 8.
02:13Ela apresentou na PEC o resultado de 32.
02:16Aliás, ela apresentou de 36 quando deveria ser de 32 pelas contas dela.
02:25Como é que nós, colega Paulo Bilinski, podemos levar a sério uma PEC onde quem a escreve não sabe fazer uma conta básica de matemática?
02:36Pero ridículo.
02:37Mas o brasileiro gosta de acreditar em esquerdista.
02:42Teve promessas durante a campanha dessa turma do tipo.
02:46Lula dizia, vamos abrasileirar o preço da gasolina.
02:50Alguém lembra disso?
02:52Pois bem, no governo do ódio era menos de 5 reais a gasolina.
02:56No governo do amor já está em 6 quase.
02:59No governo do ódio, o dólar era 4,70.
03:05No governo do conto de fadas, está em quase 6.
03:09O gás de cozinha, que Lula dizia que abaratear era menos de 100, agora está mais de 150.
03:17Agora vem uma deputada que nunca gerou um emprego no Brasil,
03:21dizer que, de forma mágica, pode-se diminuir os dias de trabalho e manter a mesma remuneração.
03:31Pois bem, a fórmula que a tal deputada apresenta foi testada até agora em quatro países do mundo.
03:39Emirados Árabes, vale somente para o funcionalismo público.
03:43A Bélgica, que tem uma jornada de 38 a 45 horas, que o funcionário pode escolher fazer até 10, 12 horas por dia
03:54para cumprir a jornada e aí sim trabalhar quatro horas, quatro dias, coisa que no Brasil não pode,
04:00porque o máximo são oito horas.
04:02Na Islândia, o governo está tentando implementar para 1% da população.
04:08Vocês sabem quanto que é 1% da população na Islândia?
04:113 mil pessoas.
04:13E na Escócia, o governo também está tentando implementar, mas daí com subsídios estatais.
04:21Ou seja, se tira dinheiro dos impostos para subsidiar essa diferença de horas e dias de trabalho.
04:29Eu poderia aqui apresentar, presidente, a PEC do 14º, 15º e 16º salário.
04:35Eu poderia apresentar uma PEC que o governo tem que colocar um milhão de reais na conta de cada trabalhador.
04:40Lugar de palhaço e mágica e mágico é no circo, não é no parlamento.
04:47Apresentar coisas que não deram certo em lugar nenhum do mundo não passa de proselitismo político.
04:54É, e vamos também ouvir o deputado Luiz Lima, que também se pronunciou sobre o caso na tribuna da Câmara.
05:03Presidente Gilberto, eu vi uma deputada federal que me antecedeu e que todos nós temos respeito
05:09em fazer referência a esse projeto de lei que não alcançou as assinaturas necessárias
05:15para a gente iniciar a conversa aqui na Câmara dos Deputados.
05:20Mas tem um restaurante aqui em Brasília que todos nós almoçamos, que é o Fogo de Pedra, ali na Vila Planalto.
05:27Presidente Gilberto e eu, tive a curiosidade de conversar com a Ana Carolina, que trabalha no Caixa
05:32e é filha da proprietária do restaurante.
05:36O restaurante funciona de segunda a domingo.
05:40Tem 20 funcionários.
05:41E eu fiz uma pergunta, ô Ana, você está sabendo dessa proposta do PSOL em reduzir a jornada de trabalho de 6 para 1,
05:51que são 8 horas, 5 vezes na semana, 40 com 4 horas, não sabe.
05:56Eu não sei de onde o PSOL tirou 4 dias, dá 36, 4 vezes 8 dá 32.
06:02Já tem um erro nesse projeto, é uma falha até de matemática.
06:05Mas a Ana Carolina virou para mim e falou, Luiz, se essa medida passar de 4 para 3,
06:12nós vamos ter que contratar mais 10 funcionários, passando de 20 para 30 funcionários.
06:19É uma lei que pode abranger casos, que eu até concordo, passar de 5 para 2.
06:27Mas cada caso é um caso.
06:29O que pode ser um carinho no trabalhador, pode gerar demissões,
06:34como é o caso do restaurante Fogo de Pedra, aqui na Vila Planalto, em Brasília,
06:39que fatalmente, que o estabelecimento, tendo que passar de 20 funcionários para 30,
06:45com a mesma receita, ele corre o risco de fechar.
06:49E corre o risco de fechar também empresas que produzem certos produtos,
06:53que não vão ter saída financeira para arcar com aumento de funcionários.
06:59a produção vai diminuir, a produção de produtos vai diminuir,
07:05a demanda vai aumentar, vai gerar inflação.
07:09Então, a gente não pode fazer desse caso um caso populista.
07:13Na verdade, o mundo ideal seria cada funcionário negociar com o seu patrão.
07:19E também tem vários casos de trabalhadores que recebem um trabalho fixo
07:24e ganham por comissão, que trabalham de segunda a sábado,
07:28numa concessionária de automóvel,
07:30e que ele tem que vender carro para ele aumentar o seu salário.
07:34Imagina você pedir para um funcionário,
07:37para ele ficar em casa na sexta e no sábado,
07:41se ele tem comissão agregada ao seu salário.
07:44É uma irresponsabilidade apresentar esse projeto do jeito que ele é apresentado,
07:50sem uma discussão construtiva para proteger, de fato, o trabalhador do nosso país.
07:58Gilberto, é claro que uma faxineira que trabalha seis dias na semana,
08:03uma senhora de 40, 50 anos de idade,
08:06a jornada de cinco para dois, bacana.
08:09Mas você obrigar o trabalhador a ficar três dias em casa,
08:14se ele tem vontade de produzir e pôr em risco estabelecimentos comerciais,
08:19que vão ter que praticamente dobrar o número de contratados,
08:22gerando desemprego e inflação, é uma temeridade.
08:27Obrigado, presidente Gilberto.
08:29Ok, deputado Luiz Lima.
08:31Está aí, deputado Luiz Lima.
08:33A verdade é que o tema agora ganhou substância,
08:36deixou de ser uma briga de rede social e agora começa a, de fato,
08:40a entrar numa discussão saudável sobre o tema.
08:42Rodolfo Bosch, vem para cá para me ajudar nessa análise,
08:45porque é o seguinte, Rodolfo,
08:47eu tenho conversado com vários parlamentares sobre esse assunto.
08:52O que tem de deputado centrão que está chateado,
08:55para não dizer outro termo com a esquerda,
08:59porque o que a esquerda fez?
09:01Colocou vários deputados que estavam ali sem saber como se posicionar,
09:05colocaram esses deputados no fogo.
09:07Em uma tática que a esquerda vive reclamando,
09:11que era uma atitude típica da bancada de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro.
09:16Então, tem vários deputados ali do centrão que falam o seguinte nos bastidores.
09:19Gente, eu não vou apoiar essa proposta, coisa nenhuma.
09:21Já que estão me obrigando a me colocar no fogo,
09:24eles que se virem com essa proposta deles.
09:27Então, já tem deputado falando isso, primeiro ponto.
09:29Segundo ponto, Rodolfo.
09:30O deputado Luiz Lima, eu acho que ele pega no ponto sensível dessa proposta.
09:37Que é a seguinte, não adianta você colocar na Constituição
09:40a limitação do trabalho ou da jornada de trabalho de um trabalhador.
09:45Precisa combinar com os ursos, precisa combinar com o empresário,
09:48precisa combinar com quem de fato gera riqueza.
09:51E isso o PSOL não fez.
09:53Outra questão.
09:55Ontem, o possível futuro presidente da Câmara, Hugo Mota, deixou muito claro.
10:02Olha, não vamos apressar essa discussão.
10:05Essa vai ser uma discussão lenta, gradual,
10:07porque a gente precisa entender o contexto.
10:10Não adianta você tentar determinar o fim da jornada de seis para um,
10:13de cima para baixo.
10:15Ela pode ser mais danosa do que benéfica.
10:18Ou seja, tem muito populismo nessa proposta, pouca discussão.
10:24E, de novo, eu tenho alertado isso aqui no meio-dia.
10:27Não adianta o trabalhador,
10:29ah, Wilson, você está sendo pessimista.
10:31Não, gente, calma.
10:33Mesmo a proposta sendo protocolada hoje,
10:36como ela será a partir das cinco horas da tarde,
10:38daqui a pouco vamos abordar,
10:39vamos falar dos deputados que já assinaram esse pedido,
10:43ela não vai ser aprovada amanhã.
10:44Tem um rito longo.
10:46Tem um rito que, pelo que se desenha,
10:49não vai durar menos do que dois anos.
10:51Boa tarde, Rodolfo.
10:52Boa tarde, Wilson.
10:53Boa tarde para os nossos espectadores.
10:55Essa proposta, Wilson, provavelmente não vai ser aprovada nunca.
10:59Porque não é assim que se mudam as coisas.
11:03Para deixar a questão mais clara,
11:05eu vou fazer uma comparação aqui rápida.
11:07Se o governo Lula fizesse frente
11:09às suas promessas de responsabilidade fiscal,
11:12ele estaria colaborando muito mais
11:14para que a jornada do trabalhador brasileiro mudasse
11:17do que uma legislação,
11:19qualquer legislação que seja aprovada sobre esse assunto.
11:23Com o objetivo de fazer isso.
11:25Porque a questão não é impor por meio de lei
11:28que a gestão do trabalho ocorra de determinada forma.
11:33Mas proporcionar a partir,
11:35e aí pode ser por meio de algumas leis,
11:38que a força de trabalho possa funcionar dessa forma.
11:44Que o empresário possa ser eficiente o bastante
11:47e ter menos custos ao vender o seu produto,
11:51ao proporcionar, oferecer o seu serviço.
11:54E aí sim poder organizar a gestão do trabalho na empresa dele.
12:00Então, o debate está invertido.
12:03Ele começa invertido e começa errado.
12:04Então, ainda, repito,
12:07continuo dizendo o que eu tenho dito
12:09desde segunda-feira,
12:10quando a gente começou a discutir isso aqui.
12:11O único benefício dessa proposta
12:14é fazer que as pessoas que hoje
12:17não conseguem entender como funciona
12:19o mercado de trabalho
12:20e os potenciais malefícios desse tipo de iniciativa,
12:24passem a entender isso.
12:26Porque a discussão, ela só vai servir
12:28se as pessoas souberem o que está em debate.
12:31E o que está em debate é errado.
12:33O que está em debate não é possível debater
12:37uma mudança no mercado de trabalho
12:39a partir da legislação.
12:41Porque vai vir o impacto, o resultado,
12:45ele não é necessariamente a consequência do objetivo,
12:51da intenção que o parlamentar teve ao apresentar.
12:54Isso já ficou claro nesse debate público.
12:56E mesmo assim, essa ironia,
12:58essas assinaturas que passaram do 171,
13:01o mínimo para ser protocolado,
13:04elas foram conquistadas na base da chantagem.
13:07E tem até senador de direita
13:10entrando nesse discurso
13:12porque se sentiu constrangido
13:14de pretensamente estar defendendo
13:19o empresário em vez do trabalhador.
13:22sendo que esse tipo de proposta,
13:24ele é ruim,
13:25tanto para o empresário
13:26quanto para o trabalhador.
13:29É, eu tenho escutado muito,
13:31inclusive com alguns falados,
13:33conversar com alguns empresários,
13:35e eles me falam
13:36algo muito nessa linha.
13:38Wilson,
13:40a gente não pode tratar um empresário
13:41como um malvadão geral da república.
13:43MV, MGR,
13:48o malvadão geral da república.
13:49Não pode deixar até o Rodolfo
13:51na tela dividida?
13:52Matheus, se for o caso.
13:53Para ele me ajudar nessa conversa.
13:56Porque é o seguinte,
13:58tem empresário que ele até quer conceder
14:01um benefício para o trabalhador,
14:04para ele trabalhar menos.
14:05O empresário,
14:06se você for conversar de fato com o empresário,
14:08ele até quer que o trabalhador
14:09trabalhe menos no geral.
14:11Se você for conversar com alguns empresários,
14:14a gente não pode tratar o empresário
14:15como um malvadão geral da república.
14:17Mas o problema é o seguinte,
14:18você manter um empresário,
14:21você manter um empregado,
14:22principalmente no regime CLT,
14:23é caro.
14:24É extremamente caro.
14:26E a discussão que se faz
14:28nessa PEC,
14:29e vários especialistas
14:31têm me alertado, Wilson,
14:32a gente está discutindo uma PEC
14:34em que o governo engessa ainda mais
14:38essa relação trabalhista.
14:39E esse é que é o problema.
14:41Eu posso encarecer ainda mais
14:43a minha prestação de serviço.
14:46Se eu tiver que...
14:47O exemplo que o Luiz Lima deu,
14:49e por isso que a gente puxou
14:49esse exemplo aqui para o meio-dia,
14:51ele é sintomático.
14:52Por quê?
14:53Se você tem um custo,
14:54vamos trabalhar com custo,
14:56matemática simples, básica.
14:58Se você tem um restaurante
15:00que você hoje emprega 10 pessoas,
15:02o custo dessas 10 pessoas
15:04vai estar lá no final da ponta,
15:06vai estar lá no prato da comida
15:07que esse restaurante vende.
15:09Então, se um restaurante, por exemplo,
15:12aplica um preço de R$50,00 por quilo
15:14no self-service,
15:16com uma folha de pagamento
15:17de 10 funcionários,
15:19se você obrigar,
15:20colocar na Constituição
15:21que esse funcionário não pode trabalhar
15:22X horas,
15:23vai ter que trabalhar menos X horas,
15:26esse trabalhador,
15:28esse empresário,
15:29melhor dizendo,
15:30ele vai ser obrigado a,
15:31de fato,
15:31aumentar o número de peças.
15:33Vai ter que, ao invés de contratar 10,
15:35vai ter que trabalhar com 15.
15:36Só que se eu aumento em 50%
15:39a minha folha de pagamento,
15:40isso vai onerar o meu custo final
15:42do meu prato de comida.
15:43E no final da segunda,
15:44quem vai pagar vai ser quem?
15:45Vai ser o próprio trabalhador.
15:46Então, aquele self-service
15:47de R$50,00 por quilo,
15:49ele não vai conseguir mais
15:50aplicar R$50,00 por quilo.
15:51Vai aplicar R$60,00, R$70,00, R$80,00.
15:54E se ele conseguir,
15:55e se ele tiver que aumentar esse preço,
15:57ele vai conseguir absorver
15:59esse impacto no custo
16:00que ele vai ter na empresa?
16:01Não se sabe.
16:02Então, é por isso
16:03que se cobra muito dessa PEC
16:04o estudo de impacto.
16:06Para você saber, de fato,
16:08se faz sentido você
16:09engessar a legislação
16:10trabalhista de tal forma
16:12que isso possa, por exemplo,
16:13impactar, no final das contas,
16:14no custo final do serviço
16:15que você presta.
16:16Ou seja, gente,
16:18está tudo errado, Rodolfo.
16:19Está tudo errado.
16:19É, e o pecado original,
16:21Wilson, disso aí,
16:22é o raciocínio
16:22de que o empresário,
16:24ele só não paga mais
16:26para o trabalhador,
16:27para o seu funcionário,
16:28ele só não deixa ele folgar mais
16:29por uma questão de vontade.
16:30E esse é o pecado original aí,
16:34e chamei atenção para isso
16:36na análise que eu escrevi,
16:37publiquei ontem no Antagonista,
16:38está lá no antagonista.com.br,
16:40em que eu comparei
16:41esse 6 a 1,
16:42essa escala 6 a 1,
16:43com 7 a 1
16:43que a gente sofreu lá
16:44para a Alemanha em 2014.
16:46É mais um 7 a 1 para o país,
16:47porque esse debate
16:47está todo errado.
16:49Se a ideia é que o empresário
16:52só não faz isso
16:52porque ele não quer,
16:53porque ele é malvado,
16:55então a culpa é do empresário,
16:56a questão é que a culpa
16:56não é do empresário,
16:57a culpa é das condições,
16:59se for preocupar alguém,
17:00do país.
17:01O país não dá condições
17:03para que esse empresário
17:04possa remunerar melhor
17:05e fazer escolhas.
17:08E o próprio trabalhador,
17:10se esse trabalho é feito
17:11dessa forma,
17:11é porque ele custa muito,
17:13ele custa tanto,
17:15que não permite
17:15que essa negociação
17:16seja feita de outra forma.
17:18Eu digo,
17:18custa para o empresário,
17:20e aí acaba submetendo
17:21o trabalhador
17:22a um regime
17:22que de fato
17:23é um regime cansativo.
17:25e aí o erro
17:27de alguns parlamentares,
17:29alguns da direita
17:30que teoricamente,
17:31ideologicamente,
17:32deveriam estar do outro lado,
17:34é achar que o debate
17:35é sobre
17:37quem gosta do trabalhador
17:39e quem não gosta.
17:40Esse jogo de chantagem
17:42é ruim para todo mundo,
17:44para o trabalhador inclusive.
17:45Então não está em debate
17:46se o deputado ou o senador
17:48gosta do trabalhador ou não,
17:50se ele gosta do empresário ou não.
17:51O que está em debate,
17:53o que deveria estar em debate,
17:55é quais são,
17:56o que é preciso fazer,
17:57o que o Brasil precisa fazer
17:58para proporcionar
18:00melhores condições de trabalho
18:02para os seus trabalhadores.
18:03Isso não está sendo debatido agora.
18:06O que está sendo debatido
18:07a partir de uma proposta mal feita
18:09é o empresário é ruim
18:12e quem não está defendendo
18:14a redução da jornada
18:16do trabalhador brasileiro
18:17é mal.
18:19Esse é o que está em questão.
18:21Aí tem um detalhe,
18:22tem um comentário aqui
18:24inclusive do chat
18:25que eu acho um comentário
18:26absolutamente pertinente.
18:28O camarada que me propõe
18:29uma proposta dessa
18:29é aquele camarada
18:30que trabalha no regime
18:31de três para quatro.
18:34Passa três dias em Brasília
18:35e literalmente,
18:36três dias não,
18:36dois dias e meio,
18:37porque assim,
18:38terça, quarta, quinta-feira
18:39no meio do expediente já
18:40volta para a sua base.
18:42Então,
18:42e tem um salário
18:43de 44 mil reais.
18:45É por isso também,
18:46esse contexto aí,
18:47isso só piora tudo,
18:49porque realmente
18:49é uma distância
18:51da realidade
18:52que é até agressivo,
18:56porque é ter essa vida,
18:58viver essa vida
18:59completamente descolada
19:01da realidade
19:02e ainda tentar,
19:04sob o argumento
19:05de que está fazendo
19:06algo bom,
19:07piorar ainda mais
19:08a condição de trabalho
19:09dos brasileiros.
19:10e aguardem que eu estou
19:12fazendo uma investigação
19:13desde ontem,
19:14aguardem que,
19:15se eu tiver correto,
19:16vamos ter novidades
19:17nos próximos dias
19:18e vocês vão ver
19:18que tem muita falácia
19:21nessa história,
19:22tem muita hipocrisia
19:24nessa discussão
19:26sobre o Cezão,
19:27sobre essa PEC.
19:27do Cezão,
19:28do Cezão,
19:29do Cezão,
19:30do Cezão.
19:30Legenda Adriana Zanotto