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O dólar comercial fechou a quinta-feira, 28, a R$ 5,98, o maior valor nominal da história da taxa de câmbio, no dia seguinte em que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), anunciou as medidas do pacote de corte de gastos.
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Transcrição
00:00Dólar a R$ 6,00 rompendo uma marca importantíssima, Wilson Lima, como é que isso está repercutindo aí também em Brasília?
00:10É amigo, pela primeira vez o dólar chega a R$ 6,00, é como você bem falou no início do programa,
00:16uma barreira psicológica e que não pegou nada bem, ou seja, não vai ter Disney para absolutamente ninguém.
00:21Mas agora há pouco, o ministro da Fazenda, o Fernando Haddad, ele comentou sobre esse assunto
00:26numa entrevista coletiva aqui no Senado. Por favor, vamos ouvir o Fernando Haddad.
00:32Durante a sua primeira fala lá no Planalto, o dólar chegou ao máximo de R$ 5,99.
00:37Como é que o senhor vê essa reação do mercado e o impacto que isso tem na inflação
00:41que acaba contaminando a economia toda, não só o mercado?
00:45Vamos ver como é que isso acomoda. A partir do momento em que você vai explicando e as pessoas não entendendo,
00:52havia também uma confusão muito grande em relação à reforma da renda,
00:55que eu acredito que seja o que está dando o maior ruído.
01:01Não é a questão das medidas que estão sendo apresentadas aqui.
01:04É o debate sobre a renda.
01:05Agora, nós sabíamos que o debate sobre a renda ia exigir um aprofundamento da questão.
01:13Mas não é uma coisa que vai ser votada esse ano, nem deveria mesmo ser votada esse ano,
01:19pelo fato de ser uma matéria que tem que contar com o debate da opinião pública.
01:23O presidente Pacheco já falou, o número de audiências públicas necessárias para debater a matéria,
01:29especialistas que vão ser chamados.
01:32Entende? Não é uma coisa, é uma matéria que nunca foi enfrentada a rigor, conforme está sendo proposto.
01:39Então, nós vamos abrir aí um debate importante no país sobre a questão da justiça tributária no Brasil.
01:45Mas não é um assunto que vai ser resolvido em três semanas.
01:48É um assunto que vai contar com um ano de 2025,
01:54que nós pretendemos que esteja bastante leve do ponto de vista da agenda legislativa.
01:59E como não há eleição no ano que vem,
02:02nós vamos ter tempo para discutir, abrir os números,
02:06fazer com que as pessoas se defrontem com a realidade tributária do Brasil,
02:11para tomar a melhor decisão.
02:12A verdade é que desde ontem, integrantes do PT já faziam aí um discurso
02:18de que não, não vai ter problema, é especulação pura do mercado.
02:22A presidente da Executiva Nacional do PT, Gilles Hoffman,
02:25falou na rede Social X que, nossa, é impressionante como é que o mercado atua, né?
02:31É impressionante a especulação contra o Brasil.
02:34Do outro lado, agora há pouco eu recebi aqui uma notinha aqui
02:37do presidente da Executiva Nacional do PSDB, o Marconi Pirillo,
02:40que ele falou o seguinte, ele foi bem franco.
02:43Wilson, de onde nada se espera, é daí que não sai,
02:48é justamente daí que não se sai absolutamente nada, né?
02:51Parafraseando o barão de Itararé.
02:54É isso, meu caro Zé Inácio, você vê que o mercado precificando,
02:59de fato, o anúncio atabalhoado da equipe econômica do governo federal.
03:05Pois é.
03:07Van Dicke, uma pergunta rápida para você, se possível.
03:13Temos Van Dicke?
03:13Temos Van Dicke, aí está.
03:15Você acha que, só rapidamente para encerrar esse assunto de dólar a seis, etc.,
03:20você acha que esse número se sustenta,
03:23ou é o mercado tentando dar um recado para o governo
03:26para ver se eles anunciam alguma coisa para compensar,
03:29e aí o dólar volta a cair novamente?
03:31Porque eles sabem que para o governo esse dólar tem muita importância psicológica também, né?
03:37Zé Inácio, precisa ficar claro para o PT e para o público
03:42que o mercado não empurra o dólar, não é?
03:44Ninguém tem poder individualmente de empurrar o dólar para algum lugar.
03:49O que acontece é, incentivos econômicos e financeiros são calculados,
03:55e esses incentivos levam as pessoas a se posicionarem no mercado.
03:58E quando muitas pessoas se posicionam numa direção,
04:01a gente acaba criando essa pressão para cima ou para baixo na taxa de câmbio.
04:07E está acontecendo exatamente isso.
04:10Como a perspectiva foi frustrada e o risco Brasil aumentou,
04:15e a oportunidade de tirar dinheiro do Brasil é grande,
04:18porque existe os Estados Unidos ainda com taxas de juros muito elevadas,
04:22então a gente teve uma saída de mais de 55 bilhões de reais esse ano.
04:26E quando a gente tem um encrudescimento da posição fiscal do Brasil,
04:32para pior, o que acaba acontecendo?
04:34As pessoas tomam decisões que são racionais, elas não são especulativas.
04:40Quando com medo, quando eu tenho medo de uma situação,
04:43eu não vou entrar nela, e o Brasil ficou mais incerto.
04:46Então não existe uma especulação, não é,
04:49ah, não, nós vamos mandar um recado.
04:51O recado foi dado pela reação criada num grande número de pessoas
04:56que ficaram com medo, assustadas, e o dinheiro saiu.
04:58Ninguém é malvado, vamos bater no governo.
05:00Ninguém tem esse poder de bater no governo.
05:03Então é exatamente isso.
05:05O dólar vai para onde ele tiver que ir.
05:07O governo não fez a sua responsável, não assumiu,
05:11não chegou na posição de liderar o país
05:16e tomou a decisão consciente com relação ao equilíbrio fiscal.
05:20E é esse o preço que se paga.
05:22Todas as decisões que a gente toma têm um preço.
05:25O governo tomou a decisão que, a meu ver, foi errada,
05:28vai pagar na ponta longa de juros,
05:30vai pagar na taxa de câmbio,
05:34e isso vai pressionar a inflação e vai criar outros problemas.
05:38Não dá para ter respostas ou soluções táticas
05:42para um problema estratégico.
05:43abrimos mão de mudar estruturalmente
05:47a questão fiscal do Brasil e fazermos sustentáveis.
05:52Pois é.
05:52Agora, Van Dicke,
05:53deixa eu só fazer uma pergunta para o Van Dicke,
05:55por gentileza, porque algo me chamou a atenção.
05:58Na verdade, é um detalhe que, em política,
06:01é muito importante.
06:03E também com essa questão do mercado.
06:05A coletiva do Haddad durou aproximadamente uma hora e meia.
06:09Foi uma coletiva longa.
06:10Mas a primeira frase do Haddad foi justamente sobre o imposto de renda.
06:16A primeira fala do Haddad foi já dando logo uma justificativa.
06:20Não, estamos apresentando a proposta para o debate junto à sociedade,
06:25mas, olha, se tudo der certo, ela só vai valer para 2026.
06:27Essa coletiva de imprensa que nós exibimos agora há pouco,
06:32ela ocorreu há aproximadamente 40, 50 minutos.
06:35Naquele momento, o colega perguntava quando o dólar estava 5,99.
06:42O dólar subiu nesse íntere.
06:45Me parece o seguinte, fazendo aqui uma análise,
06:49quer dizer, e a coletiva do Haddad começou ali por volta de 8h30 da manhã.
06:53São meio-dia e 30, arredondando aqui.
06:57Van Dicke, a impressão que eu tenho é que não adiantou o Haddad falar no primeiro momento,
07:03não adiantou ele explicar no segundo momento,
07:05não adiantou ele ir para o Senado e falar no terceiro momento.
07:08Me parece que o mercado não acreditou no Haddad.
07:12É impressão minha ou esse assunto está correto?
07:14Não, a credibilidade do ministro da Fazenda se esvaiu.
07:21Ainda que ele seja o fiel da balança na relação com o mercado e o governo,
07:26porque ele é a única pessoa sensível à questão fiscal no Brasil
07:31dentro do primeiro escalão do governo.
07:33É essa a grande preocupação.
07:36E, obviamente, quando ele não conseguiu convencer o Lula, principalmente,
07:43e os ministros das áreas sociais e políticas,
07:46de que era necessário, inclusive do ponto de vista político,
07:51eles dobraram a aposta política não econômica de que o gasto é vida.
07:56É isso que aconteceu.
07:58E vai pagar um preço caro.
08:00Agora, o problema com o mercado,
08:02a gente sempre fala de bater no governo,
08:04mas também tem bater no mercado.
08:06É ruim com o Haddad?
08:08É muito ruim.
08:09Mas pode piorar aquela máxima do Brasil,
08:12que tudo que é ruim não pode piorar?
08:15Aqui pode.
08:17Então, o que acontece?
08:18Sem o Haddad, a coisa piora muito.
08:20Então, o mercado não pode bater muito,
08:23atacar muito,
08:25e que não tenha esse poder,
08:26mas se posicionar, falar,
08:28porque fritar o Haddad é piorar a situação.
08:36Então, o que acontece?
08:37E aí
08:41o Haddad é piorar a situação.
08:42E aí
08:44o Haddad é piorar a situação.
08:45E aí
08:48Obrigado.

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