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Marçal é indiciado e se faz de sonso
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A Polícia Federal indiciou o influenciador digital Pablo Marçal (PRTB) por uso de documento falso contra Guilherme Boulos (PSOL).
Em 4 de outubro, dois dias antes do primeiro turno, Marçal publicou nas redes sociais um laudo médico forjado para acusar Boulos de uso de drogas.
Felipe Moura Brasil e Duda Teixeira comentam:
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00:00
Vamos voltar a falar de Brasil? A Polícia Federal indiciou o influenciador digital Pablo Marçal do PRTB
00:06
por uso de documento falso contra Guilherme Boulos do PSOL.
00:10
Agora que eles já estavam amiguinhos, não é mesmo? Que eles fizeram uma live juntos?
00:15
Pois é, a PF não quis saber, indiciou.
00:19
Em 4 de outubro, dois dias antes do primeiro turno, Marçal publicou nas redes sociais um laudo médico forjado
00:24
para acusar Boulos de uso de drogas.
00:25
O influenciador prestou depoimento de aproximadamente três horas na superintendência regional da PF em São Paulo nesta sexta.
00:32
O ex-candidato à prefeitura da capital paulista negou qualquer envolvimento no caso
00:35
e reiterou a versão que ele deu após a ocorrência do episódio,
00:39
que o documento foi postado pela sua equipe de campanha sem o seu aval.
00:43
Em 7 de outubro, a perícia da Polícia Federal concluiu que a assinatura do médico José Roberto de Souza no documento é falsa,
00:49
após compará-la a outras assinaturas dele.
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José Roberto morreu há dois anos em decorrência de uma doença rara.
00:55
O inquérito policial agora será enviado ao Ministério Público,
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que vai ficar encarregado de definir se oferece ou não a denúncia contra Marçal.
01:03
Claro que cada um pode fazer o seu juízo sobre a gravidade, sobre o enquadramento legal.
01:11
É isso que eu quero falar a respeito desse caso.
01:13
Fato é que essa alegação do Zé Teixeira é muito sonsa, no meu modo de ver, porque é a conta dele, Pablo Marçal.
01:23
É uma conta que está em nome dele.
01:26
Você imagina você dizer que você não teve um envolvimento com uma postagem que foi feita na sua conta.
01:32
Veja bem, não é nem uma publicação de uma empresa onde você trabalha, onde você tem um cargo executivo.
01:39
É a sua conta, em seu nome, na sua rede social.
01:42
Ah, não, foi um membro da equipe, etc.
01:44
Olha, o último responsável é o Pablo Marçal.
01:47
Se ele entrega a chave, se ele entrega a senha, no caso, para que membros da sua equipe publiquem,
01:54
ele tem uma responsabilidade sobre isso.
01:57
O mínimo que poderia fazer é qualquer coisa mais sensível que passasse pelo seu aval antes.
02:02
Duda Teixeira, o que você avalia desse episódio e principalmente dessa alegação?
02:06
Como a gente estava aqui vendo os comentários no chat do YouTube, no intervalo,
02:10
nosso público tampouco acreditou na alegação do Marçal de que ele não tem nada a ver com isso,
02:15
foi gente da equipe, repito, a conta é dele, está em nome dele, ele é o responsável.
02:22
Se ele terceiriza isso, ainda nessa hipótese, vamos considerar só por raciocínio,
02:28
é que ele terceiriza, é a responsabilidade dele.
02:31
Ainda que, nesse caso, ele não tenha dado um aval específico.
02:35
Não deixa de ser responsabilidade dele.
02:38
Duda.
02:39
Felipe, o Pablo Marçal se colocava muito assim como um empreendedor,
02:43
um cara bem-sucedido, como dono de várias empresas e se propunha ele meio que ser um prefeito
02:52
meio empresário de São Paulo, que ele ia dar aulas de empreendedorismo.
02:58
Bom, agora imagina agora esse funcionário dele, o chefe dele vira e fala assim,
03:04
olha, isso aqui não fui eu, foi o meu funcionário.
03:06
Eu acho isso daí, sabe, de uma canalice, porque claramente era a conta dele,
03:16
era a responsabilidade dele.
03:19
E isso aconteceu na sexta-feira, antivéspera da eleição que aconteceu no domingo.
03:23
É o momento mais sensível de todos.
03:25
É, quer dizer, dificilmente alguém vai acreditar que tinha ali um funcionário,
03:31
um estagiário, com um celular e a conta alugada e falasse assim,
03:35
nossa, olha só esse papel que passou pela minha mesa, né, vou fazer uma foto e publicar.
03:40
E depois de semanas em que ele investiu nessa narrativa, foi contestado e disse que guardaria,
03:46
inclusive, uma surpresa para o final.
03:48
Exato.
03:48
Lembra?
03:49
A única surpresinha que apareceu foi esse documento falso.
03:53
Então, assim, você tem, inclusive, indicações no sentido contrário de premeditação.
03:58
Exato.
03:59
E de uma acusação que ele já vinha fazendo, né, que o Guilherme de Boulos era um usuário de cocaína.
04:06
Então, o laudo também confirmava isso que ele já vinha falando sem provas, né.
04:12
Então, enfim, o indiciamento agora é um sinal de que a PF entende que há uma grande chance
04:20
dele ser o autor desse crime.
04:23
A investigação ainda vai correr, mas difícil ele se safar dessa daí.
04:29
Pois é, vamos ver se tem alguma consequência eleitoral também.
04:33
Pode ser um crime que não renda tanto tempo de cadeia ou que não renda cadeia, mas que
04:39
vai render uma multa.
04:41
Quer dizer, aí entram todas as nuances da questão penal e, claro, dos processos jurídicos no Brasil.
04:47
Agora, a responsabilidade, ela é bastante evidente em razão de todos esses elementos.
04:52
Em relação ao discurso político que o Duda citou, de, olha, eu sou empresário, outros
04:58
candidatos aqui são muito novinhos, inclusive, tipo a Tabata, ele falava, nunca geriu nada,
05:05
etc.
05:06
Quer dizer, o que esse episódio mostrou é que o Marçal não conseguiu sequer administrar
05:10
a própria equipe, pelo menos de acordo com a alegação dele.
05:15
Se a gente levar a sério a alegação dele para se safar da questão penal, a gente tem
05:21
que observar que o discurso político não para em pé.
05:26
Quer dizer, como é que se posa de gestor, de grande administrador, muito acima dos demais
05:30
candidatos, se você não consegue impedir que, na sua própria conta, um membro da sua equipe,
05:37
no momento mais sensível da sua disputa, publique algo completamente falso, com uma acusação
05:43
gravíssima contra um adversário?
05:46
Eu repito, é a conta da rede social dele.
05:50
Não é nem assim, ah, uma empresa soltou alguma coisa, alguém corrigiu rápido.
05:55
Não, é a rede social dele e ele não corrigiu rápido, ele teve, inclusive, tempo para tirar
06:02
isso do ar, ele foi entrevistado e ainda defendeu aquele ponto de vista.
06:07
Quer dizer, tudo pesa contra ele nesse episódio lamentável de reacionarismo aloprado e que
06:12
só ajudou a humanizar o Guilherme Boulos, a legitimar uma narrativa da esquerda contra esse
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tipo de direitismo, pelo menos retórico, tanto que o Marçal ficou de fora, por menos
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de um ponto percentual do segundo turno.
06:29
O Boulos foi lá, ele tem um teto, tem alta rejeição, perdeu para o Ricardo Nunes, mas
06:33
foi ele que passou para o segundo turno.
06:35
Diga, Duda.
06:36
Felipe, e uma coisa que a gente observou na campanha aqui em São Paulo é que havia um
06:41
contato muito próximo do Marçal com os assessores dele.
06:45
Quase que ali uma coisa de uma fidelidade, de uma lealdade impressionante.
06:50
ele terminava ali nos intervalos do debate, ele conversava com aquele grupinho, é claro
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que todos fazem isso, mas mostrava, essa turma mostrou que era muito leal a ele, e tem
07:03
até aquele episódio de um assessor dele que vai lá e dá um soco no marqueteiro, o Duda
07:09
Lima, que é o marqueteiro do Ricardo Nunes.
07:12
Outro episódio é aquele episódio lamentável de um funcionário dele que estava numa corrida,
07:18
fez uma maratona surpresa, o sujeito acabou morrendo, mas ele grava um vídeo antes e
07:25
fala, olha só, eu estou aqui, isso que dá a gente trabalhar com gente famosa, gente
07:31
que é rica e famosa, uma coisa desse tipo.
07:35
Então, ele tinha uma influência direta muito clara nesses assessores, suponho eu que isso
07:42
começou, talvez até continue hoje.
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