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Em áudio de reunião em 2020 para blindar Flávio Bolsonaro, a própria defesa do senador no caso da rachadinha admite que a história era "ruim". Segundo a Polícia Federal, a gravação foi feita por Alexandre Ramagem, então diretor-geral da Abin e hoje deputado e pré-candidato à prefeitura do Rio pelo PL.
Também participaram do encontro o general Augusto Heleno, então chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e as advogadas Luciana Pires e Juliana Bierrenbach, representantes de Flávio.
Pires afirma:
"O caminho tem que ser processual, tá? Materialmente é muito ruim. A história é muito ruim."
O então diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, responde:
"Entrar no administrativo para depois entrar no jurídico."
Em seguida, a advogada de Flávio diz que “entrar no mérito, se fez, não fez…não é bom, não é bom".
Felipe Moura Brasil e Duda Teixeira comentam:
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Também participaram do encontro o general Augusto Heleno, então chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e as advogadas Luciana Pires e Juliana Bierrenbach, representantes de Flávio.
Pires afirma:
"O caminho tem que ser processual, tá? Materialmente é muito ruim. A história é muito ruim."
O então diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, responde:
"Entrar no administrativo para depois entrar no jurídico."
Em seguida, a advogada de Flávio diz que “entrar no mérito, se fez, não fez…não é bom, não é bom".
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NotíciasTranscrição
00:00Em reunião para blindar Flávio Bolsonaro de denúncias sobre as mal chamadas rachadinhas,
00:05que são esquemas de desvio de dinheiro em gabinete, Jair Bolsonaro se ofereceu para
00:11conversar com autoridades da Receita Federal e da Previdência responsáveis pelas investigações
00:18que miravam o senador.
00:20Segundo a Polícia Federal, a gravação foi feita por Alexandre Ramagem, então diretor
00:24geral da ABIN, a Agência Brasileira de Inteligência, e hoje deputado e pré-candidato à Prefeitura
00:29do Rio de Janeiro pelo PL, o partido de Bolsonaro.
00:33O áudio do encontro, que ocorreu em 2020, foi liberado na segunda-feira, 15 de julho agora,
00:38pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, como parte dos autos do inquérito sobre a ABIN
00:44Paralela.
00:45Também participaram do encontro o general Augusto Heleno, então chefe do GSI, Gabinete de Segurança
00:51Institucional, e as advogadas Luciana Pires e Juliana Bi-Erenbach, representantes de Flávio.
00:59Foram citados os nomes de José Tostes, ex-secretário da Receita e então chefe da Estatal de Processamento
01:06de Dados do Governo, SERPRO, e de Gustavo Canuto, ex-ministro de Bolsonaro, e que foi transferido
01:12para a data prévia Estatal de Processamento de Dados da Previdência.
01:16Então, aquela reunião da qual já tínhamos falado, agora temos não só o áudio, como
01:22a transcrição que saiu no relatório, aliás, uma outra palavrinha ali que eles colocaram
01:27como inaudível, no fundo dava para ouvir, então, nas notícias que a gente publicou,
01:32a gente complementou também esse relatório, e vamos acompanhar esse primeiro trecho.
01:37A gente pode soltar.
01:38É o caso do conversar com o chefe da Receita, ele não está pedindo nenhum favor.
01:42Não é favor não, né?
01:43Ninguém está pedindo favor aqui.
01:44Não é o caso do conversar com o chefe da Receita.
01:46É o caso do conversar com o Canuto?
01:47Sim, sim.
01:48Um clique.
01:49Ótimo.
01:50Ótimo.
01:51É o caso do conversar com o Canuto?
01:52Sim, sim.
01:53Um clique.
01:54Olha, ele faz um clique e você consegue saber.
01:56E ele tem uma descrição fechadíssima.
01:57Fechadíssima.
01:58É o caso do conversar com o Canuto?
01:59Sim, sim.
02:00Um clique.
02:01Olha, ele faz um clique e você consegue saber.
02:02Ele tem uma descrição fechadíssima.
02:03Fechadíssima.
02:04Um clique.
02:05Se eu não conversar com ele.
02:06Se eu não conversar com ele, se eu não estamos procurando só por ele, né?
02:23Isso é o caso do conversar com o Canuto?
02:24Sim, sim.
02:25Um clique.
02:26Olha, ele faz um clique e você consegue saber.
02:29Ele tem uma descrição fechadíssima.
02:34Não, mas não cometa o crime.
02:39E que me explique, presidente, ou até o fraco Jéssica, teria atribuição para isso.
02:46É curioso como o general Augusto Heleno é aquele que sempre quer deixar as questões mais escondidas,
02:53porque se vazar, e ele solta essa expressão ali no meio daquele encontro,
02:58deu para ouvir aí nesse áudio, teve uma outra reunião que tinha até filmagem,
03:04que depois veio a público também, em que o Bolsonaro teve que dizer para ele aquela célebre frase
03:10que a gente ironizou muito aqui, que é o não prossiga,
03:13porque ele estava prestes a falar algo bastante inadequado.
03:17Agora, dessa vez, não teve o não prossiga.
03:19Jair Bolsonaro se ofereceu para falar com o chefe da Receita Federal
03:23sobre a investigação a respeito do filho dele, Flávio Bolsonaro,
03:29e depois ainda disse que a gente nunca sabe se está sendo gravado,
03:34e aí faz uma menção para tentar aliviar a própria barra.
03:38A gente não está querendo nada, não está querendo favor.
03:40Foram frases que ele soltou ao longo desse áudio,
03:44e agora, nessa semana, o Alexandre Ramagem disse que o Bolsonaro sabia
03:48que a conversa estava sendo gravada.
03:51Portanto, não dá para concluir, de fato, que o Bolsonaro sabia uma declaração.
03:57Vamos ver se ele eventualmente confirma isso publicamente.
04:01Agora, mesmo para a eventualidade de estar sendo gravado,
04:04ele tomou algumas precauções de dizer que não estava fazendo aquilo que parecia
04:09que ele estava fazendo quando a gente ouve as declarações.
04:13Porque é óbvio que não é para um presidente da República ir lá,
04:16se reunir com o chefe da Receita, sobre a investigação do filho.
04:20Isso aí é o contrário do pressuposto democrático da separação e da independência,
04:25não só entre os poderes, mas também entre órgãos de fiscalização e controle
04:30e o Poder Executivo.
04:32Doutor Teixeira, o que você destaca dessa primeira parte?
04:34A gente vai mostrar três trechos.
04:36Felipe, eu acho que a mera existência dessa reunião já é um problema por si só.
04:42O fato de a gente estar no mesmo espaço, o presidente da República,
04:46o diretor-geral da BIM, o chefe do Gabinete de Segurança com advogadas do Flávio Bolsonaro,
04:54já mostra aí uma mistura entre interesse privado da família do Bolsonaro
04:58com a questão institucional dos poderes da República, do Executivo.
05:04Então, só isso aí já é um problema.
05:06É claro que eles falando, e aí a gente pode falar mais sobre o que eles comentaram,
05:10a frase em si, a intenção, não necessariamente você configura ali um crime.
05:18Mas me chamou a atenção ali que elas falam, as advogadas do Bolsonaro falam
05:22de uma reunião com o Tostes da Receita.
05:24E a gente publicou hoje no Antagonista uma apuração do Wesley Oliveira,
05:29que no dia seguinte as advogadas do Flávio Bolsonaro se encontraram com o Tostes da Receita Federal.
05:35Então, enfim, aí já é uma peça a mais nesse quebra-cabeça que pode realmente mostrar que teve crime aí.
05:42Exatamente.
05:42Quer dizer, o que o Duda está destacando tem um nome, chama patrimonialismo.
05:46Quer dizer, essa indistinção entre aquilo que é público e o que é privado.
05:50E, eventualmente, o uso daquilo que é público para fins privados.
05:54Então, presidente reunido ali com outros chefes de agência, de gabinete,
06:00com as advogadas do filho, porque o filho estava sendo investigado,
06:04acusado de crimes cometidos na época em que era deputado estadual,
06:08acusado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, que tinha um grupo anticorrupção,
06:12que também foi extinto, assim como a Lava Jato.
06:16O caso do GAEC no MP do Rio é análogo ao caso da Lava Jato,
06:22que veio da Procuradoria-Geral da República na época do Rodrigo Janot.
06:26Então, quando esses grupos ou força-tarefa atingiram as pessoas poderosas no Brasil,
06:33depois veio todo um processo para esvaziá-los até extingui-los.
06:39E a Polícia Federal pretende ouvir o ex-secretário da Receita, José Barroso Tostes,
06:44e no dia seguinte ao encontro, como o Duda falou,
06:46foram as advogadas Juliana Bierrembach e Luciana Pires,
06:50as defensoras do Flávio, que se reuniram com o Tostes.
06:53Essa informação sobre o encontro com o secretário consta num relatório de agendas
06:57emitido pela Receita em junho de 2021,
07:00em resposta a um requerimento de informação da deputada federal Natália Bonavides,
07:05do PT do Rio Grande do Norte.
07:07Segundo o registro enviado à Câmara, Juliana e Luciana estiveram com Tostes das 18 às 19 horas
07:13do dia 26 de agosto de 2020 para uma visita de cortesia.
07:18Essa reunião, cujo áudio a gente tem agora disponível, tinha sido na véspera, dia 25 de agosto de 2020.
07:25Além do encontro das duas advogadas com Tostes,
07:28a Receita também informou que dias depois, em 4 de setembro de 2020,
07:33houve um encontro entre Flávio Bolsonaro, Juliana e o secretário.
07:38Olhem só, olhem só, é um encontro entre aquele que está sendo investigado,
07:44sua advogada e o chefe da Receita.
07:48Quer dizer, qual é o cidadão brasileiro que tem esse privilégio,
07:51o cidadão comum, que eventualmente tem qualquer tipo de problema com a Receita Federal
07:56ou com qualquer outro órgão de fiscalização e controle?
07:59Esse acesso privilegiado ao seu chefe para conversar, para ver se tem alguma coisa que pode ser feita?
08:08Não é assim que a banda deveria tocar nessa república.
08:12Em 17 de setembro, foi Luciana quem esteve com Flávio e José Tostes.
08:16Essa última reunião, segundo o órgão, foi solicitada pelo próprio parlamentar.
08:21No requerimento de informações da Câmara, a Receita foi questionada se era usual
08:25que o secretário especial recebesse cidadãos para prestar esclarecimento sobre situações físicas e jurídicas.
08:31Em resposta, o órgão afirmou que o procedimento não é incomum.
08:36Não é incomum.
08:37Ainda botou ali duas negativas.
08:40Não, não é incomum.
08:41De vez em quando acontece.
08:44Defina cidadão comum.
08:46É óbvio, é óbvio que não é comum quando se trata de cidadão comum.
08:51Então, a gente está vendo um senador, filho do então presidente da república,
08:55ele, obviamente, tem ali um pedigree, ele tem um cargo, uma atribuição
09:04que faz com que o secretário o receba.
09:09E não deveria.
09:11Não deveria.
09:11Deveria manter um distanciamento em relação àquele que está sendo investigado.
09:15Doutor Teixeira.
09:16A questão aí realmente não é se é comum ou se é incomum.
09:21Esse encontro entre o chefão da receita e um senador ou qualquer outra pessoa.
09:28A questão é que não é para ter.
09:30É impróprio.
09:31É impróprio.
09:32Isso aí é tráfico de influência.
09:34É alguém querer vantagem pessoal, pedir para um funcionário público fazer isso ou aquilo.
09:41É, fica pelo menos a suspeita de tráfico de influência.
09:43Enfim, tem tudo cuidado aqui, porque a investigação corre.
09:48E vamos ver se o Poder Judiciário, essa investigação está aí com o Alexandre de Moraes retirando sigilo, etc.
09:57Vai realmente se interessar em aprofundar essa história e acabar enquadrando alguém por tráfico de influência.
10:04E eu já vou explicar que tipo de espinho pode aparecer para o próprio Poder Judiciário nesse caminho.
10:10Mas vamos por partes.
10:11O Bolsonaro relativizou o tráfico de influência durante a reunião.
10:16Ele disse às advogadas Luciana Pires e Juliana B. Reimbach, representantes de Flávio, o seguinte.
10:21Abra o aspas.
10:21Ninguém gosta de tráfico de influência.
10:25A gente quer fazer justiça.
10:27Fecho aspas.
10:29É assim, tem uma vírgula ou um ponto aí que no fundo estão fazendo o papel do mas.
10:35É um mas subentendido.
10:37Ninguém gosta de tráfico de influência.
10:39Mas, mas a gente quer fazer justiça.
10:43Porque aí se mistura aquela atitude imprópria com o raciocínio de que somos perseguidos, etc.
10:55E às vezes não é um raciocínio.
10:57Às vezes é simplesmente uma retórica para encobrir responsabilidades.
11:01Então, ninguém gosta de tráfico de influência.
11:02Mas, eu vou falar ali com o chefe da receita.
11:05Eu vou me reunir com fulano.
11:07Quer que fale com o Beltrano e tal.
11:09Quer dizer, é a postura de quem não tem essas arestas institucionais.
11:15Quem não tem limites.
11:17E, obviamente, isso acaba corroendo a separação, os pressupostos democráticos.
11:24Quer complementar, Dudu?
11:25Você está com vontade de falar.
11:27Eu acho que a interpretação que a gente pode dar é essa frase aí.
11:30Ninguém gosta de tráfico de influência mais do que a gente quer justiça.
11:34É do tipo, ninguém gosta de tráfico de influência, mas a gente faz tráfico de influência apesar de não gostar porque a gente quer fazer justiça.
11:43É isso.
11:43Ele está meio que assumindo que ele faz isso meio que a contra gosto, mas que ele faz.
11:48É.
11:48Ele está, quando ele diz que quer justiça, determinando um fim nobre que justifique o meio ilegítimo.
11:58O meio impróprio, o meio inadequado.
12:00E não dá para cair nessa conversa de que os fins justificam os meios.
12:04Principalmente, para quem, como eu e como tantos jornalistas, lemos a denúncia contra o Flávio Bolsonaro, quando foi feita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.
12:15A gente sabe muito bem a quantidade de funcionários fantasmas que havia no gabinete conforme a investigação do MP.
12:23Se o Storge quer fazer justiça, como se fosse, assim, um grande injustiçado, isso é conversa fiada.
12:29Então, embora o relatório tenha colocado a última palavra da frase do ex-presidente como inaudível, a palavra justiça é audível no arquivo de áudio e a gente vai ouvi-lo agora.
12:39E vocês podem ler as legendas também que a gente fez para quem está acompanhando com imagens.
12:45Lembrando que esse programa também fica disponível no Spotify.
12:48Pode soltar.
12:49Tem que sair com 50 anos esperando.
12:52Tudo é tudo.
12:53Tudo é tudo.
12:54É tudo.
12:56Vou fazer uma coisa, se eu quero falar com quem amanhã.
12:58Para o outro.
13:00Presente, não se movi, não tem nenhum.
13:01Não, não.
13:02Não sei.
13:03A que interessa, a mentira não vê.
13:05Eu acho que o certo, o que a gente puder.
13:09Mas qual a opinião?
13:10Não, não.
13:11Não.
13:12Não, não.
13:13Eu falo com o Canuto, agora eu falo com o Flávio.
13:16Qual que é o horário do dia, eu falo com o Canuto, a gente está ali para começar a arrumar.
13:23Eu não falo com o Flávio, não falo com o Flávio, não falo com o Flávio, não falo com o Flávio, não falo com o Flávio.
13:40As coisas, a república, a gente é um pouco do Flávio.
13:42Não vemos.
13:46O discurso daqueles que estão sendo investigados no Brasil é sempre esse.
13:58Eu estou apanhando só em mim que não bateram ainda.
14:02Não, a gente quer fazer justiça.
14:03A gente percebe aí todo um vocabulário, toda uma retórica bastante comum em diversos casos,
14:09seja qual for o ponto do espectro político ideológico, à direita, ao centro ou à esquerda.
14:14Quer destacar?
14:15Acho que eu vi a resposta do Gustavo Canuto explicando, dando o ponto de vista dele sobre essa história.
14:24Ele fala que ele comandava a Dataprev e não o SERP.
14:28Então tem uma confusão aí nessa conversa, porque o SERP parece que é que cuida dos dados da Receita Federal.
14:35Mas enfim, de qualquer jeito a gente tem o Bolsonaro pensando em todas as possibilidades possíveis de fazer tráfico de influência para beneficiar o filho dele.
14:45É, quer dizer, eles estavam ali vendo com quem que eles deveriam falar para ver se resolvia o problema da investigação.
14:54É disso que se trata.
14:55E tudo isso que vocês viram e ouviram até agora fica pior no seguinte momento.
15:03A própria defesa do Flávio Bolsonaro, ali representada pelas advogadas, no caso das mal chamadas rachadinhas, esquemas de peculato em gabinete,
15:13admitiu, admitiu, nesse encontro, nessa reunião, e dá para ouvir no áudio, que a história é ruim.
15:19A história, o caso, quer dizer, aquilo que foi feito no gabinete.
15:25A advogada que foi identificada pela Polícia Federal como Luciana Pires afirmou o seguinte,
15:30abro aspas, o caminho tem que ser processual, tá?
15:35Materialmente é muito ruim.
15:36A história é muito ruim.
15:38Abre aspas.
15:39Olha, para quem como eu está há cinco anos apontando que eles fizeram tudo isso de propósito e que é o mesmo método do PT,
15:48do Lula.
15:49Quer dizer, você não tem como contrapor provas em relação ao conteúdo específico da acusação.
15:58Não tem.
16:00Tanto que foi condenado em primeira instância, foi condenado em segunda instância, no caso do Lula, que eu estou falando,
16:04foi mantida a condenação no Superior Tribunal de Justiça.
16:07Então, quer dizer, as provas, elas efetivamente provam alguma coisa.
16:12O que você faz?
16:13Então, vamos para as questões processuais.
16:15Ah, não podiam ter feito isso.
16:17Ah, não podiam ter feito aquilo.
16:20Os investigadores, então vamos anular.
16:22Vamos anular a quebra de sigilo que mostra aquelas provas robustas.
16:26Vamos anular, etc.
16:26Então, o que você faz?
16:28Você fala, essas provas não valem.
16:30Agora, é bom deixar claro para todo mundo, e que isso inclusive faz parte do nosso método jornalístico,
16:37há o entendimento de que decisões judiciais, processo varrido para debaixo do tapete, não apagam a história dos fatos.
16:47E nós sempre vamos trazer a história dos fatos, porque ela não depende daquilo que foi decidido pela justiça
16:55em relação ao cometimento ou não de um crime.
16:59É como se pensa no exemplo mais extremo de crime.
17:02Você testemunhou um assassinato à sua frente.
17:05Para você que viu aquele assassinato, se a justiça vai condenar ou não aquela pessoa que cometeu um assassinato,
17:14aquilo não vai mudar a história que se passou na sua frente.
17:18Você é testemunha.
17:20Então, se houve um atraso no inquérito, se um juiz foi considerado suspeito, se um procurador foi dito a respeito dele,
17:30que não agiu da determinada forma, etc., não muda aquilo que aconteceu.
17:33Então, a gente vai sempre mostrar o que aconteceu.
17:35Na semana passada, eu estava mostrando aqui, olha, é o mesmo método do Lula,
17:40porque havia muitas provas contra o Flávio Bolsonaro, eles foram na questão processual.
17:45E agora você tem uma confissão, uma confissão no áudio privado, nesse ambiente público,
17:52da advogada dizendo, olha, tem que ser processual, materialmente é muito ruim, a história é ruim.
17:59Então, o diretor-geral da ABIN, naquela ocasião Alexandre Ramagem, ainda respondeu, abre aspas,
18:05entrar no administrativo para depois entrar no jurídico, fecha o aspas.
18:10Quer dizer, eles estavam discutindo toda uma estratégia para blindar o Flávio.
18:15Em seguida, a advogada afirmou que entrar no mérito, se fez, não fez, não é bom.
18:21Não é bom.
18:22Quer dizer, mais confissão do que isso, fica até difícil.
18:27Queria comentar alguma coisa antes da gente expor o que eu estou falando?
18:29Eu acho que a gente precisa dizer que a história, no caso aí, é a rachadinha.
18:34É, a rachadinha.
18:36Era o Flávio Bolsonaro, como deputado estadual no Rio de Janeiro,
18:39pegava para si parte do funcionário dos assessores dele,
18:43do salário, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
18:47E depois ele pegava esse dinheiro e precisava lavar.
18:50Tinha aquela loja de chocolate, compra de imóveis, o gasto em dinheiro vivo para despesas pessoais.
18:58Exatamente.
18:59Como pagar a mensalidade da escola das filhas, como pagar plano de saúde da família.
19:03Tudo que foi colocado minuciosamente.
19:06Olha, eu leio há muitos anos denúncias, processos judiciais, etc.
19:11O trabalho do GAEC foi minucioso.
19:14Já falei, tem até mapa de calor.
19:17Pegaram os celulares de cada funcionário fantasma do gabinete do Flávio
19:21para expor que eles não frequentavam a alerje.
19:24Não frequentavam.
19:25Alguns, repito, moravam em Resende, que fica a horas do Rio.
19:29Tinham outros trabalhos naquela região.
19:31Então, você tem ali as tabelas, você tem a origem do dinheiro,
19:35você tem o Fabrício Queiroz acusado como operador na boca do caixa.
19:39Tem absolutamente tudo detalhado.
19:42E ela está dizendo, olha, entrar no mérito não é bom.
19:45Não é bom, Duda.
19:47É isso aí.
19:48Bom, e esse caso estava na justiça.
19:52A questão meio que vai parar em cima do telhado,
19:55porque o Flávio é eleito senador e aí tem ali um entendimento,
20:00acho que é da quinta turma do STF, que fala,
20:02não, agora ele tem fórum privilegiado.
20:05Segunda turma do STF.
20:06Segunda turma do STF.
20:08A gente vai chegar lá.
20:09A gente vai chegar lá, então vamos lá.
20:11Depois a gente entra com os detalhes do processo no âmbito do Poder Judiciário.
20:17Vamos ouvir esse áudio que tem esse momento de,
20:20na verdade, dois momentos de confissão da advogada.
20:23Pode soltar.
20:23E a questão do foro dele,
20:27você não entrava mais correto?
20:29Porque se ele se mantinha,
20:31se ele se mantinha do Pacadual,
20:34ele estaria com o foro, não é isso?
20:36É.
20:37Aí só...
20:37Tem uma turma lá.
20:39Ele não perdeu o foro, ele trocou.
20:41Você se implementou o distingue na outra turma.
20:46E aí eu acho que a turma vai para o lado dele.
20:50Não tem hierarquia de cargo legislativo, certo?
20:53Não tem desincompatibilização.
20:54Para chegar a senador é muito mais difícil.
20:57Então, se ele não tivesse, se ele tivesse deputado estadual,
20:59manteria.
21:00Em que momento ele ficou para a primeira estrada?
21:02Nem dia.
21:03Nem dia.
21:04Ele está trabalhando lá, julgando o símbolo eleitoral.
21:07A gente acabou a suspeição, representamos contra ele.
21:10A impessoalidade que o procedimento está na frente.
21:13Ou seja, está uma escrescência para todos os lugares.
21:15Não, é uma aberração.
21:16É uma coisa horrorosa.
21:17Então, o que eu acredito é que você tem que construir o caminho,
21:19que é contundente que vocês estão trazendo,
21:22de chegar na lei correta, no lugar correto,
21:24eu sabendo que vai chegar para poder dar a decisão.
21:27E administrativamente, acho que dentro lá da recinta,
21:33eu acho que é o caminho.
21:34Vamos ver, vamos conversar.
21:36Sim, tá bom.
21:37O caminho tem que ser processual, tá?
21:40Materialmente é muito ruim.
21:41É uma história ruim.
21:42Entrar na administrativa, acontecer depois, a partir disso.
21:45Não, eu vou ter uma questão principal de vida.
21:47Eu vou ter um médico.
21:48Se fez ou não fez, entendeu?
21:50Não é bom.
21:51Não é bom.
21:53Tá bom, vou deixar ela daqui.
21:54Beijo, é um prazer, tá?
21:55Prazer, é um prazer.
21:56Já para a convite?
21:58Ah, eu dou negativo.
21:59Tu cara, deixa eu ver com a Brasília, 4.1.
22:01Até mais, pessoal.
22:02Obrigado, hein?
22:02Parabéns pelo trabalho.
22:07Um momento ali em que o Alexandre Ramagem,
22:09bajulando Bolsonaro,
22:11fala que tudo é uma excrescência,
22:13porque não devia estar na primeira instância.
22:16Eu vou contextualizar essa história aqui para vocês,
22:18como fiz em o antagonista.com.br,
22:21na matéria sobre esse trecho do áudio.
22:23A investigação sobre o esquema
22:25do então deputado estadual Flávio Bolsonaro,
22:28no seu gabinete, na ALERJ,
22:29Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro,
22:31correu sob a supervisão do juiz de primeira instância
22:34e seu xará, Flávio Itabaiana,
22:36que irritou a família Bolsonaro
22:38por não aliviar a barra do filho mais velho do ex-presidente.
22:41Enquanto era deputado estadual,
22:43o Flávio tinha o foro por prerrogativa de função,
22:47o popular foro privilegiado,
22:49no órgão especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro,
22:53TJRJ.
22:54O STF, Supremo Tribunal Federal,
22:57havia decidido, no entanto,
22:59que depois do encerramento do respectivo mandato,
23:03os casos envolvendo parlamentares federais
23:06desciam para a primeira instância,
23:09o que subentendia movimento análogo
23:12nos casos estaduais.
23:14Então, é por isso que o caso estava ocorrendo
23:17na primeira instância,
23:18sob a supervisão do juiz Flávio Itabaiana.
23:20Para quem não entendeu,
23:21eu vou explicar com exemplos.
23:22Esse programa é bastante minucioso e didático.
23:27Então, o que foi decidido no Supremo Tribunal Federal,
23:30com voto favorável do Barroso,
23:33até para desafogar o Supremo de processos
23:36e outros motivos naquela época,
23:38que todos foram expostos, debatidos,
23:40repercutidos no debate público.
23:42O que aconteceu?
23:43O STF decidiu que,
23:45se um deputado federal termina o seu mandato,
23:49ou em outros casos em que há o encerramento do mandato,
23:52renúncia, etc.,
23:54o caso de investigação a respeito dele
23:58vai para a primeira instância.
24:01Então, acabou o mandato,
24:03ele passa a ser investigado na primeira instância
24:05e não no foro correspondente ao cargo que ele tinha.
24:09Portanto, o Flávio Bolsonaro,
24:13ele foi investigado
24:14depois que já havia acabado o seu mandato
24:18como deputado estadual.
24:20Lembra, quando veio a público a lista do COAF,
24:23o Centro de Controle de Atividades Financeiras,
24:26foi ali na virada para dezembro de 2018,
24:29entre a eleição do pai dele e a posse.
24:32E o Flávio tinha acabado de ser eleito senador.
24:34Então, a investigação correu
24:36quando o Flávio já era senador,
24:37ele não era mais deputado estadual.
24:39Portanto, pela decisão anterior do Supremo,
24:44por analogia,
24:45o caso vai para a primeira instância.
24:47Não é mais deputado estadual,
24:49logo, foi para o juiz Flávio Itabaiana.
24:53Mas, sempre tem um mais na República
24:56quando há interesse político.
24:58A segunda turma do STF inovou a sua jurisprudência
25:02para blindar o filho do então presidente,
25:04decidindo manter, olha só,
25:06o foro de deputado estadual
25:09em razão de ele ter sido eleito senador.
25:13Não estou brincando, não.
25:15A segunda turma foi lá e falou, não,
25:16ele tem que ter o foro de deputado estadual
25:19porque ele foi eleito senador.
25:22Faz sentido?
25:23É, fica complicado de explicar, né?
25:25E votaram a favor desse malabarismo
25:28Gilmar Mendes,
25:29Ricardo Lewandowski e Cássio Nunes Marques.
25:32Gilmar que foi indicado no governo tucano,
25:34do PSDB, Fernando Henrique,
25:36Ricardo Lewandowski indicado pelo Lula
25:37e o Cássio Nunes Marques indicado pelo próprio pai do Flávio,
25:40Jair Bolsonaro.
25:41Dali em diante, curiosamente, em outros casos,
25:46o Nunes Marques passou a votar com o Gilmar e com o Lewandowski
25:48para blindar também petistas e tucanos nisso que eu chamei de frente ampla pela impunidade.
25:53E o caso do Flávio ficou travado,
25:57como aventou aí o Alexandre Ramagem,
25:59ele fala travar, etc.,
26:01nesse áudio,
26:02enquanto a turma lá do outro juiz,
26:05o João Otávio de Noronha,
26:06no Superior Tribunal de Justiça, o STJ,
26:09anulava quebras de sigilo
26:11e esvaziava o conjunto probatório.
26:14Lembrando que o Noronha
26:16era cotado pelo Bolsonaro
26:17para ocupar uma vaga no STF
26:20e participou recentemente
26:22do Gilmar Palusa,
26:23aquele evento organizado pelo Gilmar Mendes lá em Lisboa.
26:27Então,
26:28espero que vocês estejam entendendo
26:30todo esse quadro de como funciona a República nesse país.
26:33E quem apontou tudo na raiz?
26:35A revista Cruzoé,
26:36lançamento semanal do nosso portal O Antagonista.
26:39A Cruzoé apontou na raiz
26:41as articulações entre Jair Bolsonaro
26:43e o Dias Toffoli,
26:45aliado do Lewandowski,
26:46também indicado pelo Lula ao STF.
26:49Vamos lembrar aqui algumas matérias a respeito desse tema,
26:52porque quem quiser reconstruir a história recente do Brasil
26:55vai ter que passar por elas.
26:57Em 19 de julho de 2019,
27:00a revista mostrou uma coincidência.
27:01Vamos botar a capa aí.
27:03Toffoli travou,
27:04a partir de um pedido da defesa do Flávio,
27:06investigações baseadas em informações do COAF,
27:09como a que mirava o Flávio,
27:10e da Receita Federal,
27:12sendo que três semanas antes,
27:13a Receita havia começado a pedir explicações
27:16a empresas que contrataram os serviços do escritório
27:19da mulher do ministro do STF,
27:21Roberta Rangel.
27:22Não sei se vocês estão entendendo.
27:24A defesa do Flávio vai lá
27:26para o Supremo pedir
27:27para paralisar a investigação de Rachadinho.
27:31O Toffoli vai lá,
27:32aproveita,
27:32paralisa tudo
27:33que tinha base no COAF
27:35e na Receita.
27:37E aí acaba
27:38se blindando
27:40também
27:40em relação
27:41a uma investigação,
27:43uma apuração,
27:44pelo menos inicial,
27:45que poderia atingir a sua esposa.
27:47Foi também naquela época
27:48que a família Bolsonaro
27:49atuou para blindar o Toffoli
27:50contra a CPI da Lava Toga.
27:52Entrevistei
27:53vários parlamentares,
27:54Marjora Olímpio,
27:55que lamentavelmente acabou morrendo depois,
27:58contando dos telefonemas
27:59do Flávio e do Jair
28:01para cobrar
28:02sob xingamentos
28:03a retirada da assinatura
28:05no requerimento de instalação
28:07da CPI da Lava Toga
28:08que mirava principalmente
28:09o Toffoli.
28:11Então houve uma blindagem
28:12pelo Toffoli
28:13da família Bolsonaro
28:14no STF
28:15e uma blindagem
28:16pela família Bolsonaro
28:17do Toffoli
28:18no Congresso Nacional.
28:19Em 16 de agosto de 2019
28:21veio a matéria de capa
28:23Todo o Poder a Toffoli.
28:25Vocês estão vendo aí na tela,
28:27cujo subtítulo
28:28é autoexplicativo.
28:29Aspos
28:30Cada vez mais próximos
28:31o presidente do STF
28:32Jair Bolsonaro
28:33costuram movimentos
28:34que apontam
28:34para um acordão.
28:36A Lava Jato
28:37e outras investigações
28:38anticorrupção
28:38devem ser as maiores prejudicadas.
28:41Fecho aspos.
28:42Estamos falando,
28:43repito,
28:44de 2019,
28:45de cinco anos atrás.
28:48Cinco anos atrás
28:49estávamos aqui
28:51apontando tudo isso.
28:52E em 6 de setembro de 2019,
28:56logo em seguida,
28:57foi a vez da reportagem
28:58Acordo de Engajamento
29:00que tinha o seguinte subtítulo,
29:02aspas,
29:03Jorge Oliveira,
29:04ministro da Secretaria-Geral
29:05da Presidência de Bolsonaro,
29:07fala da existência
29:08de entendimentos,
29:10entendimentos,
29:12do Planalto com o STF
29:13e o Congresso
29:14para tirar o país do buraco.
29:17Essas são as aspas dele.
29:18Porque é sempre assim,
29:19é que nem o áudio do Bolsonaro,
29:21fazer justiça,
29:22tirar o país do buraco,
29:24é tudo como se fosse
29:25para um bem maior.
29:27O que você destaca?
29:29Bom, eu estava me antecipando
29:30aqui na história,
29:31mas agora acho que ficou
29:31tudo bem explicadinho.
29:33Provavelmente eu tinha lido isso
29:34em algum lugar do Antagonista,
29:36então, com certeza.
29:38Olha,
29:38e o Alexandre Ramagem
29:39afirmou em vídeo divulgado
29:40na segunda-feira 15
29:41que Jair Bolsonaro
29:42sabia que estava sendo gravado
29:44na reunião,
29:45como eu havia antecipado.
29:46Vamos assistir.
29:46Vamos falar sobre essa gravação
29:49da reunião de agosto de 2020.
29:52Primeiro que essa gravação
29:53não foi clandestina.
29:55Havia o aval
29:56e o conhecimento do presidente.
29:59A gravação aconteceu
30:00porque veio uma informação
30:01de uma pessoa que viria
30:04na reunião,
30:06que teria um contato
30:06com o governador do Rio
30:08à época
30:08e que poderia vir
30:10com uma proposta
30:11nada republicana.
30:14A gravação, portanto,
30:15seria para registrar
30:17um crime,
30:18um crime contra
30:19o presidente da República.
30:22Só que isso não aconteceu.
30:24A gravação foi descartada.
30:27As advogadas que vieram
30:28na reunião
30:29vieram e apresentaram
30:31possíveis irregularidades
30:33que poderiam estar acontecendo
30:35na Receita Federal,
30:36no caso de elaboração
30:37de relatórios
30:39de inteligência financeira.
30:41De toda reunião,
30:42as advogadas devem ter falado
30:4480% da reunião.
30:45contando os episódios.
30:48O presidente Bolsonaro
30:49pouco se manifestou.
30:52Quando o presidente
30:52se manifestou,
30:54sempre informou
30:55que não queria favorecimento,
30:59falou para as advogadas
31:00que as pessoas
31:00eram públicas,
31:03poderiam falar com elas,
31:04mas por meio delas,
31:06o presidente sempre
31:07se manifestou
31:08que não queria jeitinho,
31:10muito menos
31:11tráfico de influência.
31:12as advogadas
31:14haviam pedido
31:15um início
31:17de investigação
31:18por meio do GSI.
31:20Nesses momentos,
31:21eu me manifestei
31:22contrariamente
31:23em todas
31:24as oportunidades
31:25da reunião.
31:26Bom, a gente já
31:28rebateu
31:29boa parte
31:29dessas alegações
31:31do Alexandre Ramagem.
31:33Obviamente,
31:34o Bolsonaro
31:35expressa
31:36a preocupação
31:37de estar sendo gravado
31:38ou a consciência
31:39de estar sendo gravado,
31:40já que o Ramagem
31:40disse que ele sabia.
31:42E aí,
31:42ele solta
31:43umas frases
31:44para a eventualidade
31:45de aquilo vazar
31:46e o Ramagem
31:47poder alegar
31:47exatamente isso.
31:48O presidente,
31:49em diversos momentos,
31:50manifestou isso.
31:50Só que ele manifestou
31:51também
31:52que ele
31:53poderia conversar,
31:55ele se ofereceu
31:55para conversar
31:56com o chefe da receita,
31:57ele estava pregando
31:58que houvesse
31:59esse tipo de arranjo.
32:02E isso que é
32:03absolutamente
32:03imoral
32:04do Duda Teixeira.
32:06Acho que tem
32:06alguns pontos
32:06interessantes aí.
32:07Uma é que
32:08o Ramagem
32:09fala de um aliado
32:11do governador
32:11do Rio de Janeiro,
32:13que no caso
32:13era o Wilson Witzel,
32:16iria para a reunião
32:17e essa pessoa
32:19cometeria um crime,
32:20então precisaria
32:21gravar isso
32:21para deixar isso registrado.
32:24Um ex-aliado da família.
32:25Um ex-aliado da família.
32:26Só lembrando que eles
32:26entraram numa treta
32:27e se odeiam bastante.
32:28Exato.
32:28Então,
32:29isso também mostra
32:30como que a família
32:31hoje lida
32:33com esses ex-aliados,
32:34que são vistos
32:35como traidores.
32:36Então,
32:37o Wilson acabou
32:37entrando aí
32:38na história
32:39sem pedir.
32:41A gente não sabe
32:42se ele realmente
32:43ofereceu essa troca
32:44do tipo,
32:45olha,
32:45eu ajudo vocês aqui,
32:47eu ganho uma vaga
32:48lá no STF.
32:49Mas, enfim,
32:50é um fato
32:50que ele entrou
32:51nessa história.
32:53E a outra questão
32:54aí é tipo,
32:55então por que você
32:56grava uma reunião?
32:58Então,
32:58ele ficava gravando
33:00toda vez
33:01que aparentemente
33:02ia acontecer
33:03um crime
33:03contra o presidente.
33:05É essa a função
33:06da BIM?
33:07Também não é, né?
33:09Enfim,
33:10está tudo errado
33:10nessa história.
33:11Exatamente.
33:12É o diretor-geral
33:13da Agência Brasileira
33:14de Inteligência.
33:16Ele tem essa função
33:17de ser araponga
33:18de reunião
33:19entre autoridades.
33:21O sujeito
33:22pode ser rival,
33:23o presidente da República
33:24pode não gostar dele.
33:25Agora,
33:26era um governador
33:27do estado
33:27do Rio de Janeiro.
33:29A função do diretor
33:30da BIM
33:30é levar gravador
33:31para esse tipo
33:32de reunião.
33:33E ele vem
33:33com essa alegação
33:34como se o eximisse,
33:35quer dizer,
33:36só coloca
33:37mais problemas
33:38em toda essa história.
33:40Está tudo errado.
33:41E o ministro Alexandre
33:42de Moraes
33:42do STF
33:43determinou a proibição
33:44da comunicação
33:45entre Alexandre Ramagem,
33:46repito,
33:47pré-candidato
33:47à Prefeitura do Rio
33:48pelo PL
33:48e o Jair Bolsonaro,
33:51o que,
33:51obviamente,
33:52muda aí
33:53o cenário eleitoral.
33:54Quer dizer,
33:56se eles não podem
33:56dividir palanque,
33:58o Bolsonaro não pode
33:59lá ficar próximo
34:00do Ramagem
34:01para dizer
34:01vota aqui
34:02no meu candidato
34:03e o Ramagem
34:03perde um peso.
34:04Ele não é muito conhecido
34:06no Rio de Janeiro.
34:07As pesquisas
34:07vêm mostrando isso.
34:08O Eduardo Paes,
34:09atual prefeito,
34:10está ganhando de lavada
34:11no resultado
34:12das pesquisas
34:13até o momento.
34:14O deputado,
34:15o depoimento
34:16do deputado APF
34:17sobre a BIM Paralela
34:19está agendado
34:20para essa quarta-feira
34:2117.
34:22E o Wilson Witzel,
34:23governador
34:24cassado do Rio de Janeiro,
34:26foi alvo
34:26de processo de impeachment,
34:27não é investigado
34:28no inquérito
34:29sobre a BIM Paralela,
34:30mas acabou envolvido
34:30na trama
34:31e porque aconteceu isso
34:34que o Duda
34:34antecipou também.
34:35Em um dos trechos
34:36do áudio,
34:36o Bolsonaro diz
34:37na conversa
34:38com a Luciana Pires,
34:39advogada do Flávio,
34:40que o Witzel
34:40se ofereceu
34:41para dar fim
34:42ao processo
34:42para resolver o caso
34:44da rachadinha
34:46do Flávio
34:46em troca
34:47de uma vaga
34:47no STF.
34:48Isso,
34:48vou refrisar,
34:49é o que o Bolsonaro
34:50diz
34:51num encontro
34:53que,
34:53segundo o Ramagem,
34:54o Bolsonaro
34:55sabia que estava
34:55sendo gravado.
34:56A gente viu
34:57como esse pessoal
34:58contou essa mesma
35:00lorota
35:01a respeito
35:01do caso
35:01do Sérgio Moro
35:02na época em que
35:03houve um atrito
35:04entre eles
35:04e o Sérgio Moro
35:05acabou vazando
35:06uma conversa
35:07de WhatsApp
35:08com a deputada
35:08federal Carla Zambelli
35:10para mostrar justamente
35:11que ele não estava
35:12à venda.
35:13Foi a expressão
35:14que ele usou.
35:15Quer dizer,
35:15que ele não faria
35:16nada de errado
35:17em razão
35:18de qualquer ambição
35:20de ocupar uma vaga
35:20no Supremo Tribunal Federal,
35:22mas mesmo assim
35:22o bolsonarismo
35:24usou esse tipo
35:26de alegação
35:26contra ele.
35:27Então é óbvio
35:28que é preciso
35:29fazer uma ressalva.
35:30É o que o Bolsonaro
35:30está falando no áudio.
35:32A gente não tem
35:32a evidência
35:33de que o Wilson Witts
35:34com todos os problemas
35:35que nós apontamos
35:36e eu que sou carioca
35:37já critiquei muito ele,
35:39que ele tenha
35:40efetivamente dito isso.
35:41Então,
35:42abro aspas
35:42para o que o Bolsonaro
35:44disse na conversa.
35:45Ele falou,
35:46resolve o caso do Flávio,
35:47me dá uma vaga
35:48no Supremo.
35:49Fecha o aspas.
35:50Minutos depois,
35:51o ex-presidente
35:51disse que Witts
35:52queria o cargo
35:52para o juiz
35:53de primeira instância
35:54Flávio Itabaiana,
35:55responsável
35:56por julgar
35:56o caso de rachadinha
35:58do Flávio.
35:58E o ex-governador
35:59do Rio
35:59negou a proposta
36:01e escreveu no X.
36:02Abre aspas.
36:03Nunca mantive,
36:05ele negou
36:05que tenha participado
36:07disso, né?
36:07Foi isso que a gente
36:08quis dizer.
36:09Nunca mantive
36:10qualquer relação
36:10pessoal ou profissional
36:11com o juiz
36:12Flávio Itabaiana
36:13e jamais ofereci
36:14qualquer tipo de auxílio
36:16a qualquer um
36:17durante meu governo.
36:18O presidente Jair Bolsonaro
36:19deve ter se confundido
36:20e não foi a primeira vez
36:21que mencionou conversas
36:22que nunca tivemos,
36:23seja por confusão mental
36:25diante de suas inúmeras
36:26preocupações,
36:27seja por acreditar
36:28que eu faria
36:28a nível local
36:29o que hoje se está
36:30verificando,
36:31que foi feito com a ABIN
36:32e Polícia Federal.
36:33No meu governo,
36:34a Polícia Civil e Militar
36:35sempre tiveram total independência,
36:36os poderes foram respeitados,
36:38a história e tudo
36:39que aconteceu comigo
36:40comprovam isso.
36:41Fecha o aspas.
36:42Quer dizer,
36:43o Bolsonaro
36:43fez uma associação ali
36:46entre o Witzel
36:47e o juiz
36:48que era responsável
36:50pelo caso do Flávio,
36:51agora nada disso
36:52tem elemento
36:54de corroboração
36:55trazido à tona
36:56pela Polícia Federal.
36:58Para finalizar,
36:58Dudu,
36:59algum comentário?
37:00Eu queria comentar
37:01só a questão,
37:02enfim,
37:03a gente pode,
37:04claro,
37:04devemos, né,
37:05debater o conteúdo
37:07da reunião,
37:08o fato dela ter acontecido,
37:10mas acho que vale também
37:11a gente pensar
37:12no vazamento seletivo
37:14que está acontecendo.
37:16Já é uma prática aí
37:18do STF
37:19que é
37:20divulgar
37:22algumas informações
37:23e outras não
37:24com o objetivo
37:26de você criar ali,
37:28meio que formar
37:29opinião pública,
37:30o que acaba sendo até
37:31meio que um pré-julgamento
37:33das pessoas
37:34que estão sendo citadas aí, né.
37:36E aí, é claro,
37:38essas pessoas têm,
37:40pode pensar,
37:40o direito de defesa delas
37:42acaba sendo enfraquecido,
37:44né,
37:44com todas essas coisas.
37:46Leva a gente
37:47meio que a crer
37:48que tem aí
37:49uma motivação
37:51do Alexandre de Moraes
37:53que tem uma estratégia, né.
37:55Esse tipo de coisa
37:56foi muito questionada,
37:58questionada no passado, né,
38:00tinha muito político
38:01de esquerda,
38:03veículos de esquerda
38:04na imprensa
38:05criticavam
38:06a Lava Jato,
38:08dizendo que a Lava Jato
38:09fazia esse tipo de coisa,
38:10mas, enfim,
38:11a gente vê
38:12essa prática aí
38:13a todo momento
38:14no STF hoje.
38:16Aliás,
38:17o procurador Hélio Telho
38:18fez também
38:19um comentário
38:20na rede social X,
38:21o antigo Twitter,
38:23a respeito
38:24dessa questão
38:24de divulgação
38:25dessa reunião,
38:27desse encontro
38:28entre Jair Bolsonaro,
38:29Alexandre Ramagem,
38:30general Augusto Heleno
38:31e duas advogadas
38:31do Flávio Bolsonaro.
38:33A gente já tem aí
38:34disponível para colocar
38:35na tela a produção,
38:35a produção vai colocar
38:36em instantes
38:37para vocês terem sempre
38:39a imagem
38:40e fica mais fácil
38:40para compreender,
38:42mas o que o Hélio Telho
38:43disse foi o seguinte,
38:44procurador que ele é,
38:46aspas,
38:46com o patrocínio
38:47do grupo Prerrogativas,
38:49que é aquele grupo
38:50de advogados
38:51que teve muitos clientes
38:52na Lava Jato,
38:53alinhado ao Lula,
38:54o Congresso aprovou lei
38:55proibindo o uso
38:56de gravações ambientais
38:57clandestinas
38:58como prova
38:59para acusar alguém
38:59de crime.
39:00Chegou a hora
39:01de o STF
39:02declarar essa lei
39:02inconstitucional,
39:04a hora é essa,
39:05fecha o aspas.
39:07Nós, aqui,
39:08inclusive,
39:09criticamos essa lei,
39:11aliás,
39:11o próprio procurador
39:12Helio Telho também
39:13está mantendo
39:14a sua coerência,
39:15apontando
39:16a gravidade disso,
39:19porque,
39:19eventualmente,
39:20você descobre crimes,
39:22até crimes
39:23de estupro,
39:24de outra seara
39:26que não seja
39:27de corrupção,
39:28de peculato,
39:28etc.,
39:29por meio
39:29de determinadas
39:30gravações
39:31e você,
39:32de antemão,
39:33descartá-las
39:33como provas,
39:35é um desses recursos
39:37de blindagem
39:38da classe política
39:39que eles acabam
39:40aprovando
39:41sem ter interesse
39:43em refletir
39:44sobre as consequências.
39:45E depois,
39:46vem uma situação
39:47prática
39:48e mostra
39:48a importância
39:49daquilo.
39:50E essa,
39:50talvez,
39:51seja uma dessas
39:52situações práticas.
39:54E, obviamente,
39:54isso ainda vai render
39:55muito debate jurídico
39:56sobre
39:57as alegações,
39:59as justificativas
40:00do Moraes
40:02para que
40:03ele pudesse
40:05ter retirado
40:05esse sigilo,
40:06divulgado,
40:07e como se distingue
40:08de outros casos
40:09de gravação ambiental,
40:10etc.,
40:10a gente vai acompanhar
40:11e vai trazer aqui
40:12toda essa discussão também.
40:13Moraes
40:15Moraes
40:17Moraes
40:21Moraes
40:21Moraes
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