Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • hoje
Dados de inflação e os detalhes sobre a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) que manteve a Selic em 10,50% ao ano são os principais itens da agenda econômica nacional nesta semana. Nesta terça-feira, 25, a Ata do Copom vai explicar os elementos que levaram o colegiado a interromper o ciclo de cortes da taxa básica de juros de forma unânime. Os quatro diretores indicados por Lula para o Banco Central (Gabriel Galípolo, Aílton Aquino, Paulo Picchetti e Rodrigo Teixeira) concordaram com a decisão, mesmo após o petista pressionar por uma redução em entrevista concedida um dia antes da definição.
-
Ser Antagonista é fiscalizar o poder. Apoie o jornalismo Vigilante:

https://bit.ly/planosdeassinatura

Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp.
Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo e muito mais.

https://whatsapp.com/channel/0029Va2S...

Ouça O Antagonista | Crusoé quando quiser nos principais aplicativos de podcast.

Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00Meu caro Rodrigo Oliveira, essa semana nós vamos ter, de fato, um retrato, né?
00:07Vamos ter aí uma visão sobre a decisão da semana passada do Copom de manutenção da taxa de juros em 10,5%, né?
00:14Isso, ligado ao IPCA, são dois assuntos que devem movimentar a economia nessa semana de Marpaulosa e de Festas Juninas, né, meu caro?
00:22É isso, porque a discussão sobre desoneração da folha, né, ou reoneração, ou a compensação da desoneração,
00:30ficou para depois, né, obviamente, e também tem uma discussão sobre a LDO, que é a Lei de Diretrizes Orçamentárias,
00:40que na Constituição Federal diz que tem que ser aprovada até o dia 17 de julho, que é antes do recesso, antes, né, do primeiro recesso.
00:49Aliás, essa é uma discussão para outra, mas fica aqui a sugestão, né, por que a Câmara tem dois recessos?
00:57Por que o judiciário tem dois recessos no ano?
01:02Mas depois a gente conversa sobre isso, mas o...
01:05Então a LDO, a PLDO, o PLDO, que é o Projeto de Diretrizes Orçamentárias, tem que ser aprovada até o dia 17,
01:13já começou uma conversa sobre isso.
01:18O Confúcio Mota, que é o relator do PLDO, chegou a dar uma entrevista hoje, se não me falha a memória no Valor Econômico,
01:27falando que ele é a favor de um pouco de desvinculação lá, para tirar aquela pressão dos mínimos.
01:33Então isso deve, isso também fica atrasado, porque a gente tem essa semana aí de festa junina e Gilmar Palusa,
01:39em que o pessoal precisa estar em outros lugares que não, resolvendo esses problemas,
01:44porque não deve ser tão urgente, urgentíssimo, como a gente aqui foi levado a acreditar.
01:52Quanto à reforma tributária que você falou aí antes, o Arthur vai fazer do mesmo jeito que fez da outra vez.
01:59O pessoal fica ali, faz de conta que está analisando, e em uma semana eles resolvem o que quiserem
02:05e passam para o Senado discutir.
02:13Mas eu queria fazer uma pequena, eu já falo da ata rapidinho, mas é porque uma coisa tem a ver com a outra,
02:19e tem uma pergunta da Letícia, Letícia Vardasca Lima, até pedi para o Matheus separar aí,
02:26Rodrigo, sobre Bob Field, Letícia, que também, pelo jeito, é troglodita, como nós aqui,
02:31fala várias línguas, Bob Field, Roberto Campos, é claro, para quem não sabe.
02:36Em entrevista, um economista disse que Campos teve um comportamento político
02:39quando se reuniu com o FMI e bancos privados em maio.
02:44Vai, Matheus.
02:45E mudou o cenário prospectivo para o Conselho de Política Monetária,
02:48que teria de se respeitar de acordo dentro do Copom, imagino que esse CPM é dentro do Copom.
02:53Pode explicar melhor do que se trata, se é mesmo verdadeiro...
02:56É, é verdadeiro.
02:57O que aconteceu?
02:58O Campos Neto, não sei se é um comportamento político, se dá para dizer isso,
03:03mas teve um comportamento que pegou os outros diretores do Copom meio de surpresa,
03:11porque ele mudou o que a gente chama de guidance,
03:13que é a projeção do que o Banco Central vinha falando,
03:18nesta reunião, nesse evento, que era um evento da XP,
03:21em Washington, se não me falha a memória,
03:23que estava acontecendo em conjunto com algumas reuniões no FMI,
03:28e ele vai para esse evento, televisionado, estava no YouTube, etc.
03:34E ele fala, olha, eu acho que a situação piorou,
03:37e a gente deve diminuir a velocidade, o ritmo que a gente está cortando.
03:40Ele não fala com todas essas palavras,
03:42porque o presidente do Banco Central meio que tem que ser meio enigmático,
03:47e aí ele faz aquela coisa meio esfinge,
03:49mas ele deixou subentendido que, na opinião dele,
03:53na opinião dele, o ritmo de corte deveria ser reduzido.
04:00Isso foi lá, previamente, um tempo antes, uns 20 dias antes da reunião de maio,
04:07em que houve aquela cisão dentro do Comitê de Política Monetária do Banco Central,
04:13onde os quatro indicados do Lula votaram por 0,50 de corte,
04:17e os cinco indicados do Bolsonaro votaram por 0,25 de corte,
04:22venceu o 0,25, a gente teve uma redução só de 0,25,
04:25de 10,75 para 10,50, ou 10,50 ao ano na Selic,
04:30e na reunião passada, agora sim,
04:34foi mantida essa taxa,
04:38aí a gente conversou sobre isso na semana passada,
04:40em 10,50, interrompendo o ciclo de queda da Selic,
04:44que vinha aí de sete reduções consecutivas,
04:46saindo lá de 13,75% ao ano.
04:50Muito bem, quando sai a decisão do Copom,
04:53junto com a decisão do Copom,
04:55o Copom é o quê?
04:56O Comitê de Política Monetária tem nove membros,
04:59os nove são os nove diretores do Banco Central.
05:03Quando sai a decisão, sai.
05:06Tudo que é consenso no grupo,
05:09só está escrito ali o que é consenso,
05:11essa é a regra para o comunicado.
05:14Então, tudo que está escrito no comunicado,
05:16todos os nove diretores,
05:19todos os nove membros do Copom concordam.
05:23E a votação de cada um.
05:26Pois bem, como veio unânime,
05:28aí tem aquele duplo de este carpado intelectual
05:31que o pessoal está fazendo aí,
05:33principalmente a ala mais à esquerda,
05:36a ala mais petista,
05:37de que não, o Lula já sabia que isso ia acontecer,
05:40sim, então ele fez aquela entrevista,
05:42deu aquela entrevista e disse,
05:43não, indo blá, blá, blá, blá, blá, blá,
05:45e aí ele forçou a unanimidade.
05:50Mentira, mentira.
05:51Tem 30 dias que esse pessoal está falando,
05:54cada um por si,
05:55em todas as falas que eles tiveram públicas,
05:59Gabriel Galípolo,
06:00Paulo Piquete,
06:02Roberto Campos,
06:03Diogo Guilherme,
06:04todos eles falando a mesma coisa.
06:07O que isso queria dizer?
06:09Que todos votariam de forma poesa,
06:12unânime.
06:13Isso muito antes do Lula voltar a falar
06:16esse monte de despaltério que ele gosta de falar
06:19quando dá entrevista.
06:21E aí, como sai enfraquecido visualmente
06:25para o grande público, o Lula, dessa história,
06:28aí inventaram essa super estratégia
06:30que o Lula tentou fazer unânime.
06:32E aí, colando as duas coisas,
06:36a pergunta da Letícia
06:37sobre Washington,
06:40sobre Roberto Campos,
06:42ou Bob Fields,
06:44falando em Washington até agora,
06:47o que uma coisa tem a ver com a outra?
06:49Esse dissenso acabou piorando muito as expectativas,
06:53porque os quatro que votaram
06:56pela continuidade do ritmo de corte
07:01e concordaram porque no comunicado estava
07:04que o cenário externo e o cenário interno
07:09tinha piorado econômicos.
07:11O fiscal interno estava ruim porque tinha mudado a meta,
07:14o externo estava ruim porque o FET
07:16não pretende baixar os juros nem tão cedo.
07:19eles concordaram com isso, mas disseram
07:21não, não tem problema, vamos continuar do jeito que está.
07:24Isso piorou, mas vamos continuar do jeito que está.
07:28O que o mercado financeiro entendeu disso?
07:31Poxa, esses quatro aí que vão ficar
07:33durante todo o governo Lula
07:35e mais os que o governo Lula vai indicar,
07:39vão ser mais lenientes com a inflação.
07:41Então, não vão estar nem aí muito,
07:44não vão estar muito preocupados com a inflação,
07:46vão deixar a inflação correr um pouquinho mais solta.
07:48E aí, começaram a reprecificar as expectativas lá na frente,
07:52daqui a cinco, dez anos,
07:54de que a gente teria uma inflação média
07:56no período mais alta.
07:59Então, teve,
08:00essa é uma crítica que o Roberto Campos tem recebido,
08:04que eu acho que faz algum sentido,
08:06não dá para comprar,
08:07como diz o mercado financeiro,
08:09há valor de face,
08:11mas é uma crítica que faz algum sentido
08:12de que ele antecipou uma discussão
08:14sem ter combinado com os russos anteriormente,
08:18e isso acabou causando um pouco de tumulto.
08:20Obviamente, depois veio o Lula e a vacalha tudo de uma vez,
08:24e aí não dá nem mais para culpar o Roberto Campos Neto,
08:26o Lula salvou o Roberto Campos Neto.
08:30Mas isso trouxe todo mundo para essa anonimidade.
08:33Qual é a expectativa para amanhã com a ata?
08:36Sem querer me estender muito, já me estendendo demais.
08:38Qual é a expectativa para amanhã com a ata?
08:40Que venham os detalhes de porquê
08:43tanto os bolsonaristas quanto os lulistas,
08:47dentro do Copom,
08:49votaram pela manutenção da taxa.
08:52E o que é que tanto tem preocupado o Banco Central?
08:56Já vou adiantar para você,
08:57está no comunicado também,
08:59que é meta fiscal,
09:01contas públicas desajustadas,
09:03isso aqui dentro.
09:05Um pouco de preocupação com o aquecimento
09:06do mercado de trabalho e desemprego no Brasil
09:08era para ter subido mais,
09:11na opinião do Banco Central,
09:12em função da taxa de juros,
09:15porque você sobe a taxa de juros,
09:17você freia a economia,
09:18e isso vai desacelerar o mercado de trabalho,
09:22então vai dar mais desemprego.
09:24Não é que eles torcem para que acelere mais.
09:27Como não acelerou o desemprego,
09:31o Banco Central tem se preocupado
09:32se isso tem ou não impacto na inflação.
09:35Não parece que tem tido, pelo menos por enquanto,
09:38mas é uma preocupação,
09:39isso vai estar na ata também amanhã.
09:41No cenário externo,
09:42é toda a política norte-americana econômica,
09:45em que o Fed,
09:47que é o Copom americano,
09:49tem achado que a situação da inflação lá
09:53ainda está mais quente do que eles gostariam,
09:55gostariam, o mercado de trabalho deles lá
09:57está super pujante,
09:58está nas mínimas, o desemprego,
10:01o ganho real do trabalhador
10:03também tem subido bastante,
10:05e eles acham que isso é um sinal
10:07de que a inflação pode ganhar velocidade,
10:11então não seria uma boa hora
10:12para começar a cortar os juros.
10:14Como cortando os juros lá
10:15tem a ver com o nosso juro aqui,
10:17eles não cortam lá,
10:18a gente tem que dar uma meia trava aqui.
10:21Acho que é mais ou menos isso,
10:22falei um monte, credo.
10:23Nada, Rodrigo,
10:26que é isso, fique tranquilo.
10:27Tchau, tchau.
10:29Tchau.
10:29Legenda Adriana Zanotto

Recomendado