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A reportagem de capa da nova edição de Crusoé, assinada por Otavio Augusto, destaca como a estagnação da renda leva o Brasil a um recorde de famílias que não conseguem pagar suas dívidas, dificultando o crescimento da economia. Quase um terço dos lares brasileiros perdeu a capacidade de honrar seus compromissos.

Ainda nesta edição, reportagem assinada por Wesley Oliveira e Wilson Lima trata da CPI das ONGs, a nova trincheira da oposição. O esvaziamento da CPI do MST dá um novo impulso aos trabalhos da comissão parlamentar de inquérito que investiga organizações não governamentais.

Outra matéria assinada por Wilson Lima aborda os gastos do governo do hoje ministro Rui Costa na Bahia, com pagamentos a funcionários já falecidos. Além disso, servidores públicos estaduais teriam recebido o pagamento de auxílio emergencial.

Na política internacional, matéria de Caio Mattos relata os desgastes para a campanha presidencial de Donald Trump, nos Estados Unidos, com a abertura de quatro processos criminais contra o ex-presidente. O último foi aberto nesta semana e é o mais grave de todos.

Em entrevista a Crusoé, o relator da CPI das Americanas, deputado Carlos Chiodini (MDB-SC), disse que comissão está próxima do núcleo duro da maior fraude financeira do país, não descarta prorrogação dos trabalhos e sugere mudanças legais futuras.

Privilegiando o assinante de O Antagonista+Crusoé, que apoia o jornalismo independente, também reunimos nosso timaço de colunistas. Nesta edição, escrevem Ivan Sant’Anna, Rodolfo Borges, Letícia Barros, José Nêumanne Pinto, Josias Teófilo, Leonardo Barreto, Jerônimo Teixeira, Alexandre Soares Silva, Augusto de Franco e Paulo Roberto de Almeida. A sátira política fica por conta de Agamenon Mendes Pedreira e Ruy Goiaba.

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00:00A gente lembra que a edição da Cruzoé já está disponível para acesso hoje e essa edição da
00:20Cruzoé ela vem recheada como sempre de boas matérias, artigos de opinião e análises. Hoje
00:27a gente vai falar um pouco sobre a matéria de capa da Cruzoé que ela traz um retrato de um Brasil
00:32endividado, um Brasil pagando juros, um Brasil no vermelho. Quem aí está nessa situação? Me diz,
00:41é você? Escreve lá no chat como é que está a sua situação financeira. Vamos ter, não sei se a gente
00:47vai ter boas surpresas, mas enfim. Otávio Augusto é quem assina essa matéria de capa e eu estou com ele
00:52aqui também para falar sobre essa matéria. Qual é o raio-x do Brasil financeiro hoje? Tudo bom,
01:00Otávio? Ei, Júlia, boa tarde para você, boa tarde para quem nos acompanha. Olha, a situação é crítica,
01:07ela tem aspectos muito duros para quem está pagando esses juros, essas contas e a perspectiva
01:13não é boa, não. Tu já vem numa sexta-feira com essas notícias todas assim na lata, Otávio? Como
01:19assim? Me explica, a situação é crítica, quer dizer então que a gente está de fato com o Brasil
01:24pagando mais juros e mais endividado, é isso?
01:29É isso, Júlia. O que acontece? Desde a pandemia o brasileiro perdeu renda e quando se perde renda
01:35ou você faz cortes para tentar equilibrar o orçamento e mesmo quando isso não é suficiente
01:40você começa a se endividar. Hoje, a cada dez famílias, sete estão endividadas e uma parcela
01:46grande dessas famílias, quase quatro famílias, estão inadimplentes. O que é isso, gente? É
01:51quando se deixa, é quando se perde a capacidade de pagar a dívida, de se honrar o que se está
01:57devendo. O que ocorreu? O salário foi encolhendo, a inflação foi diminuindo o poder de compra,
02:03lembrando que a inflação é o quê? O encarecimento geral de bens e serviços, a inflação foi corroendo
02:09com o poder de compra, o salário diminuindo. Esses dois fatores fez com que a torneira pingasse
02:14menos aí no nosso bolso. Com isso, as pessoas precisaram continuar comprando, consumindo e foram
02:20se endividando. Por que a gente está abordando esse assunto nessa edição da Cruzoe? Porque está se
02:26discutindo a taxação, a diminuição do juros rotativo, do cartão de crédito, que é a principal
02:32fonte de endividamento do país, cartão de crédito. O governo quer diminuir esse rotativo, o presidente
02:39do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu que seja diminuído, mas também não pode afetar o
02:44comércio. Então está aquela briga ao como vai se mexer, como vai se entrar num acordo. Fato é que as
02:51pessoas não estão conseguindo pagar suas dívidas, o governo lançou o programa Desenrola, as pessoas
02:56estão renegociando mais de 8 bilhões, já foram movimentados nessas renegociações, 5 milhões de pessoas
03:03foram desnegativadas, mais de 1 milhão e 300 contratos firmados para tentar agora sim ajustar o compasso
03:09de pagamentos de dívidas, mas o Brasil ainda enfrenta um problema muito sério com o endividamento, que deve
03:14se arrastar por mais algum tempo. Então, pelo que você está dizendo, o governo fez algumas tentativas, mas até
03:21agora nenhum resultado que a gente possa alardear com números mais positivos, é isso?
03:27É isso, Júlia. As confederações que monitoram o endividamento, elas mostram que mais de 75% das
03:35pessoas estão endividadas, tem algum tipo de dívida. É um número muito alto, mostra que as pessoas ainda
03:41estão tentando consumir, estão tentando comprar, que existe algum tipo de aquecimento na economia, mas é
03:46muito perigoso quando esse aquecimento vem de um mundo vazio. Por que eu digo mundo vazio? As pessoas
03:52compram, mas elas não têm como honrar, elas não têm como injetar o dinheiro onde precisa ser injetado,
03:58então fica aquele buraco, aquele rombo, e cai no cartão de crédito, cai nos juros do rotativo. A discussão
04:04primordial agora, gente, é essa alta taxa do rotativo, ela ultrapassa 437% ao ano, e a discussão é como baixar.
04:12O governo pediu aos bancos, a Febraban, que apresente uma solução em até 90 dias. O presidente do Banco Central,
04:20Roberto Campos Neto, defendeu a senadores outra coisa, não pagou o cartão de crédito, vai direto
04:26para o parcelamento, que hoje o que acontece? Quando a gente não consegue pagar a fatura inteira,
04:30a gente vai para o rotativo, que é aqueles juros compostos, os juros sobre os juros. Por isso que a
04:34dívida cresce tão rapidamente. No parcelamento direto, cairia a um patamar de 181% ao ano, seria mais ou menos
04:429% ao mês. Seria semelhante aos juros do cartão do cheque especial, do final do cheque especial, que é de 8% ao mês.
04:51Então, reduz muito o endividamento, de 437% ao ano, para 181%, que ainda é alto, que ainda pesa no bolso,
05:00mas ali você diminui bastante a margem de endividamento da população.
05:04Pois, pelo jeito, então a gente está um pouco uma sinuca de bico, financeiramente falando.
05:10Otávio, obrigada de novo. E para quem está assistindo a gente, fica aí a dica para ler essa matéria e depois diz aí
05:16o que achou e como é que está a sua vida financeira. Você está dando exemplo ou está escondendo os cartões de crédito?
05:25Olha, Júlia, eu me controlo bastante, viu? Porque é muito triste quando a gente entra naquela bola de neve.
05:31Quantas vezes a gente conta em reportagens aqui no Antagonista e vê também em outros lugares,
05:36pessoas contando que estão endividadas, que não conseguem sair dessa bola de neve realmente,
05:44porque os juros compostos são muito maldosos. É aquela coisa que começa a crescer e você não sabe aonde vai parar.
05:51Uma dívida que era desse tamaninho fica enorme. Eu tento sempre pagar tudo no débito quando é possível.
05:57Maravilha. Obrigada de novo, Otávio. Bom final de semana para ti.
06:02Bom final de semana, Júlia. Bom final de semana a todos.
06:05Cruzoé, uma ilha no jornalismo.

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