- anteontem
O cientista político André Lajst, presidente-executivo da StandWithUS Brasil, conversa com os jornalistas Duda Teixeira e Rogério Ortega sobre o antissemitismo do músico inglês que fundou o Pink Floyd e sobre os equívocos de Lula e de muitos brasileiros sobre a realidade de Israel
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NotíciasTranscrição
00:00Olá, seja muito bem-vindo. Eu sou o Duda Teixeira e esse é mais um podcast Latitude.
00:16Todo sábado às seis da tarde nós estamos aqui falando sobre os fatos mais marcantes do mundo
00:22e também sobre a diplomacia brasileira. Aqui do meu lado o Rogério Ortega, que vocês já conhecem.
00:28Também Ortega que escreve para o antagonista e também para a Cruzoé, o pseudônimo de Rui Goiaba
00:36e é o criador do bordão do Latitude. Então, Ortega, seja muito bem-vindo.
00:41Obrigado, Duda.
00:42E pode falar o bordão, por favor?
00:44Latitude, um podcast para situar você no mundo.
00:48Hoje o tema é sobre, eu vou falar sobre Israel e para isso a gente convidou aqui o André Laiste.
00:54André Laiste, que é cientista político, mestre, doutorando na área de, sabe tudo de Israel,
01:03Oriente Médio, Segurança Nacional. André, seja muito bem-vindo ao programa.
01:07Obrigado, Rogério. Obrigado, Duda.
01:11Bom, vamos começar falando um pouco sobre cultura. O assunto, então, é Roger Waters e a pergunta aqui
01:19passa para o nosso Ortega.
01:20Teve um episódio rumoroso, para os nossos espectadores que talvez não saibam, o Roger Waters fez recentemente
01:27em Berlim, na Alemanha, um show que causou polêmica porque ele apareceu basicamente vestido
01:33num uniforme que lembrava de um oficial da SS nazista, fazia toda uma misancena ali remetendo ao nazismo.
01:41E isso foi muito, muito criticado, sobretudo, pela comunidade judaica.
01:48O que os defensores do Waters alegaram na época é que isso fazia parte do contexto do álbum The Wall,
01:55que o Pink Floyd nasceu em 79, depois virou filme em 82, se não me engano, cujo personagem principal é o Rockstar,
02:03que enlouquece e aí sonha, delira, que está fazendo um show como se fosse um comício fascista
02:10para uma plateia de simpatizantes, etc e tal.
02:14Acontece que o Waters tem uma militância muito conhecida num movimento chamado BDS,
02:18que é a Boicote, Desinvestimento e Sanções, certo?
02:21Então, ele é muito militante, muito contrário ao Estado de Israel,
02:29e essas coisas meio que se juntaram também.
02:32Então, eu queria que o André falasse um pouco mais sobre isso e sobre se faz sentido
02:39manter uma obra, uma música, um filme dos anos 80, do jeito que está,
02:46considerando que já se passaram 40 anos.
02:48Pois é.
02:49Assim, o Roger Waters, o problema do Roger Waters não é um problema isolado de um uso de uniforme
02:56que lembra, remete ao uniforme nazista, né?
02:58Ele só não tem a suástica porque é proibido,
03:02senão ele colocava uma suástica lá para fazer o show dele, para fazer a performance.
03:06Então, aquilo lá, não é que nem teve outro dia,
03:09alguém escreveu um comentário no meu Instagram falando que era
03:12mas o Charlie Chaplin também fez o Pequeno Ditador e ninguém processou o Charlie Chaplin.
03:17Mas o Charlie Chaplin não tem um histórico de antissemitismo, o Roger Waters tem.
03:20E, assim, é um conjunto de fatores adicionado ao fato de que ele está usando algo que talvez em 79 era aceito
03:30e hoje em dia não é mais aceito.
03:31Assim como muitas coisas hoje em dia não são mais aceitas, né?
03:35Há 20 anos atrás, o tipo de piada que existia em programas de comédia na televisão brasileira,
03:39hoje em dia não existem mais.
03:40Existem algumas piadas que são ofensivas, né?
03:46Existem um tipo de humor que não é mais aceito
03:48e existe um tipo de performance que também não é mais aceito.
03:51A gente está em 2023, o mundo evoluiu, uma série de coisas
03:53e existem coisas que não se fazem mais.
03:56Quando vem uma comunidade inteira de 16 milhões de pessoas
04:00que sofreu o maior genocídio da história da humanidade
04:04e fala para você, olha, não é legal você fazer isso
04:07e você com a sua prepotência ainda fala que é uma comunidade,
04:12ele ofende a comunidade e continua fazendo,
04:15acho que no mínimo ele não se importa com o que a comunidade pensa,
04:18ou seja, ele não se importa de ofender judeus
04:21que se sentem atingidos por essa performance.
04:23Isso é um.
04:24Aí você tem que pegar o histórico dele.
04:26Ele tem um histórico, como você mesmo falou,
04:28ele é um dos grandes artistas que apoiam
04:32o movimento de boicote, desenvolvimento e sanções,
04:35que é um movimento que, na opinião da comunidade judaica,
04:39não só dela e de Israel, é um movimento racista,
04:43contra a existência de Israel,
04:44porque ele não é contra outros países do mundo,
04:47mas é contra a existência de Israel
04:48e, por coincidência, Israel é o único estado do povo judeu do mundo.
04:52Ele é um movimento um pouco controverso,
05:00porque ele fala que ele pede para Israel cumprir a lei internacional,
05:04mas ele não aceita a existência de Israel,
05:06que é um estado perante a lei internacional.
05:08Então, por um lado, ele ignora a lei internacional,
05:10por outro, ele pede que Israel cumpra a lei internacional,
05:13e as três demandas do BDS destruiriam Israel por dentro.
05:17Então, é um movimento que boicota academicamente,
05:22culturalmente Israel,
05:23até mesmo as pessoas mais à esquerda de Israel,
05:26que eventualmente criticam políticas do Estado,
05:28mas não são contra a existência do mesmo.
05:30Essas pessoas também deveriam ser boicotadas.
05:32ser um professor de química, deveria ser boicotado.
05:36E ele já convenceu vários artistas de não performarem em Israel,
05:40mas não tem nenhum problema de performar na Rússia,
05:42na época, uns anos atrás,
05:44ou performar na China, ou no Irã,
05:47ou em qualquer outro país que são superprotetores dos direitos humanos.
05:50Ou na nossa amiga aqui, Venezuela, e por aí vai.
05:53Então, assim,
05:55aí, além disso, ele faz várias comparações indevidas.
05:58Então, de muitos anos pra cá, ele é um cara que usa suas mídias sociais pra atacar Israel.
06:06Ele já tem várias frases que ele fala,
06:08por exemplo, ele já teve entrevistas que ele fala de Jewish power.
06:11Aí ele se corrige, não, não, é Israeli power.
06:14Não, força judaica.
06:15Depois ele se corrige, não, é forças israelitas.
06:17Não, não, é força judaica mesmo.
06:18Que é um tópico clássico do antissemitismo, né?
06:20Remete ao protocolo do Sábio Ciciano.
06:22Exatamente.
06:23Aí ele se corrige, depois ele fala,
06:24não, não, são organizações de judeus que se dominam organizações judaicas.
06:31Olha só.
06:31Então, ele vai escolher agora quem ele acha que é judeu e que não é judeu.
06:36Então, mais um degrau abaixo aí no antissemitismo dele.
06:43E aí ele faz umas comparações.
06:44Ele já, por exemplo, comparou que Israel se comporta como Alemanha nazista,
06:48que contradiz ele mesmo usando uniformes nazistas nos shows deles.
06:53Isso é considerado pela IHRA antissemitismo, né?
06:56Pela Eliança Internacional de Memória do Holocausto.
06:59Você comparar o algoz dos judeus com a atitude do exército de Israel.
07:03E, por último, assim, ele, por exemplo, pega o que aconteceu, infelizmente,
07:08com a jornalista Shirina Buakle, que morreu numa troca de fogo
07:11entre terroristas palestinos com forças israelenses em Jordânia no passado,
07:14e coloca o nome dela dentro de uma lista de pessoas, de mulheres perseguidas pelo mundo,
07:19e coloca junto nessa lista a Nifranke.
07:22E aí aparece a Nifranke do lado de Shirina Buakle, comparando uma pessoa,
07:25uma menina que morreu na mão dos nazistas, no maior genocídio da história,
07:29com uma jornalista que morreu, infelizmente, na troca de fogo,
07:34sem intenção, dentro de uma zona de confronto.
07:38Morreram já, da década de 90 para cá, 5 mil jornalistas em zonas de confronto.
07:44E aí, de novo, ele está comparando o Israel com o nazista, né?
07:48Isso, mas assim, olha só, como eu falei, são 5 mil ou 4 mil e pouco jornalistas mortos,
07:54ou 2 mil.
07:55O número é na Casa dos Milhares, eu não lembro agora exato o número.
07:59Devem ter várias mulheres que morreram, não só homens.
08:02Ele escolhe, justamente, uma mulher palestina que morreu numa troca de fogo,
08:07sem intenção, com as forças israelenses.
08:10Se isso não é focar em Israel, eu não sei o que é.
08:14Acho que tem mais coisas também no show, né?
08:16Ah, tem o porco.
08:17Tem um show, há alguns anos atrás, que é um porco gigante, com vários símbolos,
08:23e está isoladamente lá, perto da cabeça do porco.
08:26Uma estrela de Davi e um porco.
08:30Os judeus não comem porco.
08:32É um animal impuro para os judeus.
08:34Então, assim, se você juntar A mais B mais C, junto com as frases dele,
08:39a gente, inclusive, agora traduziu um vídeo que foi feito,
08:41que, assim, é claramente...
08:44Inclusive, como você estava lembrando antes de a gente começar, a esposa do...
08:47Do David Gilmer, a Polly Samson, que é letrista também, é compositor.
08:51Ela falou que ele é antissemita, que ele é racista,
08:55que ele é preconceituoso, que ele é misógino, que ele é um monte de coisa.
08:58Mas, além de ele ser um charlatão, enfim, parece que tem até discussões em relação à própria forma como o Pink Floyd terminou.
09:09É, não. O próprio David Gilmer, que foi companheiro de banda do Roger Waters no Pink Floyd por anos,
09:14retuitou tudo isso que a mulher dele falou.
09:16Tudo isso é demonstravelmente verdadeiro.
09:18Então, assim, tem muitas coisas e ele é uma pessoa que, assim, abriu-se investigação na Alemanha
09:27após ele usar um uniforme nazista, e essa investigação é uma investigação criminal na Alemanha.
09:36E aí eu digo isso aqui para as pessoas que estão, não só as pessoas que estão indo para o show,
09:40mas, assim, você tem empresas aqui envolvidas com o show dele,
09:43e essas empresas vão ter o seu nome registrado se ele performar alguma coisa que no Brasil também seja ilegal.
09:50Assim como aconteceu em casos e o Brasil está muito sensível em relação a isso,
09:54a gente está monitorando isso e elas vão ser cobradas por estarem patrocinando, ajudando,
10:01ou promovendo, ou efetuando um show que promova discursos de ódio no Brasil.
10:06Tá. André, agora, pensando, então, existem, então, alguns mal-entendidos, às vezes,
10:13intencionais sobre o que é o Estado de Israel, sobre os judeus, né?
10:18A gente citou aqui agora essa história do Roger Waters.
10:22Queria saber um pouco, o Lula falou recentemente, ele estava, acho que, na Espanha,
10:27e ele fez uma breve referência a Israel.
10:30A frase do Lula é
10:32Veja que a ONU era tão forte que, em 1948, ela conseguiu criar o Estado de Israel.
10:39Em 2023, ela não consegue criar o Estado palestino.
10:44Como é que você vê essa frase do Lula, assim?
10:46Você vê também alguns mal-entendidos aqui ou não?
10:51Eu acho que eu separaria a frase dela em dois lugares.
10:56Primeiro, eu acho que existe aqui uma crítica à ONU e o uso do tema Israel como exemplo.
11:05Então, antes de falar do erro dele em relação à Israel,
11:08eu acho que ele insistentemente, nos últimos anos, fala de uma reforma na ONU,
11:13do motivo pelo qual o Conselho de Segurança são só os cinco países,
11:17são os cinco poderes nucleares.
11:18Por que não se coloca mais países, ele sempre cita países não alinhados,
11:26ele cita a Índia, ele cita a África do Sul, ele cita o Brasil, ele cita, enfim,
11:30outros países que poderiam participar do Conselho de Segurança,
11:33onde na cabeça dele seria mais democrático.
11:36Existe todo um contexto em relação a críticas em relação às Nações Unidas.
11:40Parte dessas críticas, não só vindo deles,
11:42mas eu, como, por exemplo, cientista político,
11:44acho a ONU menos eficiente hoje do que era há 75 anos atrás.
11:49Daí, ele estava talvez falando em relação à guerra da Ucrânia,
11:53usou isso como exemplo.
11:54Aí vem o exemplo que ele usou que está errado.
11:57A ONU não cria Israel em 47, né?
12:00Ele fala 48, mas ele estava se referindo a 47,
12:04na Assembleia Geral, na decisão 181, que é a partilha da Palestina.
12:08Isso é uma recomendação da Assembleia Geral.
12:10Não é um feito concreto.
12:13A ONU não tem poder de fazer um feito concreto, propriamente dito.
12:17Obviamente que isso ajuda a pavimentar pela lei internacional,
12:22pelas convenções internacionais.
12:23A ONU fala alguma coisa, os países acabam acatando e por aí vai.
12:26Então, isso dá respaldo e isso ajuda no que a gente chama
12:31na comunidade das nações.
12:32Mas a ONU não tem poder para destruir ou criar alguma coisa
12:36porque os Estados são soberanos e os Estados são criados,
12:38às vezes, infelizmente, por causa de conflitos,
12:40cessar fogo, linhas de armistício e por aí vai.
12:44Então, quando ele fala que a ONU criou Israel,
12:46a ONU recomenda a criação de dois Estados.
12:50Estado árabe também.
12:51Estado árabe e Estado judeu, em 47.
12:53Assim como a Inglaterra, 10 anos antes, em 37, na Comissão Pio,
12:56recomenda a criação de dois Estados,
12:59um árabe e um judeu, na região da Palestina,
13:01sendo que já tinha sido criado o reinado da Transjordânia,
13:04que também é um Estado árabe na região da Palestina.
13:07Então, era a criação de um segundo Estado árabe na região da Palestina
13:10e um Estado judeu.
13:12Tinha espaço para criar tudo isso.
13:14Os árabes rejeitam em 37.
13:16Em 47, a Liga Árabe rejeita.
13:18Ele não cita isso.
13:19Então, a Liga Árabe que rejeita a decisão das Nações Unidas.
13:23Então, não é que a ONU não cria um Estado árabe.
13:28A ONU também não cria Israel.
13:30E quem não cria um Estado árabe em 47 é a Liga Árabe.
13:33Porque ela podia ter criado.
13:35Aí tem a Guerra da Independência,
13:37que efetivamente cria Israel,
13:38porque a Assembleia Geral não tem poder de lei.
13:40Ela é um tom recomendatório apenas.
13:43Israel acaba se fundando após o fim da Guerra de 48...
13:47Ou seja, em 48, mas com o fim da guerra,
13:50os acordos de armistício definem basicamente
13:52as fronteiras de Israel até hoje.
13:54E Gaza e Cisjordânia,
13:56que é a região que o Brasil,
13:58no governo dele,
14:00reconhece a Palestina como Estado,
14:03ficaram na mão do Egito e da Jordânia durante 18 anos.
14:06Por que não foi criado um Estado palestino
14:08entre 49 e 67,
14:11quando os dois territórios estavam na mão dos árabes?
14:14Isso ele não respondeu.
14:15Não sei nem se ele sabe isso.
14:18Mas isso é o interessante.
14:19E aí ele fala que hoje em dia
14:20a ONU não pode criar um Estado palestino.
14:21A ONU não é responsável por criar um Estado palestino.
14:24Para criar um Estado palestino,
14:25são os palestinos que precisam se conciliar,
14:28aceitar que Israel existe
14:30e fazer um acordo com Israel.
14:32O Hamas não aceita.
14:34E pela retórica dos últimos 10 anos da autoridade palestina,
14:38vejo muito difícil,
14:39politicamente,
14:40um líder palestino na Cisjordânia,
14:42mesmo liderando o movimento Fatah,
14:45que é mais laico que o Hamas,
14:48virar num palanque na Cisjordânia
14:50e falar que chegou a hora de fazer concessões
14:52e aceitar que Israel é um Estado judeu
14:53do povo judeu
14:54e que eles vão aceitar
14:55fazer um Estado somente em Gaza e na Cisjordânia.
14:58Mesmo se o Hamas aceitasse,
15:00eu não acho que ele teria
15:00um ambiente político para fazer isso.
15:03Então, não depende da ONU,
15:04depende dos palestinos.
15:06Claro que também depende de Israel.
15:08Israel é o poder máximo na região,
15:10depende das necessidades de segurança de Israel,
15:11das exigências de Israel.
15:14Dependendo do governo de Israel,
15:15politicamente é muito difícil.
15:16Por exemplo, esse governo agora é muito difícil
15:18chegar a um acordo com os palestinos,
15:21mas não é impossível.
15:23E Israel tem muito mais
15:24uma homogeneidade democrática
15:31e tomada de decisão
15:34que são cumpridas depois
15:36por próximos governos
15:37do que esse caos político
15:39que é a política interna palestina,
15:42com golpes e prisões
15:43e assassinatos
15:45entre líderes do Hamas
15:47e da jihad islâmica
15:48ou entre Hamas e Fatah
15:49ou a tomada de Gaza
15:51e por aí vai.
15:51Não tem eleições,
15:52há 12 anos.
15:53Então, o presidente palestino
15:54vai assinar um acordo com Israel,
15:56ele morre
15:56e aí vem o próximo presidente
15:58e fala, não,
15:58isso não está valendo nada
15:59porque ele não foi eleito.
16:01Então, não é a coisa mais simples do mundo.
16:03Então, é uma frase-jargão
16:05para criticar a ONU.
16:08Não acho que foi
16:09usado isso como exemplo,
16:12não foi sem querer,
16:13foi de propósito,
16:14também era perto da data,
16:15né, do 14 de maio,
16:17ele falou isso,
16:18acho que é um pouco
16:18da independência de Israel.
16:20Foi no dia 14, né?
16:22E agora,
16:24então ele deve ter sido lembrado disso
16:26e provavelmente por algum assessor.
16:29E assim,
16:29é uma frase que não constrói nada,
16:36não ajuda a construir nada.
16:38André, eu queria aproveitar o gancho,
16:41já que você falou
16:42do atual governo israelense,
16:45você é o presidente executivo
16:46da Stand With Us Brasil, né?
16:49Eu queria que você explicasse
16:50um pouco para os espectadores
16:51com que trabalha essa sua organização
16:54e uma coisa que eu fiquei curioso
16:56é que, como a gente sabe,
16:57houve protestos grandes em Israel
16:59por causa da reforma
17:02que o governo do Netanyahu,
17:04apoiado na direita,
17:06na extrema direita religiosa,
17:08nos apoiadores de colonos
17:10da Palestina, etc.
17:11Eu estava querendo fazer
17:12sobre o judiciário israelense
17:15e que a rigor, no mínimo,
17:17limitaria muito a independência
17:19do Supremo,
17:21num contexto em que o Netanyahu
17:23também é alvo de acusações
17:24de corrupção, etc.
17:25Minha pergunta é se você pessoalmente
17:29e a Stand With Us como organização
17:31tem alguma posição em relação
17:33a esse governo do Netanyahu,
17:34como se configura agora,
17:36e a reforma do judiciário
17:37que ele está tentando fazer
17:38e foi obrigada a dar uma pausa
17:41em razão dos protestos maciços
17:43que houve em Israel contra a reforma.
17:45Então, Rogério,
17:47a Stand With Us,
17:49ela é uma organização
17:51educacional
17:53que tenta...
17:56que tem como principal objetivo
18:00educar, clarificar,
18:01ajudar as pessoas a entender,
18:04diminuir o ódio
18:05e trazer mais informações,
18:08porque a gente acredita que a educação
18:09é um caminho para a paz aqui e lá,
18:10e quanto mais você saber de um assunto,
18:12menos radical você vai ser sobre ele.
18:14Então, a rigor,
18:15a Stand With Us,
18:16ela é a partidária.
18:18Ela tem que lidar com os temas,
18:20ela explica,
18:21ela contextualiza,
18:22ela entrega as informações,
18:23ela entrega as opiniões
18:25que existem
18:26e o interlocutor decide
18:28o que ele quer.
18:30Claro, ela tem valores.
18:32Ela é a favor que Israel continue existindo
18:33e continue sendo democrático.
18:35Então, claro que alguma coisa
18:37que atinja a democracia,
18:38a Stand With Us vai ser contra.
18:39Mas, normalmente,
18:41isso é depois do que acontece.
18:43Então, já teve Stand With Us
18:45notas contra atos
18:48de parlamentares
18:49ou políticos israelenses
18:51que falaram coisas.
18:52Aí, depois do ato,
18:54se isso atinge a democracia,
18:56os direitos humanos,
18:57a Stand With Us já fez notas.
18:58Inclusive, as últimas duas notas
19:00foram contra a extrema-direita
19:01de...
19:02é...
19:03israelense,
19:04que é, assim,
19:06apesar de ser muito pequena,
19:07e ela é muito pequena
19:08comparada com a extrema-direita
19:09alemã, austríaca ou húngara,
19:11ela é barulhenta.
19:14Então, e aí,
19:14o que acontece?
19:15Quando ela é barulhenta,
19:17aí, aqueles que odeiam Israel
19:19e querem atingir
19:20a imagem pública do país
19:21vão se agarrar nessa...
19:23vão pegar nesses quatro deputados
19:25de 120
19:26e vão transformar isso em 120.
19:30Isso vira Israel.
19:31E aí, a Stand With Us,
19:32ela explica, contextualiza.
19:34Então, durante todo o processo
19:36do...
19:37da reforma do judiciário,
19:41a Stand With Us fez
19:42uma série de...
19:44e foi a única organização
19:46educacional de Israel
19:47no Brasil
19:48que contextualizou
19:50sem dar...
19:51de uma forma mais
19:52imparcial possível.
19:54Ao mesmo tempo,
19:55a gente tenta...
19:57existem pontos relevantes
19:59que estão lá.
20:00Então, no final das postagens
20:02ou do carrossel
20:03que a gente faz,
20:03a gente coloca
20:04continuaremos a apoiar Israel
20:06como Estado judeu
20:07e democrático.
20:08Ou seja,
20:08alguma coisa que atinja a democracia,
20:10a gente vai ser contra.
20:11Eu escrevi um artigo
20:12para a Folha
20:12explicando os pormenores
20:15da reforma,
20:17explicando por que
20:18que o outro lado
20:18quer fazer a reforma,
20:19mas dizendo
20:20uma reforma,
20:21ela é necessária,
20:22todo mundo entende isso,
20:23pelo menos a maioria das pessoas,
20:25mas não essa reforma.
20:27A forma como ela estava
20:28sendo posta,
20:29com os três pontos
20:30que o ministro da Justiça
20:31no dia 6 de janeiro
20:33lançou,
20:34de mudar a configuração
20:36da comissão
20:36que escolhe juízes,
20:37inclusive para o Supremo,
20:39de mudar,
20:39de cancelar
20:40a opção de razoabilidade
20:42ou proporcionalidade
20:43que o Supremo
20:43tem de julgar
20:44leis
20:45ou ações do executivo,
20:47que o judiciário
20:49eventualmente
20:50ele entra
20:50e cancela
20:51uma decisão do executivo
20:52ou uma lei
20:53que ele considera
20:54que não é proporcional
20:55ou razoável
20:56ou que atinge minorias,
20:58por exemplo.
20:58e a principal
20:59coisa que atingiria
21:01a independência
21:02do judiciário
21:03seria a cláusula
21:05da absorção,
21:06que seria
21:06qualquer decisão
21:08que o Supremo tome
21:09o Parlamento pode reverter
21:10uma maioria simples
21:12de 61,
21:12ou seja,
21:12o governo,
21:13uma coalizão
21:15dada
21:15com uma maioria
21:17simples de 61,
21:18ou seja,
21:18qualquer coalizão
21:19tem mínimo 61
21:20para existir,
21:21poderia cancelar
21:22uma decisão do Supremo.
21:23isso já é algo
21:25que ao meu ver
21:27como cientista político
21:29vai atingir
21:30a independência
21:31do judiciário.
21:32Ah, mas o judiciário
21:33então pode tomar
21:34qualquer decisão
21:35e se o judiciário
21:36ficar maluco
21:37e começar a tomar
21:38decisões
21:38que são anti-Israel
21:40ou anti-democratas.
21:41Então tem que,
21:42talvez uma reforma
21:42plausível,
21:44não estou agora
21:45entrando em toda
21:45a reforma
21:46como ela deveria ser,
21:47mas dentro
21:48especificamente
21:49dessa cláusula
21:49da absorção,
21:50poderia ser uma cláusula
21:51da absorção
21:52com a coalizão
21:54mais 30%
21:55da oposição
21:56ou 50%
21:57da oposição.
21:58Então assim,
21:58teria que ter
22:00uma dada coalizão,
22:01dependendo do número
22:02que tem,
22:03mais 50%
22:04da oposição.
22:05Aí é o parlamento
22:07e não o governo,
22:09é o parlamento
22:09falando alguma coisa
22:11contra uma decisão
22:11do judiciário
22:12e os parlamentos
22:13de Israel
22:13sucessivamente
22:14foram parlamentos
22:15mais...
22:18Israel nunca elegeu
22:20parlamentos
22:21radicalizados.
22:23A maior parte
22:24do parlamento
22:24de Israel
22:24são pessoas
22:25razoáveis.
22:30É que às vezes
22:30você precisa
22:31da extrema-direita,
22:32que é o que está
22:32acontecendo agora,
22:33para você conseguir
22:34ter a maioria
22:34e ter o governo.
22:36Foi a única opção
22:36que o Netanyahu
22:37teve de formar
22:38um governo
22:38era com a extrema-direita.
22:39Eu acredito
22:39que ele preferiria,
22:40obviamente,
22:41não formar um governo
22:42com a extrema-direita,
22:43mas assim...
22:45E esse é o problema
22:47do sistema parlamentarista
22:48com uma cláusula
22:49de 3,25%
22:51dos votos válidos.
22:52Você acaba elegendo
22:5312, 15 partidos
22:54para o parlamento
22:54e cada partido pequeno
22:56tem cinco cadeiras.
22:58Numa coalizão
22:58de 64,
22:59um partido
23:00de cinco cadeiras
23:00tem poder
23:01de derrubar o governo.
23:02Então você pode
23:03pedir muita coisa.
23:04Isso é um problema.
23:06André,
23:06eu escutei
23:07umas opiniões
23:08meio catastrofistas
23:09de que a reforma
23:10vai acontecer,
23:11não tem como
23:12dar volta atrás
23:13e que ela acontecendo
23:14a democracia
23:15em Israel acabou.
23:16Como é que você vê?
23:18Olha,
23:19eu estive em Israel
23:21agora faz um mês
23:22e a gente se encontrou
23:23com uma juíza
23:23do Supremo
23:24com o Benny Gantz,
23:28que é um dos líderes
23:29da oposição
23:30e um dos que está
23:31protestando
23:32contra a reforma
23:34entre outras pessoas.
23:36Nenhum deles
23:37deu essa visão
23:38catastrófica.
23:40Mas eles acham
23:40que a reforma,
23:41que dá para parar
23:42a reforma?
23:42A reforma já foi paralisada
23:43do jeito que ela estava
23:44sendo colocada
23:45e o que eles estão
23:46tentando aprovar agora
23:47é uma ínfima parte
23:48do que eles já tinham proposto
23:49para tentar ganhar,
23:50para ter alguma vitória
23:51dentro do parlamento.
23:53A questão é que agora
23:54que passou o orçamento
23:56e quando passa o orçamento
23:57as coisas acalmam
23:58e o governo
23:59fica mais estável.
24:00Porque quando não passa
24:01o orçamento
24:01ele fica à mercê
24:03de não,
24:04de cair.
24:05Porque se você tem
24:05uma lei em Israel
24:06que se você não passa
24:07o orçamento
24:07o governo cai.
24:09Tem que convocar
24:09novas eleições.
24:10Então passou o seu orçamento.
24:12Que foi uma compra
24:13gigantesca
24:16nos acordos
24:17nas cotas parlamentares
24:20que eles estão dando
24:21para os partidos
24:23da coalizão.
24:25Assim, valores astronômicos.
24:2720 bilhões de reais.
24:29O que eles deram
24:31nos acordos de coalizão
24:33é maior do que
24:33o orçamento anual
24:35do ensino superior de Israel
24:38que é público.
24:40Então,
24:41eu acho que
24:43se eles passarem
24:45alguma coisa
24:46vai ser uma coisa minoritária.
24:47Eles podem querer agora
24:48tentar
24:49passar alguma coisa
24:51de...
24:51O governo
24:52quer escolher
24:53os próximos dois juízes
24:54e os outros dois
24:56vai ser em comum acordo.
24:58Porque existe uma...
25:01Toda a narrativa
25:02que existe
25:03é que o Supremo
25:05assim foi...
25:06Como os juízes
25:07têm poder de veto,
25:09a comissão que escolhe
25:10juízes
25:11são nove pessoas.
25:12São quatro políticos
25:13e cinco não políticos.
25:14Dos quatro políticos
25:15é dois ministros,
25:16um membro do parlamento...
25:17Um membro...
25:18Um parlamentar da coalizão
25:19e um da oposição.
25:20Então, um dado
25:21o governo
25:22tem três votos
25:23automáticos.
25:24Dois ministros
25:25e um parlamentar da coalizão.
25:28Do outro lado,
25:28você tem cinco não políticos.
25:30Três juízes,
25:30dois representantes da OAB.
25:32Esses três juízes,
25:33é o presidente do Supremo
25:34e mais dois aposentados,
25:36também tem poder de veto.
25:38Então, para você poder
25:40eleger um juiz
25:42em cortes distritais
25:43e regionais,
25:44tem que ter cinco votos
25:45de nove.
25:46Então, só esses cinco daqui,
25:48sem os políticos,
25:49conseguem aprovar uma pessoa.
25:51Então, eles vão aprovando
25:52baseado em quê?
25:54Meritocracia,
25:55desenvolvimento,
25:57conhecimento,
25:59expertise,
26:00e por aí vai,
26:00experiência.
26:01Só que, na hora
26:02de você escolher um juiz
26:03para o Supremo,
26:04você precisa de sete votos
26:05de nove.
26:06Então, você precisa
26:07dos dois lados
26:07chegar em um acordo,
26:08sendo que os três juízes
26:09e os três membros
26:10do governo,
26:11como é sete de nove,
26:13e se tirar esses três
26:14dá seis de nove,
26:15os dois grupos
26:16têm poder de veto.
26:18A narrativa
26:19que o governo usou
26:19falou,
26:20os juízes têm
26:21poder de veto
26:22e ficam vetando
26:23pessoas que a gente
26:24indica
26:25para o Supremo.
26:27Mas eles também
26:27têm poder de veto.
26:28Sobre os que os juízes
26:30eventualmente poderiam indicar.
26:31Então, não é que
26:32só um lado
26:33tem veto,
26:33os dois têm veto.
26:35A questão é que
26:36nos últimos 25 anos
26:37você vê pessoas
26:38mais liberais
26:40sendo,
26:42mais liberais
26:43no sentido
26:44menos conservadoras,
26:45sendo eleitas
26:47para o Supremo
26:47Israelense.
26:48E o governo
26:49de Israel
26:49tem ficado
26:51mais à direita
26:52com questões
26:53relacionadas à segurança,
26:54ou questões judaicas,
26:55e por aí vai.
26:56Então, existe uma discrepância
26:57entre essas duas coisas.
26:58e aí a vontade
27:00deles é fazer
27:01com que o Supremo
27:02fique mais homogêneo
27:03à opinião
27:05do povo,
27:07das pessoas
27:07que são eleitas
27:08para o parlamento.
27:09Só que aí você perde
27:10o peso e contrapeso
27:11também que o país
27:12precisa ter,
27:13porque você precisa ter
27:14uma pessoa que
27:14vai brecando você,
27:16você vai brecando ela
27:17e tudo mais.
27:18Só que Israel tem
27:19uma série de problemas,
27:20não tem ninguém
27:20que julga, por exemplo,
27:21os juízes.
27:22Aqui você tem.
27:23Um ministro do Supremo
27:25pode ser impeachado
27:26pelo Senado.
27:27Lá você não tem isso.
27:29Não sei se ele cometa
27:30um crime,
27:30ele vai ser investigado
27:31pela polícia,
27:32mas não existe
27:34esse processo político.
27:37Mas pelo menos
27:37a indicação parece
27:38que é mais democrática,
27:39porque aqui no Brasil
27:40é a indicação do presidente
27:41e a vota do presidente
27:42que é provável
27:43que o Senado acabou.
27:44Mas assim,
27:45outras democracias
27:47que também têm indicação.
27:48Os Estados Unidos
27:48também é indicado
27:49pelo presidente,
27:50se não me engano.
27:51Só que você tem
27:52duas casas,
27:53você tem uma Constituição,
27:54você tem peso,
27:59você tem o Ministério Público,
28:00você tem um monte
28:01de coisas que acabam
28:02de mecanismos
28:04adicionados ao fato
28:06dele indicar
28:07a pessoa que precisa
28:07ser aprovada
28:08pelo Senado,
28:08by the way.
28:09Não é indicação e acabou.
28:11Então assim,
28:11aqui não,
28:12aqui é uma comissão
28:13que aprova,
28:13aprovou,
28:14não é aprovado
28:14pelo parlamento.
28:16Então você tem
28:16mecanismos diferentes.
28:18Qual é o melhor?
28:19Não sei se um
28:22é melhor que o outro.
28:23Eu sei que
28:24aqui é uma prova
28:25que você faz
28:26para ir para
28:27cortes menores,
28:28não para o Supremo,
28:29mas para cortes menores
28:30você faz uma prova
28:32e você precisa
28:33passar nessa prova.
28:34Em Israel, não.
28:35Você precisa ser indicado
28:36pelo seu conhecimento.
28:38Então, eventualmente,
28:39tem juízes muito bons
28:40em Israel.
28:41Só que você quer...
28:43O que o governo diz
28:44é que está tendo
28:45um descompasso
28:46e está tendo
28:47um avanço
28:48de jurisdição
28:50do Supremo Israelense
28:52dentro do Judiciário,
28:53do Judiciário Israelense
28:55dentro do Legislativo
28:56e do Executivo
28:57e isso precisa acabar.
28:59Então, para isso
28:59precisa de uma reforma jurídica.
29:01Precisa de uma reforma jurídica
29:02eventual?
29:03Precisa.
29:03Israel também precisa
29:03de uma Constituição.
29:04Precisa de muita coisa.
29:05Israel precisa de muita coisa.
29:06Nenhuma democracia é perfeita.
29:08Mas,
29:10mesmo assim,
29:12eu acho que o caminho
29:13para que isso aconteça
29:14de forma saudável
29:16seria uma
29:18Assembleia Constituinte,
29:20seria um encontro
29:21entre todos,
29:22seria tirar a política
29:22de lado,
29:24seria pensar
29:25no bem do país
29:26e não no bem dos partidos
29:27e no bem do governo.
29:28É colocar o bem do país
29:30acima
29:30do bem
29:31da...
29:32da...
29:33da...
29:34da saúde
29:36do governo.
29:37Da coalizão
29:37que está no poder.
29:38Da coalizão,
29:39da dada coalizão.
29:40É pensar no melhor
29:41para o país.
29:43E isso eu acho
29:44que os israelenses
29:45deveriam voltar a ter.
29:47Porque no passado,
29:48muitos líderes israelenses
29:49colocaram o bem
29:51do país acima
29:52da saúde
29:54do governo
29:55especificamente.
29:56E isso é uma coisa
29:57que é notório.
29:59E hoje em dia
30:00a gente acaba vendo
30:01menos isso.
30:01Então, assim,
30:02quando a gente vê isso,
30:03quando tem uma guerra,
30:04quando tem uma guerra,
30:05todo mundo se une,
30:06a coalizão não bate
30:07no governo,
30:08a coalizão, não,
30:09a oposição não bate
30:10no governo
30:11porque o país
30:12está sendo atacado.
30:13E é o país
30:13que está sendo atacado,
30:14não é o governo
30:14que está sendo atacado.
30:15Todo mundo está sendo atacado
30:16pela jihad islâmica
30:18ou pelo Hezbollah
30:18no Líbano.
30:19Então, obviamente,
30:21que a oposição
30:22vai à televisão,
30:23rede pública,
30:23apoia e dá apoio,
30:25fala, podem ir,
30:26vocês têm nosso apoio
30:27para esse tipo de assunto.
30:29E isso é raro
30:29em...
30:30a gente vê no mundo
30:31polarizado hoje
30:32um lado apoiar o outro
30:34em determinados assuntos.
30:35Mas é porque
30:35é um perigo externo.
30:37Isso deveria continuar existindo.
30:39Eu acho que
30:39fazer uma...
30:43um acordo
30:45entre todos
30:46e chegar
30:47numa conclusão
30:47onde uma reforma
30:48do judiciário
30:49poderia existir...
30:50O judiciário
30:51não vai gostar
30:51porque nenhum judiciário
30:52gosta que diminuam
30:53os seus poderes
30:54ou que coloquem
30:55mais mecanismos
30:56que limitem
30:57os seus poderes.
30:58Mesmo que continue
30:59sendo democrático,
31:00o judiciário
31:00não vai gostar.
31:01Nenhum judiciário
31:01gosta disso.
31:04Então...
31:05Mas além da guerra,
31:06eu acho que
31:07o futebol
31:08também unifica,
31:09o povo Otega
31:10tem uma pergunta ali.
31:11É, a gente...
31:12Outro gancho
31:13que a gente pode
31:14aproveitar recente
31:15é que a seleção
31:16israelense sub-20
31:17conseguiu derrotar
31:19o Brasil
31:19na Copa do Mundo
31:21sub-20.
31:21De virada.
31:22De virada
31:22por 3 a 2.
31:24E eu lembro
31:25que você
31:26ou o Stanley...
31:27Você no seu perfil
31:27no Twitter
31:28ou o Stanley Fence
31:29chamaram a atenção
31:32para o fato
31:33de que os autores
31:33dos gols israelenses
31:34são uma turma
31:36diversa.
31:36Um dos caras que...
31:37Um dos garotos
31:38que fizeram o gol
31:39é um jogador
31:40árabe israelense.
31:41Outro é judeu
31:42israelense.
31:42É um terceiro
31:43que eu não lembro
31:44exatamente o que era,
31:45mas era um mix
31:46diverso.
31:47E, no entanto,
31:48o time
31:50adulto,
31:51digamos assim,
31:52de Israel
31:52não consegue participar
31:53de Copas do Mundo
31:54desde 1970
31:55no México,
31:57porque na época
31:58acho que Israel
31:59ainda estava
32:00no grupo de Ásia
32:01e Oceania
32:01nos eliminatórios.
32:03Depois começou
32:03a haver um boicote
32:04que, se não me engano,
32:05foi capitaneado
32:05pelo Kuwait
32:06que se recusou
32:07a jogar com Israel
32:09naquela época.
32:10E o fato é que Israel
32:11foi deslocada
32:11para os eliminatórios
32:12europeias,
32:14que é onde a seleção
32:15joga até hoje
32:15que é naturalmente
32:16mais difícil
32:17de chegar ali.
32:19Eu acho que Israel
32:20nunca teve eliminatórios
32:21na Ásia,
32:22nunca jogou
32:22contra os árabes.
32:23Acho que não.
32:24E por isso que nunca
32:25conseguiu chegar...
32:26Posso estar enganado,
32:27mas quando se classificou
32:28em 70,
32:28Israel superou a Austrália,
32:30que era um mix
32:30assim com...
32:31Era a Ásia e Oceania.
32:32Talvez eles foram
32:34para o outro lado lá,
32:35para o Loura Oriente Médio,
32:36mas Israel não é aceito...
32:38Assim,
32:39naquela época
32:40quando teve
32:40as guerras árabes,
32:41israelenses,
32:42Israel ganhou as guerras,
32:43Israel era completamente
32:44rejeitado pela região.
32:46Depois Israel passou
32:46a ser aceito,
32:47só que para você poder jogar
32:48tem que jogar com todos.
32:50Não adianta poder jogar
32:50com o Egito
32:51ou com a Jordânia,
32:52mas não jogar com a Síria
32:53ou com o Líbano
32:53ou com a Arábia Saudita.
32:56E a paz entre Israel,
32:57a Jordânia e o Egito
32:57lá é uma paz meio fria,
32:59então eu não sei
32:59como é que seria
33:00no estádio Israel
33:01jogar no estádio
33:02em Amman,
33:02por exemplo,
33:03ou no Cairo.
33:06Então,
33:06como Israel não pode
33:07participar das eliminatórias
33:08do Oriente Médio em si,
33:11Israel tem que jogar
33:12nas eliminatórias da Europa
33:14e jogar contra a Alemanha
33:15e contra a França.
33:15você obviamente vai perder,
33:17né?
33:18Os países,
33:19enfim,
33:20e participou em 70,
33:22acho que não fez nenhum gol,
33:24perdeu os três jogos
33:25na primeira fase.
33:26Acho que fez um gol.
33:27Fez um gol.
33:28Fez um gol.
33:28Se tem empatado com o Senna,
33:29você não lembra.
33:30É,
33:30vou dar uma olhada aqui.
33:32E é isso.
33:32Então,
33:32agora Israel tem um bom futebol
33:34comparado,
33:35se a gente comparar
33:36o tamanho do país,
33:38tem um bom futebol,
33:39não é a melhor que,
33:40sei lá,
33:41Portugal,
33:42tem um futebol melhor
33:43e tem a mesma população
33:44e é um país um pouco maior,
33:46mas é uma população parecida.
33:47Dez milhões de pessoas.
33:49Então,
33:50mas Israel tem um bom futebol
33:51e ganhou do Brasil
33:54porque,
33:54assim,
33:55às vezes o jogo não é,
33:56quem joga melhor,
33:57às vezes é oportunidade
33:58e oportunismo,
33:58né?
33:59Então,
33:59eu não vi o jogo,
34:00mas ganhou de 3 a 2,
34:02foi pra semifinal,
34:03né?
34:03Não sei,
34:04vai jogar contra...
34:05Não lembro também,
34:06preciso checar.
34:08Vai jogar contra o país difícil.
34:10Tá.
34:11Mas é um feito,
34:12né?
34:12Mas se Israel ganhar
34:13a Copa do Mundo,
34:14sub-20,
34:16é um feito extraordinário
34:19pro Israel.
34:20É mais uma medalha.
34:22E esses jogadores,
34:23assim,
34:23eles espelham um pouco
34:24essa diversidade que tem?
34:26Os árabes,
34:27tem times árabes
34:28em Israel,
34:29tem times de árabes,
34:32tem times
34:33mais de judeus,
34:37sefaraditas,
34:38ou
34:38Mizrahim,
34:41que seria os judeus,
34:42orientais,
34:43tem times mais
34:45diversos,
34:48assim,
34:50e a torcida
34:51se reflete nisso.
34:52Então,
34:52você tem uma torcida,
34:54por exemplo,
34:55dentro,
34:55tem um time
34:55chamado Betar Jerusalém,
34:58Betar Jerusalém,
34:59que não tem nada a ver
35:00com Betar,
35:01movimento juvenil,
35:02ou Betar,
35:03movimento político
35:04que fundou o Likud.
35:05é uma ideologia
35:08parecida,
35:08mas foi se distanciando,
35:10hoje em dia,
35:10o Betar Jerusalém
35:11é um time de futebol
35:12que tem várias
35:12torcidas organizadas,
35:14entre elas tem um grupo
35:15chamado La Família,
35:17que é,
35:18na minha opinião,
35:19terroristas.
35:19É um grupo lá
35:22de duas,
35:22três mil pessoas.
35:23É tipo hooligans,
35:24né?
35:24Total,
35:25mas assim,
35:25são racistas contra árabes,
35:26são racistas contra um monte de gente,
35:29e já se envolveram em violência,
35:32já tem gente presa,
35:33enfim.
35:34Mas,
35:34escuta,
35:35Israel é um país normal,
35:36com um monte de coisas,
35:37isso não reflete
35:38a bandeira,
35:40né?
35:41Mas tem gente
35:42que usa isso pra,
35:43assim,
35:43tem gente que vai pegar
35:45o La Família
35:46e vai transformar
35:47o La Família
35:47num Estado de Israel,
35:48que é um absurdo.
35:49É a mesma coisa
35:49que a gente pegar os hooligans
35:51e transformar isso
35:51na Inglaterra, né?
35:53É na Inglaterra, né?
35:54É na Inglaterra.
35:55Então,
35:56então,
35:56acho que não,
35:57acho que não,
35:59a diversidade de Israel
36:00se reflete em todos
36:01os lugares do país,
36:02no futebol,
36:03no exército.
36:05As pessoas não sabem,
36:06mas o exército tem,
36:08não judeus,
36:08tem árabes,
36:09tem drusos,
36:10tem beduínos,
36:10tem cristãos.
36:11Então,
36:12quando as pessoas falam assim,
36:12é uma política de apartheid,
36:15não é possível
36:16ter apartheid,
36:19se...
36:20Primeiro que Israel
36:21é uma democracia
36:22dentro das fronteiras de Israel,
36:23não existe nenhum tipo
36:24de segregação pra nada.
36:26E se as pessoas
36:26ficam falando
36:26que a fronteira
36:27é um apartheid,
36:28mas é uma fronteira,
36:29a fronteira tem cerca
36:30ou muro,
36:30qualquer fronteira
36:30no mundo tem.
36:32E dentro da Cisjordânia,
36:33onde tem os postos
36:34de controle
36:34por causa de segurança
36:35e não por causa
36:36de raça
36:37ou por causa
36:38de etnia,
36:39mas sim por causa
36:39de segurança,
36:40o soldado que está lá
36:41fazendo a segurança
36:41também pode ser um árabe.
36:43Sim.
36:45Só completando,
36:46Israel Sub-20
36:47vai pegar o Uruguai,
36:48é difícil mesmo,
36:50vai ser agora
36:51na quinta-feira,
36:51então quando esse programa
36:52for ao ar,
36:53o jogo já vai ter acontecido,
36:54que vai ao ar no sábado,
36:55mas é difícil
36:56de encarar a semifinal, hein?
36:57Israel ganhou
36:58por 2 a 0.
37:01Previsões.
37:02Vamos ver se ela se confirma.
37:05André,
37:06bom,
37:06aí mudando um pouco
37:07de assunto,
37:08Tel Aviv
37:08é um destino turístico
37:10e é muito forte
37:11na comunidade LGBT,
37:13tem a parada gay
37:14que é super famosa,
37:16mas aí recentemente
37:18teve algumas declarações
37:19do Hamas,
37:20sobre como que
37:22esses movimentos,
37:23especialmente o Hamas,
37:24que é um movimento
37:25terrorista,
37:26sunita,
37:28vê a comunidade LGBT
37:29de Israel.
37:30E que domina
37:30a faixa de guerra.
37:31Para eles isso é um pecado
37:33e os gays
37:34devem ser mortos,
37:35que nem no Irã.
37:37E o Hamas
37:38condenou
37:38a parada gay
37:40como se ele tivesse
37:40algum tipo
37:41de jurisdição
37:42sobre o que acontece
37:44em Jerusalém.
37:45A parada gay
37:46tem parada gay
37:47em Jerusalém,
37:47tem várias cidades.
37:49A gente em Jerusalém
37:49sempre foi muito polêmica
37:50por causa das questões
37:51mais religiosas.
37:53A cidade tem gente
37:54mais religiosa,
37:55mais conservadora
37:56de ambos os lados,
37:57tanto de muçulmanos
37:58quanto de judeus.
38:00Então,
38:00neste caso,
38:02os judeus
38:02e os muçulmanos,
38:04neste caso,
38:06mais religiosos
38:07vão acabar
38:07concordando
38:09em relação
38:09à parada gay
38:10porque eles não querem
38:10a parada gay lá.
38:11Só que a parada gay
38:12acontece porque
38:13Israel é uma democracia,
38:14então a decisão
38:15é que ela deve acontecer.
38:18E eu acho que o Hamas
38:20fazendo essa declaração
38:21é uma declaração
38:22prepotente,
38:25incorreta
38:27e falsa.
38:30Primeiro porque o Hamas
38:31não tem jurisdição
38:32sobre Jerusalém,
38:33nunca vai ter.
38:34Eles se colocam
38:35como os protetores
38:36de Jerusalém
38:37para fazer frente
38:39a quem?
38:39Não a Israel,
38:40a autoridade palestina.
38:42Eles querem ganhar
38:43moral dentro
38:44do povo palestino
38:45dizendo
38:46nós somos
38:47os que protegemos
38:48Jerusalém
38:48e os interesses
38:49de Al-Quds,
38:51Jerusalém árabe.
38:52Mas
38:53que tipo de
38:55ação concreta
38:57eles podem fazer?
38:58Israel é o poder soberano,
39:00a capital de Israel
39:01é Jerusalém,
39:03a parada gay
39:03foi em Jerusalém
39:04ocidental
39:04que nem é
39:05uma parte
39:06reivindicada
39:07pelos palestinos,
39:08pelo menos pela
39:09autoridade palestina,
39:10mas é reivindicada
39:10pelo Hamas.
39:11Já tem declarações
39:12do Ismael Hani
39:13na Argélia
39:14no passado,
39:15que é o líder
39:15político do Hamas,
39:17mora no Catar,
39:18falando que não existe
39:19Jerusalém oriental
39:20ou ocidental.
39:21Tudo é uma só
39:22e tudo pertence
39:23à Palestina
39:24e tudo é
39:25ocupação israelense
39:26ilegal,
39:26ou seja,
39:27não existe fronteiras
39:28nem nada,
39:29tudo,
39:29até Tel Aviv,
39:30tudo,
39:30até onde,
39:31enfim,
39:32cidades criadas
39:32por judeus
39:33há 200 anos atrás,
39:35é tudo uma coisa só
39:36e Israel não tem
39:37o direito de existir
39:38conceitualmente.
39:39Então,
39:39eles estão lá
39:40fazendo frente
39:41a o que a autoridade
39:42palestina na cabeça
39:43deles não fazem,
39:44que é proteger
39:44Jerusalém,
39:45proteger os interesses
39:46de Jerusalém.
39:47Então,
39:47eles condenaram
39:48a parada gay,
39:49chamaram de
39:50marcha provocativa
39:51de pervertidos,
39:52e aí o que acontece,
39:53é engraçado
39:54que tem gente,
39:55a gente mostra
39:56a diversidade de Israel
39:57nas nossas mídias sociais,
39:59isso faz parte
40:00da democracia
40:00e da diversidade
40:01de Israel,
40:02e tem gente
40:02no Brasil
40:03que é homofóbica
40:05e não concorda
40:05com isso,
40:07e concordou
40:11com o Hamas,
40:12e colocou assim
40:13no meu Instagram,
40:14desta vez,
40:15são pessoas
40:15que apoiam Israel,
40:16porque tem uma ideia
40:17de uma Israel imaginária,
40:18e colocam assim,
40:20desta vez eu concordo
40:21com o Hamas,
40:22como assim,
40:23gente?
40:23Como assim
40:24você concorda
40:24com o Hamas?
40:26Então vai lá,
40:26vai pra Gaza,
40:27então.
40:28Compre o pacote
40:28completo.
40:29Não,
40:29então vai pra Gaza,
40:30essas pessoas,
40:30então vai pra Gaza
40:31e tenta fazer um,
40:33tenta pedir algum tipo
40:34de direito democrático
40:35em Gaza,
40:35não existe,
40:36então assim,
40:37não tem limite
40:39pra ignorância
40:40das pessoas,
40:40é impressionante,
40:41não tem limite
40:42pra ignorância
40:42das pessoas,
40:43a pessoa que aqui
40:44no Brasil
40:45apoia uma linha
40:47política
40:48que apoia Israel,
40:49que gosta de Israel,
40:49e que vai apoiar o Hamas
40:51só porque o Hamas
40:51condenou a parada gay.
40:54Eu sempre falo
40:56isso pras pessoas,
40:57você ser a favor
40:58da liberdade
40:59é você ser a favor
41:01da democracia
41:02e da diversidade
41:03que os países
41:05democráticos,
41:07como Israel,
41:08conseguem exercer
41:09sobre o seu território.
41:10Você não pode decidir
41:12quando você gosta
41:13e quando você não gosta
41:14da democracia,
41:14quando você gosta
41:16e quando você não gosta
41:17da liberdade.
41:18Você tem que ser a favor,
41:19o Estado tem que poder
41:20prover isso pra todo mundo,
41:21a liberdade é religiosa,
41:22o Estado é laico
41:23e por aí vai.
41:25Israel tem as suas limitações
41:26de acordo com a
41:28forma como Israel
41:28foi criado,
41:30mas isso tem que
41:30continuar existindo
41:31e isso é o único lugar
41:32que acontece
41:33no Oriente Médio,
41:34acho que é a única
41:35parada gay da Ásia,
41:36inclusive,
41:38porque é Austrália
41:38e a Oceania,
41:39então a da Ásia
41:40acho que é a única
41:41da Ásia,
41:41não tenho conhecimento
41:43de outra parada gay
41:44na Ásia.
41:44Queria aproveitar
41:46e te perguntar,
41:47já que você entrou
41:48nesse assunto,
41:49André,
41:49o que você acha
41:50que os brasileiros
41:51entendem menos de Israel
41:52ou que entendem
41:53mais mal
41:54nesse trabalho educacional
41:56que a Stanley Fence
41:56costuma fazer?
41:58O que é mais,
41:59digamos,
42:00distorcido
42:00ou menos bem compreendido
42:02pelo público brasileiro?
42:04A forma como
42:04o exército de Israel
42:05se comporta.
42:07As pessoas não têm
42:08a mínima noção
42:09dos protocolos,
42:10do treinamento,
42:11do cuidado,
42:12do investimento,
42:13do tamanho,
42:15das pessoas
42:16que estão lá,
42:17da quantidade de gente,
42:18da diversidade,
42:19o exército de Israel,
42:22na minha opinião,
42:22é um exército
42:23que não tem nenhum
42:23comparado no mundo
42:24pela sua forma,
42:27pela sua conduta,
42:29pela forma
42:29como o treinamento
42:30é feito,
42:31pela responsabilidade
42:32que as pessoas têm,
42:34pelo cuidado
42:35e também
42:36na relação interna
42:37entre as pessoas.
42:39Exército,
42:39normalmente,
42:40ou forças armadas,
42:41as pessoas pensam
42:42em hierarquia,
42:43ordem,
42:44grito,
42:47você vê isso,
42:48carterada,
42:49né?
42:54Uma certa forma,
42:57um pouco de...
42:58uma forma
43:05de exercer poder
43:06sobre os outros,
43:07né?
43:07Sim,
43:08uma prepotência,
43:09uma arrogância...
43:10O exército de Israel
43:11é um exército
43:12do povo,
43:13em hebraico,
43:15exército do povo,
43:16todo mundo faz parte
43:17do exército,
43:18todo mundo que você vê
43:19na rua
43:19fez,
43:20faz ou vai fazer
43:22parte do exército,
43:23pelo menos,
43:2485% das pessoas
43:25que você vê na rua.
43:26Então,
43:27assim,
43:27aquilo lá
43:28faz parte
43:29da história
43:30do país,
43:31aquilo lá
43:32fez parte
43:32da existência
43:33do país,
43:34faz parte inerente
43:35da história
43:35do povo judeu
43:36depois de 2 mil anos
43:38de diáspora,
43:40os judeus conseguirem
43:42criar um país
43:43e lutarem
43:44em nome deles próprios
43:45e não em nome
43:46de poderes externos.
43:48Assim,
43:49isso é tão...
43:50é um fechamento
43:52de ciclo
43:52tão...
43:54é...
43:55sabe...
43:56forte na história,
44:01significativo,
44:03pra um sentimento
44:05de uma pessoa
44:05que teve avô
44:06como eu,
44:07teve avô
44:08que sobreviveu
44:08o holocausto
44:09e de repente
44:10você tá lá...
44:11E assim,
44:11eu tive o privilégio
44:12de ser da inteligência
44:13da Força Aérea,
44:14então eu vi muita coisa,
44:15eu aprendi muita coisa
44:16e muita coisa
44:17eu não posso falar.
44:17mas eu posso falar
44:20que não existe
44:21nenhum exército
44:22no mundo,
44:23nenhuma Força Aérea
44:24que tenha
44:25o investimento
44:31e o cuidado
44:31de lutar guerras
44:33em zonas
44:34de população urbana,
44:36porque o Hamas
44:37e a Jihad Islâmica
44:38e o Hezbollah
44:39atiram desses lugares
44:40e fazer uma preocupação
44:42de não atingir civis,
44:43inclusive cancelando alvos,
44:46mesmo esses alvos
44:46sendo cruciais
44:48pra vencer
44:48determinadas batalhas.
44:50Não tem nenhum país
44:50no mundo que faz,
44:51nem os Estados Unidos,
44:51nem a França,
44:52nem a Inglaterra,
44:53nem as grandes democracias
44:54não fazem isso.
44:55Então, assim,
44:56eu acho que as pessoas
44:57não entendem realmente
44:58o que o exército é
44:59e muitas pessoas
45:00usam isso
45:01pra difamar Israel.
45:04É, o que eu vi lá,
45:05quando eu estive lá,
45:06as pessoas
45:07são muito jovens,
45:0818 anos,
45:09você olha pra eles...
45:10Inclusive, três morreram agora,
45:11três foram mortos
45:12por um terrorista egípcio
45:14que invadiu a fronteira.
45:15E todo mundo tem,
45:16alguém na família
45:17que está no exército,
45:18então tem muito
45:19essa coisa
45:20de uma relação
45:20pessoal.
45:22Próxima, pessoal.
45:23É algo...
45:24É, assim,
45:25o dia da memória,
45:26que é o dia mais triste
45:27do país,
45:28é um dia
45:29de luto nacional.
45:32Sim.
45:33Porque é o dia
45:33da memória dos soldados
45:34e é o dia
45:35da memória
45:36das vítimas de terrorismo.
45:37Soldados são
45:38vinte e poucos mil
45:39que morreram
45:40desde a fundação de Israel.
45:42Desde 1860,
45:43na verdade,
45:43que é a contagem
45:44do ano zero.
45:46E mais cinco mil
45:48vítimas de terrorismo.
45:50Ó.
45:51Não é pouco.
45:52Tá.
45:53André,
45:53super obrigado aí
45:54pelas suas explicações.
45:56Poderíamos ficar
45:57muito mais tempo
45:57Poderíamos.
45:58Obrigado.
45:59Preciso encerrar,
46:00é uma questão de tempo,
46:01né?
46:02André tem outro compromisso,
46:03mas André,
46:03muito obrigado
46:04por ter vindo aqui.
46:06Esse foi, então,
46:06mais um podcast
46:07Latitude,
46:08todo sábado
46:09às seis da noite.
46:10Nós estamos aqui
46:11falando sobre os fatos
46:13do mundo
46:13e sobre a diplomacia
46:15brasileira.
46:16Comigo,
46:17Rogério Ortega.
46:17Ortega,
46:18super obrigado.
46:19Agradeço,
46:19agradeço demais ao André
46:21de novo pela presença,
46:22pela participação.
46:24E volto a pedir a vocês
46:25que cliquem no sininho
46:27para receber as atualizações
46:28do Latitude,
46:29compartilhem,
46:30espalhem a palavra
46:31do podcast
46:31para que a internet
46:32entenda que é um programa
46:33interessante,
46:34para que cada vez mais
46:35pessoas vejam
46:37o que a gente faz aqui.
46:38É isso.
46:39André,
46:39muito obrigado.
46:39Obrigado,
46:40obrigado, gente.
46:40Obrigado.
46:41Boa noite.
46:41Boa noite.
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