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A bancada do 3 em 1 debate o impacto do duro recado de Hugo Motta (Republicanos-PB), Presidente da Câmara dos Deputados, ao governo. A análise foca na possibilidade de um rompimento entre o Legislativo e o Executivo, com a emergência de uma nova crise entre poderes.

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Transcrição
00:00Quero entender aqui do Alan Gani essa situação de, toda hora, uma acusação de traição, Gani.
00:04Primeiro, vocês se lembram do discurso do André Fernandes no plenário da Câmara dos Deputados,
00:09falando, e aí, presidente, votamos em você, e as nossas causas, e aí, estamos sentindo traídos e tal.
00:15Agora, o presidente Hugo Mota nega a traição do outro lado.
00:18Não estou traindo o governo, não.
00:20Situação difícil de quem é apoiado pelos dois lados também, né?
00:23Pois é, né? O Hugo Mota, ele chegou à presidência da Câmara, né,
00:27acendendo uma vela para Deus e outra para o diabo, né?
00:31Então, é complicado, agradou todo mundo, e agora ele está se posicionando,
00:35muita pressão do Congresso Nacional para ele se posicionar.
00:40E aí, me parece que ele escolheu o lado do Congresso, né, do corporativismo.
00:45Agora, essa decisão da derrubada do IOF, eu vejo diante de dois aspectos.
00:51Como, primeiro, ele cedeu a uma pressão de setores importantes da sociedade.
00:55Tinha muita insatisfação, setor de turismo, setor bancário, os próprios consumidores,
01:01uma insatisfação geral da população, mas também se aproveitou disso,
01:06porque há uma insatisfação do Congresso Nacional relacionado ao pagamento de emendas.
01:12Então, juntou a fome com a vontade de comer, né, e acabou dando o recado para o governo federal.
01:18E aí, é claro que também isso agradou à sociedade, a derrubada do IOF.
01:25Mas não teve traição, não. O que teve foi interesse corporativista, e ainda bem que caiu o IOF.
01:31Como é que você projeta, o Fábio Piperno, a continuidade dessa relação do Ogumota com o Poder Executivo?
01:37Ela vai ser uma relação de muitos sobressaltos, sempre, jamais vai ser uma relação normal,
01:47até porque os atritos serão cada vez mais frequentes daqui até o período eleitoral.
01:52Agora, o governo, nesse episódio, quanto mais ele insiste, maior fica a derrota política
02:01perante os olhares não propriamente, enfim, do Congresso, mas de toda a sociedade,
02:09porque ele passa a impressão de que alguém que está esticando a corda para arrecadar mais impostos.
02:15Ora, nesse momento, o governo tem dado alguns sinais um pouco tímidos em relação a isso,
02:20mas o fato é que, nesse momento, do ponto de vista político e da comunicação com a sociedade,
02:28seria muito mais produtivo e inteligente, o governo fala o seguinte,
02:33olha, eu estou mandando, eu mandei o projeto, por exemplo, para cortar os super salários,
02:40para a isenção dos 5 mil do imposto de renda em troca de maior taxação para os super ricos,
02:48e também, eu vou vetar o aumento do número de deputados,
02:56que é uma outra medida impopular,
02:59mas que, se o governo devolve para o Congresso isso,
03:04se o governo veta e obriga o Congresso a ter que derrubar esse veto,
03:09é o Congresso que vai passar a mensagem para a sociedade
03:12de que ele também é corresponsável pela, enfim, pela gastança.
03:16Então, a bola está pingando,
03:19só que a articulação política e a comunicação do governo
03:23continuam muito deficientes,
03:26porque se fossem melhores, se aproveitassem mais as oportunidades,
03:31jogariam tudo isso no colo do Congresso agora.
03:34Deixa eu ouvir também, Zé Maria Trindade.
03:35Zé, não há traição, é um presidente de poder,
03:40é um poder se expressando, né?
03:42A traição, se fosse um nomeado pelo presidente Lula,
03:46um cargo, e ele jogasse atrás do presidente.
03:50Mas o presidente da Câmara deve, ele tem a obrigação,
03:54não fazer a defesa do seu cargo,
03:57seria crime de responsabilidade,
04:00porque a Constituição diz que o presidente,
04:03o chefe de um poder, tem que defender as suas prerrogativas.
04:07E era a prerrogativa da Câmara fazer a votação do decreto legislativo.
04:12Os poderes funcionam assim.
04:13E é verdade, houve avisos.
04:16Até nós avisamos aqui, olha,
04:18as frentes parlamentares, que são as poderosas do momento,
04:22já fecharam contra o IOF.
04:24Já existe uma maioria muito tranquila, folgada, contra o IOF.
04:31O governo vai perder se insistir.
04:33E insistiu.
04:35O Carlos Zaratini, o deputado do PT, vice-líder do PT na Câmara,
04:40me disse claramente, olha, o que está acontecendo
04:42é que nós somos um governo de esquerda
04:45e temos um Congresso de direita, tá bom?
04:48Esse é o diagnóstico.
04:49Mas o que é preciso é que o presidente Lula entenda
04:52e aprenda como é governar com minoria no Congresso.
04:56É mais difícil? É.
04:58Mas é possível? Também é possível.
05:00É só negociar antes o que mandar
05:02e não mandar bola dividida, porque vai perder todas.
05:06Então, o que tem que acontecer?
05:08É um diálogo de presidente de poder para presidente de poder.
05:13Aquela história do presidencialismo original,
05:16quando o presidente da República mandava a Câmara
05:19e o Senado obedecia, isso acabou.
05:21Acabou, o Congresso está poderoso, está independente.
05:25O governo tentou fazer uma reforma ministerial aqui,
05:28colocaram os ex-presidentes Arthur Lira e Rodrigo Pacheco
05:32e eles não aceitaram.
05:33Por que não aceitaram?
05:34Porque entenderam que era diminuir a sua importância
05:37de ex-presidente da Câmara e ex-presidente do Senado
05:40indo para o governo.
05:42Olha que nível chegamos.
05:43Antes era um cargo disputado a tapa aqui na Esplanada.
05:47Agora, os senadores e deputados pensam direito
05:51antes de ir para o governo.
05:53Então, aquele presidencialismo de antes, poderoso, isso acabou.
05:57É preciso se adequar e é preciso administrar o país.
06:01Mesmo o Mota tem razão.
06:02É para todo mundo.
06:04Não é só para um lado, não.
06:05Se ficar administrando só para um pequeno grupinho,
06:08vai perder até esse pequeno grupinho.
06:10Eu te ouvi também, Segreia.
06:12Quem que precisa mais de quem aí?
06:13É o presidente Lula do Hugo Mota ou é o Hugo Mota do presidente Lula?
06:18Não, o presidente Lula precisa muito mais do Hugo Mota
06:20e do Alcolumbre também, não é somente do Hugo Mota.
06:23Mas gostaria de salientar que a Constituição Federal
06:28estabelece no artículo 153, inciso 5º,
06:32que tem autonomia o poder executivo para determinar as alíquotas
06:37e, no caso do inciso 5º, do IOF,
06:40que são impostos vinculados ao comércio exterior e aos créditos.
06:45O IOF encaixa precisamente nesse ponto.
06:48Porém, o entendimento constitucional, Neusinho,
06:51determina que essa alteração deveria ser utilizada para regular a economia,
06:56para equilibrar desequilíbrios que possa ter a economia
06:59e não para aumentar a arrecadação.
07:02Aí vem o artículo 49, inciso 5º também, da Constituição Federal,
07:06que diz que é, vou ler textualmente, abre aspas,
07:09essa é competência exclusiva do Congresso Nacional
07:12sustar os atos normativos do Poder Executivo
07:16que exorbitem do poder regulamentar
07:19ou dos limites da delegação legislativa.
07:22Esse é o argumento que o Congresso tomou através do PDL
07:25para sustar aquele decreto presidencial.
07:29Claro, a interpretação é duvidosa. Por quê?
07:31Porque o IOF já teve um decrescimento no governo Bolsonaro
07:36para atender as exigências da OCDE e chegar a cero em 2027.
07:41O governo presidente Lula para esse decrescimento do IOF
07:45e começa a agregar com uma desculpa, medidas de equilíbrio fiscal.
07:49Não, eram medidas para aumentar a arrecadação
07:51porque está gastando muito e a conta não fecha.
07:53Aí apela ao aumento do IOF.
07:56E o Congresso, com esse artículo 49, que é constitucional,
08:01disse, não, não, não, não, não, você não pode fazer isso.
08:04Você pode aumentar só para regular, não para aumentar a arrecadação.
08:08Vai sobrar para quem? O STF.
08:10Mas 383 diputados é número suficiente para alavancar uma PEC,
08:18uma proposta de emenda constitucional.
08:20E você pode mudar ou clarificar o artículo 153, inciso V,
08:24para que fique muito claro e não seja duvidoso
08:27que isso serve somente para regular.
08:30E aí o STF vai fazer o quê?
08:32Mas o PSOL se transformou no departamento jurídico do PT.
08:37Como o PT fica feio, o que faz?
08:38Então manda o PSOL aí ou o PSOL vai por livre e espontânea vontade.
08:43O governo, teoricamente, já aceitou que vai ao STF ao ponto que
08:47o ministro Gilmar Mendes era o primeiro relator.
08:50Por algum motivo falou, não, eu não, mando de novo e vai agora
08:55e sugir a relatoria do ministro Alexandre Moraes que é tomada.
09:01Então, como é que um relator diz, não, eu não, passa para outro.
09:04E outro poderia passar, não, até que chegue o relator que quem deseja que chegue.
09:08Eu não sei, mas o STF vai ter um baita desafio pela frente.
09:12Isso aí é o seguinte, o PL tinha ajuizado uma ação de inconstitucionalidade
09:16contra os decretos do presidente Lula.
09:19Quando ele aumentou ali o IOF, o PL foi lá e ajuizou a ação,
09:22falou, opa, isso é inconstitucional.
09:24E caiu para o ministro Alexandre de Moraes.
09:27Aí, quando teve o PDL, que é o projeto de decreto legislativo,
09:31que foi votado e aprovado, chegou no Supremo também por ação do PSOL,
09:35aí ele falou, opa, já tem alguém cuidando dessa matéria.
09:38O primeiro que tem contato é que deve julgar tudo.
09:40É o que se chama de prevenção, né?
09:41Por isso que foi agora para o ministro Alexandre de Moraes.
09:43Ele julga tudo. Julga se os decretos eram constitucionais
09:46e julga também se o decreto legislativo também é constitucional ou inconstitucional.
09:51Essa celeuma que nos explicou o Gustavo Segré.

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