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O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira, 26, que a tramitação da PEC das Drogas, Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que criminaliza o porte e a posse de drogas, independentemente da quantidade, não será acelerada nem retardada.
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Transcrição
00:00Como todos já sabem, ontem o Supremo Tribunal Federal
00:03modulou a decisão de terça-feira relacionada à descriminalização da maconha.
00:10Depois eu vou explicar direitinho em detalhes como é que foi essa modulação do STF,
00:15mas em linhas gerais.
00:18O Supremo estabeleceu como patamar para se definir quem é usuário,
00:23para se distinguir quem é usuário de quem é traficante,
00:27o patamar de 40 gramas.
00:30Mas só esse volume de drogas, ele não será suficiente.
00:35Por quê? Porque o policial, a autoridade policial, na hora que ele for dar o flagrante,
00:41ele também vai analisar outros elementos.
00:43Se, por exemplo, aquela pessoa tinha uma balança de precisão,
00:46ou se tinha um caderninho com o número de contatos,
00:49com os contatos para os quais ele poderia passar aquela droga, enfim.
00:52Mas esse é um parâmetro que o Supremo definiu.
00:55Com calma, a gente depois vamos falar sobre todos os detalhes desse julgamento.
01:02Mas o fato é que a decisão do Supremo Tribunal Federal
01:04causou uma reação entre os parlamentares e a oposição ao governo Lula.
01:11Os parlamentares de oposição querem acelerar a tramitação da PEC das drogas,
01:17que é aquela proposta de emenda constitucional aprovada no Senado,
01:21de autoria do Rodrigo Pacheco, que proíbe o porte de qualquer quantidade de drogas.
01:27Para falar sobre o assunto, eu estou aqui com o deputado Felipe Barros,
01:29que é o líder da oposição lá na Câmara.
01:31Deputado, mais uma vez, muito obrigado pela participação aqui no Médio de Brasília.
01:34E seja bem-vindo.
01:36Wilson, eu que agradeço a possibilidade de falar com vocês.
01:38É sempre uma alegria.
01:39Deputado, antes de mais nada, o senhor está em Curitiba, não é?
01:43Agora eu estou em Londrina, minha cidade natal.
01:46Estava em Curitiba até ontem, hoje já estou aqui na nossa capital do interior do Paraná, que é Londrina.
01:52Tá certo, imagino, a eleição de 2024 chegando,
01:55imagino que o senhor está na base já para fazer aquelas tradicionais articulações para a Prefeitura de Londrina.
02:00Mas voltando para a PEC.
02:02O senhor acredita que a comissão especial pode ser instalada na próxima semana?
02:06Quais são os movimentos que a oposição tem feito para pressionar o Arthur Lira a acelerar esse processo?
02:13É, veja, o presidente Arthur Lira, de modo muito rápido e ágil,
02:18criou a comissão especial da PEC 45, que é a PEC das Drogas.
02:24A proposta já tinha sido analisada na CCJ nas semanas atrás.
02:28E o nosso cronograma, o cronograma da oposição,
02:31essa é a nossa ideia que nós queremos levar para o Colégio de Líderes na semana que vem.
02:36Nós queremos instalar a comissão na semana que vem,
02:41para que a comissão já passe a funcionar e passe a correr os prazos regimentais.
02:46A comissão especial tem até 40 sessões para produzir um relatório.
02:50Mas, a partir da 11ª sessão, o relator já pode produzir o seu relatório
02:55e esse relatório ser votado na comissão especial.
02:57Após ser votado na comissão especial, tem mais duas sessões para ser levado ao plenário.
03:03Então, nós acreditamos que se esse cronograma, essa nossa ideia,
03:07for de fato colocada em prática,
03:10nós temos a possibilidade de votar a PEC das Drogas
03:12antes das eleições municipais e essa é a nossa meta.
03:15Ou seja, se depender dos senhores,
03:20antes das eleições vai ser proibido você portar qualquer tipo de droga.
03:24Porque tem um detalhe, só para a gente relembrar,
03:27o Supremo discutiu uma norma infraconstitucional,
03:31discutiu um projeto de lei, projeto de lei de 2006,
03:35mais precisamente o artigo 28 da Lei Antidrogas,
03:39projeto que inclusive foi apoiado pelo PT na época.
03:42Só que com esse movimento,
03:46tanto deputados quanto senadores
03:47querem colocar a proibição do uso de drogas na Constituição.
03:52Isso pode inibir o Supremo,
03:56isso em teoria, a mudar uma interpretação.
04:00Porque uma coisa é o Supremo fazer uma interpretação constitucional
04:05de uma norma infraconstitucional.
04:07Outra coisa é o Supremo querer interpretar
04:10uma emenda constitucional à própria Constituição.
04:16Deputado, a pergunta que eu lhe faço de forma muito franca é a seguinte.
04:20O senhor acha que o Supremo vai ter coragem,
04:24caso essa PEC seja aprovada,
04:26de declará-la inconstitucional?
04:29Acredito que não, Wilson.
04:33Porque a figura da emenda à Constituição inconstitucional
04:39são apenas nas hipóteses em que há vedação
04:44ou afronta às cláusulas pétreas,
04:47que estão lá escritas nos parágrafos, salvo engano, do artigo 60,
04:52salvo melhor juízo.
04:54Então, nesse caso, não se trata de nenhuma afronta às cláusulas pétreas.
04:59Cláusulas pétreas que são o modelo federativo
05:03e os outros dois ou três em cibos que ali estão.
05:06Então, não existe a figura, nesse caso,
05:08de uma proposta de emenda à Constituição inconstitucional.
05:11É importante que se diga também que esse é um assunto
05:14eminentemente legislativo,
05:16não compete ao judiciário
05:18as políticas públicas,
05:20em especial políticas públicas de segurança pública
05:23e de combate às drogas.
05:26Então, digo isso para reafirmar que, nessa situação,
05:30a última palavra é do Parlamento Brasileiro,
05:33que já votou a PEC no Senado
05:36e que vamos votar agora a PEC na Câmara dos Deputados.
05:40Agora, aproveitando a sua pergunta,
05:44é curioso, porque nós vivemos num neoconstitucionalismo
05:49em que o Supremo, ao querer decidir tudo,
05:54força o Parlamento a mudar a Constituição frequentemente.
05:59Porque, para evitar que leis sejam declaradas inconstitucionais,
06:03boa parte desses projetos são transformados,
06:05não em leis ordinárias,
06:06mas em propostas em emenda à Constituição.
06:09Então, na prática,
06:11nós estamos mudando a Constituição frequentemente
06:13para evitar o ativismo judicial.
06:16Nesse caso específico,
06:17respondendo objetivamente a sua pergunta,
06:19não há qualquer razão para que,
06:21se a PEC for aprovada,
06:23o Supremo a declare inconstitucional.
06:25É, porque seria aí o absurdo,
06:27absurdo, não é, deputado?
06:28Quer dizer, você tem que apelar para uma PEC,
06:33imagina-se a situação em que o Supremo
06:35possa, eventualmente,
06:37declarar uma PEC inconstitucional.
06:39Quer dizer, aí você...
06:40É o seguinte, fecha o Congresso,
06:41fecha a Câmara, fecha o Senado
06:43e entrega essa missão de ilegis lá
06:46para o Supremo Tribunal Federal.
06:49Agora, o...
06:50Deputado, uma dúvida rápida.
06:52A tendência é que a relatoria fique também
06:54com o deputado Ricardo Salles
06:56ou pode ser que tenha mudanças por aí?
06:58Olha, existe sempre uma tendência
07:01natural e até cultural na Câmara dos Deputados
07:06de se manter os mesmos relatores.
07:07É a cordialidade do dia a dia na Câmara,
07:11você mantém os relatores.
07:14Então, essa é a nossa ideia inicial.
07:16Como essa semana nós não tivemos atividade em Brasília,
07:19a partir da semana que vem nós vamos dialogar
07:21com os outros partidos políticos,
07:23fazendo com que os partidos façam as suas indicações
07:25dos membros, que serão parte da Comissão Especial,
07:28e aí os membros vão deliberar entre eles
07:30quem será o presidente
07:32e o presidente designa o relator.
07:35Nós vamos trabalhar para que o deputado Salles
07:37continue na relatoria.
07:40É, até porque ele já conhece o assunto,
07:41já passou pela CCJ,
07:42você não teria esse trabalho todo
07:45de entregar esse material para algum outro parlamentar
07:47para que ele se inteire sobre o assunto, enfim.
07:49E, de fato, desse um encaminhamento mais rápido a esse tema.
08:02.

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