- ontem
Uma semana após a Primeira Turma do STF ter aceitado denúncia contra o ex-juiz e atual senador Sergio Moro, da União Brasil, por uma piada de prisão de festa junina envolvendo Gilmar Mendes, o ministro do Supremo disse que Moro e o deputado federal cassado Deltan Dallagnol, do Novo, “roubavam galinha juntos”.
A declaração, que levada ao pé da letra seria uma imputação falsa de crime, foi dada nesta terça-feira, 11 de junho, em sessão da Segunda Turma do STF que julgava pedido para encerrar ação contra a construtora Queiroz Galvão na Lava Jato.
"Eu até em um encontro muito divertido que tive não faz muito tempo com o senador Sergio Moro, tive a oportunidade de dizer isso a ele, viva voz, como é do meu feitio. Disse a ele, usando uma expressão do nosso mundo rural, que há muito tempo eu já falava e denunciava que ele e Dallagnol roubavam galinhas juntos. É uma expressão lá do meu Mato Grosso", afirmou Gilmar.
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A declaração, que levada ao pé da letra seria uma imputação falsa de crime, foi dada nesta terça-feira, 11 de junho, em sessão da Segunda Turma do STF que julgava pedido para encerrar ação contra a construtora Queiroz Galvão na Lava Jato.
"Eu até em um encontro muito divertido que tive não faz muito tempo com o senador Sergio Moro, tive a oportunidade de dizer isso a ele, viva voz, como é do meu feitio. Disse a ele, usando uma expressão do nosso mundo rural, que há muito tempo eu já falava e denunciava que ele e Dallagnol roubavam galinhas juntos. É uma expressão lá do meu Mato Grosso", afirmou Gilmar.
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NotíciasTranscrição
00:00Muito bem, vamos para a próxima pauta, que é essa que a gente acompanhou tudo,
00:08em todos os detalhes, eu até publiquei um artigo outro dia sobre o caso do Sérgio Moro,
00:12e agora vem o Gilmar Mendes para tentar fazer mais ataques,
00:20tentar humilhar os seus desafetos com o poder que tem,
00:23porque tem a toga, tem a caneta na mão.
00:26Uma semana após a primeira turma do STF,
00:30ter aceitado denúncia contra o ex-juiz e atual senador Sérgio Moro, da União Brasil,
00:34por uma piada de prisão de festa junina envolvendo Gilmar Mendes,
00:39o ministro do Supremo disse que Moro e o deputado federal cassado Eltan Dallagnol, do Novo,
00:43roubavam galinha juntos.
00:46Sem brincadeira, ele falou roubavam galinha juntos.
00:50A declaração que levada ao pé da letra seria uma imputação falsa de crime
00:55foi dada nessa terça-feira, 11 de junho, em sessão da segunda turma do STF,
01:00que julgava um pedido para encerrar a ação contra a construtora Queiroz Galvão na Lava Jato.
01:06Eles estão lá passando a boiada para aliviar a barra de agentes públicos, políticos, empresários,
01:15que protagonizaram o esquema do Petrolão, que desviou bilhões de reais da Petrobras.
01:24E, no meio desse processo, em que se está aliviando o desvio bilionário de dinheiro público,
01:32com pagamento de propina da iniciativa privada que quer ter acesso público,
01:36ele está lá falando em roubar ladrão, que roubavam galinha juntos,
01:44em relação ao juiz e ao ex-procurador.
01:47Vamos assistir ao vídeo e depois a gente comenta.
01:50Pode soltar.
01:51Eu até...
01:54num encontro muito divertido que eu tive não faz muito tempo com o senador Sérgio Moro,
02:03eu tive a oportunidade de dizer isso a ele, ministro André,
02:09viva a voz, como é do meu feitio.
02:14Eu disse a ele que, usando uma expressão do nosso mundo rural,
02:20que há muito tempo eu já falava e denunciava que ele e Dallagnol roubavam galinha juntos.
02:27É uma expressão lá do meu Mato Grosso,
02:29muito voltada para uma época da vida muito rurícula,
02:35da vida muito rural, dos sítios e fazendas.
02:40E, claro, denunciei isso aqui, muitas vezes, na bancada.
02:43Mas a Vaza Jato, obviamente, veio tornar isso evidente,
02:47como que se davam as conversas, como que se dava essa cooperação.
02:51Mas aqui há uma singularidade histórica.
02:55O diálogo se dá nos autos.
02:59É disso que se cuidem.
03:01Por isso eu estou dedicando algum tempo e alguma atenção a esse...
03:06É, Vaza Jato não veio tornar nada disso evidente.
03:14É uma mentira que Sérgio Moro e Deltan Dallagnol roubavam galinha.
03:18Se a gente levar a pé da letra, ele citou ali uma expressão do Mato Grosso, etc.,
03:22como se isso aliviasse a ofensa que ele está fazendo de uma maneira reiterada
03:27e confessando com orgulho, quer dizer, ele está se gabando
03:32da reiteração dessa ofensa ao longo do tempo.
03:37Há muito tempo eu digo isso.
03:38E eles roubavam galinha juntos.
03:40E a Vaza Jato mostrou, etc.
03:42Quer dizer, levar ao pé da letra é um crime.
03:45Roubar galinha é proibido.
03:46E levar ao pé da letra, portanto, renderia uma acusação por calúnia,
03:52principalmente se a gente tomar como parâmetro a denúncia por calúnia
03:56em razão de uma piada, como foi feita no caso do Sérgio Moro.
04:01Aí ele tenta ali fazer um quadro de uso de uma expressão local, etc.,
04:07para espinafrar os seus desafetos.
04:11A verdade é a seguinte, até psicológica dessa questão.
04:17É que a Lava Jato incomodou tanto o sistema
04:20que o seu guardião passa recibo até hoje.
04:26E aqui é preciso dizer, passa recibo não é um recibo oficial.
04:29Passa recibo no sentido de dar sucessivas demonstrações
04:34de que a força-tarefa anticorrupção ainda lhe causa um efeito de incômodo.
04:43Então, é uma obsessão que o Gilmar Mendes tem, sem fim,
04:48principalmente em relação ao Sérgio Moro.
04:51O Moro virou réu por calúnia no caso da brincadeira
04:53sobre o uso do instituto legal da fiança
04:57para comprar o habeas corpus do Gilmar Mendes.
04:59Essa foi a expressão.
05:01Isso é fiança, o instituto,
05:07para comprar o habeas corpus do Gilmar Mendes.
05:10Fiança é um instituto legal.
05:12Leiam minha análise em detalhes.
05:13Eu vou trazer um trecho aqui para vocês.
05:16STF, Moro e a compra, entre aspas,
05:19de liberdade com fiança.
05:21Está em antagonista.com.br.
05:23Então, o Moro virou réu.
05:24Mas, dessa vez, a tendência é que a PGR,
05:26Procuradoria Geral da República,
05:27comandada pelo Paulo Goni, que é ex-sócio do Gilmar,
05:31não apresente denúncia alguma contra o ministro do STF.
05:34Porque o Gilmar parece ter um salvo conduto
05:36para ofender os seus desafetos,
05:38mesmo no exercício das funções de magistrado,
05:41usando a estrutura do tribunal.
05:46Ele fez isso sistematicamente,
05:48já falou em organização criminosa,
05:50já falou o diabo do plenário.
05:52E nunca acontece nada.
05:55Ninguém toma iniciativa contra ele
05:57na estrutura do sistema de justiça.
06:00Você tem um controle,
06:01você tem uma instrumentalização,
06:03você tem dois pesos, dois medis,
06:04você tem um duplo padrão.
06:06E aí, quando se flagra alguém fazendo uma piada
06:09na brincadeira de prisão de Fésio Junino,
06:11e aí se distorce o contexto
06:14para fingir que não era,
06:15que era uma acusação de venda de sentença,
06:17que é um malabarismo total
06:19em relação ao que tinha acontecido,
06:22aí essa pessoa é denunciada.
06:24Porque o Gilmar pode tudo.
06:25O Gilmar pode falar de todo mundo.
06:27O Gilmar pode usar as expressões
06:29do Mato Grosso
06:31para atacar as pessoas que ele quiser.
06:34Agora os outros que têm menos poder, não.
06:38Então, assim, essa afetação de poder
06:40é própria de quem não tem muita
06:43substância argumentativa.
06:46A pessoa está lá para mostrar que tem poder
06:48sucessivamente.
06:51Então, assim, revela esse incômodo profundo,
06:55uma certa inveja, inclusive.
06:58E isso tem sido emblemático
06:59na atuação do ministro.
07:02Então, vamos lembrar, para comparar,
07:05porque acusar de roubar galinha,
07:09né, sucessivamente,
07:12vamos lembrar a declaração do Sérgio Moro
07:15naquele vídeo que eu publiquei
07:16logo após a denúncia
07:18em abril de 2013.
07:20Pode soltar.
07:20Ainda mais.
07:27Vamos dar uma olhada.
07:28Não, vai, gente.
07:29Você entendeu?
07:29Você vai para a prisão.
07:30Se alguém vai lá e dá cincão,
07:32você fica mais dez minutos, pessoal.
07:33Vamos ver o que que ela vai fazer.
07:34Vamos deixar você encarcerada aqui.
07:37É uma boa ideia.
07:38Eu quero aqui registrar para você a minha indignação
08:03pela denúncia que foi oferecida contra mim pela PGR.
08:08Na última sexta-feira,
08:10pessoas inescrupulosas publicaram na internet
08:13vídeos editados com o único objetivo
08:16de me indispor contra o Supremo Tribunal Federal.
08:20Naquela ocasião, eu disse à imprensa
08:23que os vídeos haviam sido retirados do contexto,
08:26que aquilo fazia parte de um contexto de brincadeira,
08:29e que, ainda que a fala possa ser considerada infeliz,
08:33não contém nenhuma acusação contra qualquer ministro.
08:38Sempre tratei o Supremo Tribunal Federal com respeito,
08:41seja quando elogiei,
08:43seja quando, exercendo a liberdade de expressão,
08:47o critiquei.
08:48Agora, o que me espanta é ter sido denunciado em três dias
08:52o senador da República,
08:54sem sequer ter sido ouvido previamente
08:57para esclarecer as circunstâncias,
09:00sem sequer ter sido consideradas
09:02as explicações que foram oferecidas.
09:05Estamos em tempos sombrios
09:07nos quais a liberdade e o devido processo
09:10estão sendo deixados de lado.
09:13No Senado, vou lutar contra essas injustiças.
09:17É absurdo!
09:18Uma brincadeira em uma festa junina pode dar prisão!
09:21Mas desviar milhões?
09:22Aí não!
09:23É isso mesmo!
09:25Hoje, a Procuradoria-Geral da República
09:27pediu a condenação à prisão de Sérgio Moro
09:29por conta de uma brincadeira em uma festa junina
09:32aqui no Paraná.
09:33Nesse vídeo, agora,
09:34eu vou te explicar os erros dessa denúncia,
09:37dessa acusação e por que é absurda.
09:41Muito bem!
09:42Está aí o vídeo que eu tinha publicado em abril,
09:44só para vocês compararem o Moro fazendo uma piada
09:47num ambiente privado,
09:50que foi filmado por uma outra pessoa
09:52e tempos depois, mais de um ano,
09:55abriu ali, quase um ano depois, pelo menos,
09:59porque isso teria acontecido por volta de junho de 2022,
10:03foi publicado em abril de 2023.
10:05Divulgou-se na rede social,
10:07um militante foi lá,
10:09teve acesso a esse vídeo,
10:11divulgou um corte muito específico,
10:14como vocês viram,
10:15e eu depois apurei
10:17e mostrei o contexto da situação,
10:19com a brincadeira sendo explicada para ele, etc.,
10:22coisa que não estava presente na divulgação
10:25que rendeu aí um monte de manchete
10:27absolutamente
10:28fora de contexto
10:33e até em relação ao conteúdo do corte,
10:35o que eu mostro lá na minha análise,
10:37bastante minuciosa.
10:39Eu vou trazer aqui até um trecho dessa análise,
10:41porque tem um momento em que
10:43a Gleisi Hoffman usa essa expressão.
10:46É, a presidente do PT,
10:47no contexto de fiança,
10:48também já usou essa expressão.
10:51Então, vamos pegar aqui.
10:52Alguém estava brincando com o Moro,
10:54dizendo que ele estava subornando o velho.
10:56Parece um homem ali com um braço,
10:58seria o suposto velho,
10:59que entrega um copo de bebida para ele.
11:02E aí ele nega o suborno.
11:03Está justamente negando um suborno naquele momento.
11:05Ele estava falando,
11:06não, isso é fiança,
11:08instituto,
11:08o instituto para comprar
11:11o habeas corpus do Gilmar Mendes.
11:13A imprensa separa,
11:14que isso é fiança,
11:16e fala assim,
11:17o Moro fala em comprar
11:18o habeas corpus do Gilmar Mendes.
11:20A frase é,
11:21isso é fiança para comprar
11:22o habeas corpus do Gilmar Mendes.
11:24Então,
11:25o que significa fiança para comprar a HC?
11:28Essa é a questão principal.
11:29Como a fiança é um instituto legal,
11:31e o depósito do seu valor,
11:32uma vez arbitrado por delegado ou juiz,
11:35que é quem concede a fiança,
11:36resulta na liberdade provisória,
11:39nenhum pagamento de fiança
11:41configura um suborno.
11:43Vou repetir,
11:44nenhum pagamento de fiança
11:46configura um suborno.
11:48Não existe suborno
11:50consumado mediante fiança,
11:52porque fiança não é pagamento ilegal,
11:55nem subentende recurso ilícito.
11:58Então,
11:58se um valor é usado
11:59para subornar um juiz,
12:00embargador ou ministro
12:01de tribunal superior,
12:03não se trata de fiança,
12:05mas de propina.
12:07Então,
12:07no debate público,
12:09o que é comum
12:09é o entendimento
12:11decorrente de uma visão crítica
12:12de que a fiança,
12:14em determinados casos,
12:16serve ou serviu
12:17para comprar,
12:18entre aspas,
12:19a liberdade de alguém.
12:21Agora,
12:22isso não torna o seu depósito
12:24um suborno.
12:25Basta ver,
12:26e aí eu citei um monte de exemplos,
12:29com um monte de comentários
12:30de repercussão
12:31no Brasil,
12:33na Espanha,
12:33nos Estados Unidos,
12:34por isso que vale a pena
12:35ler a análise completa.
12:36Mas eu vou citar uma aqui,
12:38que é mais recente
12:39e mais famoso.
12:40Foi o que aconteceu
12:41no caso do Daniel Alves,
12:43jogador brasileiro
12:44acusado de estupro,
12:46que teve a sua liberdade
12:47concedida
12:47após depositar
12:48um milhão de euros,
12:49que são cerca de
12:50cinco milhões de reais,
12:51à justiça de Barcelona.
12:53Como o Daniel Alves
12:54ficou rico com o futebol
12:55e podia pagar,
12:56muitos espanhóis
12:57e brasileiros
12:58também criticaram,
12:59na imprensa,
12:59nas redes sociais,
13:00o Instituto da Fiança
13:02e a sua concessão,
13:04que permitiram ao jogador
13:05responder ao processo
13:06fora da prisão.
13:07Rendeu,
13:08inclusive,
13:08uma matéria
13:09numa coluna de portal
13:10em Brasília
13:11com o título
13:11Afinal,
13:12Dani Alves
13:13comprou a liberdade dele?
13:15Se comprou,
13:15entre as especialistas
13:16explicam o caso.
13:18Vocês podem procurar
13:18na internet.
13:20O comentarista esportivo
13:21Paulo César Vasconcelos
13:22chamou atenção na TV
13:23para a repercussão mundial
13:24da decisão
13:25que gerou revolta
13:25porque
13:26abre as
13:27precificou o estupro.
13:29O estupro agora
13:30custa um milhão de euros.
13:32Fecha o ar.
13:33Até o Lula,
13:35e esse era o ponto
13:35que eu queria chegar,
13:37o Lula,
13:37que tem o Moro
13:38como alvo de vingança,
13:39usou o verbo
13:40comprar ao fazer
13:40a sua crítica.
13:41O Lula disse,
13:42abre o aspas,
13:43tem vídeo disponível aqui,
13:44é que eu vou chamar
13:45mais atenção
13:46para o tweet da Gleisi.
13:47O dinheiro que o Daniel Alves
13:48tem,
13:49o dinheiro que alguém
13:49possa emprestar para ele,
13:50não pode comprar
13:51a ofensa
13:53que uma mulher faz,
13:54que um homem faz
13:55a uma mulher
13:55participando de um estupro.
13:57Fecha o ar.
13:58É uma construção
13:59toda meio torta
14:00do Lula,
14:01mas ele usou ali
14:02o verbo comprar.
14:04Ele está criticando
14:04pagamento de fiança,
14:07nesse caso,
14:08como uma compra.
14:09Está dizendo,
14:10olha,
14:10mas no fundo,
14:11moralmente,
14:12não pode comprar.
14:13Agora,
14:14a presidente do PT,
14:15Gleisi Hoffmann,
14:15foi mais direta
14:17no uso do verbo
14:18comprar,
14:19ao lembrar o caso
14:19do jogador,
14:20quando comentou
14:21o de outro jogador
14:22já condenado,
14:24o Robinho.
14:25Vamos mostrar
14:25o tweet da Gleisi?
14:26Abre aspas.
14:28Robinho foi preso
14:30e cumprirá a pena
14:31no Brasil
14:31por estupro coletivo,
14:33justiça com gosto amargo,
14:35no momento em que,
14:36olha só,
14:37olha só,
14:37atenção,
14:39Daniel Alves
14:40comprou sua liberdade,
14:43num mundo
14:43onde mulheres
14:44são abusadas
14:44todos os dias,
14:45violentadas em todos
14:46os lugares,
14:47enquanto houver vítimas,
14:48continuaremos lutando,
14:49lutaremos até que todos
14:50aprendam a nos respeitar,
14:51hoje a justiça
14:51está sendo feita.
14:52Fecha o aspas.
14:53Isso aí nem é
14:56um conteúdo
14:57do debate político
14:59diário,
14:59quer dizer,
15:00é um conteúdo
15:01moral a respeito
15:02de questões
15:04criminais,
15:06cometidas aí,
15:08crimes cometidos
15:09por ex-jogadores
15:10de futebol e tal,
15:11no fundo,
15:12no conteúdo,
15:14a Gleisi está fazendo
15:15uma crítica
15:16absolutamente natural
15:17a figuras que,
15:20de acordo com a justiça,
15:21cometeram crimes
15:22bárbaros.
15:23O que eu estou
15:24chamando a atenção,
15:25e eu jamais
15:26defenderia que a Gleisi
15:28merecia ser denunciada
15:30por essa formulação,
15:32é que ela disse
15:33que o Daniel Alves
15:33comprou a sua liberdade.
15:35Ora,
15:36a liberdade
15:36do Daniel Alves
15:37é fruto
15:38de uma decisão judicial
15:39tomada por dois juízes
15:41do Tribunal de Barcelona.
15:43Na verdade,
15:43eram três votos,
15:44foi dois a um,
15:45então dois formaram maioria.
15:47Ou seja,
15:49ela está acusando
15:50os dois
15:51de terem vendido
15:53a sentença
15:53porque ela disse
15:54que o Daniel Alves
15:54comprou a sua liberdade.
15:55É óbvio que não.
15:57É óbvio que não.
15:59Eu mostro um monte
16:00de casos
16:00em que essa expressão
16:01foi utilizada
16:02dessa maneira.
16:03Quer dizer,
16:04isso se incorporou
16:05à linguagem informal
16:06a partir de um viés crítico,
16:09porque o mecanismo
16:10da fiança,
16:11ela,
16:11aos olhos da sociedade,
16:13muitas vezes,
16:14soa injusto,
16:15soa como uma compra.
16:16porque o juiz,
16:18se ele entende
16:19que não há
16:20os requisitos
16:21para prisão temporária
16:22ou preventiva,
16:25ele pode estabelecer
16:26medidas cautelares
16:27diversas da prisão,
16:28como se diz
16:29na linguagem do direito.
16:31Então,
16:32ele pode estabelecer
16:33o uso de tornozelo eletrônico,
16:35ele pode estabelecer
16:36que não se tenha contato
16:39com outros investigados,
16:40que não se saia do país,
16:42que se entregue o passaporte,
16:43um monte de coisa,
16:44entre elas,
16:44pagamento de fiança.
16:46A fiança é depositada
16:48em juízo,
16:48ela é depositada
16:49numa conta oficial
16:51e tal, etc.
16:53Não é paga
16:54no bolso do juiz,
16:55senão não é fiança,
16:56senão é propina,
16:57senão a palavra
16:58não se aplica ao caso.
17:01Então,
17:02a manipulação
17:02da linguagem informal
17:04para você demonizar alguém,
17:06incriminar e punir,
17:08é algo próprio
17:09aí do nosso tempo,
17:10só que fazem
17:11em relação
17:12a determinada pessoa
17:14e nunca a outra.
17:15Por quê?
17:15Porque não importa,
17:17não importa o que é dito,
17:19importa quem diz.
17:21É nesse mundo
17:22que a gente está vivendo.
17:23Então,
17:23a gente tem
17:24essa exploração
17:25de falsas impressões,
17:26de falsas percepções,
17:28o tempo todo.
17:30Então,
17:30você nada mais tem
17:31do que a incorporação
17:32na linguagem informal,
17:34dessa percepção
17:35da sociedade,
17:36em razão de muitos casos
17:37em que pessoas ricas
17:38acabam ficando impunes
17:39porque pagam
17:40uma fiança alta
17:41e só para explicar
17:43para quem não entende,
17:43terminando aqui,
17:45você faz o depósito
17:46e aí aquilo serve
17:48para despesas processuais,
17:49para eventual
17:50indenização à vítima,
17:51etc.
17:51É uma calção
17:52que depois a pessoa
17:54pode ser absolvida,
17:56mas ela fica em liberdade,
17:58mesmo que ela fuja,
17:59etc.,
17:59ela já pagou ali
18:00um dinheiro
18:02que eventualmente
18:02pode servir
18:03para indenizar a vítima
18:04depois do trânsito
18:05em julgado,
18:05quer dizer,
18:05depois do esgotamento
18:07dos recursos
18:07no processo.
18:09Então,
18:09se a pessoa
18:10for condenada,
18:11etc.,
18:11aquele dinheiro
18:12realmente vai ser
18:13usado para tudo isso
18:15e ela perdeu
18:16aquele dinheiro.
18:17Mas você já deu
18:18antes lá,
18:19quando você consegue
18:20a sua liberdade
18:21mediante o cumprimento
18:23dessa medida cautelar,
18:25que é o depósito
18:26ou do dinheiro
18:27ou você pode
18:28dar objetos também
18:29para o pagamento
18:31da fiança.
18:32Então,
18:32repito,
18:33a petista
18:34Glaze Hoffman,
18:34que vocifera
18:35há anos contra o Moro,
18:36afirmou expressamente
18:37que o Daniel Alves
18:37comprou a sua liberdade.
18:39Essa liberdade
18:40provisória
18:41foi concedida
18:42em decisão tomada
18:43por dois juízes
18:44da audiência provincial
18:45de Barcelona
18:46contra o voto
18:47vencido de um terceiro.
18:48Alguém acusou a Glaze
18:49de calúnia
18:50contra os dois?
18:51Não.
18:52Tampouco deveria.
18:54Aqui a gente age
18:55por princípio
18:56no jornalismo.
18:58Eu nunca defendi
18:59que o Lula
19:00fosse denunciado
19:01porque ele disse
19:02que Pelotas
19:03é a cidade de Polo,
19:04polo exportador de viado,
19:05porque ele fez
19:05essa piada homofóbica
19:06em ambiente privado
19:07que acabou sendo
19:08divulgada por terceiros
19:10e gerou a maior dor
19:11de cabeça
19:11para o José Dirceu,
19:13como ele aparece
19:13dizendo no documentário
19:15do João Moreira Salles.
19:16Nunca defendi isso.
19:17Então,
19:19aqui é a coerência
19:20para todos os casos,
19:22mas no sistema
19:23de justiça brasileiro,
19:25não.
19:26A gente está vendo
19:26em várias pautas,
19:27inclusive,
19:27do programa de hoje.
19:29Vai ter aí
19:29inclusão no inquérito
19:31das milícias digitais
19:32do exército
19:33de WhatsApp
19:33do Instituto Lula?
19:34Não.
19:35Porque foi feito
19:36para pegar
19:36bolsonarista
19:37taloprado.
19:39Então,
19:39a gente cobra aqui
19:40a coerência dos outros
19:41porque a gente tem também.
19:43Muito bem,
19:44foi só para comparar
19:44os casos
19:45e mostrar que o Gilmar,
19:47no uso da caneta,
19:49da estrutura do tribunal,
19:51ele ataca as pessoas
19:53com um salvo conduto
19:54que muitas não têm
19:56para fazer
19:57esse tipo de fala.
19:58do Instituto Lula
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