- ontem
O desembargador eleitoral José Rodrigo Sade (TRE-PR) pediu uma série de “vênias” e citou até o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, mas fez exatamente o que se esperava dele: votou pela cassação do mandato de senador de Sergio Moro (União-PR).
O relator, Luciano Carrasco Falavinha, rebateu o voto de Sade, dizendo que o colega “passou ao largo de algumas situações” destacadas em seu voto, “envolvendo inclusive uma situação de inelegibilidade não prevista na Constituição, não prevista em lei”.
Falavinha disse ainda que “segurança não traz voto”, mencionando novamente a facada sofrida por Jair Bolsonaro na campanha de 2018 e um ataque contra caravana de Lula. “São situações que a nossa sociedade exige a compreensão”, disse, destacando que candidatos que precisarem de mais segurança que outros podem ter os pleitos inviabilizados, sob o risco de que os gastos sejam interpretados como abuso de poder econômico.
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O relator, Luciano Carrasco Falavinha, rebateu o voto de Sade, dizendo que o colega “passou ao largo de algumas situações” destacadas em seu voto, “envolvendo inclusive uma situação de inelegibilidade não prevista na Constituição, não prevista em lei”.
Falavinha disse ainda que “segurança não traz voto”, mencionando novamente a facada sofrida por Jair Bolsonaro na campanha de 2018 e um ataque contra caravana de Lula. “São situações que a nossa sociedade exige a compreensão”, disse, destacando que candidatos que precisarem de mais segurança que outros podem ter os pleitos inviabilizados, sob o risco de que os gastos sejam interpretados como abuso de poder econômico.
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NotíciasTranscrição
00:00Na correria, antes do embarque, ele conseguiu deixar um vídeo gravado
00:04para falar sobre o que aconteceu hoje no julgamento do Sérgio Moro,
00:09julgamento que pode determinar a perda do mandato de senador do Sérgio Moro.
00:15Então, o placar, no dia de hoje, terminou com um empate de um a um,
00:23o relator votando pela absolvição, não é a palavra certa,
00:31mas votando em favor do Moro, e o segundo desembargador votando contra ele.
00:38Está empatado em um a um.
00:39Daí, houve um pedido de vista, interrompendo o julgamento.
00:43O Felipe vai contar a história para vocês.
00:45Robson, bota aí o vídeo do Felipe para rodar.
00:47Eu vou viajar em instantes, então vou fazer um comentário rápido
00:55sobre o voto de hoje no julgamento do Sérgio Moro.
00:58Essa minha viagem é a trabalho, vou continuar trabalhando aqui
01:01para o antagonista Cruz Oeste.
01:02Vocês podem brincar e adivinhar no chat para onde eu vou.
01:06É o seguinte, a gente comentou aqui na segunda-feira
01:08o voto que foi dado naquele dia pelo relator Luciano Carrasco
01:11contra a cassação do mandato de senador do ex-juiz Sérgio Moro.
01:17Ele fez um voto técnico, detalhado, minucioso.
01:22Nós detalhamos mais ainda aqui, explicamos, contextualizamos
01:26no papo antagonista.
01:28Ficou mais complicado para os demais membros do Tribunal Regional Eleitoral
01:33votarem pela cassação do mandato,
01:38só que o José Sade, que pediu vista naquela segunda-feira,
01:42ou seja, mais tempo para analisar o processo.
01:45E deu o voto hoje, quando o julgamento foi retomado,
01:49ele foi indicado pelo Lula.
01:51E foi indicado para votar pela cassação do mandato de senador do Sérgio Moro.
01:56Porque quando o Lula fez a indicação,
01:58ele sabia já que ele participaria desse julgamento.
02:03Inclusive, fez essa indicação até mais rápido
02:05para que houvesse o julgamento com a composição necessária.
02:09A indicação dele foi apoiada, inclusive, pelo grupo Prerrogativos,
02:13aquele grupo de detratores do Sérgio Moro,
02:16que são os detratores que legitimam as narrativas lulistas
02:20e de outros réus da Lava Jato,
02:21que são clientes dos advogados que compõem o grupo.
02:25Então, obviamente, todos nós já esperávamos esse voto dessa maneira,
02:30não foi surpresa alguma.
02:31A questão era saber que tipo de contorcionismo ele iria usar
02:35para divergir do voto técnico do relator Luciano Carrasco.
02:40E nesse ponto é que é curioso,
02:42porque o indicado do Lula ignorou o histórico de ameaças do Moro.
02:47Eu fiz um fio ali, uma sequência de tweets,
02:50no atual X, o antigo Twitter,
02:52e vou seguir aqui para trazer a explicação para vocês.
02:55Então, ele ignorou o histórico de ameaças
02:57ao tratar do gasto com segurança.
03:00O relator havia detalhado minuciosamente esses gastos,
03:05mostrando como eles não podem ser computados em pré-campanha.
03:08Deu exemplo de outras ameaças,
03:11violências cometidas contra demais candidatos.
03:14Deu exemplo do próprio TSE,
03:17que já legitimou escolta de candidatas trans do PSOL,
03:22dizendo que há ameaça contra candidatas trans, etc.
03:27Então, que o tribunal estava com um radar ligado quanto a isso.
03:32Ele fez um voto ali que aplicava a situação,
03:36a lei, a jurisprudência, os fatos objetivos,
03:42as provas nos autos,
03:43tudo devidamente explicado.
03:46E, obviamente, com aquela coerência, com aquela lógica
03:48que falta ao voto político do indicado do Lula.
03:53Porque a questão da segurança é muito básica.
03:56Há pessoas que são mais ameaçadas do que outras.
03:59E que, portanto, precisam gastar mais com a segurança
04:04do que outros candidatos.
04:06Então, como eu coloquei ali no X,
04:08a julgar pela visão do indicado do Lula,
04:11quanto mais ameaçado for o pré-candidato,
04:15tiver ali um maior histórico de ameaças,
04:17mais prejudicado ele será,
04:19pois sobrará menos verba do partido para outras ações.
04:24Então, quer dizer, um partido,
04:25na hora de escolher um pré-candidato,
04:27ele pode falar assim,
04:28ah, não, não quero esse que é muito ameaçado,
04:30porque eu vou ter que gastar muito dinheiro
04:31com a segurança dele.
04:33Quer dizer, você acaba criando uma dificuldade
04:35decorrente das ameaças sofridas por facções criminosas.
04:42É uma dificuldade extra para a vida daquela pessoa
04:45que tem os seus direitos políticos.
04:47Então, obviamente, há a compreensão
04:50de que esse gasto é um gasto partidário.
04:52O partido recebe uma cota de fundo partidário
04:56e decide onde gastar.
04:58Então, é óbvio que um gasto com segurança
05:00tem que vir do partido,
05:03das escolhas que o partido faz,
05:05mas não sendo computado,
05:07a ponto de, na soma total,
05:09é você gerar uma acusação de abuso
05:13porque alguém, algum partido,
05:15gastou com um candidato ameaçado.
05:17E aí ele disse assim, José Sade,
05:19a minha visão sobre a matéria é oposta
05:21à do relator.
05:22Nem toda despesa é voltada de forma direta
05:25para obter votos.
05:27A defesa sustenta a tese
05:31de que elevadíssimos gastos em segurança
05:33do Sérgio Moro seriam indiferentes eleitorais.
05:37Disse-se que ele sofria ameaças
05:39e que tal esquema de proteção,
05:41inclusive, acabava atrapalhando o exercício
05:44mais livre de seus atos
05:46de pré-campanha e depois da campanha.
05:50A investigação levantou um total
05:51de 535 mil reais
05:54em pré-campanha
05:56com recursos públicos para sua segurança.
05:59A tese foi acolhida no voto do relator.
06:02Longe de mim querer ter o monopólio da verdade.
06:05Não é dessa forma que conduzo minhas atuações.
06:08Mas, para mim, essa tese não se sustenta.
06:11Individualizando tal despesa,
06:13o relator nega a vinculação de gastos
06:16como segurança pessoal com a pré-campanha,
06:19referindo que essas despesas
06:20não estariam autorizadas pela legalização eleitoral
06:23sequer na campanha
06:25e que não teriam, por finalidade,
06:27a busca de votos.
06:28A minha visão sobre a matéria
06:31com a devida vênia é oposta.
06:34Nem toda despesa praticada
06:36por partido político e candidato,
06:38seja na campanha ou em pré-campanha,
06:41é voltar de forma direta
06:42para obter votos.
06:44Há muitas despesas de índole instrumental,
06:47mas que, ao fim e ao cabo,
06:48irão auxiliar na estratégia de campanha.
06:51Como exemplo evidente,
06:52tem-se a alimentação da militância
06:55e o transporte das equipes de trabalho.
06:58Justamente por isso,
06:59é que a Lei nº 9.504
07:01prevê expressamente a possibilidade
07:03de contratação,
07:05na categoria de gastos eleitorais,
07:07de gastos com suporte,
07:09conforme o artigo 26 da Lei nº 11.300.
07:12Nesse cenário,
07:13qual o sentido de excluir os gastos
07:15correspondentes da base de apuração
07:17de eventual abuso?
07:18E aí, ele igualou a segurança
07:20com a alimentação e transporte.
07:22Mas nenhuma dessas outras despesas
07:25tem um desequilíbrio
07:27em relação a um ponto tão grave.
07:30Eu mostrei aqui na segunda-feira
07:31o relatório da Polícia Federal
07:33mostrando as ameaças do PCC
07:35contra o Sérgio Moro,
07:37mostrando, inclusive,
07:38as datas,
07:39para usar a expressão do relatório,
07:43em que surgiu uma janela
07:45de oportunidade para os criminosos.
07:47Eles, criminosos do PCC,
07:49a encararam assim.
07:50E ela, essa janela,
07:52coincide com o período
07:53em que o Podemos pagou
07:55a segurança para o Sérgio Moro.
07:57E a maior pirueta
07:58do indicado do Lula
08:00foi falar da internet
08:03para justificar a computação
08:05de gastos em outros estados.
08:08Então, teve gasto em São Paulo,
08:11teve gasto em Brasília,
08:13mas o ex-juiz,
08:17o atual senador,
08:18ele estava aparecendo na internet,
08:20tinha postagem,
08:22tinha vídeo.
08:23Então, dizer que isso não influencia
08:26a eleição do Paraná
08:27começou com todo esse discurso.
08:31E aí, em seguida,
08:32ele iguala a segurança
08:33com alimentação e transporte,
08:35como eu expliquei,
08:36e assim computa os gastos
08:38em outros estados
08:40com segurança do ex-juiz
08:42ameaçado por facções
08:44como o PCC.
08:45Segurança não está usando a internet.
08:48O fato do pré-candidato
08:50usar uma escolta
08:52não tem nada a ver com aquilo
08:54que está sendo ventilado
08:56na internet.
08:57E o que diz a lei?
08:59Que, aliás, foi citada também
09:00no voto escrito do relator
09:01de 231 páginas,
09:03que muita gente não lê.
09:06Diz ali a lei,
09:07o artigo 36A,
09:09na lei 9.504,
09:11de 1997.
09:12Aliás, o relator até colocou
09:15uma introdução assim,
09:16com a finalidade de ressalvar
09:17condutas que não configuram
09:20propaganda antecipada.
09:22Houve a introdução
09:23do artigo 36A dessa lei
09:25por meio da lei 13.165,
09:30de 2015,
09:31com o seguinte teor.
09:32Aí diz lá o caput
09:34do artigo 36A.
09:36Não configuram
09:37propaganda eleitoral antecipada,
09:39desde que não envolva
09:41um pedido explícito
09:42de voto
09:43e não envolvê-lo,
09:45no caso específico.
09:46A menção
09:47à pretensa candidatura,
09:49quer dizer,
09:49você pode mencionar
09:50à pretensa candidatura,
09:51você não pode falar
09:52vote em mim e tal.
09:54A exaltação
09:55das qualidades pessoais
09:56dos pré-candidatos
09:57e os seguintes atos
09:58que poderão ter cobertura
10:00dos meios de comunicação social,
10:02inclusive via internet.
10:04E aí dá uma lista.
10:07Inclusive via internet.
10:08E aí no item 1
10:09ainda se reforça
10:10a questão da internet.
10:12Os seguintes atos.
10:13A participação
10:14de filiados
10:15a partidos políticos.
10:16O Moro era filiado
10:17ao Podemos inicialmente,
10:19na pré-candidatura presidencial,
10:21que foi a primeira.
10:22Depois teve a pré-candidatura
10:23ao Senado por São Paulo,
10:25foi impugnada pelo PT.
10:27O TRE impediu.
10:28Aí ele foi concorrer
10:29pelo Paraná.
10:30E aí o PT
10:32quer acusar abuso econômico.
10:34O que o relator apontou.
10:35Olha, impugnaram lá
10:37a candidatura em São Paulo
10:39e depois querem
10:40impedi-lo
10:41de ser eleito
10:43pelo Paraná.
10:43Quer dizer,
10:44é uma perseguição política.
10:46Então fala ali
10:47o item 1.
10:47A participação de filiados
10:48a partidos políticos
10:49ou de pré-candidatos
10:51em entrevistas,
10:52programas,
10:53encontros
10:53ou debates
10:54no rádio,
10:55na televisão
10:56e na internet.
10:57inclusive com a exposição
10:59de plataformas
11:01e projetos políticos
11:02observado pelas emissoras
11:04de rádio e televisão
11:05o dever de conferir
11:06tratamento e isonômico.
11:07Quer dizer,
11:08na internet,
11:10inclusive com a exposição
11:11de plataformas
11:12e projetos políticos,
11:14o pré-candidato
11:16pode fazer
11:18as suas publicações
11:19à vontade.
11:20Isso não configura
11:21propaganda eleitoral
11:23antecipada.
11:24Quer dizer,
11:24você tem na lei
11:25uma previsão
11:27de que se pode
11:29fazer isso
11:29na internet,
11:31mas o desembargador
11:32usa a internet
11:33como aquele ambiente
11:34comum,
11:35nacional,
11:36mundial,
11:37mas aqui estamos
11:38tratando do Brasil,
11:40para justificar
11:41que os gastos
11:41em todo lugar
11:42sejam computados,
11:43bota a segurança
11:44no meio
11:45e aí soma
11:47no volume
11:48esse número maior
11:50que obviamente
11:51foi reduzido
11:52em relação
11:53ao da aposação
11:54pelo relator.
11:54tenta ali
11:56forçar a mão
11:57para conseguir
11:58um número
11:59que configure
11:59abuso
12:00como um gasto
12:01excessivo
12:02de campanha.
12:03O que aconteceu?
12:04O relator
12:04Luciano Carrasco
12:05reduziu a pó
12:06esse voto
12:07do indicado
12:08do Lula,
12:08José Sades,
12:09bastou uma breve
12:10intervenção
12:11mostrando
12:12tudo o que ele
12:13ignorou,
12:15inclusive um desses pontos
12:16que eu abordei aqui
12:16e abordei em tempo real
12:17no X.
12:18Então vamos assistir
12:19ao trecho
12:20em que
12:21o Luciano Carrasco,
12:23relator,
12:24refuta
12:25o voto
12:27do desembargador
12:28indicado pelo Lula.
12:29Pode soltar.
12:30A questão da segurança,
12:31eu fui bem claro
12:32na situação
12:32que não pode se computar
12:34algo para abuso
12:35quando não há
12:37desequilíbrio
12:37de qualquer um
12:38na sequência
12:39envolvendo
12:40a disputa
12:40de votos.
12:41Segurança
12:42não traz
12:43voto.
12:45A segurança
12:46do candidato,
12:46repito,
12:47houve a facada,
12:48não então o candidato
12:48do Jair Bolsonaro,
12:49o ataque
12:50aos ônibus
12:51do candidato
12:52Lula na época.
12:53São situações
12:54que a nossa sociedade
12:55exige a compreensão
12:56que se o candidato
12:58fala o seguinte,
12:59olha,
12:59eu quero segurança
13:00para me candidatar.
13:01Ah, não,
13:01se você usar,
13:02se o partido pagar
13:03essa verba
13:04com segurança,
13:05esse gasto
13:06vai entrar
13:06depois no futuro,
13:07você vai perder
13:07o teu mandato
13:08para abuso econômico.
13:09Vai acabar
13:10a candidatura
13:11nesse sentido.
13:11É uma restrição
13:12à restrição
13:13que a nossa
13:14lei não contempla.
13:15Por fim,
13:16deixei bem claro
13:17ao senhor presidente
13:18naquela situação
13:18em que a justiça comum
13:21não pode dizer
13:22o que é propaganda
13:23eleitoral,
13:23o que não é.
13:24Citei precedentes,
13:25inclusive o DTSS,
13:26o ministro Henrique Neves.
13:28Então,
13:28o acordo do Podemos,
13:30e aqui é uma situação
13:31diferenciada,
13:32em que o acordo
13:33foi feito depois
13:34que o investigado,
13:35Sérgio,
13:36já não estava
13:37mais na gremiação,
13:39dizer que aquele
13:39ato jurídico
13:40pode comprovar
13:42a propaganda política
13:42de pré-campanha,
13:45vai fazer
13:45uma transferência
13:48de uma competência
13:49que nós temos
13:50e é exclusiva
13:51nossa,
13:52que lá
13:53a justiça comum
13:54não pode fazê-lo.
13:55E, repito,
13:56senhor presidente,
13:57aquilo que já falei
13:57antes,
13:58com todo o respeito
13:59ao doutor
14:00do desembargador
14:01do Sade,
14:02o caso Selma Ruda
14:03não se aplica
14:04em nenhum
14:05momento aqui.
14:07E vou até citar
14:08o item 8,
14:09que dá a própria
14:09emenda citada
14:10pelo desembargador
14:10do doutor Sade,
14:11que fala
14:11que a realização
14:12do suposto
14:13autofinanciamento
14:15de Selma
14:15para ela mesma,
14:16somado às despesas
14:17que ela fez,
14:18é que deu em
14:18que seja ao excesso.
14:20Era um dinheiro
14:21que ela deu
14:21para a campanha,
14:22que ela utilizou
14:24para a futura,
14:24era só candidatura
14:25ao Senado,
14:26ela fez propaganda,
14:27material de campanha
14:28mesmo,
14:28anterior à campanha,
14:30por isso,
14:31é que eu entendo
14:32e, em todo respeito,
14:34refriso,
14:35repito,
14:36não se aplica
14:37aqui ao caso.
14:38Esse caso aqui,
14:39ele extrapola
14:40a mera aplicação
14:41do precedente,
14:43extrapola
14:43a mera aplicação
14:44de uma soma
14:45sob pena de viabilização
14:47de qualquer candidatura
14:48futura.
14:49Muito bem,
14:49está aí a refutação
14:50técnica de um voto
14:52político.
14:53Já falei demais,
14:53então eu passo a palavra
14:54para você, Graeb.
14:55e eu preciso ir embora
14:56aqui,
14:57pegar o meu transporte,
14:59não vou nem dizer qual,
15:00para viajar
15:01e amanhã
15:02e nos próximos dias
15:04eu estarei de outro lugar
15:05participando aqui
15:06em oantagonista.com.br,
15:08cruzoé.com.br
15:09e, claro,
15:10no Papo Antagonista.
15:11Até mais.
15:13Bom,
15:14eu já entreguei
15:15aí o destino
15:16do Felipe,
15:18então estraguei
15:19o enigma.
15:21O Felipe foi
15:21para os Estados Unidos,
15:23amanhã está de volta
15:24com a gente,
15:25de lá,
15:26tá bom?
15:28Bom,
15:29o Felipe explicou
15:30super bem
15:31como de hábito
15:32os trâmites
15:34aí do processo.
15:36Eu só vou
15:37acrescentar
15:39poucas coisas.
15:43Quando estava se aproximando
15:45o momento do Moro
15:46ser julgado,
15:47nesse caso,
15:48eu sou especialista
15:50de forma nenhuma,
15:51muito longe disso
15:52de questões eleitorais,
15:55de direito eleitoral,
15:57tinha lido
15:58sobre o assunto
15:58e tinha a sensação
15:59de que o caso
16:01do Moro
16:01era muito difícil,
16:03que,
16:04juridicamente,
16:05ele estava
16:05encalacrado
16:06e tinha grande chance
16:08de perder
16:08o mandato.
16:09o voto
16:12do relator
16:13mudou a minha opinião,
16:15é um voto
16:15muito cuidadoso,
16:16muito meticuloso,
16:18como a gente já falou
16:18aqui no programa
16:19nos últimos dias,
16:20e que refuta
16:22passo a passo
16:23todos os argumentos
16:25que poderiam servir
16:26para tirar
16:27o mandato
16:29do Moro.
16:31Então,
16:32eu mudei
16:33de ideia
16:34a respeito
16:34desse assunto,
16:36não acredito
16:37mais
16:38que as causas
16:39para a cassação
16:41existam,
16:43acho que é bem
16:44convincente
16:44o voto
16:45do relator.
16:46E,
16:46além disso,
16:48fiquei lá
16:48pensando com os meus
16:49botões,
16:50e cheguei
16:51à conclusão
16:54de que
16:54a legislação
16:56brasileira
16:56sobre pré-campanha,
16:59não é que ela é confusa,
17:00ela é inexistente,
17:01na verdade.
17:03Não existem
17:03parâmetros
17:04claros
17:05para dizer
17:05o que é gasto
17:07de pré-campanha,
17:09quando esse gasto
17:10começa,
17:11qual é o volume
17:13de dinheiro
17:14que você pode gastar
17:15em relação
17:15ao total
17:16da campanha,
17:17ou seja,
17:17tem um vácuo
17:18nesse assunto.
17:22E daí,
17:23você
17:23queria usar
17:24um caso
17:25como um moro
17:26para
17:28estabelecer
17:29parâmetros
17:30inexistentes,
17:33ou seja,
17:34para punir,
17:35você querer
17:35punir
17:36alguém
17:37criando parâmetros
17:39que eram desconhecidos
17:40para esse alguém,
17:41é muito esquisito.
17:42ah,
17:44você não sabia
17:45que os parâmetros
17:46eram esses
17:47que a gente
17:47está estabelecendo
17:48hoje,
17:49passado
17:50quase um ano
17:51e meio
17:52da eleição,
17:53mas mesmo assim
17:53a gente vai punir
17:54você.
17:55Pode ser assim
17:56que funciona.
17:59Como sempre,
18:00leis que penalizam
18:02alguém
18:02precisam
18:04ter sido editadas
18:05antes da pessoa
18:06fazer as coisas
18:07que estão sendo
18:07penalizadas.
18:08A lei não pode
18:09vir depois.
18:10não existe pena
18:12retroativa.
18:14Então,
18:14essa é uma
18:15segunda observação.
18:17Eu acho que
18:17esse processo
18:18cada vez mais
18:19ganha áreas
18:20de absurdo.
18:22Você vai
18:23caçar alguém
18:24por causa
18:25de coisas
18:26que ele fez
18:27num terreno baldio
18:28do ponto de vista
18:29jurídico.
18:30Não tem
18:30parâmetros
18:31claros
18:32sobre aquilo
18:33que poderia
18:33ter sido feito
18:34ou não
18:34poderia ter sido
18:36feito.
18:37Uma terceira
18:38observação.
18:39sempre que se fala
18:42sobre gastos
18:43eleitorais
18:44e limites
18:45para gastos
18:45eleitorais,
18:46o que está
18:46na mente
18:47das pessoas
18:48é uma certa
18:50proteção
18:50à isonomia.
18:52Quer dizer,
18:53você deve
18:54preservar
18:55a igualdade,
18:57a paridade
18:58de armas
18:58de todos
18:59os candidatos.
19:01Eu não posso
19:02ter
19:02o Warren Buffett
19:04gastando
19:05um bilhão
19:07de dólares
19:08na campanha
19:08dele
19:09e o Zé
19:09das Couves
19:10gastando
19:1030 reais.
19:13Isso não é
19:13uma campanha
19:14justa.
19:15Precisa
19:15haver
19:16alguma espécie
19:17de isonomia
19:18entre os candidatos.
19:20Acontece que
19:21no Brasil
19:21isso meio que
19:23já virou
19:23uma fantasia,
19:25porque
19:25o candidato
19:27que disputa
19:28a reeleição
19:29já sai
19:31numa vantagem
19:32enorme
19:33em relação
19:35a um candidato
19:36que está tentando
19:37ingressar
19:37na política,
19:38como era
19:39o caso
19:40do Moro
19:40em 2022.
19:42Os candidatos
19:44que disputam
19:45a reeleição,
19:47seja
19:47para que cargo
19:48for,
19:50mas principalmente
19:51para os grandes
19:52cargos federais,
19:53eles contam
19:54com quatro anos
19:56de exposição
19:57do seu mandato,
19:58das suas ideias,
19:59das suas falas,
20:02exposição grátis
20:03e espontânea
20:04em jornal,
20:05televisão,
20:06internet,
20:06todos os meios
20:07de comunicação,
20:09e eles ainda
20:09contam
20:10com as famigeradas
20:12emendas parlamentares.
20:14Milhões e milhões
20:15de reais
20:16para deixar
20:17satisfeito
20:18o seu curral
20:18eleitoral.
20:20É para isso
20:20que serve
20:21a emenda parlamentar,
20:22para agradar
20:23o seu berço
20:25eleitoral,
20:26para servir
20:27ao seu eleitor,
20:28vamos dizer assim.
20:29então o cara
20:30passa quatro anos
20:31despejando
20:32dinheiro
20:33na cabeça
20:34dos eleitores
20:35dele
20:36e daí,
20:38ao final
20:38desses quatro anos,
20:39vai lá
20:40pedir,
20:40me deixem
20:41continuar.
20:42É uma vantagem
20:43já
20:43enorme.
20:45Então,
20:46você querer ser
20:46hiper
20:47rigoroso
20:50com os gastos
20:51de pré-campanha
20:52de um candidato
20:54novato,
20:55sendo que
20:57os candidatos
20:59que estão disputando
21:00a reeleição
21:00têm todos os benefícios
21:02da exposição
21:03e até mesmo
21:04uma modalidade
21:06legitimada
21:07de compra de votos,
21:08se a gente quiser
21:09considerar
21:10as emendas parlamentares,
21:12o rigor excessivo
21:13e a leniencia excessiva
21:15não criam
21:17essa
21:19isonomia
21:20que se pretende
21:22alcançar.
21:23Então,
21:23por essas três razões,
21:25eu acho que
21:25essa ação
21:26contra o Moro
21:28deveria
21:29ir para o lixo.
21:31Ele deveria
21:32cumprir o mandato
21:33dele,
21:34que foi conquistado
21:34com quase
21:35dois milhões
21:35de votos,
21:36não foi uma votação
21:37qualquer.
21:38Obrigado.