Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • ontem
A derrota do aumento do IOF no Congresso teria estremecido a relação entre Hugo Motta (Republicanos, PB) e Fernando Haddad (PT, SP). A bancada discute se a relação entre a Fazenda e a Câmara dos Deputados tem chances de reconciliação após a decisão.

Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/

Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews

Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp:
https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S

Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/

Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews

Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews

Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/

TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews

Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews

#JovemPan

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00Bom, e essa medida não prejudicou só os setores, mas também as relações, porque imagina como é que o ministro Fernando Haddad
00:06recebeu a notícia no dia que o presidente da Câmara decidiu pautar esse assunto.
00:11Vamos entender com a Andrea Nelly, então, se haveria uma possibilidade de reconstrução do diálogo,
00:15porque o que se percebe até aqui é que tem bastante chope, ou bastante água nesse chope aí, hein, Andrea Nelly?
00:22Pois é, Evandro, e relações realmente estremecidas, praticamente inexistentes nesse momento de crise agravada
00:33entre o Ministério da Fazenda e, especificamente, a Câmara dos Deputados no Congresso Nacional.
00:39O que acontece é que houve aquela reunião que a gente fez uma ampla cobertura no domingo retrasado
00:47e que juntou, então, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Mota,
00:55e, naquela ocasião, Hugo Mota classificou o encontro como histórico e deu a entender que as relações estavam pacificadas
01:03e que ele não iria pautar a derrubada do decreto presidencial que aumentava o imposto sobre operações financeiras, o IOF.
01:12Só que tudo mudou menos de uma semana, aliás, foi na mesma semana dessa reunião
01:17que o presidente da Câmara dos Deputados resolveu pautar não apenas a urgência, mas também o próprio mérito da questão
01:24e deu no que deu um placar realmente expressivo, quase 400 votos a menos de 100
01:31para que fosse derrubada essa medida do governo federal, que também passou com facilidade no Senado
01:38e isso tudo acabou, então, fazendo com que houvesse realmente um estremecimento generalizado das relações.
01:45O que teria agravado essa situação entre Câmara dos Deputados e também o Ministério da Fazenda
01:53seriam declarações do ministro Fernando Haddad fazendo elogios ao ex-presidente da Câmara dos Deputados,
02:01Arthur Lira, ele que é inclusive relator do projeto de lei que prevê aumentar a faixa de isenção do imposto de renda
02:08para quem ganha até 5 mil reais mensais, a principal proposta do presidente Lula.
02:14Então, Haddad fez elogios a Arthur Lira e isso acabou sendo interpretado por Hugo Mota como uma crítica velada,
02:21ainda que o nome dele, de Hugo Mota, não tivesse sido citado.
02:26Então, isso acabou sendo uma espécie de gota d'água e fez com que Hugo Mota cedesse
02:32às pressões da grande maioria da Câmara dos Deputados, como ficou inclusive comprovado na votação do IOF
02:38para que a medida, o mérito da medida fosse então pautado.
02:43Existe agora uma mobilização principalmente conduzida pelo deputado federal Isnaldo Bulhões,
02:48ele que é bem próximo tanto do ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
02:52quanto do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Mota,
02:55no sentido de retomar o diálogo entre as duas partes.
02:59Mas, até o momento, é preciso esperar a poeira baixar
03:03para que tudo então volte ou haja uma tentativa de volta para a normalidade.
03:08Evandro.
03:09Muito obrigado, André Anelli.
03:10O Zé Maria Trindade, você acha que há possibilidade de normalizar essa relação depois de tudo isso?
03:15Porque, no dia que houve a conversa do ministro Fernando Haddad com os presidentes da Câmara e do Senado,
03:21com as lideranças, enfim, o ministro saiu todo otimista,
03:24dizendo que o ajuste de proposta que ele apresentou foi muito bem recebido pelo Congresso Nacional
03:30e que o problema estaria sanado.
03:32Saiu pulante, saltitante de lá para depois receber essa bomba.
03:36Pois é.
03:39Essa relação do governo atual com o Congresso, ela é diferente, né?
03:44Totalmente diferente.
03:45Porque tem que ser negociada, primeiro, no atacado, no varejo, né?
03:49Deputado por deputado, setor por setor.
03:52E não como antigamente, que se negociava diretamente com o presidente do partido político,
03:57o presidente do partido mandava, estava feita e formada a base parlamentar.
04:00No primeiro governo Lula, José de Seu montou uma base e depois a gente soube que aquela mágica...
04:09Uns deputados me diziam assim,
04:11Trindade, eu não estou entendendo esse Congresso.
04:15O Lula aprova a emenda à Constituição que ele quiser.
04:18Para você ter uma ideia, eu vou apresentar aqui um detalhe que eu apurei na época.
04:23O Lula iria aprovar uma emenda à Constituição para um terceiro mandato.
04:31Mas aí disseram, olha, há dúvidas.
04:34E fizeram um teste, que foi a prorrogação do CPMF, aquele imposto dos cheques, lembra?
04:41E aí passou na Câmara.
04:43Todo mundo sabia que era um teste.
04:44Quem pode...
04:45Com quem o presidente Lula pode contar aqui na Câmara?
04:50Passou a emenda.
04:51Quando chegou no Senado, o Arthur Vigílio, que era do PSDB, ficou por um fio para embarcar.
04:58E ele disse não.
04:59E aí a CPMF não foi prorrogada e ficou ali claro que o governo não teria condições de aprovar uma emenda contra a oposição que era o PSDB.
05:10E aí houve um recuo porque apresentar uma emenda, sim, para um terceiro mandato e não ser aprovada,
05:16era um carimbo de que o Lula estaria numa tendência de continuar no poder e que seria algo antidemocrático até.
05:26Então só se tivesse a certeza, como foi o caso do Fernando Henrique, que aprovou a reeleição, com certeza de aprovação.
05:33Então assim, agora é diferente.
05:35Tem que negociar projeto por projeto, artigo por artigo.
05:39E o presidente Lula não está acostumado com isso, de negociar tanto no varejo.
05:45O varejo é muito mais caro e muito mais difícil de ser administrado.
05:50E a grande novidade que apareceu, que são as frentes parlamentares.
05:53Eu venho falando aqui desde o início, olha, as frentes se uniram, cinco frentes se uniram contra o IOF.
06:00Aquilo ali já estava explícito.
06:03As frentes dominaram o Congresso e mandam mais do que os partidos.
06:07Fala, Alan Gani.
06:09Olha só, o Zé descreve uma situação que eu vejo que o Brasil caminha de alguma maneira para um sistema semi-parlamentarista, Evandro.
06:20Por quê?
06:20Porque o Congresso ganhou bastante protagonismo, vem ganhando bastante protagonismo nos últimos tempos.
06:26Você tem hoje essas federações, esses super partidos, que defendem e que representam muitas vezes lobbies específicos, defendem os seus interesses corporativistas, leia-se, mais emendas.
06:43E é uma situação praticamente sem volta.
06:46Então, como é que a gente vai normalizar?
06:49Diga-se de passagem, há representantes no Congresso Nacional que verbalizam isso abertamente, dizendo que tinha que ser um sistema semi-parlamentarista.
07:01Então, eu vejo que em algum momento o Brasil vai discutir isso novamente, seja por meio de um referendo, não sei.
07:09Já houve essa discussão no passado, no caso era presidencialismo ou parlamentarismo.
07:15Mas, na prática, a gente já vive uma espécie de semi-parlamentarismo.
07:21Por que não oficializar isso?
07:24Fala, Piperno.
07:26Eu concordo com Alan Gani numa coisa.
07:28Essa discussão existe sim, tem gente que fala abertamente.
07:32Há quem diga, inclusive, que o presidente Lula talvez seja, ou o sucessor dele em 1926, o último eleito pelo sistema presidencialista mesmo.
07:41Que de 2030 pra frente, o regime em vigor seria esse semi-presidencialismo, algo parecido, por exemplo, com o sistema francês.
07:50É inspiração de muita gente.
07:52Agora, isso não vai eliminar a força dos lobbies, mudando, enfim, o regime, não vai modificar essa correlação e, principalmente, não vai, de forma nenhuma, anular o fato de que esses lobbies, eles atuam também.
08:11Não apenas em nome de muitos interesses individuais, como também de interesses setoriais.
08:20Esses lobbies, eles atendem vários segmentos da economia brasileira e gente que eu, a turma que eu chamo de o Bolsa Elite.
08:30Cada vez mais, o Estado brasileiro vai se voltar a isso.
08:35Porque cada vez mais, o Estado brasileiro gasta sempre mais com essa turma.
08:42É evidente que também tem benefícios sociais, tem gastos sociais, isso ninguém nega.
08:48Agora, com esse público, o gasto é sempre muito maior.
08:53Uma das coisas que se falavam agora, nesses últimos dias, por exemplo, era a tributação dos fundos imobiliários e da agropecuária, que são isentos hoje.
09:04Veja só, a gente tem fundos isentos.
09:07Ah, mas não pode mexer nisso, porque senão vai, enfim, mexer em dois setores que são muito pujantes na economia.
09:15Então, tem sempre a justificativa já colada em qualquer forma de mexer isso.
09:19Não existe isonomia tributária no Brasil.
09:22Gustavo Segreia, você acha que não existe essa isonomia mesmo que menciona o Fábio Piperno?
09:28Hoje não tem uma isonomia clara e linear.
09:31Não tem, de fato.
09:32Mas, se você não tiver esse tipo de fundos para alavancar atividades como agropecuária, por exemplo,
09:38que dito seja de passo,
09:41quando avaliamos o crescimento do PIB no primeiro trimestre,
09:45devemos lembrar que indústria, comércio e serviços foram crescimentos pífios.
09:51Cero vírgula alguma coisa.
09:52Por exemplo.
09:52Quem cresceu...
09:53Por exemplo.
09:54Mas quem cresceu nesse primeiro trimestre...
09:56Eu não vivo de passado, porque a gente, no passado, serve para aprender pelos erros
10:00e escrever nos livros de história.
10:02O que a gente tem que avaliar é como está a situação hoje
10:04para que continue crescendo lá na frente.
10:07O agro cresceu 12%.
10:09Sim.
10:09Então, você não pode cuidar daquele que está sustentando o seu crescimento econômico.
10:15Isso não inviabiliza a possibilidade de que possa ter, sim, equilíbrio nessa isonomia.
10:21Mas você tem, por exemplo, indo para a mesma falta de isonomia.
10:25Se eu quero um empréstimo do BNDES, eu pago uma taxa muito maior
10:32que qualquer um dos conhecidos do governo que conseguem bilhões
10:36com taxas subsidiadas para comprar empresas no exterior.
10:40Por exemplo.
10:41Ou, no passado, se você gosta do passado, para um monte de falcatruas de um monte de construtoras.
10:47Então, a sensação que me dá, em função do que o José Maria mencionava,
10:52da dificuldade do governo, do presidente, de alinhar essas negociações ao varejo atacado,
10:57é que, da mesma maneira que grande parte de nós, e eu me incluo,
11:01temos grandes dificuldades para ir a favor dessa tecnologia que hoje temos,
11:05eu continuo no computador, meus filhos só entram no celular.
11:09Isso é uma questão analógica.
11:11O governo parece que ficou na era analógica.
11:14E hoje estamos na era digital.

Recomendado