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NotíciasTranscrição
00:00greves em São Paulo. Aliás, Greb, antes de falar sobre as informações, vamos direto, porque a gente
00:06já está aqui com duas horas de programa. Você publicou um excelente artigo hoje no Antagonista,
00:12eu depois publiquei um artigo também para mostrar os personagens por trás dessa greve. O que mais
00:19chamou a sua atenção ao longo desse dia? A união dos estudantes com os funcionários, os ativistas,
00:30eu chamei todos de ativistas, a união de ativistas, dois movimentos que pareciam absolutamente
00:37desconectados, na verdade, tem uma ligação subterrânea, os estudantes e os funcionários
00:43das estatais, existe uma ligação subterrânea entre esses grupos com a intenção de promover
00:50uma candidatura específica, de combater o prefeito e o governador do Estado e promover a candidatura
00:59do Guilherme Boulos. Dois movimentos grevistas que nasceram ali aparentemente separados, na
01:07verdade, têm vínculos que não são aparentes, vínculos políticos, por intermédio de partidos
01:15de esquerda, e o objetivo desses partidos é obter a eleição do Guilherme Boulos para a Prefeitura
01:21de São Paulo no ano que vem. Então, são movimentos grevistas que não estão só interessados em obter
01:28resultados nas suas áreas específicas, nas áreas específicas de trabalho e de vivência de quem
01:35está envolvido na greve, ou seja, universidade e estatais. Isso aí eu diria que é até secundário,
01:42porque no caso das estatais é uma greve preventiva, nem tem projeto ainda de privatização das
01:47empresas. Então, o objetivo mesmo é machucar politicamente os inimigos e preparar o terreno
01:56para a campanha do Boulos.
01:58Pois é, a gente está se referindo, evidentemente, a duas greves. Teve uma greve que foi do metrô,
02:06da CPTM, ali de trens, e também da Sabesp, a estatal do saneamento aqui em São Paulo. E tem
02:16outra greve, que é a greve na USP, de alunos que estão reclamando da falta de professores. Essa
02:22greve dos metroviários e companhia, ela é contra a privatização dessas próprias empresas,
02:30que ainda é um projeto do governo Tarcísio. Ele indicou que faria isso, mas ainda está em fase
02:37de estudos. Ele também não está com muita pressa para implementar isso, não. Então, ainda não foi
02:43divulgado o detalhamento do processo de privatização e, no entanto, já há uma paralisação que afeta os
02:48trabalhadores paulistas, impede as pessoas de chegarem ao trabalho. Até aqui na redação,
02:53muita gente hoje trabalhou de home office porque vem por meio desses transportes públicos urbanos
03:00e não pôde vir em razão dessa instrumentalização política, partidária dos serviços públicos.
03:08E eu chamei a atenção para os personagens por trás de sindicatos, de revoltas estudantis.
03:17Então, a Camila Lisboa, por exemplo, ela é presidente do Sindicato dos Metroviários,
03:22é filiada ao PSOL. O José Fajian, que eu não sei se é assim que se pronuncia, é o presidente do
03:27Sindicato dos Funcionários da Sabesp, o Sintaema, é do Diretório Paulista do PCdoB.
03:33No caso da USP, a União da Juventude Comunista, o UJC, é um braço do PCB, o Partido Comunista
03:43Brasileiro, que comanda o DCE, o Diretório Central dos Estudantes, da USP.
03:48Tinha uma chapa lá que se chamava É Tudo Pra Ontem, que foi eleita em 2022, ela é integrada,
03:53repito, pela União da Juventude Comunista, que está por trás dessa greve.
03:59E hoje, inclusive, teve reportagem do Duda Teixeira na Cursoé, para mostrar os métodos
04:04que eles têm usado para impedir as aulas, que envolvem professores e alunos que desejam
04:10essas aulas.
04:11Então, eles fazem um disque piquete, quer dizer, se sabem que vai ter e tal, um avisa o outro,
04:16eles vão lá fazer um cadeiraço, são as expressões que foram usadas, que é você colocar ali
04:22cadeira na porta para impedir a entrada na sala de aula e recursos desse tipo.
04:29E você tem, no ano que vem, na eleição municipal, a candidatura, portanto, do Guilherme Boulos,
04:33que é do PSOL e que é apoiado pelo PC do B e pelo PCB também, que tem, portanto, esses
04:42personagens que eu citei na disputa do Boulos, evidentemente, contra o prefeito Ricardo Nunes,
04:48que tende a ser apoiado pelo Tarcísio de Freitas, né, PC do B, PCB, PSOL, são linhas autiliares
04:55do PT, são chamados partidos satélites.
04:58Então, a gente está vendo toda essa articulação.
05:01E eu já até tinha comentado no rádio dias atrás, mas como hoje foi uma greve que retomou
05:06todos esses assuntos, eu lembrei que na USP, o diretor da chamada, lá no Rio a gente chama
05:13assim, de Fefeleche, né, como é que vocês falam aqui em greve?
05:16Você é o quê?
05:17É Fefeleche.
05:18É Fefeleche mesmo?
05:20É Fefeleche mesmo.
05:21É isso aí.
05:22Fefeleche.
05:24Fefeleche.
05:25Fefeleche, que é a Faculdade de Letras, Filosofia e Ciências Humanas, né, da USP.
05:32O diretor é o Martins, eu sempre esqueço o primeiro nome dele, porque tem nome...
05:37Acho que é Carlos, acho que é meu...
05:39Porque tem o Paulo Eduardo Martins, que é deputado, que não tem nada a ver com essa história,
05:43né, e ele é o Paulo Martins.
05:45Ele é afiliado ao PT, é o diretor lá da Fefeleche.
05:52E ele disse que aquela esquerda estudantil estava com os mesmos métodos dos bolsonaristas.
05:59Aí o pessoal lá se revoltou, né, porque é a esquerda universitária que disse que, na verdade,
06:05ele é que estava agindo dessa maneira, tentando criminalizar o movimento estudantil ao fechar o prédio,
06:13a chamar a polícia, etc.
06:16Então, é briga de esquerda com esquerda.
06:19O próprio reitor, o Carlotti, né, da USP, ele, num evento recente em homenagem ao Ricardo Lewandowski,
06:27que foi posto pelo Lula no STF e o Alexandre de Moraes, ele fez um lobby pela indicação por parte do Lula
06:33para a próxima vaga no STF, para as próximas, para que fossem, para que o Lula tivesse no radar a faculdade de direito da USP,
06:43de onde saíram, por exemplo, os dois aliados do Moraes que o Lula emplacou no TSE.
06:48Então, ele fez até piada de que, ah, o TSE foi bom, mas no Supremo seria melhor, algo nesse sentido.
06:54Então, assim, se tenta gerar um tumulto na USP, outro nas ruas, e no caso da USP,
07:02como é que se atinge o Tarcísio de Freitas quando você tem uma questão envolvendo todo um processo
07:09da administração pública, que é a contratação de professores e que demora?
07:16E é muito engraçado, né, Graebi?
07:17A gente vê estudantes, entre aspas, né, porque estão aí fazendo baderna, querendo mais administração pública, né,
07:27querendo o inchaço do Estado e cobrando agilidade do Estado, é uma contradição deles.
07:35Então, assim, parece que a esquerda tem várias frentes para fazer arruaça, para tentar passar uma impressão
07:41de que os gestores municipal e estadual, o Ricardo Nunes e o Tarcísio de Freitas,
07:48não conseguem pacificar a cidade, o Estado, está sempre havendo problema,
07:53eles têm planos de vender o patrimônio do país para prejudicar os trabalhadores.
07:56E o que prejudica os trabalhadores na prática?
08:00O que prejudica os estudantes e os professores que querem dar aula na prática?
08:05São as greves promovidas por eles.
08:08Não é curioso? Quer dizer, não faz sentido nenhum.
08:12É, mas como eu concluí no meu artigo, sentido nunca foi o forte daqueles que se alimentam do caos
08:19para chegar ao poder.
08:21Então, me parece, assim, um grande desejo de arruaça que pode sair pela culatra,
08:25porque, naturalmente, Graebi, isso que a gente está colocando aqui como informação, como análise,
08:31e que é tudo fato, comprovado, verificável, é óbvio que o Tarcísio de Freitas usa contra esse movimento.
08:41Além de uma decisão da própria justiça, de considerar ilegal, de determinar que, nos horários de pico,
08:48os serviços funcionem.
08:50Então, ele vai lá e aponta, olha, as duas linhas que funcionaram hoje,
08:54teve, de fato, uma interrupção entre uma estação e outra numa dessas linhas,
08:58mas num caso que ainda precisa ser investigado, né, apontaram ali falha elétrica e tal, né,
09:03mas tem toda uma desconfiança, né, no dia da greve acontece isso, etc.
09:07Mas foram as duas linhas que funcionaram, foram aquelas que foram privatizadas.
09:11É a 8 Diamante e a 9 Esmeralda.
09:14Então, assim, será que vai ser um tiro no pé?
09:17Será que vai sair pela culatra esse tiro, entre aspas, da esquerda, nos governos que ela quer substituir?
09:25O que você acha que acontece daqui pra frente, Greve?
09:29Bom, eu acho que se abriu a temporada desse tipo de movimento, né?
09:34Eu acho que a gente vai ver muito disso.
09:37A menos que uma pesquisa detecte muito rapidamente que o tiro saiu pela culatra.
09:42E eu acho que as chances do tiro sair pela culatra são grandes.
09:45porque os indícios de que as greves não são só voltadas pra obter alguma coisa que tem a ver com o trabalho ou com a educação das pessoas,
09:58mas tem um objetivo político, os indícios são muito fortes.
10:02Eu diria até mais.
10:03Os indícios são no sentido de que o objetivo político é o principal objetivo.
10:08Mais do que qualquer outra coisa.
10:11Mais do que conseguir contratação de nossos professores pra USP.
10:15Ou mais do que conseguir qualquer melhoria trabalhista pra dentro da Sabesp, do Metro e tudo mais.
10:21Então, na verdade, é muito...
10:25Eles tentam fazer de conta que não, mas é transparente a vinculação política,
10:28a vinculação ideológica das greves.
10:31E na medida em que isso vaza pra população como um todo,
10:34a população se irrita, porque atrapalha a vida de todo mundo.
10:40Porque torna a cidade infernal.
10:42São Paulo já não é uma cidade fácil ficar mais infernal ainda.
10:46Então, eu acho que as chances de sair pela culatra são grandes mesmo.
10:51Agora, como você disse, né, Felipe?
10:54A esquerda não aprende, não esquece nada e não aprende nada.
10:58Então, eu acho que a gente vai ver mais movimentos desse tipo,
11:02porque é o que eles sabem fazer pra tentar ganhar projeção política
11:06pro candidato que eles querem que ganhe, que é o Guilherme Boulos.
11:11Exatamente.
11:12E só informar aqui a respeito dos desdobramentos disso,
11:17o Sindicato dos Trabalhadores e Empresas Ferroviárias de São Paulo,
11:21Sindicato dos Trabalhadores e Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil,
11:24e Sindicato dos Trabalhadores e Empresas Ferroviárias da Zona Sorocabana,
11:28deverão pagar R$ 500 mil cada um por não cumprir ordem judicial.
11:32A decisão anterior previa que a multa de R$ 500 mil fosse dividida entre as três organizações.
11:39A juíza Raquel Gabay de Oliveira, que atendeu a um pedido da CPTM,
11:43afirmou que o aumento do valor visa evitar que os transtornos ocorridos no período da manhã se repitam.
11:47Portanto, já há aí decisões judiciais.
11:51A gente vai detalhar no site o Antagonista, ao longo dessas próximas horas e dos próximos dias,
11:58todos esses desdobramentos em detalhes.
12:17E aí
12:23E aí
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