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Transcrição
00:00O assunto agora é o evento do Ministério da Saúde,
00:02que teve uma apresentação de funk, segundo o Globo.
00:05A pasta disse que pagou R$ 2 mil ao grupo que realizou a dança erótica
00:09no primeiro encontro de mobilização da promoção da saúde no Brasil,
00:14que ocorreu na semana passada.
00:15Então, R$ 2 mil para o grupo.
00:17O Ministério da Saúde, porém, não detalhou, curioso não,
00:22quanto cada integrante recebeu pelo evento,
00:24que custou mais de R$ 973 mil aos cofres públicos,
00:31de acordo com o Estadão.
00:33R$ 973 mil.
00:36O jornal afirma que o valor foi pago à GUC,
00:39GUC, agência de eventos e empresa sediada no Rio de Janeiro,
00:42incluiu hospedagem e alimentação completa dos participantes,
00:46aluguel de cadeiras, mesas de som, iluminação,
00:48além da contratação de profissionais envolvidos no evento.
00:52É dinheiro público, não é, Greg?
00:54Senhoras e senhores, são vocês que estão trabalhando para pagar imposto
01:01e que estão financiando esses eventos de promoção da saúde.
01:06Você vê que os eventos têm um nome pomposo,
01:08é que nem projeto de lei no Congresso Nacional,
01:10tem um nome lindo, assim, contra o abuso de autoridade.
01:13Quando você vai ver o que está lá dentro,
01:16é mais ou menos isso aí, entendeu?
01:19É uma dança erótica, no caso do evento do Ministério da Saúde.
01:24Assim como no caso do abuso de autoridade,
01:26tem lá toda uma tentativa de blindar os políticos
01:29contra quem quer que aponte a sua sujeira.
01:31Ah, se você descobriu a corrupção do político,
01:33então você está abusando da sua autoridade.
01:35Tem várias pegadinhas lá no texto.
01:37Então é só um alerta.
01:39É porque muitas vezes a embalagem é maravilhosa, né?
01:42Mas o que tem dentro...
01:44Perdão.
01:45E depois da repercussão negativa da apresentação de funk no evento,
01:48o diretor do Departamento de Prevenção e Promoção da Saúde,
01:51Andrei Lemos, foi afastado do cargo.
01:53A ministra da Saúde, Inísia Trindade,
01:55se disse surpreendida pelo episódio.
01:57Nós mostramos aqui o vídeo dela
01:59e anunciou a criação de uma curadoria
02:01para evitar que circunstâncias semelhantes
02:03ocorram nos próximos eventos.
02:05Grebe, quase um milhão de reais
02:07para... como se diz?
02:09Essa chanchada?
02:11É, uma chanchada.
02:12Pior até do que chanchada, né?
02:14As chanchadas antigamente tinham até algum pudor,
02:17tinham alguma...
02:18Não eram outros tempos, né, Felipe?
02:20Olha, dois mil reais para aquele treco lá
02:23foi uma fortuna.
02:24Foi uma fortuna.
02:26Nem fossem dois reais.
02:28Não devia ter saído um níquel de dinheiro público
02:30de nenhum cofre, de uma carteira
02:32para que aquilo acontecesse, né?
02:34É realmente um...
02:38Se a pessoa arma um evento desse tipo
02:41e ainda traz um entretenimento,
02:47vamos dizer assim,
02:48como aquele para animar a plateia,
02:52isso mostra que a pessoa não tem a mínima ideia
02:56do que é trabalhar na área pública,
03:00de quais são as regras que regem a atuação na área pública.
03:05Caiu lá de paraquedas.
03:07Porque, assim,
03:08se você tem um pouco de noção dos princípios
03:14que regem o serviço público,
03:20você não faz isso.
03:22Então, a gente que realmente caiu de paraquedas
03:24e não sabe,
03:27não tem responsabilidade
03:30em relação não só ao dinheiro que está gastando,
03:33mas a missão daqueles órgãos,
03:37daquelas coisas, né?
03:38Não faz sentido isso.
03:41Eu já trabalhei em serviço público, Felipe.
03:45Assim, eu ganhei uma nova...
03:46Eu ganhei uma nova...
03:48Um novo respeito por pessoas que trabalham
03:50no serviço público,
03:52porque a grande parte delas
03:55tem introjetada,
03:57tem, assim, interiorizada
03:58a ideia de que há regras muito rígidas
04:01para aquilo que você pode
04:03e não pode fazer
04:04quando você está no serviço público.
04:05E esse cara
04:06que autorizou esse negócio aí
04:08certamente não tem essas regras introjetadas.
04:11Certamente.
04:11Perfeito.
04:13É isso aí.
04:16Bom, é um evento do Ministério da Saúde.
04:18O que eu ia dizer, Graeb,
04:19é que mais uma linha foi cruzada,
04:22houve uma reação negativa
04:24por parte da sociedade,
04:25por parte da imprensa,
04:26toda uma pressão
04:27para que providências fossem tomadas
04:29e alguém acabou demitido.
04:31Quer dizer, é um caso mais anedótico,
04:33mais pitoresco,
04:35diferentemente do assunto mundial
04:37de que a gente estava tratando
04:39com o terrorismo do Hamas,
04:41mas é outro ponto
04:42que mostra que há um limite
04:45daquilo que a sociedade suporta.
04:48Quer dizer, o uso da estrutura pública,
04:49do Ministério da Saúde
04:51para uma pessoa ficar rebolando
04:54lá na frente de todo mundo,
04:56quer dizer, não dá.
04:56Quem é que autorizou isso?
04:57A pessoa, no mínimo,
04:59ela acaba caindo,
05:01acaba perdendo a boquinha que tinha.
05:03E quando a gente fala
05:04de boquinha,
05:07quando a gente fala de uma mata
05:09para ser mais preciso,
05:11a gente está se referindo
05:13não aos servidores
05:15que fazem um trabalho de qualidade,
05:19aqueles que têm essas regras
05:20introjetadas,
05:21mas justamente aqueles que estão ali
05:23fazendo esse tipo de serviço,
05:25que não contribuem nada
05:26para o interesse público.
05:28São pessoas que têm altos salários,
05:30que são pagos pelos pagadores de impostos,
05:33e o que elas entregam?
05:34Elas entregam isso aí.
05:36Então, não dá para aceitar.
05:38Há muitos que são mais malandros,
05:40eles não fazem algo assim
05:41tão ostensivo,
05:42eles ficam lá quietinhos na boquinha,
05:44às vezes nem vão para o gabinete,
05:45cheio de funcionário fantasma por aí,
05:48como a gente já viu
05:49em várias apurações.
05:51O sujeito fica lá com a mamata dele
05:52ganhando o dinheiro
05:54dos pagadores de impostos,
05:55ou eventualmente ganhando um calabouca
05:57e repassando o resto
05:58para o titular do gabinete.
05:59Então, tem muitos casos.
06:01Agora, é claro que
06:01a gente sempre faz a distinção aqui
06:04em relação aos servidores decentes,
06:06que têm uma remuneração adequada
06:09para o trabalho que prestam para o Brasil.
06:10É isso aí.
06:15O que é isso aí?

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