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Transcrição
00:00O ministro do STF, Dias Toffoli, anulou as provas obtidas por meio de acordos de leniência
00:05da Odebrecht contra Sérgio Cabral.
00:08O magistrado estendeu ao ex-governador do Rio de Janeiro os efeitos da decisão que
00:12declarou imprestáveis os elementos apresentados pela empreiteira em acordo de leniência e
00:18que embasaram, por exemplo, denúncia contra Lula.
00:21A defesa de Cabral argumentou que as provas colhidas através dos sistemas Drauzes e MyWeb
00:26D e B de comunicação interna e de contabilidade e controle de pagamentos de vantagens indevidas
00:31foram produzidas ilegalmente.
00:34Os advogados do ex-governador também alegaram que havia uma relação espúria entre o ex-juiz
00:38Sérgio Moro e procuradores da Lava Jato.
00:41Em sua decisão, Toffoli citou o entendimento do ex-ministro Ricardo Lewandowski, que já
00:46se aposentou do Supremo, apresentado em ação anterior movida por Geraldo Alckmin.
00:51Com isso, as provas entregues pela Odebrecht e Justiça não poderão ser usadas no processo
00:55em que Cabral foi acusado de receber propinas no bojo de obras no Rio, como no Maracanã,
01:01o Parque das Favelas e a Linha 4 do metrô.
01:05Nessa ação, Cabral foi condenado a 17 anos e sete meses de prisão.
01:10Trata-se, portanto, de uma nova vitória do ex-governador, que vai ser homenageado no
01:16Carnaval do Rio, no ano que vem, pela União Cruz Maltina, escola de samba da série Prata
01:22do Estado.
01:23Inclusive, viralizou recentemente nas redes sociais um vídeo que mostra Cabral sambando
01:28na sede social do Vasco da Gama em evento promovido pela escola União Cruz Maltina.
01:33Música
01:34Música
01:35Música
01:36Música
02:03Música
02:33O título para esse trecho do Papo Antagonista vai ser o seguinte,
02:46Toffoli deixa Cabral sambar na cara da sociedade.
02:50É isso que acontece, a gente antecipou aqui, né, Greg, que foi por uma questão de sacolas
02:56de supermercado.
02:57Exato.
02:59Você pode lembrar o que aconteceu, porque você lembra dos números, 800 e 2 milhões e
03:05tal, você teve provas que foram carregadas em determinado momento em sacola de supermercado,
03:11mas era material digital, né, a gente pensa em material digital, a gente pensa de uma maneira
03:16análoga aqui no celular, você imagina assim um arquivo digital, um pendrive, esse tipo
03:23de coisa, sendo carregado em uma sacola de supermercado, aí você pensa assim, bom, será
03:27que se tiver um furo na sacola, escoa, vai vazar os dados, né, eles vão cair assim que
03:34nem um pó, como se fosse uma sacola de cocaína, então você não tem ali uma ponderação a
03:41respeito disso, o que tem é que uma parte de um monte de arquivos de todo esse sistema
03:49do departamento de propina de uma empreiteira que estava subordando agentes públicos, uma
03:55parte foi carregada em sacola de supermercado, ah não, então peraí, vamos estender aqui
04:01a anulação dessas provas a todos os arquivos, a todas as pessoas que estavam citadas nesse
04:08sistema, porque tudo tem vício, etc, e pronto, vamos aliviar até quem estava recebendo propina
04:15em diversas obras e estava condenada a 17 anos de cadeia, é isso que aconteceu no Brasil,
04:22e já não há, só para concluir, força contrária a isso, sequer no debate público, a gente vê
04:30muito pouco as pessoas se erguendo contra esse tipo de canetada, de varredura para debaixo
04:37do tapete, de absoluto descaramento, por quê? Porque as pessoas já aceitaram que é isso
04:43mesmo, vai ficar assim, essa geração está impune, tem que se acochambrar, se mancomunar
04:51com o poder de determinada maneira, vamos relevar essa parte, porque aí se consegue fonte, aí
04:57se consegue patrocínio de empresário que era alvo também, etc, e aí todo mundo se cala,
05:02porque é assim, quando isso envolve o poder econômico e o poder político, aqui no
05:07Papo Antagonista, a gente fala, a gente traz o caso pela raiz para elucidar tudo.
05:14É, Felipe, só o número, né, já dá uma dimensão daquilo que aconteceu, né, esse benefício,
05:24digamos assim, que o Cabral obteve ali do Supremo, é o sexagésimo, septuagésimo, alguma coisa
05:33assim, é a sexagésima extensão da decisão originalmente obtida pelo Geraldo Alckmin.
05:41Então, olha quanta gente, mais de 60 pessoas, tinham processos por causa dos dados do Drauzes,
05:50certo? E por que a conta da propina lá, o departamento da propina, o sistema usado no
06:01departamento da propina da Odebrecht foi carregado numa sacola, o Lewandowski, de triste memória,
06:09chegou à conclusão que a cadeia de custódia, uma palavra chique, né, para falar de como é que
06:16as autoridades lidam com as provas, cadeia de custódia foi rompida, nada mais pode ser
06:22assegurado a respeito dessas provas, e lá se vai, 60 pessoas, mais, provavelmente, eu não sei
06:30exatamente quantas foram...
06:32Sextagésima segunda extensão, a gente tem o dado aqui.
06:35Então, já 62 pessoas que, enfim, se livraram, que estavam lá com o seu nome inscrito nos
06:45caderninhos, nos caderninhos, entre aspas, né, metaforicamente da Odebrecht, nesse sistemão,
06:52na verdade, que agora não tem mais nada a dever para ninguém.
06:56É, aliás, quando o Geraldo Alckmin foi ser vice do Lula, eu fiz um tweet que eu preciso
07:01encontrar outro dia, eu comecei a procurar, mas acabei não tendo tempo, que, na prática,
07:06o que eu estava dizendo, de uma maneira indireta, era assim, eu aposto que o Ricardo Lewandowski
07:12vai aliviar a barra do Alckmin.
07:15E aconteceu precisamente isso, muitos meses depois, sobre essas alegações absolutamente
07:22rasteiras, que sempre colocam ali a classe política acima de qualquer outra questão.

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