CPMI do 8/1: qual será o peso dos relatos da PM agredida?

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Transcript

00:00Vamos fazer um combinado aqui entre nós três?

00:03Eu queria passar, eu queria comentar duas imagens do dia.

00:07Eu acho importante a gente comentar.

00:09Eu sei que você tinha combinado de sair agora, Wilson, no final desse comentário,

00:13mas fica com a gente e vamos fazer um pacto de fazer comentários breves

00:17para a gente poder mostrar essas duas imagens que eu acho que são importantes nesse dia.

00:21A primeira imagem é a imagem do capacete de uma policial que estava presente

00:30ao quebra-quebra do 8 de janeiro, aquela alucinação que foi o 8 de janeiro

00:35e que foi hoje a CPMI contar das agressões que sofreu naquele dia.

00:42Você assistiu ao depoimento, Wilson?

00:52Você conseguiu acompanhar um pouco dessa história?

00:55Eu peguei algumas partes do depoimento da policial, sendo muito breve.

01:00Um depoimento que serviu apenas para cumprir a agenda.

01:02Ele não vai auxiliar em absolutamente nada.

01:06É aquele depoimento utilizando um jargão bem do jornalismo de cidade, né?

01:13Sempre quando você tem uma matéria e aí tem algum dado específico,

01:17aí você vai atrás de um personagem para ilustrar o que o número está te dizendo no início da matéria.

01:22O depoimento de hoje é isso.

01:23Ele serviu só para você ter um personagem, para você ter lá no relatório final

01:27e você apontar, então, de acordo com a policial militar não sei o que,

01:31que estava lá não sei o que no dia 8 de janeiro,

01:33ela foi arremessada lá do Congresso Nacional e isso confirma a selvageria dos manifestantes.

01:39Ponto.

01:40Para mim, esse depoimento vai resolver um parágrafo do relatório da Elisiane Gama,

01:45que ela deve apresentar lá para o dia 17 de outubro.

01:47É isso.

01:48Cinco horas de depoimento para ela tirar um parágrafo.

01:50Para mim vai ser isso.

01:51Wilson, você está muito realista hoje.

01:54Você está muito tomado pelo espírito cínico de Brasília.

02:00Achando que tudo é justificável.

02:03Eu acho que eu e o Marcelo interpretamos de maneira diferente a história da policial,

02:09eu faço questão de dizer o nome dela, a policial militar do Distrito Federal,

02:13Marcelo Apino, que foi agredida pelos golpistas e disse lá na CPI

02:19que nunca tinha visto tamanha agressividade ao comentar o episódio.

02:25A mim, e daí eu passo a bola para você, Marcelo,

02:30a história parece importante, né?

02:33É importante ser com alguém da polícia falando isso lá,

02:37porque mostra que o 8 de janeiro não foi um episódio qualquer mesmo, né?

02:44Tinha violência, tinha um ânimo de destruir e, inclusive,

02:49de fazer cometer violência contra pessoas, né, Marcelo?

02:53Eu acho que tem um valor simbólico nesse capacete amassado

02:59e no depoimento da Marcela Pino.

03:01Eu não quero debochar do depoimento da minha charada de maneira nenhuma,

03:06mas fica a dúvida, né, será que ela foi espancada?

03:11E ali, aquilo é um ato de violência extrema.

03:14Se ela foi espancada porque ela é policial ou porque ela é mulher,

03:17ou porque ela foi lá fazer um trabalho de contenção dos invasores, né?

03:23A questão que está colocada na CPMI,

03:27nesse tipo de declaração da policial,

03:34de lá prestar o seu testemunho,

03:37é curioso porque você, como eu entendi bem,

03:42é uma forma de você ouvir o outro lado, certo?

03:44Só que não fica claro ainda na CPMI qual é o outro lado, né?

03:50O que está faltando realmente é uma clareza de antagonista,

03:56como é o nome aqui do nosso portal.

03:58Quem é o antagonista aí?

04:00Ou, como disse o Graeb,

04:02foi só um depoimento para constar na súmula, né?

04:07Para a gente fazer...

04:10Como disse o Wilson, como disse o Wilson.

04:11Perdão, perdão.

04:12Esse ponto é bem pessimista.

04:14Para mim é um depoimento para constar na súmula,

04:17enfim, mas...

04:18Eu concordo também com o Graeb,

04:20acho que ele tem, simbolicamente, ele é importante.

04:22Mas acho que para mim vai virar um parágrafo e...

04:25It's done.

04:26Vira a página.

04:28Olha só, vamos ver...

04:29Vamos ver o trecho do depoimento

04:31em que ela fala sobre como o capacete dela

04:34terminou daquele jeito lá, amassado.

04:37Ela foi empurrada

04:38de uma altura ali de três metros.

04:42Vamos ver esse trechinho,

04:43daí a gente passa para outra imagem do dia

04:44que eu queria comentar.

04:46Aquele ataque no capacete,

04:49que a pessoa vai contar...

04:50Ele se deu após a queda.

04:52Eu caí, subi aquela lateral ali do Congresso,

04:57quando já estava na N1,

04:59que eu estava passando pelo gradil,

05:01que eu fui puxado novamente,

05:03aí que eu estava me defendendo com o meu escudo.

05:05Nesse momento, eles estavam me arrastando pelo escudo.

05:09Eu resolvi soltar o escudo

05:10para que eu pudesse me defender melhor.

05:12Quando eu soltei o escudo,

05:13foi o momento que eu tomei um chute

05:15e fui jogada no shoy.

05:16No momento que eu caí no chão,

05:18é que eu recebi o golpe com a barra de ferro na cabeça.

05:20Meu Deus.

05:26Eu acho pesado.

05:28Eu realmente acho pesado.

05:29Uma policial militar,

05:31em tese,

05:32alguém que estaria...

05:35De quem os bolsonaristas,

05:37aquela direita que estava lá

05:40querendo invadir tudo,

05:42deveria gostar,

05:45deveria apoiar,

05:46deveria proteger, na verdade.

05:48Uma pessoa que aquela direita deveria proteger.

05:51Aí foi atropelada pela raiva,

05:54pela desrazão daquela gente.

05:59A CIDADE NO BRASIL

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