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00:00Agora só quantificando um pouquinho, são parlamentares do PL, do Partido Novo e de 22 frentes parlamentares, não que sejam cada uma tão grande, mas estão somando forças para impedir votações na Câmara dos Deputados e no Senado Federal em protesto a essas decisões do Supremo que tem invadido a competência do Legislativo.
00:25Eu queria pegar uma declaração que foi dada numa coletiva nessa tarde, que foi do líder do PL na Câmara, o Altineu Cortes, o PL do Rio de Janeiro, nosso produtor Vitor Martins já está chamando atenção aqui para outra declaração que é do Rodrigo Pacheco, mas primeiro vou trazer aqui a do Altineu Cortes, líder do PL na Câmara.
00:43Ele falou assim, não é um movimento de direita ou de esquerda, é um movimento do parlamento, não podemos aceitar que tenham acontecido invasões ao poder legislativo, fomos eleitos para fazer as legislações pertinentes a diversos temas, cada poder deve se restringir ao seu papel, essas frentes parlamentares reunidas com o PL e o Novo vêm defender as prerrogativas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
01:07Altineu Cortes, líder do PL. Tem muitas críticas, evidentemente, ao PL, as condutas individuais, etc. Agora, a gente tem que analisar o caso.
01:16E essa declaração está perfeita, do início ao fim. Quer dizer, reagir a invasões de competência não deveria ser um movimento de direita ou de esquerda.
01:29O que acontece no Brasil, e isso faz parte desse cinismo entranhado na política, dessa hipocrisia, é que muitas pessoas, quando elas são a favor daquela tese que é defendida com uma canetada antidemocrática,
01:47porque invade a competência de outro poder, ela fala, tudo bem. Se ela é contra a tese, aí ela fala, não, então peraí, está invadindo a competência e tal.
01:59Mas ela não está nem aí, você pensa que o pessoal, é difícil você encontrar, na esquerda, militante a favor da descriminação do aborto e do porte de maconha,
02:11quem esteja aí indignado que o STF esteja legislando sobre esses temas. Por quê? Porque a pessoa é a favor, então quer mais que o STF legisle.
02:20Só que aqui a gente precisa ter princípio, independentemente de posição pessoal.
02:24E aí, claro, que é a ala um pouco mais à direita do Congresso que toma essa iniciativa, justamente porque tem posições contrárias àquelas que estão sendo tomadas pelo STF.
02:36São várias iniciativas, né, Felipe e Wilson. Ontem teve aquela coletiva em que alguns senadores e deputados anunciaram,
02:52já anunciaram que fariam essa obstrução e também falaram de outras medidas, como o projeto de lei do próprio Rodrigo Pacheco,
03:04lá no Senado, para tentar reverter a decisão do Supremo sobre o porte de drogas, a ideia do plebiscito para aborto.
03:15Daí hoje continua, né?
03:17Teve a votação no Senado sobre o marco temporal.
03:21Na Câmara, ao mesmo tempo, estava acontecendo um debate que também visava derrubar uma decisão mais antiga do Supremo, né?
03:34Aquela que instituiu a união civil entre pessoas do mesmo sexo.
03:39O chamado casamento gay, que não é casamento, é uma união civil.
03:42Enfim, foram dias em que teve aí uma onda de indignação dos parlamentares,
03:52sobretudo os parlamentares mais conservadores, de direita, seja lá a palavra que a gente quiser usar, né?
03:58Mas teve essa onda que, enfim, tem algumas implicações já concretas no Congresso,
04:07mas a gente precisa ver com certo cuidado, como recomendou o Wilson,
04:10até que ponto o Congresso vai querer, de fato, peitar o STF, né?
04:21Parece que, no caso do marco temporal, quer sim, quer reverter a decisão.
04:27E, mesmo assim, já se torna um caso complicado.
04:32E vamos ser francos aqui, isso envolve interesses econômicos também.
04:41Você tem todo um lobby empresarial, você tem a ligação desses parlamentares com esses empresários.
04:47Então, a gente vê, muitas vezes, políticos priorizarem pautas que envolvem grana, né?
04:55Vamos ver qual é o nível, não digo nem sequer de convicção, mas de atender a demanda de um nicho de eleitorado,
05:08que é contra o aborto e contra as drogas.
05:11Vamos ver até onde eles vão em relação a esses temas também.
05:15Sim.
05:15Não, não, mas está certo.
05:17Você queria falar alguma coisa, Wilson?
05:19Não, e tem um detalhe, Filipe, que eu acho que, assim, para a gente deixar também muito claro,
05:23porque quando a gente vê uma carta assinada por 15, 20 frentes parlamentares,
05:27é bom lembrar o seguinte,
05:29um deputado, ele faz parte, às vezes, de duas, três, quatro, cinco, seis frentes parlamentares.
05:35Então, como a frente parlamentar mais robusta do Congresso é a bancada do agro,
05:41então, acho que até comentei isso no meio-dia,
05:43você tem, basicamente, uns 300 parlamentares que fazem parte da bancada do agro,
05:49mas desses 300, 280 também fazem parte da bancada evangélica, e por aí vai.
05:55Então, a gente também tem que ver um pouco com esse olhar.
05:59Mas é bastante gente, né, Wilson?
06:02De qualquer maneira, a gente está falando aí de uns 300, 300 e poucos parlamentares.
06:07Sim, sim, sim.
06:08Que potencialmente estariam endossando essas iniciativas, né?
06:13Exatamente.
06:14Agora, falando a questão sobre cada projeto,
06:17a gente tem que analisar cada projeto, né?
06:19Porque cada um tem a sua especificidade, né?
06:21A questão do aborto é uma demanda um pouco mais à direita, né?
06:25Você tem ali também a questão também da maconha,
06:28que também é um assunto muito polêmico.
06:31Agora, tem um detalhe nessa história toda, Felipe e Graeb,
06:34que eu acho que a gente também não pode deixar de mencionar aqui no programa,
06:37é que é bom lembrar que várias decisões polêmicas que foram adotadas pelo Supremo
06:43foram adotadas, foram tomadas, porque o Supremo foi provocado por partidos do próprio Congresso.
06:49Então, isso também entra na conta.
06:52Essa questão, por exemplo, do aborto, né, do voto da Rosa Weber.
06:57É bom lembrar que é aquela reformação de constitucionalidade impetrada pelo PSOL.
07:00O PT também utilizou muito, e tem utilizado muito esse artifício de jogar para o Supremo
07:06responsabilidades que seriam do Poder Legislativo.
07:10Então, há também esse jogo, inclusive, acho que tem até...
07:14Não sei se a gente vai tocar no programa hoje, ou se foi abordado no programa de ontem,
07:18tem aquela ação que foi impetrada pela AGU,
07:21que pode mudar a questão do cálculo relacionado à PEC dos Precatórios.
07:25Essa é uma ação tipicamente de Poder Legislativo, né?
07:28Mas o PT, o governo Lula, já jogou essa boba para o Supremo Tribunal Federal
07:32para que o Supremo se responsabilize pelo desgaste com o Congresso Nacional.
07:36Então, é por isso que a gente também tem que olhar esse tipo de iniciativa com um pouco de cautela,
07:41porque, no caso do Marco Temporal, de fato, você teve um movimento da bancada ruralista, né?
07:46Porque, enfim, é um assunto, como vocês falaram bem, né?
07:49Atinge o bolso do ruralista.
07:51E vamos combinar, né, gente?
07:53Boa parte do Congresso tem seus investimentos em áreas rurais.
07:56Então, eles também atuam em causa própria.
08:01O próprio presidente da Câmara é um fazedeiro de mão cheia lá no Alagoas.
08:05Então, há também esse detalhe.
08:06Então, nesse caso específico do Marco Temporal,
08:09o fato do Supremo ter mexido com esse tema,
08:11mexeu diretamente com o próprio parlamentar.
08:14Por isso que eu tenho minhas dúvidas se, em outros assuntos,
08:16como aborto, a descriminalização da maconha,
08:21ou mesmo sobre uma tentativa de você conter os ânimos do Supremo em determinadas decisões,
08:28por isso que eu tenho um pouco de receio se isso vai pra frente.
08:30Porque, não sei se, no cálculo político,
08:33se essa briga que a Câmara ou o Senado possam ter com o Supremo,
08:38se, de fato, vai valer a pena pra Câmara e pro Supremo.
08:41É bom lembrar.
08:41É pra Câmara ou pro Senado.
08:43E tem outro detalhe, né, gente?
08:44É bom, a gente não pode esquecer que o Supremo tem inquéritos
08:50contra deputados e contra senadores.
08:53Então, isso sempre fica ali permeando a cabeça do parlamentar.
08:57Vale a pena eu entrar numa briga e o Supremo acelerar uma investigação
09:01contra a minha pessoa?
09:02Isso também a gente tem que colocar na balança.
09:04Essa é a sujeira da República do Escândalo.
09:06Exato.
09:07Eu queria fazer uma observação, né, Wilson?
09:09Essa ideia da PEC, que poderia assustar as decisões do Supremo,
09:17isso aí é uma maluquice e é muito perigoso.
09:21Isso criaria, eu estava até escrevendo sobre isso,
09:24não seria nem uma jabuticaba,
09:25seria uma espécie de planta carnívora institucional.
09:29Isso tira o Brasil da frequência institucional
09:33de qualquer democracia que se preze no mundo.
09:35A ideia é de que o Congresso pode invalidar,
09:41ou mesmo, já que eles não quiseram usar a palavra invalidar,
09:44para não parecer tão forte,
09:46mas suspender a validade de decisões do judiciário.
09:49Você começa a criar impasses que caminham para o desconhecido,
09:55para a crise institucional das mais bravas.
09:57Não pode ser essa a solução, né?
10:02Essa ideia da PEC é uma maluquice.
10:05Não existe democracia no mundo...
10:07Qual PEC você está falando?
10:08A PEC que estão querendo criar no Congresso,
10:12é para suspender, o Wilson falou aí,
10:15a que suspende a efetividade de decisões do STF.
10:19Eu acabei de compartilhar o texto aí com vocês,
10:22para o passeio para o Vitor,
10:24para colocar ali no ar, inclusive, a íntegra da PEC, tá?
10:27Se precisar.
10:28Seria a decisão mais radical,
10:30que veio à tona hoje, Felipe, essa ideia.
10:33Só para contextualizar,
10:34para não confundir, então, a cabeça do público.
10:36Você tem uma iniciativa de várias frentes parlamentares
10:39que estão fazendo obstrução no Congresso Nacional.
10:42Vou pegar até uma declaração que é bastante ilustrativa,
10:45que foi justamente do presidente dessa frente parlamentar
10:50da agropecuária, na FPA,
10:53que é o Pedro Lupion, do PP de Roraima.
10:57PP do Paraná.
10:58Oi?
10:59PP do Paraná.
11:00É, do Paraná?
11:03Paraná, Paraná.
11:04É, do Paraná.
11:05O PR saiu o RR.
11:08Amiguinho do Ricardo Barros.
11:10É, pois é.
11:11Então, tudo se mistura ali no Congresso Nacional.
11:14Mas pegamos aqui a declaração dele.
11:16Sejamos deputados ou senadores,
11:18cabe a nós a tomada de decisões em nome da sociedade brasileira.
11:22Seja na relativização constante do direito de propriedade,
11:25seja na liberação das drogas e do aborto,
11:27na dificuldade constante da garantia da legítima defesa,
11:30a regulação de redes sociais e liberdades individuais.
11:32Isso tudo que as frentes parlamentares congregam.
11:36E aí ele continuou.
11:37Ontem não tivemos votações e deliberações nesta casa,
11:41se referindo à Câmara dos Deputados.
11:42Hoje também não tivemos e não vamos ter.
11:45Amanhã não teremos.
11:47Todos nós estamos dando um basta a esse completo e indesejado
11:50desmonte do poder legislativo.
11:53Então, o que eu estava dizendo?
11:54É que há essa iniciativa de você fazer obstrução,
11:58inclusive em comissões, para o Congresso não funcionar.
12:04Enquanto o Supremo não recuar, eventualmente.
12:08Sabe-se lá qual vai ser a consequência disso
12:11e por quanto tempo eles vão conseguir sustentar.
12:13Geralmente, quando há algum tipo de rebelião assim no Brasil,
12:16depois se dialoga, se faz um conchavo,
12:19se busca uma solução mais ou menos intermediária
12:22ou então se compra apoio para a resistência se dissipar.
12:28Agora, tem uma outra iniciativa que o Graebi está colocando,
12:32que é uma proposta de emenda à Constituição
12:34para realmente suspender decisões do STF
12:37que os parlamentares julguem que avançam
12:40sobre a competência do poder legislativo.
12:42Então, são dois caminhos diferentes.
12:44E, além disso, temos todas as outras iniciativas picadas
12:47que estão rodando no Congresso.
12:50O Pacheco quer fazer uma nova lei.
12:54Só um minutinho, Graebi.
12:55Para terminar aqui o que você estava falando da PEC,
12:58o Wilson mandou aqui o trecho.
13:01Quer ler, Wilson? Eu leio daqui.
13:03Não, pode ler daí, Felipe.
13:05Você tem uma voz mais aveludada para esse assunto.
13:07A emenda ao texto constitucional,
13:10artigo 1º, o artigo 49 da Constituição Federal
13:13passa a vigorar acrescido do seguinte inciso 19.
13:17Aí está lá.
13:18Deliberar por três quintos dos membros
13:21de cada casa legislativa em dois turnos
13:23sobre o projeto de decreto legislativo do Congresso Nacional,
13:26apresentado pela maioria absoluta dos membros da Câmara e do Senado,
13:29que proponha sustar...
13:31Olha aí, é aí que está o ponto.
13:32Sustar decisão do STF
13:34que tenha transitado em julgado
13:36sem aprovação unânime dos seus membros
13:40e que extrapole os limites constitucionais.
13:44Quer dizer, está colocando ali
13:45que se não tiver aprovação unânime,
13:47quer dizer, se algum ministro divergir,
13:49então já dá essa brecha para o Congresso reagir.
13:52E é claro que tem aí uma linha
13:54não especificada, né?
13:58Que é assim, extrapolar os limites constitucionais.
14:00Que bicho é esse, né?
14:01Que bicho é esse.
14:02Quais são os critérios para se avaliar?
14:05É claro que a gente aqui avalia
14:06sobre os critérios, com base na lei, etc.
14:09Mas no Congresso Nacional
14:11isso pode ser feito conforme a conveniência também.
14:13E parágrafo único,
14:14o decreto a que se refere o inciso
14:16será promulgado pelo presidente do Congresso Nacional
14:18e comunicado ao STF com vigência imediata.
14:22E aí a emenda entrevigou na data da publicação.
14:24É o seguinte, né?
14:26Supremo Tribunal...
14:27Corte Constitucional...
14:29E o Supremo Tribunal,
14:31mal ou bem, é uma corte constitucional,
14:33tem uma atribuição em qualquer país,
14:36nos Estados Unidos, na França, na Alemanha,
14:38que invade diretamente a competência do Legislativo.
14:42Para começar, tem essa.
14:44É o direito de declarar inconstitucional
14:47uma lei que foi votada pelo Legislativo.
14:50Certo?
14:51O Legislativo vai lá, edita,
14:53aprova um projeto qualquer,
14:56alguém fala isso aqui é inconstitucional,
14:58o Supremo vai lá, analisa e fala
14:59é inconstitucional mesmo,
15:00essa lei não vale.
15:01Ou seja,
15:03isso aí está embutido
15:05na ideia de uma corte constitucional,
15:09funciona assim em todo mundo,
15:11e é uma invasão, vamos dizer assim,
15:16entre aspas,
15:17das competências de um poder pelo outro.
15:19O Legislativo quer impedir que isso também aconteça?
15:26É por isso que eu estava dizendo
15:27que uma lei como essa,
15:30uma PEC como essa,
15:32tem o potencial de criar
15:33uma planta carnívora
15:35que não existe em outro lugar do mundo
15:38e que poria o Brasil
15:40numa rota esquisita.
15:43Porque a ideia é essa,
15:44o processo legislativo
15:45tem que parar em algum ponto.
15:47O processo decisório no país
15:49tem que parar em algum ponto.
15:51O Rui Barbosa dizia,
15:52o Supremo é aquele que tem o direito
15:55de errar por último,
15:56acaba ali.
15:58O Congresso está querendo instituir
16:01uma ferramenta
16:03para que ele possa rever
16:05a decisão do Supremo,
16:06suspender, reavaliar.
16:10Isso não existe.
16:11Atenção à notícia que acabou de sair.
16:13O plenário do Senado
16:14aprovou o PL,
16:16o projeto de lei do marco temporal.
16:18A aprovação foi por 43 votos a 21.
16:22Portanto, uma decisão favorável
16:24ao marco temporal
16:25e contrária àquilo que foi decidido
16:27ao STF.
16:29Então, esse tema
16:30ainda vai dar muito prago
16:32para a manga.
16:33Vai, vai.
16:33E vamos só registrar aqui,
16:35com perdão,
16:36o greve de interromper,
16:36a fala do Pacheco,
16:38do Rodrigo Pacheco,
16:39presidente do Senado.
16:40É natural que o Congresso Nacional
16:41possa decidir a esse respeito
16:42e isso pode, inclusive,
16:43subsidiar o STF
16:44em relação ao entendimento
16:46quanto a esse tema.
16:47É muito natural,
16:48não há nenhum tipo de...
16:49Eu tenho que ler
16:50com aquela voz institucional.
16:51Muito natural,
16:52não há nenhum tipo de adversidade
16:54ou de enfrentamento
16:55com o Supremo Tribunal Federal.
16:57Imagina.
16:59É apenas uma posição do Congresso,
17:03considerando que nós reputamos
17:04os que temos dessa natureza
17:05devem ser deliberados
17:06pelo Congresso Nacional.
17:07Esse é o Rodrigo Pacheco,
17:10que sempre faz a costura
17:12entre o Congresso,
17:13o Supremo Tribunal Federal.
17:14Os senadores ainda precisam
17:16analisar sugestões de destaques
17:18depois dessa aprovação.
17:21Então,
17:21o greve estava falando
17:22da planta carnívora
17:23que pode surgir com essa emenda.
17:25Agora,
17:26é o seguinte,
17:27o Supremo está extrapolando.
17:28E, às vezes,
17:30quando você vai
17:31por indicação política
17:32de presidente da República,
17:33enchendo o Supremo
17:34de ativista judicial,
17:36disposto a fazer muito mais
17:40do que avaliar
17:40uma constitucionalidade,
17:43é, muitas vezes,
17:44sob esse pretexto,
17:45legislar.
17:46E, muitas vezes,
17:48avaliar falsamente
17:50a constitucionalidade
17:52de determinado item.
17:53Quer dizer,
17:53o item é constitucional,
17:55mas eles querem declarar
17:56um constitucional
17:57e vão lá e dão uma caretada.
17:59Ou alguma coisa
18:00é inconstitucional,
18:01eles querem fazer o contrário.
18:03E aí,
18:03eu sempre lembro,
18:04Graele,
18:05a frase do filósofo holandês
18:08e teólogo
18:08Erasmo de Rotterdam.
18:11Puxei aqui o meu artigo
18:12em que eu citei
18:13para refletir sobre o Brasil.
18:15E essa,
18:15para mim,
18:16é uma das epígrafes
18:18do ambiente cultural,
18:21político e judiciário
18:23do Brasil.
18:24Ele fala algo assim
18:25absolutamente perfeito.
18:26Naquela época,
18:28se referindo ali
18:29ao regime monárquico,
18:31mas se aplica
18:32perfeitamente
18:33à nossa República do Escâmbio.
18:35Ele diz o seguinte,
18:36um número muito pequeno
18:37de leis
18:38será suficiente
18:40em um Estado
18:41bem ordenado,
18:42com um bom príncipe
18:43e magistrados
18:44honestos.
18:46E se as coisas
18:47forem diferentes,
18:49nenhuma quantidade
18:50de leis
18:51será suficiente.
18:53Fecha o asco.
18:54Então,
18:55isso que o Erasmo
18:56de Rotterdam
18:57escreveu
18:57no texto
18:58lá em 1516,
19:03olha,
19:031516,
19:05é a educação
19:06do pequeno,
19:06é a educação
19:08de um príncipe cristão.
19:10Lembrei até
19:10daquele advogado,
19:11confundiu
19:12o pequeno príncipe.
19:13A educação
19:14de um pequeno príncipe
19:15cristão.
19:16Exatamente,
19:17já fui misturando tudo.
19:18A educação
19:19de um príncipe cristão.
19:20Esse é o texto,
19:21aliás,
19:22tem um livro do Senado,
19:23vou indicar aqui
19:23para os nossos leitos,
19:24muita gente pede
19:24indicação de livro,
19:26Conselhos aos Governantes.
19:27Está publicado
19:27pelo próprio
19:28Senado Federal
19:28Brasileiro
19:29em 1988.
19:31Conselhos aos Governantes
19:31tem vários textos
19:32muito importantes,
19:34eu articulei eles
19:36no meu artigo
19:37Dom Pedro II
19:37contra Bolsonaro
19:39e a falsa oposição
19:40durante o governo
19:41Bolsonaro.
19:42Mas então,
19:42o que ele está
19:43mostrando com antecedência
19:45de séculos?
19:46Que quando você
19:48não tem pessoas,
19:48ele está usando
19:49uma palavra forte,
19:50eu vou aqui amenizar,
19:52mas ele estava dizendo
19:53que quando você
19:53não tem pessoas honestas,
19:55a quantidade de leis
19:56pode ser o que for,
19:57porque as pessoas
19:58que não são honestas,
19:59e aqui vamos suavizar,
20:00dizendo assim,
20:01não são intelectualmente
20:03honestas em seguir
20:04aquilo a rigor,
20:06elas fazem o que
20:06elas quiserem.
20:07Se elas têm o poder
20:08da caneta,
20:10elas fazem,
20:10não há quantidade
20:11de leis capazes
20:12de segurá-las,
20:13não há arcabouço
20:15institucional capaz
20:17de segurar.
20:17Agora,
20:19quando você tem
20:20pessoas honestas
20:21que estão no poder,
20:22etc.,
20:22basta um pequeno
20:23número de leis,
20:24porque as decisões
20:25vão ser tomadas
20:26com bom senso,
20:27etc.,
20:27isso que o Brasil
20:27nunca viu.
20:47é que o Brasil
20:49não há um
20:52que pode ser
20:52que o Brasil
20:53não há um
21:08que pode ser
21:09ou não há um

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